ONE-SHOTS escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 1
Hans & Merida — Dei-me amor (+16)


Notas iniciais do capítulo

A música tema desse Ship será Give Me Love do ruivinho lindo e fofo Ed Sheeran, não seguirá a história da letra, mas se quiserem ler a ouvindo. Espero que gostem, e deem sugestões dos próximos shipps, até lá em baixo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/681700/chapter/1

Hans & Merida

Dei-me amor

 ***

A ruiva de cabelos encaracolados desce a escadaria do calabouço com passos lentos, em sua mão esquerda uma tocha ilumina o caminho devido à escuridão, se ouve apenas as gotas de água que caem das filtrações do teto ao chão a cada três segundos, a bela figura cerra um pouco os olhos como se esse gesto a ajudasse a enxergar o caminho, num passo em falso quase caí, é impedida apoiado às mãos nas raízes de plantas que crescem nas frestas da parede, sorri de canto para em seguida soltar um suspiro de alívio.

— Deveria ter mais cuidado princesa.

A voz rouca abafada do prisioneiro chega a seus ouvidos em deboche, ela revira os olhos involuntariamente, não faz questão de respondê-lo, ajeita o vestido com um das mãos, desce os últimos degraus da escadaria cuidadosamente para em fim aproximar-se da cela onde está o homem, levanta à tocha a altura do rosto dando luz ao prisioneiro, esse está com as costas sobre o gradil da cela, sentando sobre o chão, suas pernas estão flexionadas contra o peito, sua cabeça está baixa, a mulher de pele clara igual porcelana e os olhos azuis feito safira solta um riso amargo, ver o homem que tentou roubar seu reino casando-se com ela em um estado de rendição é irônico, há poucos dias era ameaçador, decidido e manipulador, agora só não passa de um desgraçado.

— Como está o chão da prisão querido? É confortante?

Ele não a responde de imediato, levanta-se com dificuldade, pode-se dizer que estava nessa posição há horas, quando faz vira-se para deslumbrar o rosto da princesa suspira ao vê-la com um semblante de puro ódio, se apaixonou por ela não mentiria, mas a ganância falou mais alto, a deu desilusões, prometeu coisas que não estava ao seu alcance, só queria ter outra chance para redimi-la, sabia que não teria seu perdão, porém se ela ouvisse tudo que está entalado em sua garganta antes que as palavras não ditas o sufocassem. Só isso que a pediria, para uma vez na vida alguém lhe escutasse, o compreende-se.

— Não me olhe assim princesa. – Suas palavras saíram num suspiro pesado rasgado a garganta num engolir seco.

— Como quer que olhe para você Hans?! – começou ela com energia. Vagou nos olhos azuis do homem atrás das grandes, como se buscasse as palavras, entreabriu os lábios num duro sorriso falso. – Depois de tudo que fez seu idiota! Como pode me enganar dessa maneira? Fico pensando se você enganou outras... Eu lhe amava Hans, eu lhe amava! – Lágrimas pesadas caíram-lhe dos olhos quase sem toca-lhe as faces.

Ele desviou o olhar para o chão, essas palavras o doíam, seu coração apertava-se, não queria fazer-lhe mau, mas a fez sentiu-se como várias chicotadas batessem em suas costas com a enorme culpa, não diria o quanto se arrepende, é orgulhoso de mais para tal ato.

— E ainda me ama não é? – Seus lábios se apertaram comprimindo as palavras e os olhos tinham aquela expressão que a ruiva conhecia.

— Não vou mentir ainda o amo. – Apertou os olhos negando as próprias palavras. – Com você foi meu primeiro beijo e minha primeira noite, me fez sentir-se como ninguém nunca fez, mas agora olhando para você sinto-me imunda. - falou ela, relaxando os músculos.

— Não diga isso Merida, o único imundo aqui sou eu. – murmurou com a voz pesada, deu alguns passos para se aproximar, entre eles a agrade. – Você é a mulher mais formosa que já conheci, queria eu ter dando conta disso antes. – Examinou-a. Sua fisionomia se escondia pelo breu do lugar, mas conseguia vê-la pela tocha acendida a altura do queixo.

