Emília
A festa é relativamente chata, as mulheres fúteis e os homens uns querendo se mostrar melhor que o outro. Preferiu ficar no seu canto, claro que ela viu quando uma morena linda, por sinal, entrou no salão e ouviu de duas mulheres próxima que era Malu, casada com um rico empresário,  viu quando ela se aproximou de Bernardo com intimidade e carinho que não escondeu mesmo o marido dela ali, Emília sente como se tivesse sido picada,  pois esse contado da moça com Bernardo a incomodou e muito,  ainda mais quando as duas mulheres novamente comentaram que ela e Bernardo já tinham sido um casal, ela mordeu o lábio com força,e um sentimento antes desconhecido: ciúmes chega até ela , Emília  sai de perto da mulheres. Logo em seguida Bernardo chega até ela, conversam ele a convida para dançar, ela pensa mas lhe dá mão.
Enquanto dançam seus corpos bem próximos, a mão dele esta no meio de suas costas e dali pulsa uma onda de calor que se espalha por todo o seu corpo, ela não pode mais negar a si mesmo que esta se apaixonando, ela sente muito calor e pede para tomar um ar, na varanda ela tenta não olhar para ele, mas quando se vira rapidamente e quase cai, ele a pega em seus braços, Bernardo a a olha e sem esperar  a beija, algo se acalma dentro dela, como se fosse isso que precisassr, ela sente ele se afastando então coloca a mão em sua nuca e o puxa de volta retribuindo ao beijo, a boca de Bernardo moveu-se da boca de Emília e segue um caminho lentamente até o pescoço dela, arrepios brotaram do corpo dela, ela agarrou a cabeça dele com seus dedos, sentindo os grossos fios de cabelos negros moverem-se como seda sob as pontas dos seus dedos. Ele refaz o caminho do pescoço a boca dela, depois cobre todo o rosto dela, bochecha, queixo,  nariz, pálpebras e o canto da boca dela, que esta totalmente entregue.
  -Vamos para a casa?- ele disse com uma voz rouca enquanto dava um beijo quente e úmido na boca trêmula de Emília .
  Ela estava tão embriagada por esses beijos,  esses momentos que não conseguia responder. A língua dele buscou a dela novamente, o beijo dele era exigente, erótico e não deixava dúvida para onde a estava levando. Enfim ela consegue se desprender dele e dizer :
    -Sim vamos-  ele a beija mais uma vez, como se quisesse recuperar o tempo perdido.- Só vou ao banheiro.
     -Vou me despedir de algumas pessoas.
Ele a solta, nenhum dos dois percebeu que a distância Malu olhava com ódio,  inveja, e raiva aquela cena, ela sabia que aquele casamento era de fachada, mas o que viu foi uma paixão,  um beijo que Bernardo nunca lhe deu isso mexeu com ela, e ia estragar a noite deles. Sabe que Emília foi ao banheiro convida duas amigas e vai para lá.
Emília esta no reservado, quando ouve vozes, não da importância,  mas quando ouve o nome de Bernardo algo fica em alerta.
    -…. Mas a mulher dele é muito bonita -diz uma das mulheres
   -… foi um casamento rápido,  nem sabia que ele namorava.
   -Será que ela esta grávida-  as três riem, então vem o pior.
  -Ouvi dizer que ele a comprou, o pai da moça esta atolado de dívidas...e - Emília abre a porta do reservado e a bate com tudo, duas das mulheres se viram e se assustam ao olhá-la a outra que ela reconheceu a morena chamada Malu continua a passar o batom.
    -O que você disse- Emília tenta controlar a raiva.
   -Eu disse - Malu se vira e a encara em seu olhar a inveja,  rancor e desafio.- a verdade.
  -Que verdade posso saber qual é.
  -Que seu pai esta tão ferrado que não teve outra alternativa se não como posso dizer- ela ri - Que ele vendeu a filha por um punhado de dinheiro, que a vendeu como quem vende uma coisa qualquer.
Malu esta tomada pela inveja e querendo humilhar Emília, que não a vê se aproximar, so percebe quando a mão dela sobe e desce sobre seu rosto, um tapa tão forte que a faz cair no chão.
Emília depositou toda a sua raiva naquele tapa, que sua mão arde, ela olha para Malu atirada no chão e sai do banheiro com os olhos cheios de lágrimas, mal consegue enxergar, levanta a barra do vestido para não cair, procura por Bernardo desesperadamente, pelo nervosismo ou aflição ela não percebe ele e sai em direção a porta em disparada, quase correndo apesar do salto, as palavras de Malu a fizeram rever a realidade de seu casamento como ela pode ser tola a  ponto de esquecer o motivo de seu casamento, ela foi vendida, como um objeto e todos sabiam, esse tempo todos sabiam, ela repete como para afirmar, e ali fingindo para quê?, para quem? Ela não encontra o motorista, caminha mais e mais, como quem quer fugir, com lágrimas molhado seu rosto.