Emilia & Bernardo.. Nova história escrita por Tah Madeira


Capítulo 108
Capítulo 108




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Naide

Ela já está na sala para enfim receber o depoimento de Marcos, o advogado dele está ali, mas parece mais perdido que o seu cliente.

— Então o senhor trabalhava para a senhora Malu?

— Sim, não é isto que consta nessa sua papelada?– ele diz de uma forma debochada que Naide não gosta.

— Sim consta, mas preciso que o senhor me diga. Porque Malu saiu sozinha da festa, digo onde o senhor estava?

— Estava no banheiro– ele mente, e lembra que Malu tinha o dito onde tinha as câmeras, e que quando saiu com Emília não tinha nenhuma em seu caminho, que quem o olhasse pelas câmeras, o último momento dele só dava a entender que ele tinha ido ao banheiro, que quando reaparece nas filmagens parecia que ele tinha voltado de lá.

— Mas e porque ela saiu dela sozinha?

— Eu não sei, quando sai do banheiro a procurei e não a vi mais.

— O senhor além de segurança era o motorista dela naquela noite?

— Sim.

—Então se ela não saiu da festa com você, ela foi de táxi?

—Provavelmente sim. – Marcos responde, sem saber aonde a delegada quer chegar.

— Vocês mantinham algum tipo de relacionamento? – Naide pergunta e percebe que ele ficou inquieto com a pergunta.

—Como assim?

— Serei mais clara, Você a Malu estavam envolvidos fora do âmbito profissional, vocês mantinham um caso?

— Nós... bem ...

—O meu cliente prefere não responder a essa pergunta. – o advogado interrompe.

— Bem o que encontramos na casa de seu cliente deixa muito para perguntas. – então Naide dispõe na mesa, a foto que ela já tinha visto antes, folhas com troca de mensagens dos dois, cartas direcionadas a Malu com a assinatura de Marcos. – Sabe há muito aqui para ser questionado, mas o que é mais estranho foi que tudo isso, – ele faz um sinal apontando para os itens da mesa. – Encontramos na casa de seu cliente, nada, mas nada foi encontrado na casa da vítima que aponta para um relacionamento, fora essas poucas mensagens nada mais aponta, pergunto não será uma obsessão de seu cliente para com a vítima?

—Ela respondia as mensagens– Marcos diz.

—Mas nada a que a comprometesse, olha você estava apaixonado por ela e parece que só você. – Naide diz com desdém.

— Ela também estava apaixonada por mim. – ele diz se erguendo da mesa.

— Onde? Onde está escrito isso, não li em nenhum momento ela se declarando ao senhor. – Naide mostra novamente as folhas.

— Ela me amava, e disse isso inúmeras vezes a mim, diretamente para mim, quando tudo isso acabasse ela seria minha, só minha, de mais ninguém e poderíamos enfim ser felizes longe dela... – ele está completamente descontrolado novamente, Naide parece ter acertado no alvo, advogado tentar o conter, mas não consegue, ele em um impulso pega a foto dela e começa a acariciar.– Só eu e ela, ninguém mais ela me dizia, ninguém para atrapalhar...

— Quem Marcos? Quem iria atrapalhar vocês?

— Lia.

— O que tem ela?

—Não diga mais nada. – interrompe o advogado

Marcos fica mudo, com quem se dá conta do que acabou e falar, então Naide joga a cartada final:

— Você sabia que Malu estava grávida? – ele cai sentado com o impacto da notícia.

—Não, não sabia. –ele coloca a cabeça entre as mãos.

Alguém bate a porta e ela atende, conversa uns segundos com sua assistente e volta a mesa, alcança o papel que lhe foi entregue para Marcos.

—Como o carro que você dirigia na noite da festa foi parar na cena do crime?

— Como assim?

— Pelo histórico do GPS, podemos ver que o carro saiu, demorou um tempo e voltou, e bate como o horário que você estava no banheiro.

—Eu não..não...– ele gagueja sem saber o que dizer, Naide aproveita para pressionar ele mais.

— Tudo aponta para o senhor, o carro estar lá, você ter sumido, essa foto, as cartas que o senhor escreveu para ela, você não tem álibi, a história pode ser assim “ o senhor apaixonado pela patroa, ela o repudia, o senhor descobre que ela está grávida de outro, o senhor não aceita e acaba matando ela e  incriminando o mulher do sócio.”

—Não fui eu, não foi, foi a Lia, a Lia – Marcos explode– Ela planejou tudo, armou tudo.

O advogado tenta em vão fazer ele se calar, a delegada se da por satisfeita, e Marcos fala tudo o que sabe.

Bernardo

 

O depoimento de Marcos demorou o que pareceu horas, ele já não aguentava mais essa espera, Emília fica quieta na cadeira, hora com os olhos fechados, hora com eles aberto, mas atenta a qualquer movimento, Jéssica não conseguiu nenhuma informação, por mais que ela tenha dito a ele para levar Emília para casa, ele nem cogitou essa hipótese sabia Emília não iria arredar o pé dali.

