Agentes da CIC - INTERATIVA escrita por OrigamiBR


Capítulo 10
Pandemônio


Notas iniciais do capítulo

Eu sofri de "burnout": o período acabou, mas eu estava tão cansado que não consegui pensar ou escrever a história. Por isso, peço desculpas.
O período já começou de novo, mas eu quero poder voltar a manter os capítulos semanais.
Caso eu não consiga daqui para o próximo, então eles ficarão mensais, ajeitando na página inicial. Sem muita enrolação a mais, fiquem com o capítulo!



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Os dois subiram as escadas com calma, procurando qualquer sinal inimigo. Adentraram num corredor branco com luzes fluorescentes e algumas portas pelas laterais. Jed avisou do caminho, apesar de não conseguir ver a planta em tempo real, para chegar até o mainframe. Karen ia na frente, dando os comandos para Ricky. Avançaram sem problemas até chegar num galpão aberto, com vários leitos médicos e algumas pessoas lá, amarradas com cintos, vigiadas por alguns médicos, mas principalmente com seguranças. Os enfermos estavam deformados, com tumores, pústulas e todo tipo de problemas de pele e formação de membros. Ricky ficou irritado. Colocou uma máscara para proteger-se de qualquer infecção e deu um comando para irem com tudo.

Portado com sua pistola de choques, Ricky correu atirando nos médicos. Conseguiu atingir três depois de saltar para frente, como se tivesse flutuando em pleno ar. Chutou uma das camas vazias depois de rolar para se proteger dos disparos dos mercenários. Os impactos foram implacáveis, mas a cama resistiu. Ouviu-se os gritos assustados dos pacientes e alguns médicos correndo para longe dali. Os guardas pararam de atirar um momento, indo procurar o homem. Nesse instante, Ricky escutou gritos e muito mais disparos, como se fosse outro batalhão atacando.

E de repente, silêncio. Estranhou a situação e arriscou uma olhada por cima da cama cravejada de balas: os seguranças estavam mortos, com buracos de bala, e um dos médicos estava gemendo com um ferimento na perna. De pé, estava Karen, de cabelos esvoaçando como se estivesse num vento forte, submetralhadora .45 fumegando na mão direita e uma quantidade considerável de outras armas espalhadas no corpo, coisa que Ricky não tinha notado antes. De armas de lâmina a armas de fogo, sejam letais ou não letais, Karen Castellano parecia uma fortaleza ambulante. Foi aí que finalmente relaxou a postura e viu onde Ricky estava. Imediatamente deu um aceno com a cabeça para segui-la. O homem deu um sorriso e a acompanhou, indo para uma nova sala onde estavam vários computadores de servidor, como um galpão de containers. A sala era muito fria, evidenciada pelos vários ares-condicionados que povoavam as paredes. No meio, havia um maior de todos, com um pequeno teclado à frente, luzes piscando e uma telinha rústica de fósforo verde, parecendo de computadores antigos.

— King, encontramos o mainframe – comunicou Ricky.

— Certo, vocês têm visão para a linha de produção?

Karen caminhou um pouco, passando pelos corredores gelados. Se arrependeu de estar usando roupas leves demais, mas não esperava encontrar uma geladeira dentro. Tremendo um pouco pelas ondas de frio, chegou até um dos grandes vidros das paredes e observou a situação: a fábrica era realmente enorme, pois contava com várias esteiras não muito largas, passando de um lado para outro com certa velocidade, várias ampolas sendo feitas, passando pelas formas de plástico, depois preenchidas com um material incolor (que supunham ser o que tinham visto no computador da ala de Biomedicina), para então serem agrupadas em caixas de papelão com um suporte plástico para evitar que quebrassem.

— Sim, tenho – disse a mulher, enquanto procurava onde as caixas de papelão iam, mas sem sucesso.

— Ótimo: consegue ver--

O que Jed falou ficou abafado pelo barulho de balas disparadas. Imediatamente se abaixou e viu o vidro onde estava milésimos atrás ser perfurado. Virou o rosto rapidamente, com o raciocínio acelerado e identificou sete mercenários, espalhados pelas esteiras de produção. Se escondiam taticamente, só expondo o corpo o mínimo possível.

— Que droga, onde será que tão os outros dois? – reclamou Ricky, cobrindo o corpo junto do batente.

