Agentes da CIC - INTERATIVA escrita por OrigamiBR


Capítulo 2
Chamado do dever


Notas iniciais do capítulo

Passei um dia do prazo. Tch! Mas é por que aqui tá em obras e houve semana de provas, aí demorou um pouco, mas saiu! o/



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Seis meses intensos se passaram com a facilidade de um trem-bala. Ethan era muito bom com armas semiautomáticas, com sua agilidade nos dedos. Detinha julgamento frio e calculado e não mais revelava o que estava pensando pela sua expressão. Virara um verdadeiro agente, se sentindo como o próprio James Bond. Mesmo assim, ficava impressionado com o que Ricky sabia, lhe ensinando tudo que conhecia sobre as armas de fogo e como essa ferramenta assassina podia ser usada para salvar vidas. O homem preferia armas automáticas, por seu alto controle de recuo e facilidade de manuseio.

Mas não só no treino físico havia ficado o jovem rapaz: ele também estudava com afinco as matérias de direito e os grandes furos que havia na lei, coisa que a Agência se preocupava em remediar com suas ações diretas. Fora os treinos de resistência e velocidade mental, que exigiam lógica e discernimento incomparáveis. Esperou até ser convocado novamente para a sala de Valentine, já mais à vontade com sua presença e acompanhado por Ricky, seu melhor amigo desde então.

— Chefe... – disse Ethan, acenando em respeito.

— Ethan... – respondeu o homem, retribuindo o aceno – Por favor, sente-se.

“Tive a aprovação de Ricky de que você estava pronto. Que se tornou um agente completo. Agora, vou lhe enviar para a equipe Silver, junto com ele. Por toda a equipe ter se aposentado já, vocês irão recrutar os agentes, para que assim trabalhem em equipe desde cedo.

— Oooohhhh! – exclamou Ethan, empolgado. Virou para Ricky e ele compartilhava da mesma excitação, batendo com os punhos na cadeira freneticamente.

— Quem é nosso primeiro recruta?

— A primeira pessoa é Rachel Price: 26 anos, especialista em linguagem corporal.

Ricky levantou uma sobrancelha maliciosa para Ethan, fazendo um sorriso de galanteador barato. O rapaz respondeu com uma cotovelada, pois Valentine fizera uma cara de desaprovação.

— Ela já trabalhou antes com a CIC, mas foi apenas pra uma captura de traficante de drogas – disse isso e apertou um botão em sua mesa: no vidro detrás dele surgiu uma projeção da foto da mulher, junto com a ficha técnica do lado.

Era uma mulher de rosto um pouco oval, de pele branca, quase albina. Tinha olhos castanho-escuros quase pretos, com cabelos também castanhos, mas eram claros e lisos, parando na altura do ombro. Seu olhar era simpático, como uma pessoa fácil de socializar.

— Oh, é bonita – comentou Ricky, e mesmo com o olhar de Valentine perto, Ethan confirmou.

— No momento está em Recife, de férias de seu trabalho. Vão lá buscá-la.

Antes de sair, eles pararam no cubículo que era o de sua nova equipe, com um tamanho de sala de estar. Um logotipo com duas asas saindo de um círculo e duas pistolas cruzadas estavam na porta. Os dizeres “SILVER” estava em arco abaixo, fechando o símbolo. Foram procurar sua especialista em armas assim que deixaram suas coisas na sala.

— Olha só quem apareceu – disse a mulher. Era negra, com cabelos cacheados e pretos. Tinha olhos de cor âmbar, o que lhe dava um ar presunçoso, mas era bem legal. Era baixa, não passando dos 1,60m, mas chamava muita atenção por seu jeito e rapidez nas cortadas. Era magra, mas definida pelo treinamento.

— E aê, Darla, tudo beleza? – disse Ethan dando uma batida de mão com ela.

— Manda aí: que é que cês tem pra mim hoje?

— Vamos recrutar mais gente pra equipe, aí a gente precisa de umas paradas, só por segurança, saca? – disse Ricky, apoiando o cotovelo na bancada. – Falando nisso, não vai querer não, entrar na equipe?

— Sei lá, só se der vontade... – comentou a mulher, coçando atrás da cabeça – Sim, a parada vai ser furtiva ou ignorante?

— Furtiva. Vamos pra Recife – disse o homem, enquanto olhava para o arsenal que se estendia por trás de Darla.

— Eita danado. Então, pera um momento – Darla procurou freneticamente, revirando as prateleiras e bagunçando as bancadas até exclamar – Aqui!

“A pistola de choque que eu tava falando à um tempo atrás, lembra? Aceita pente de munição viva também. Só mirar e atirar, mas lembre de puxar a câmara senão o cartucho não sai. Não tive tempo de modificá-la direito.”

— Beleza! – aceitando a arma, Ricky pôs num de seus coldres do peitoral.

— Já pra tu, Ethan, tenho essa daqui.

“O canhão de mão é um revólver pesado que atira cápsulas de ar. Também aguenta munição viva. Só lembra que é de curto alcance, então nada de querer dar uma de sniper.”

— Certo! – respondeu Ethan, com determinação.

—-

Pegaram a estrada com um carro popular da “empresa”, para evitar suspeitas, com Ethan dirigindo. A estrada estava boa até chegar na divisa do estado, começando a aparecer buracos grandes e intensificar o trânsito.

— É, definitivamente chegamos à Grande Recife – reclamou Ethan, tendo que desviar dos buracos quase onipresentes.

