Gerações - Interativa escrita por Litsemeriye, Haria Ana


Capítulo 6
IV


Notas iniciais do capítulo

Haria:
HEY GENTE! Cá estou eu novamente com mais um capítulo para vocês!
Foi até rapidinho, não foi?
Lits vai passar aqui depois deixando o próprio recadinho (ou não XD)
~Boa leitura~



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Quando o apito que anunciava o final do último tempo soou, o adolescente agradeceu por finalmente poder descansar. Sua pele estava coberta de suor e ele se sentia feder, mas finalmente o jogo havia acabado e, com o placar em 67 a 50 para seu time, sua escola estava oficialmente classificada para o torneio nacional. A arquibancada ainda gritava enquanto ele cumprimentava o time adversário e o barulho continuou forte mesmo depois de ambos os times terem deixado a quadra.

Aos quinze anos, Alexiel era o ás de sua escola e nada poderia deixa-lo mais satisfeito. O capitão do time, um veterano do Sixth Form*, lhe parabenizou com um tapinha nas costas antes de o time finalmente entrar no vestiário.

“Grande jogo, não é, Alex?” Danny lhe perguntou, enquanto tirava o uniforme suado e se preparava para a fila da ducha. “O pessoal está pensando em ir comemorar naquela lanchonete nova. Você vai?”

Alex meneou a cabeça em negativo.

“Valeu pelo convite, mas eu passo.” Ele começou a tirar o próprio uniforme e procurar por roupas limpas no armário. “Tenho que ir buscar minha avó na casa de uma das amigas dela ainda. Quem sabe na próxima.”

“Você quem sabe” Danny deu de ombros, já conformado com o fato do amigo nunca aparecer nas comemorações de vitória do time, embora ele mesmo tivesse sido o motivo delas.

Alex, como sempre, esperou o vestiário esvaziar para poder tomar banho em paz. Então, quando finalmente estava pronto, saiu do local. Seu plano inicial era seguir pela entrada principal, porém assim que pôs os pés para fora da área da quadra ele percebeu que o time havia sido parado pelos demais alunos. Para evitar ficar preso, voltou pelo mesmo caminho, com o novo objetivo de contornar por trás das arquibancadas e pular o muro de trás do colégio.

Ele estava quase conseguindo quando avistou uma figura que não se lembrava de ter visto antes. Era uma garota de cabelos róseos curtos e pele morena. Ela não parecia ser tão alta, mas usava botas de salto que deviam lhe garantir uma altura mínima de cerca de um e setenta e poucos. As botas e a jaqueta que usava eram pretas, que combinavam com o vestido branco, mas o que mais chamava a atenção nela era a máscara que cobria seus olhos.

E, mesmo que o rapaz não conseguisse realmente ver os olhos dela, sentia que estavam cravados em si.

“Hã... oi?” Ele tentou, mas ela não emitiu nenhum som. Apenas acenou, como em cumprimento. “Também está fugindo da bagunça?”

Dessa vez ela não realmente se moveu, e se não fosse o movimento de seu peito subindo e descendo com a respiração, ele teria certeza de que era uma estátua – mas ainda não tinha certeza se ela era real ou uma alucinação causada pelo cansaço.

“Você deveria ir.”

A voz da garota fez Alex se assustar. Era séria e sem emoção, mas ainda assim tinha algo que o fazia tentado a obedecer.

Quando ele abriu a boca para responder, a garota disparou contra a parede. O britânico se encolheu, certo de que ela bateria nos tijolos, mas, no último segundo, a de cabelos rosa pulou, pousando graciosamente em cima do muro e então sumindo atrás dele.

Alexiel Beaumont nunca mais viu a garota, mas três anos mais tarde quando seu pai apareceu na casa da avó para leva-lo embora, ele teve a impressão de ter visto a mesma garota de relance, do outro lado da rua.

Quando piscou, porém, a calçada estava vazia.

X

Daniel não entendia exatamente qual era a dos espanhóis com músicas do Enrique Iglesias*, mas era fato que dançara tanto as músicas do cantor desde que chegara em Ibiza que já tinha memorizado a maioria das letras. Ele mexeu o quadril mais algumas vezes, esfregando-se contra a ereção do cliente, e então a música acabou. O britânico se pôs de pé normalmente e contou as notas postas dentro de sua cueca para confirmar se o valor estava correto.