—--

Ethan começou a respirar mais aliviado quando viu que a atenção dos inimigos foi separada. Eles conseguiram ser eficientes em derrubar os inimigos da cabine de observação, mas o clarão do rifle de precisão denunciou sua posição, por mais que estivesse com o silenciador. Ele se separou de Helena, que tinha começado a entrar num duto de ar. Guardou a arma e puxou sua pistola .40, ativando o modo automático. Escutou os homens recarregando as armas, e então saiu da cobertura: com um salto rente ao chão, cobriu dois metros de distância e disparou contra o mercenário. Viu-o arregalar os olhos antes de a rajada atravessar seu ombro, pescoço e cabeça. Aproveitando o momento, se pôs de ponta-cabeça, desviando de um tiro de escopeta calibre 12, retaliando com uma saraivada na lateral do corpo, que o fez soltar a arma e cair sangrando. Novamente de pé, correu e disparou até descarregar o pente. Girou nos calcanhares, soltando o pente grande da parte inferior e encaixando o novo enquanto mudava a arma para semiautomático.

Apoiou a mão embaixo para melhorar o equilíbrio e atirou precisamente no gatilho da arma de um deles. Caiu na cobertura logo depois, prevendo retaliação dos outros. E estava certo, pois muitas balas reboaram nas caixas do armazém e nas paredes. Ele viu os pedaços de concreto e papelão descascarem com violência.

— Hell, você tá bem?

— Se eu tô bem?! Você tá inteiro, seu maluco?! – gritou a mulher pelo comunicador – Pulando direto no tiroteio!

— Não se preocupe, mas, heh, pra ser sincero eu não esperava ficar inteiro depois disso. Conseguiu passar?

— C-Consegui... Já já chego na cabine de produção.

— Ótimo: vou continuar puxando o fogo pra mim enquanto você desliga a linha. Cuidado! – gritou Ethan, ao desviar para outra cobertura.

— Cuidado você, seu bobão – disse Helena, baixinho.

O homem passou pelas frestas assim que podia, desviando agilmente dos disparos. Não conseguiu atirar com tudo que tinha, mas conseguia direcionar a atenção deles para si, prevendo as rotas dos mortais projéteis.

Ao mesmo tempo, Helena se apressava em se mover o mais rápido possível pelos dutos de ar, procurando pela passagem que levaria ao painel da linha de produção. Com o Anulador ativado, ela engatinhou e virou pelas curvas, vendo uma grade no final.

— Encontrei, Sis.

— Ok, veja se tem algum guarda: não tem câmeras pra eu ver.

Ela olhou pelas frestas, mas não encontrou ninguém. Desencaixou a abertura e desceu silenciosamente. A sala de comando da linha de produção era simples em comparação ao resto do complexo, com uma mesa grande de botões e alavancas e luzes, com telas de computador de tubo mostrando algumas câmeras das esteiras. Em uma delas, Helena viu vários mercenários atirando contra uma parede, os clarões perpassando suas faces. Ocasionalmente, a parede revidava, com uma dupla de mãos atirando de submetralhadoras .45 contra eles. De outra, percebeu seu parceiro Ethan avançando entre as esteiras com agilidade e feitos acrobáticos, chegando cada vez mais perto das pequenas mãos da furada parede. Resolveu continuar o trabalho que Karen iria fazer antes de ser interrompida pelos projéteis.

— King: como desligo a linha?

Jed explicou o processo, que envolvia apertar uma sequência de botões, puxar uma alavanca, achar uma chave para abrir um compartimento de acrílico e esmagar um grande botão revelado. O resultado disso foi uma luz vermelha de sirene que fez muito barulho e as esteiras parando subitamente com um tranco, jogando material por elas.

Os mercenários pararam por alguns segundos ante o som, o que lhes custou suas vidas, ceifadas pelos agentes. Assim que o tiroteio terminou, Ethan conseguiu respirar mais aliviado, e ficou mais agradecido ainda quando viu Ricky e Karen, do outro lado da parede com a janela de vidro. Eles estavam cortados, cansado e suados, mas pareciam bem.

Sentou-se no chão, recuperando o fôlego. Nem bem sabia como havia acontecido, mas tinha sido capaz de desviar de todos os tiros que foram contra ele, somente prevendo a rota das balas. Viu os dois agentes saírem da destruída sala e irem em sua direção. Helena veio pouco tempo depois, saindo assim que abriu a porta da sala de comando.

