— Ai meu Senhor! - eu tapei a própria boca para esconder meu espanto. A casa da minha tia na França é GI-GAN-TES-CA! Havia segurança por todos os lados no Jardim e no salão de entrada, e empregadas correm de lá para cá a todo momento! Os bolos! Oh! Os lindos, maravilhosos, e deliciosos bolos! Não acredito que estou vivenciando isso!

— Filha, lá vem ela. Mostre como você é inteligente! - sorriu minha mãe.

Eu ajeitei a postura, abaixei uma mecha rebelde do meu incrivelmente comprido cabelo preto, e olhei o reflexo de meus olhos azuis um uma prataria sobre à mesa. Minha tia, vestida com um vestido de seda roxo, seguia pelo corredor em nossa direção. Parecia jovem, apesar da idade. Parecia rígida, apesar da bondade que amolecida seu coração. Ela sorriu para mim, abraçou minha mãe e disse:

— Bem vindas ao meu lar- doce- lar!

Após várias voltas naquela mansão enorme, eu me lembrei da escola nova. Eu precisava preencher uma papelada e assinar alguns documentos.

Tomei um banho, me arrumei normalmente, calça jeans, camiseta simples e uma sapatilha preta. Sério, é só uma papelada, não uma festa de gala. O chofer da tia Bridith me levou até Sweet Amoris. Que passeio emocionante. Tudo ao redor parecia um museu!

Quando cheguei a tal escola, pedi que o motorista esperasse meu retorno, e fui até encontro da diretora. Atravessei o pátio. Havia um garoto de cabelos tingidos de vermelho tomate, sentado nos bancos de lá... Apesar de ser horário de aula. Que malandro, matando aula. Ele me encarou por um instante quando percebeu minha presença. Eu só fingi que não vi nada e me direcionei à sala do grêmio.

Entrei. A diretora, um garoto loiro muito atraente, e uma garota - que me parecia legal- me cumprimentaram.

— Olá, você é Nightmare?- perguntou a velha.

— Sim, senhora. Eu estou aqui para conferir os documentos sobre a minha inscrição em Sweet Amoris.

— Meu nome é Shermansky, sou a diretora da escola. Esse é Nathaniel, o representante do grêmio.

Eu o olhei e dei um sorriso gentil.

Como se meu gesto tivesse sido o bastante, ele abriu um sorriso de orelha à orelha e me disse que seria à ele, quem eu deveria recorrer, caso houvesse algum problema:

— É um enorme prazer conhecê-la. Eu vou lhe mostrar a escola. Quer me acompanhar?

Eu concordei com a cabeça.

Ele me guiou pelos corredores da escola para me mostrar cada canto. Infelizmente, para meu desespero, o sinal tocou justo quando eu estava na metade de minha excursão com o representante. Os corredores se encheram. Eu acabei me separando de Nathaniel.

— Oh, só me faltava essa.

— Ah! Olhem só! Outra novata!

Eu me virei para ver quem era. Loira... Modinha... Já não gostei de tamanha arrogância que demonstrava ao usar as palavras.

— E então? Quando começa? Estou louca para te conhecer.

Eu levantei uma sobrancelha. Ao que ela se referia? Queria briga? E tão cedo? Ela foi se aproximando de mim até que o ruivo falso de repente apareceu.

— Sai de perto da novata Ambre, você não pode brigar com qualquer um que vê por aí.

Eu o encarei. Como podem falar de mim, como se eu não estivesse ali, usando o termo "novata" para me definir? A loira esquisita foi embora meio sem graça, e o carinha me levou para perto de Nathaniel.

—Onde se meteu Nightmare?

— Nightmare? - perguntou o ruivo, me olhando.

— É meu nome.

— Parece que já conheceu quem não devia.

— Parece que o céu é azul.- Respondeu o ruivo na ironia.

Saquei. Aquilo ali, eram duas forças completamente opostas lutando. Estavam lutando pela minha atenção nesse momento.

—De onde vem a... Nightmare... Nathaniel.

Eu abri a boca para responder e fui interrompida

— Não é da SUA conta Castiel.

Castiel. O nome dele. Encarei os seus olhos por alguns instantes, sem nem perceber a briguinha dos dois. Quando Castiel percebeu que eu o encarava, me olhou, perplexo. E eu, apenas desviei o olhar:

— Nathaniel, não temos tempo pra isso... Nós saímos dali.

Castiel me olhava enquanto eu me afastava com Nathaniel. Foi chato. Horas escrevendo enquanto ouvia um discurso sobre como o Castiel era má influência. Eu achei ele muito maneiro. Não era discurso nenhum que ia mudar a primeira impressão que tive dele.