O homem ainda disse algo, mas o stripper não ouviu. Sua atenção se prendeu no bar da casa de swing, onde uma cabeleira muito conhecida se encontrava. Haviam alguns strippers, tanto homens como mulheres, em volta, parecendo tentar chamar a atenção a qualquer custo, mas os olhos claros só realmente se ergueram do copo quando Daniel se aproximou.

“Eu nunca pensei que te veria na praia, Nebbia.” O louro se sentou no banco vazio ao lado da italiana, e então a nuvem de pessoas se dispersou. “O que faz em Ibiza?”

“O puteiro mudou de nome e eu não fiquei sabendo?” ela ergueu o copo e logo a bartender correu para servir uma nova dose de uma bebida vermelha com umas frutinhas pequenas espetadas na borda do copo. “Eu preciso tratar de algumas coisas com você. Estava na cidade em missão e resolvi adiar minha volta à Itália um pouco para passar aqui.”

“Me sinto honrado.”

Não era uma mentira. Daniel nunca mentia, talvez porque ele não soubesse exatamente identificar uma mentira. Ele também sabia que a pirralha italiana não mentia, ou pelo menos ela ainda não tinha mentido para si, então valia a confiança.

Ele esperou em silêncio a mais nova terminar a bebida. Viu quando Nebbia deixou um pequeno bolo de notas sobre o balcão – de baixo valor, mas tantas que provavelmente poderia ter comprado o cardápio inteiro, mesmo que só houvessem três copos vazios em sua frente.

“Vamos lá fora, eu preciso fumar.”

“Certo.”

Daniel os levou por uma saída dos fundos, mais usada pelos funcionários dali, que dava numa ruela estreita e sem saída. Nebbia pegou um cigarro do maço em seu bolso e acendeu, dando uma tragada funda e segurando a fumaça nos pulmões.

O homem sentiu uma leve pontada no baixo-ventre. Ela não era exatamente uma figura masculina, como as pessoas que normalmente despertavam sua atração, mas havia algo na italiana que o atraía.

“Meu pai está enchendo o saco esses dias. É bom me distanciar um pouco.”

“Seu pai está morto, Nebbia.”

“Eu quero dizer Squalo, seu imbecil.” Ela rolou os olhos e tragou de novo o cigarro. “Enfim. Xanxus está negociando com um dos manda chuvas da área. Ele quis tirar o fim de semana para foder meu tio e me mandou em missão de campo. Acontece que o tal Chefe que eu deveria conversar tem um filho da minha idade que agora não para de me mandar mensagens e ligar para a mansão e tentar contato.”

“E o que eu tenho a ver com isso?”

“Você vai matar esse pé no saco, Danller.”

“Por que eu?”

“Porque ele está incomodando a Família, mas se eu fizer isso eu começo uma guerra. Squalo está no meu pé desde o acidente na Cidade do Cabo.” Ela jogou a guimba no chão, ainda com um pouco de tabaco queimando e um fio fino de fumaça dançando entre eles. “Você não tem escrúpulo, Danller. O que você quer dessa vez pra fazer o serviço?”

Daniel pensou um pouco. Ele podia escolher literalmente qualquer coisa no mundo naquele momento, e só teria que matar alguém. Nada extraordinário. Mas acima de carros, mansões ou dinheiro, existia algo que ele queria imediatamente.

“Eu quero dois maços daquele cigarro francês que você sempre tem. E uma foto do Diabo.”

“Uma foto do Diabo?” Nebbia torceu o nariz enquanto tirava dois dos três maços extras de cigarro que levava escondidos na roupa e os entregava para o galês. “Por que você quer uma foto do meu cachorro?”

Daniel deu de ombros.

“Eu gosto de cachorros.”

Nebbia girou os olhos nas órbitas, pegando o celular e digitando rapidamente nele. Alguém assoviou da entrada do beco, se para um Daniel usando apenas cueca e coturnos ou uma Nebbia que excepcionalmente usava shorts e camiseta – por causa do calor da cidade – nenhum deles sabia.

Nenhum deles se importou também.

“Está no seu e-mail a foto. E a descrição do lugar, endereço, rondas de segurança e tudo o que você precisa saber pra matar o cara certo.”

“Certo. Para quando você quer o serviço?”

“Daqui há dois dias. Eu vou ter viajado para a América então eles não vão ter como dizer que eu estava no meio disso.”

“Mas você está.”

“Eles não precisam saber. Capiche?”

“Entendido.”

Nebbia deu um de seus raros sorrisos, satisfeita com o que ouviu. Então deu as costas, saindo do beco e deixando o louro para trás.

