~Pov's Castiel~

Faltavam apenas dois dias para o baile, eu ainda não havia comprado um terno para mim, mas isso não era realmente um problema.

O que me preocupava era o resultado do vestido de Ailina.

Nesse momento, eu, Lysandre, Adrien e Alexy seguíamos para a loja de Leigh para ver o resultado final do vestido que ele trabalhara tanto para fazer...

—Estou ansioso!! Muito ansioso!!- Alexy dá pulos e bate palmas sem parar.- Muuuito ansioso!!

—Não é o único.- Comento enquanto entramos na loja.

Não demorou muito até um atendente vir até nós...

—Boa tarde.- Desejou a nós.- Com o que posso ajudá-los hoje?

—Nós viemos ver Leigh.

—O senhor Leigh está ocupado em seu at...- Eu corto-o.

—Eu sei onde ele está e o que está fazendo, viemos pela encomenda especial.- Eu estava me corroendo por dentro de ansiedade.

—Ah, claro... vou avisá-lo sobre.

—Você foi grosso demais com o cara.- Adrien me diz.

—Deixa ele, é pura ansiedade.- Alexy ri.

—Ah, parem de conversa!- Peço.

Depois de uns minutos esperando, Leigh aparece junto do atendente...

—Ah, vocês chegaram finalmente!- Veio até nós, seu rosto não estava um dos melhores.

—Parece que um caminhão atropelou sua cara.- Adrien comenta.

—Obrigado.- Leigh agradece e segura meu ombro.- Rosa e Iris já o viram, elas amaram.

—O que está esperando? Me mostre.- Peço me contendo o máximo que podia. Tinha que ser perfeito.

—Okay, esperem aqui.- Ele volta para os fundos. Nos sentamos nas poltronas que haviam por ali enquanto esperávamos.

E então o momento chegou, aos poucos o vestido foi se revelando na escuridão dos fundos, passando pela bancada do caixa e percorrendo um caminho até chegar a nós...

—Voilà!- Leigh posicionou o vestido bem a minha frente.

—...- Ninguém falou nada.

—Sinceramente, já fiz vários vestidos complicados, mas esse...- Suspirou enquanto encarava seu trabalho.- Camadas e mais camadas de cores e “estrelas”, como uma galáxia.- Ele apontou para o vestido.- E, claro, uma máscara delicada como uma flor para combinar.

—...- Levanto-me e vou até o vestido, olhando-o mais de perto.

—E então? Como vai ser?- Estendeu a mão para mim.

—...- Encaro-o.- Não poderia ser mais perfeito.- Dou-lhe meu cartão.

—Ótimo.- Ele assentiu e fomos para o caixa.

Quando terminei de pagar, ele embalou o vestido em uma caixa de presente...

—Foi um ótimo negócio.- Ele diz.

—Com certeza foi.- Afirmo.- Obrigado.

Me viro para ir embora, mas sou chamado por Alexy...

—Antes de você sair por essa porta...- Ele veio até mim.- Temos algo pra você também.

—Como assim?

—Você não é o único que pode surpreender alguém.- Adrien sorri.

—Leigh, por favor.- Lysandre pede, o irmão dele vai até os fundos novamente e volta com outro manequim, só que este estava vestindo um terno incrível.

—Uou!- Comento ao vê-lo.

—Esperamos que faça bom uso dele.- Alexy coloca as mãos em meus ombros.- Afinal, Leigh trabalhou em dobro.

—Pois é.- Ele estendeu a mão para Lysandre, o mesmo deu o cartão para o irmão.

—Vocês são inacreditáveis.- Solto um sorriso de canto.- Valeu gente.

—Também te amamos, cara.

~Fim pov's Castiel~

—Como vai a busca pelo “vestido ideal”?

—Não vai, simples.- Suspiro.- Faltam dois dias e eu não encontrei nada...- Choraminguei.

—Quer dar mais uma procurada?- Perguntou, eu o encarei com a cabeça apoiada na mesa.

—Mais uma?- Minha cara provavelmente não foi a das melhores.

—Ou prefere meu terno?- Riu, eu não ri.

—... será que fica grande demais em mim?

—Jura?!

—Sem chances para mim...- Sopro minha franja que estava me incomodando.- Acha que, sei lá... eu posso achar alguma coisa no meu guarda-roupa vazio?

—Se você for mágica ou conhecer algum mágico, creio que sim.- Ele jogou um papelzinho em meu cabelo, eu resmunguei.- Acha que consegue?

—...- Apenas o encarei, ele ergueu as mãos em forma de rendição.