Quando a porta abriu e Naide saiu dali os quatro deram um pulo e no mesmo minuto chegaram junto a ela, fazendo inúmeras perguntas a deixando um pouco tonta.

—Calma pessoal, calma. – eles ficam quietos, ela se afasta um pouco com o grupo. – Ele disse que foi tudo um plano de Lia, em dopar você Emília e levá-la até onde a encontramos, mas que ele só sabia ser um susto que iam aplicar em Bernardo, mas pelo que Lia contou, ela e Malu entraram em luta corporal e Lia acidentalmente atirou nela, mas tudo ainda precisa ser investigado.

—Então Emília é inocente? – Bernardo pergunta

— Basicamente sim, mas ainda precisamos formalizar acusação de Lia, Marcos entra como cúmplice, por Lia ter matado Malu ele está disposto a cooperar e contar tudo o que sabe  sobre o que Lia fez, planejou enfim, a história da gravidez mexeu com ele.

—Ele disse onde ela está?– Emília questiona a delegada.

— Não ele não sabe, ela tinha ido à farmácia um pouco antes de nós chegarmos, ela deu sorte.

— Onde ela pode ter ido – indaga Bernardo, Emília sente um arrepio percorrer o corpo e sente uma tontura, ele se assusta. – O quê foi Emília?

— Acho melhor levar ela para casa– diz Jéssica – Eu e Carol temos muito que fazer.

A tarde estava acabando era um dia quente e tenso, talvez por isso o mal estar dela, eles vão para casa, mas Bernardo não pode deixar de perguntar:

— Não acha melhor irmos ao hospital?

—Não só quero ir para a casa. – ela entra no carro, coloca o cinto e fecha os olhos.

Ele também entra e dirige para o apartamento, os dois vão em silêncio.

—Emília está tudo bem?– ele pergunta ao entrarem em casa, ele acha por demais estranho ela estar tão calada.

— Eu só quero falar com as crianças, tomar um banho e me deitar um pouco.

—Vou ver algo para comermos, está bem?– Bernardo pergunta,  ela faz que sim e sobe.

Ele vai para a cozinha, achou que Emília ficaria feliz por saber que estavam a um passo de resolver tudo, estava estranhando esse comportamento dela, mas deveria ser só cansaço de tudo, ele prepara algo para eles comerem. Ao subir a encontra dormindo, já de banho tomado. Ele coloca uma coberta sobre ela, desce e aproveita para ligar também para os filhos.

Emília

Ela não consegue acreditar quando a delegada disse que Marcos confessou que foi Lia quem atirou em Malu, mas estranhamente ela sente uma falta, como se um peça do quebra-cabeça estivesse faltando, quando Bernardo perguntou por onde Lia andaria, um arrepio percorre seu corpo e parece tirar todas as forças que ela tinha, sente uma leve tontura, e um aperto no coração, estranhamente fica calada, durante todo o caminho de volta para  casa, sabe que tem olhar de Bernardo sobre ela, mas finge não perceber, não tem muito o que falar.

 

Chegar em casa e falar com os filhos ameniza um pouco essa preocupação, mas não esse presságio de que algo ruim vai acontecer, no banho decide falar com Bernardo para no dia seguinte ir buscar as crianças, talvez seja a saudade de ver eles, de sentir eles em seus braços, nunca ficou tanto tempo longe de Lívia e já não está mais acostumada a ficar sem Miguel, deita um pouco, sem perceber acaba dormindo.

Acorda horas depois já está escuro, mas não muito tarde, seu celular está tocando, recebe uma foto de um número desconhecido, ela abre a foto e solta um grito e derruba o celular desesperada, por sorte Bernardo não se encontra ali, antes de levantar o celular apita, sinal que recebeu outra mensagem, ela pega e diz “venha só”.

 

Ela se arruma o mais rápido que pode, para ser mais rápida ela decide ir com o helicóptero, liga e informa que precisa dele pronto o mais rápido possível, Emília desce e procura por  Bernardo e o encontra deitado no sofá do escritório, mas diferente da outra vez em que precisou sair assim  ela decide  deixar o seu celular como pista, espera assim ganhar tempo com aquela doida, e salvar seus filhos.

 

Quando chega ao heliponto o helicóptero ainda não está pronto, o que demora mais vinte minutos, mas ainda compensa, pois em menos de quarenta minutos ela vai chegar a fazenda, ela vai o tempo todo rezando, para que nada de ruim aconteça a eles, ela sabia que algo ruim iria acontecer, porque logo que a situação parecia estar resolvida ela não foi pegar os filhos, jamais iria se perdoar se algo acontecesse a eles, jamais.

Capítulo 08

Lia

Quando chega a fazenda esta quase anoitecendo, ela fica distante, vê certa movimentação alguns dos funcionários fantasiados e lembra o porquê, sorri ao em pensar que certas coisas não mudam.

Ela espera, e por sorte Beth não sai com as crianças, percebe que ficam apenas dois funcionários, uma moça e um homem.

Lia fica atenta e


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