— Deixa de coisa, rapaz. Lembra que temos que ir lá pra perto do porto.

— Ok, ok. Nossa; ela não quis passar as férias, quis se esconder.

— He He, pois é.

Passaram mais algumas horas, enfrentando o trânsito da cidade até chegarem ao local: um prédio muito antigo, datando da época de colonização do país, com alguns veículos estacionados na frente. Algumas pichações se faziam presentes no muro. Assim que guardaram o carro, andaram calmamente até a recepção, com um senhor de idade como porteiro.

— Pois não? – resmungou o homem queimado pelo sol. Tinha um grosso bigode repleto de pelos brancos.

— A gente tá procurando Rachel. Mora no apartamento 403.

— Pera só um instante – o homem, do outro lado da recepção, apertou um botão e colocou um telefone no ouvido. – Senhorita Rachel? Tem dois caras aqui procurando por tu.

Houve um burburinho de uma voz alegre. O homem parou por um tempo e olhou para as caras de vendedor de planos de TV por assinatura de Ricky e de testemunha de Jeová de Ethan.

— Cês tão com quem?

— Com a CIC. Acho que ela sabe.

O homem falou para o telefone. Houve novamente a voz alegre do outro lado, com o porteiro guardando o telefone logo depois. Deu um aceno de cabeça para os outros, para seguirem caminho. Os dois subiram as escadas, mas não sem antes Ethan notar que o porteiro os observava com uma curiosidade acima do normal...

Na porta do 403, Ethan bateu na porta, mas levou uma cutucada de Ricky.

— O que foi? – perguntou o rapaz.

— Temos companhia, parceiro – respondeu o homem, tirando a trava do coldre.

Antes que fizesse qualquer coisa, a porta do apartamento abriu, mostrando a mulher que viram no escritório de Valentine. Era bem alta, ficando uns 15 cm abaixo de Ethan e quase da altura de Ricky.

— Entrem – disse a mulher, vestida com uma camisa e short leves – Vamos conversar aqui dentro.

Os dois assim o fizeram, adentrando no apertado, mas organizado apartamento. Dois cachorrinhos vieram correndo pelas pernas de cadeira e ficaram pulando nos homens. Ethan e Ricky prontamente alisaram os cachorros, brincando e falando bobagens para eles durante o caminho até os assentos, quando então encararam a mulher.

— Olá! – cumprimentou Ethan, estendendo a mão. A mulher retribuiu o gesto, e imediatamente desatou a falar.

— Está calmo demais, mas sinto uma preocupação na sua pulsação. O olhar percorreu todo meu apartamento à procura de pontos cegos ou escutas, mas como não encontrou, tentou forçar diálogo. Teve alguns problemas à algum tempo, mas as cicatrizes mentais já estão se curando.

Ricky ficou abismado com o que ela disse. Olhou para o parceiro e fez uma cara de “Nada mal”.

— Dizer que é especialista é fichinha – comentou Ethan com um sorriso.

— Ah, desculpe. Entrei no modo de “análise”. Acontece quando tô nervosa.

— Mas por que nervosa? – perguntou Ricky, preocupado – Só viemos chamar você.

— É por que tens uns carinhas estranhos que se ajuntaram há alguns dias – disse a mulher, olhando para a parede, como se ela fosse explodir em milhões de pedaços – Não sei o que querem, pois tava arrumando minha fuga, mas não parece ser coisa boa. Muitos deles tavam nervosos e estressados, com uns dois bem calmos e contidos, mas bem “marcantes”, sabe?

Ricky não disse nada, só deu um aceno para Ethan, que confirmou indo olhar na fresta da porta. Encostou a cabeça na parede e foi se aproximando, a mão preparada no canhão de mão. Fez um gesto pra Ricky pra se preparar para o pior. O homem esticou os braços como se alongasse e falou.

— Entendi. Mas eles tão estressados a ponto de ameaçar as outras pessoas do prédio.

— Pois é.

— É por isso que tem gente que nem nós! – gritou a última palavra sacando a pistola de choque enquanto Ethan chutava a porta com violência: uma dupla de capangas caiu com a madeira por cima deles. Ricky disparou, acertando dois tiros neles e os incapacitando. O parceiro dele saltou para o corredor, dando de cara com um outro, armado de uma submetralhadora de 9mm. Deu uma cotovelada, abrindo espaço entre eles e disparou com seu revólver.

Chamar aquilo de canhão de mão não era nem um pouco exagerado: o recuo que a arma teve foi absurdo, jogando o braço de Ethan com violência para cima, e o tiro comparou-se ao dano de escopetas, pois a força da bala arremessou o homem uns 2 metros adiante, e o impacto sonoro rachou a fraca pintura descascada do prédio. Felizmente, Darla havia alertado que o som não era propagado com facilidade, então não se preocupou com a discrição, mas ainda assim a arma era potente demais para ser não-letal.

— Tu sabe usar arma? – perguntou Ricky, enquanto escoltava a mulher para fora, com Ethan na vanguarda.

— Sei sim, mas não desse jeito!

— Tá tranquilo, belezinha. Tendo uma já pra ajudar é ótimo. Pega aí e vamos simbora.

“Tem uma galerinha tentando capotar a gente.”


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo pretendo lançar mais cedo, afinal, é um cliffhanger.
As vagas ainda estão abertas, viu gente? Podem mandar os personagens pra mim!
—-
E outra coisa: dei uma corrigida na ficha do primeiro capítulo, por causa de uma confusãozinha na hora da índole e atributos.



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