— Gaara, chegou outra carta de Harvard – falei nervosa andando de um lado pro outro
— E o que tinha nessa carta?
— Falava que um dos estudantes mais brilhantes de Harvard vem pra cá pronto pra ouvir a minha resposta sobre a bolsa e caso esta seja sim eu devo me mudar dentro de algumas semanas.
— E o Sasuke ainda não sabe disso?
— Não, nem sonha com isso!
— Então está mais do que na hora de você contar a ele.
— Não. Eu decidi que eu vou recusar a bolsa. Eu não quero ir. Não mais.
— Você vai ter coragem de dizer isso pro representante de Harvard?
— Vou.
— Quando ele chega?
— Hoje. Eu tenho que ir buscá-lo no aeroporto.
— Sabe o nome dele?
— Sim. Na carta está apresentando ele como Sai. Disse que eu não vou precisar levar uma placa, porque ele já viu uma foto minha e me reconhecerá.
— Boa sorte. – Gaara me desejou
— Vou precisar – dei um beijo na testa do meu amigo e então saí rumo ao aeroporto

[...]

No aeroporto, fiquei no portão de desembarque sem saber direito por quem eu esperava. A única coisa que eu sabia era que a pessoa que eu esperava tinha 25 anos e era um dos alunos mais brilhantes de Harvard na área de medicina, além de já ser formado em artes plásticas. E que seu nome era Sai. Não demorou muito e um homem muito branco e atraente se aproximou de mim. Exibia um belo sorriso no rosto, tinha cabelo preto e curto e parou na minha frente. Seria ele o tal Sai?

— Haruno Sakura? – perguntou, embora já soubesse que a resposta era sim
— Eu mesma. E você é o Sai? – perguntei ainda meio em dúvida
— Sai, seu criado – falou e em seguida de supetão pegou minha mão e a beijou e eu facilmente corei. Certo, ele era galante. Se eu não fosse tão apaixonada pelo Sasuke esse cara teria mexido comigo.
— Não é pra tanto. Então é você a pessoa que Harvard enviou para receber a minha resposta?
— Sim, eles apenas me mandaram porque eu tenho família aqui então ao invés de receber o comunicado por e-mail acharam mais humano que eu viesse e aproveitasse também para levá-la até o campus.
— Bem, você vai passar quanto tempo aqui?
— Uma semana. Está bem pra você arrumar todas as suas coisas?
— Bem, nós temos muitas coisas pra conversar.
— Exato, melhor deixar para outro momento, agora a única coisa que eu quero é ir pra casa do meu tio.
— Tudo bem. Você quer que eu te dê uma carona?
— Não é preciso, pois eu já aluguei um carro. Mas vou precisar do seu telefone Sakura, para mantermos contato.
— Tudo bem – passei o número pra ele
— Te ligo mais tarde. E Sakura você é linda – disse e me surpreendeu com um beijo na bochecha.
— Ok. Obrigada. – falei e então fui embora. Ele era estranho, porém bonito. Ele era intrigante.

[...]

Hoje o meu primo vai chegar de viagem. Ele é um pé no saco. Sério. Nunca fui com a cara dele, muito certinho, engomadinho. Ele é tido como o gênio da família, assim como Itachi. E isso sempre me deu uma raiva tamanha. Ele e Itachi são amigos, mas eu nunca gostei dele e não faço questão de fingir que gosto. Pelo falatório que eu estou escutando que vem da sala o sem graça do Sai deve ter chegado.

— Meu primo – falou esboçando aquele sorriso falso
— Sai – falei com desgosto
— Senti saudade – disse abrindo os braços prontos pra me abraçar
— Eu não senti nenhum pouco – falei seco e minha mãe me repreendeu
— Isso não é jeito de falar com o seu primo Sasuke
— Ok. Desculpe, me exaltei.
— Tudo bem. É só demonstração de afeto.
— Como anda em Harvard? – Itachi perguntou
— Bem, como sempre. Em breve me formo em medicina.
— Mais um orgulho pra família Uchiha. – ri ironicamente
— Claro. Itachi e eu somos os orgulhos dessa família.
— Metido – murmurei com raiva
— Veio fazer o que aqui Sai? – Itachi perguntou curioso
— Vim a mando da Universidade buscar uma bolsista brilhante para a área de medicina e aproveitar para rever a família é claro.
— Daqui?
— Sim, ela é uma jovem promissora. Harvard gostou muito das provas dela, das entrevistas feitas online. Tudo a distância, porém agora ela irá comigo pra lá.
— Ela bonita? – perguntava Itachi
— Muito – disse com um sorriso malicioso. Coitada dessa garota, ser alvo do sem graça do Sai. Vai sofrer com a perseguição dele.
— Namorada nova? – Itachi continuava querendo saber mais
— Quem sabe... Se ela me der à oportunidade. – isso já estava me deixando entediado. Sai me deixava me entediado. Tudo que eu queria era que ele não fosse um Uchiha. Ele era a parte da família que eu renegava.