—Tudo bem, tudo bem.- Recostou na cadeira novamente.- Então... o que pretende fazer?

—Sinceramente? Eu não tenho ideia.- Rio levemente.- Vou aparecer lá de shorts e blusa.- Rimos.

—Rosalya te expulsa.

—Provavelmente.- Rio.- Ah, acho que vou pra casa.- Digo olhando o horário no celular.

—Tá querendo se livrar de mim?- Fez um bico.

—Quero.- Digo, ele se faz de ofendido e eu rio.

—No fundo dessas palavras amargas tem amor.

—Será mesmo?- Pergunto com um sorriso divertido, ele dá a língua.- Com certeza tem.- Rio.

Me levanto juntamente de Kentin, deixamos dinheiro na mesa do café e saímos de lá.

Ao chegar em casa, subo as escadas para ir para meu quarto, no caminho, encontro Sebastian...

—Boa tarde, Sebastian.- Digo, ele deu um pulo.

—A-Ailina?! Que susto!- Ele diz com as mãos atrás das costas.

—Estava fazendo coisa errada, é?- Pergunto séria, ele enrijeceu a postura e engoliu o seco. Eu rio.- Estou brincando! Haha, sei que não estava.- Ele demorou um pouco, mas riu... Nervoso?

—Estou meio ocupado agora então...- Ele andava de costas para o lado oposto ao meu, permanecendo com as mãos nas costas.- A-Até mais!- Saiu andando rapidinho.

—... Até...

~Pov's Castiel~

Ouço a porta do quarto abrir e vejo o mordomo entrando com sua carta em mãos...

—Você parece que viu um fantasma, credo!- Adrien ri enquanto olha o mordomo, mas logo para quando percebe que ele não riu.- Viu mesmo?!

—Não...- Ele deixou a carta em cima da mesa em frente ao sofá.- Mas eu vi Ailina.

—Ela já voltou?!- Rosa indaga.

—Se não era ela eu não sei quem era.- Ele diz coçando a nuca.

—Ah, mas não era para ela chegar agora! Que saco!- Bufou Alexy.

—Sebastian, você vai ter uma missão!- Iris apontou para o mordomo.

—E-Eu?!

—Você!- Disse.- Você está encarregado de garantir que Ailina não venha pra esse lado da casa até nós sairmos, ela não pode saber de nada disso.- Apontou para o quarto inteiro.

—Tá okay!- Ele afirma e sai.

—Devíamos apressar isso tudo...- Iris diz.

—Não podemos apressar nada, tem que ser verdadeiro, e coisas verdadeiras levam tempo.- Lysandre comenta enquanto escreve alguma coisa no papel.

—Eu concordo.- Adrien olha Iris.- Vamos com calma.

—Claro, você ainda tem que pensar.- Iris bateu com o lápis de leve na cabeça do namorado.

—Hey, estou me esforçando aqui, tá?!

—Tá, tá!

Todos inspirados, escrevendo coisas verdadeiras nos papéis e decorando os envelopes do jeito próprio deles, até mesmo colocando fotos dentro deles.

Mas eu estava com certos problemas, minha folha estava em branco, apenas com certos pontos fracos de caneta preta que eu estava fazendo ao bater a ponta da mesma na folha, pensando no que escrever. Mas nada passava em minha mente, eu não sabia quais palavras usar, quais adjetivos, quais verbos, quais emoções... eu não sabia.

A medida que o pessoal ia terminando as cartas, eles iam colocando dentro da caixa vermelha no centro da mesa, junto à carta de Sebastian. Eu ainda tinha muito o que pensar e considerar...

—Você poderia andar logo?- Perguntou Rosa.

—Não me apressa! Droga!- Resmungo.

—Estamos aqui a tarde inteira planejando essas cartas e você não escreveu uma palavra sequer.- Adrien olha o meu papel.- Só pontos chatos.

—Ah, parem de encher e deixem-me pensar em paz!

—Ai que estressado...- Alexy murmura.

—...

—...

—...

—... estou com fome.- Alexy diz, nós o olhamos.

—Você não pode sair daqui.- Adrien avisa.

—Mas ele pode.- Alexy apontou para mim. O pessoal olhou para mim.

—Não vou buscar nada pra você.

—Qual é, Castiel!- Choramingou.- Estou com foome!

—Não ligo.

—Vou te encher o saco até não querer mais caso não for.- Ignoro-o... até ele vir ao meu lado e começar a me cutucar.- Por favor, quero comida, me alimente!! Aaaaah! Me alimenta! To com fome, vai, por favor, vai lá, vai, vai, vai, vaaai!