Porém, não conseguiram nem comemorar: as luzes do complexo se apagaram, para então acenderem num ponto específico, alguns metros acima deles e com certa distância. Ela revelou a silhueta de um homem magro e alto, que se mostrou pouco tempo depois: tinha cabelos brancos, mas não aparentava velhice. Pelo contrário, ele parecia ter a mesma idade que Helena. Tinha duas espadas nas costas, parecendo uma espécie de ninja contemporâneo, pois usava calças coladas de couro, com alguns pequenos rasgos, uma camisa branca de tecido leve e um sobretudo de couro preto. Ethan se perguntou como ele não estava com calor mesmo com todo esse aparato. Tinha um rosto que mostrava a junção das culturas europeia e oriental, pois tinha um queixo meio pronunciado, mas olhos puxados. Ele bateu as palmas levemente e devagar, em tom de deboche.

— Parabéns por descobrir minha pequena operação – disse o homem, com uma voz recheada de ironia e escárnio – Admito que a CIC ficou mais afiada com o tempo.

Sem hesitar, Ricky levantou o braço com o rifle de assalto de calibre 5,56 em uma única mão e atirou uma rajada de três balas. A mira ficou levemente para cima, a fumaça subiu da ponta e os cartuchos caídos no chão, mas o homem ficou imóvel e não fora atingido. No milésimo de segundo, as balas desviaram para os lados.

— Ai, ai... Por que sempre recorrem à violência? Sabe, meu caro: Escudo Cinético é acessório padrão no meu ramo... – respondeu o homem, abrindo um sorriso e mostrando dentes perfeitos e brancos. Esticou os braços para os lados como se fosse abraçar a equipe, provocando mais ainda o forte agente.

“De todo jeito, estou aqui apenas para lhes dar um aviso: vocês não conseguirão nos parar. Damien Dallapacio irá dominar toda a economia do mundo! Bom, não tenho mais uso para essa fábrica, então sugiro correrem...”.

As luzes se apagaram e reacenderam normalmente, mas não mostrou mais o homem. Ricky rangeu os dentes em frustração, mas não podia fazer nada. De repente, escutou uma transmissão aflita de Rachel.

— Ele ativou uma sequência de autodestruição! Saiam daí rápido!

— Eita caramba! – exclamou Ricky – Vamos vazar!

— King, mostra o caminho! – gritou Ethan, olhando para os lados.

Com o óculos de realidade aumentada, baixou-se a planta do local e uma linha de rota apareceu nos olhos de cada um. Correram como nunca, vendo as explosões levarem escombros e pedaços de esteira pelo ar, derrubando escadas suspensas e estantes grandes de componentes tecnológicos. Viram alguns poucos mercenários correndo para salvar suas vidas, nem se preocupando com os invasores. Infelizmente, a passagem estava bloqueada e o caminho atrás deles estava se fechando. Pensando rápido, Karen sugeriu usar uma das janelas da ala de Biomedicina. Assim que chegaram, com os vários componentes químicos e biológicos no chão, viram uma janela parcialmente destruída, mas aberta o suficiente para que pudessem passar. Sem demoras, os quatro saltaram para fora, sendo recebidos por várias baforadas de poeira e fumaça quando a fábrica ia cedendo por cima de seu próprio peso.

Onde antes havia toda uma cidade, com câmeras, ruas e postes, agora existia uma pilha de entulho e concreto quebrado, como se uma bomba tivesse caído. Ofegantes, eles se deram um tempo parados, recuperando-se e tentando entender o que aquele homem queria com aquilo. Se a fábrica era uma forma de ganhar dinheiro e dominar a economia, por que ele se daria ao trabalho de destruí-la quando ainda estava em funcionamento? Por que ele deu o nome se representava a ORBIS? Teriam que investigar cada possibilidade se quisessem acabar com essa nova ameaça que estava levando o país para a ruína (nesse caso, literalmente).

Com a ELITE, DiMarco e agora a ORBIS, a CIC estava com sérios problemas, e teriam que conseguir muita ajuda para acabar com essas organizações criminosas e libertar o país de vez. Corrupção se escondia em cada beco e mente, e só com uma forte determinação eles iriam continuar.

Ethan, Ricky e Helena estavam focados nos seus objetivos, e não iriam descansar enquanto não os cumprisse.


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Notas finais do capítulo

Rá, eu tava querendo finalmente poder mostrar um dos vilões da história! Acho que mais um ou dois capítulos e eu termino a primeira saga dos "Agentes da CIC"!!!
Com isso, no próximo eu vou abrir uma votação. Mais detalhes no próximo capítulo!
Até lá e obrigado!



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