Daniel assoviou, feliz. Tinha ganhado seus cigarros favoritos praticamente de graça. Ele não acreditava em como a italiana pagava tanto por trabalhos tão simples, mas ficava feliz que o fizesse.

Não era como se ele se importasse tanto em matar algumas pessoas se isso fosse lhe garantir o que quisesse.

Mesmo que fosse só um cigarro.

 


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Notas finais do capítulo

Glossário:
1 – Sixth Form: são os dois últimos anos do ensino inglês. Na Inglaterra, o ensino é dividido em Escola Primária (que conta com o pré-primário – Reception – até o sexto ano – onde os alunos tem em média 10/11 anos. A divisão das séries varia de escola para escola, sendo que algumas instituições dividem a primária em Infant School – da Reception até o segundo ano – e Junior School – do terceiro ao sexto ano), e Escola Secundária (que começa no sétimo ano, quando os alunos tem em média 11/12 anos, e termina no décimo terceiro ano – ou pré-universitário – quando os alunos tem em média 17/18 anos.
A Escola Secundária é constituída por três “níveis”: Key Stage 3 (sétimo, oitavo e nono ano), Key Stage 4 (décimo e décimo primeiro ano) e Sixth Form (décimo segundo e décimo terceiro ano). Porém, os dois últimos anos, o Sixth Form, não são obrigatórios, e existem muitas escolas que sequer tem turmas para eles.

2 – Enrique Iglesias: Enrique Miguel Iglesias Preysler é um cantor e compositor espanhol, filho do cantor Julio Iglesias com a modelo filipina Isabel Preysler. Ele nasceu em 1975, em Madrid, e começou a carreira nos anos ’90. Em 2008 recebeu o título de Rei do Pop Latino na Calçada da Fama de Hollywood, onde tem uma estrela. Em 2007 foi citado como o artista latino mais influente nos Estados Unidos e no mundo durante os últimos quarenta anos. Ao lado de Madonna, Iglesias é o cantor com mais canções em primeiro lugar Billboard Dance Charts, com vinte e uma músicas no topo da parada. Em vinte anos de carreira (1994 – 2014) vendeu cerca de 135 milhões de álbuns e 98 milhões de singles, fazendo-o o segundo artista latino que mais vendeu álbuns e singles em todos os tempos (o primeiro é seu pai, Julio Iglesias). Venceu mais de 180 prêmios, incluindo 2 Grammys, 6 Latin Grammy, 16 Billboard Music Awards, 43 Billboard Latin Music Awards, 5 American Music Awards, 7 World Music Awards e 5 MTV Awards.
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Lits: Eu vou parar de prometer capítulos rápido, eu nunca consigo mesmo.
Sobre a demora: minha vida está um caos. Eu entrei em uma fodida crise depressiva onde durante meses nem minha irmã sabia se eu estava vivo ou não. Basicamente eu fiquei tanto tempo dentre de um quarto que eu adoeci muito. Reprovei de ano por causa de falta, voltei a ter problemas com vitamina D e meu grau ficou fodidamente ruim.
Depois eu passei uns meses me recuperando. Quando saiu PokemonGO eu saí de casa (porque eu amo pokemon) e, aos poucos, recuperei a vitamina D (a deficiência vem da falta de Sol), voltei ao tratamento psicológico e meu grau regrediu (meu olho tava falhando por causa de má alimentação).
Até que alguns dias atrás eu abri o computador e a guia estava no Nyah!. Eu não mexia nesse computador há muito tempo, e foi realmente uma coisa que aqueceu o meu coração. Eu li minhas fanfics antigas e lembrei o porquê eu escrevia. E aqui estou.
Eu não vou prometer capítulo em breve porque vemos já que minhas recaídas vem de repente, mas eu prometo me esforçar e vir até vocês com capítulos bons c:
Obrigado a todos que comentaram e continuam conosco!
A parte dois do especial de natal vai ser postada pela Haria, porque não sei se vocês sabem, mas nós dois moramos em Brasília, e hoje (31/12) vai acontecer um protesto e o exelentissimo sr Lits tá em todo protesto contra o Temer e aliados (no caso o de amanhã é contra o Rollemberg e o aumento da passagem de ônibus). Como todos sabemos protesto anti-governo sempre tem polícia caindo em cima, então, bem, digamos que eu tenho costume de levar gás de pimenta na cara :D
Novamente, obrigado a todos vocês.
Bye, bye, cherry pies! See you next time!



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