—Aaaah! Porra!- Reclamo e o encaro.- Será possível?!

—Eu quem pergunto! Será?!- Franziu o cenho, manhoso.

—Ugh! Eu vou!- Bufo e levanto.- O que você quer?

—Eu quero batatas!

—Eu também!- Rosa e Iris levantaram as mãos.

—Mas eu quero pipoca!- Adrien exclama.

—Pode ser um suco para mim, está de bom tamanho.- Encaro Lysandre com indignação. Ele dá de ombros e sorri.

—Não era só o Alexy que estava com fome não?- Pergunto, todos dão de ombros.

—Já se ofereceu mesmo. Não tem porque não pedir.- Adrien comenta.

—Inacreditáveis.- Reviro os olhos e saio do quarto em direção à cozinha.

~Fim pov's Castiel~

Visto minha falta de livros no quarto, eu parti para a biblioteca da casa para buscar um livro. Saio de lá com um livro botânico em mãos, lendo seu verso. Mas ele não permaneceu muito tempo em minha mão, ele caiu com o baque que levei, perdi um pouco o desequilíbrio, mas não caí pois fui segurada...

—Ah, foi mal! Você está bem?- Castiel perguntou, eu sorri.

—Tudo bem sim.- Afirmo enquanto abaixo para pegar o livro.- Estava meio distraída, desculpe.

—Não, a culpa é minha por não ver você no caminho.- Sorrio levemente em resposta. Ele fita o livro em minhas mãos.- O que vai ler?

—Ah, nada além de um belo livro sobre botânica, só para variar.- Rio, ele soltou um riso abafado. Por instantes ele me analisou.- O que foi?

—Não, nada.- Ele afirmou.- Só quis olhar.

—A-Ah... claro...- Admito que minhas bochechas ruborizaram nem que um pouco.

—E então? Ansiosa pela festa?

—Ãhn? Ah... sim, sim...- Afirmo lentamente. Eu ainda precisava do vestido, mas eu não tinha a mínima ideia do que fazer.

—Não é o que me parece.- Ele diz, me encarando.

—Impressão sua.- Sorrio.

—Esse sorrisinho aí me diz o contrário.- Ele aponta para meu rosto.- Qual o problema?

—...- Suspiro.- Eu não encontrei vestido nenhum para eu usar... E quando eu achei um não serviu em mim...- Solto outro longo suspiro.

—A-Ah, foi...?- Ele perguntou, senti sua voz levemente... sorridente? Olhei-o, sua mão estava em frente a sua boca em forma de punho.

—Foi sim...- Fiz que sim enquanto o observava atentamente. Seus olhos estavam sorrindo um pouco.- Isso te parece bom por acaso?

—Eh?- Eles pararam de sorrir.- N-Não, de maneira alguma.- Negou com a cabeça.- Tenho certeza que você vai achar... uma solução.

—Espero.- Afirmo. Nesse instante, eu ouço algo fazendo um barulho alto na direção do quarto de Castiel.- O que foi isso?

—...!- Ele olhou para trás.

—Deveríamos ver o que aconteceu.- Digo indo em direção ao seu quarto, mas, quando piso naquele corredor, Castiel me abraça por trás.

—Não!- Ele diz ao fazê-lo. Eu olho para ele.- Q-Quer dizer, não precisa, deve ser só alguma coisa caindo pra variar.

—Tem certeza? Isso não me pareceu “natural”.- Ele me encara.

—Tenho, absoluta.

—Então tudo bem...- Digo encarando o corredor, mas a vista muda quando Castiel vira seu corpo e o meu para o outro lado. Mas ele não me soltou, permaneceu com seus braços em torno de mim, num abraço acolhedor. Senti seu queixo encostar no topo de minha cabeça, me arrepiando.

—Ah como eu gosto disso...

—Disso?

—Disso.- Ele me apertou um pouco mais, mas nada que fosse incômodo. Nem havia como ser.

—...- Seguro seus braços com os meus de maneira carinhosa.- Eu também gosto.- Ficamos um tempo daquele jeito, até ele me soltar e suspirar.

—Eu tenho que ir agora.- Ele diz dando um beijo em minha testa.

—Ah, tudo bem.- Sorrio e dou-lhe um beijo na bochecha esquerda.- Está liberado.- Brinco.

—Eu sou um homem livre.- Ele ri.- Não preciso ser “liberado”.

—Com certeza.- Rio baixinho. Quando ele se virou de costas para mim, o chamei novamente, ele me encarou.- Eu te amo.- Sorrio gentilmente.

—...- Ele abriu um sorriso para mim e seguiu seu caminho.