— Mesmo estando preso ainda continua sendo um galanteador idiota. – falou e riu apertando os olhos que riam também com uma ponta de sarcasmo. – Não caio mais nessa, aprendi com meus erros, você deveria aprender com os seus. – acrescentou lhe lançado um olhar desafiador

— Talvez, mas o único erro que cometi foi me apaixonar por você. – resmungou seguindo-a com o olhar. – Eu te amo Merida. – Ela lhe lançou outra olhar, desta vez inexpressiva.

— CALA BOCA! – gritou depois de um breve silêncio. Soprou nostálgica a respiração lembrando-se da primeira vez que ouviu tais palavras. – Não me faça sofrer mais com palavras mentirosas. - Aproximou-se das grandes vendo sua face, a pele levemente bronzeada, cabelo ruivo e algumas sardinhas em suas bochechas.

— Eu te amo e não é mentira. – ele sussurrou estendendo a mão espalmada na direção dela. Recolheu a mão quando a viu a estremecer. - Só quero que ouça atentamente minhas palavras, por favor. – pediu num tom baixo, ela não o respondeu. – Eu sou filho mais novo de doze irmãos, nunca recebi atenção que eles recebiam, alguns deles fingiam que eu era invisível por três anos, no começo aguentei seus deboches, seus insultos e piadas, mas como tudo tem um limite resolvi que ninguém mais pisaria em mim.

— Não ligo para sua historinha triste. – disse num tom indiferente. Fixou o olhar vadio nos ombros do homem.

— Há dois anos eu conheci uma princesa, era ruiva igual a você, a diferença é que o dela era alaranjado. – recomeçou. – Prometi a ela casamento, a enganei e quase a matei, mas ela se salvou. O amor a salvou. Fui mandado de volta a minha terra, acabei com os negócios comerciais de minha família, fiquei preso por anos seguintes, então quando saí fui renegado, foi quando ouvir falar de você seria uma chance de engana-la e conseguir o trono.

— Eu caí feita burra. – falou num tom sombrio.

— Sim caiu, quando a vi pela primeira vez, disse a mim mesmo que provaria a todos que eu poderia ser rei, mas com o tempo a vi com outros olhos, não me importava mais nada, só você, cada gesto que você fazia... Seu sorriso, sua personalidade e seu corpo me embriagavam, naquela noite quando fizemos me senti amado como nunca antes senti. Com tudo minha ganância de poder, de provar aos idiotas de meus irmãos me fez cego, eu a machuquei e muito Merida.

Merida arregalou os olhos como que para obrigar que as ultimas  lágrimas voltassem para seus olhos, agitou-se olhando em redor, Hans encarou sua silhueta, a viu rodear o lugar atormentada, com certeza por suas palavras, antes da chama da tocha apagar por seus movimentos bruscos subiu rapidamente as escadas, esperou, seus dedos no tricô da porta de ferro.

— Não peço seu perdão Merida, só quero que saiba que apesar de tudo eu a amo.

Respirando pesadamente, ela retomou o caminho percorrido. No breve silêncio, o som das gostas de águas persistiam a cair do teto, durante algum tempo ela o encarou, nenhum dos dois disse absolutamente nada, se amavam é verdade, mas a dor impedia que esse sentimento agisse, um amor esgarçado, mas ainda o amor. Com um gesto irracional largou a tocha que se apagou ao cair no chão, fitou seus olhos buscando a verdade a cada palavra que lhe disse, Hans teve um sorriso lento, a princesa aproximou a grande, sentiu sua mão pequena e branca acariciando sua bochecha, fechou os olhos vendo imagens da primeira vez que a tomou como sua, estremeceu, seu rosto a centímetros do dela, apenas separados pelas barras de ferros, sentiu seu perfume.

— Diga o que quer de mim Hans. – sussurrou, o ar quente de sua boca bateu em seu rosto, ele abriu os olhos encontrando-se com o dela, fixou o olhar no mar azul das íris.

— Dei-me amor Merida. – suplicou ele num tom que a fez perder a consciência do ato que veria em seguida.

Seus lábios roçaram minimamente numa carícia para depois tornar um beijo suave, ele passou as mãos pelas grandes depositando-as na curva da cintura da amada a puxando-a para mais perto, a necessita como uma droga que causa abstinência, a mulher riu baixo com seu gesto, posou as mãos detrás da nuca do príncipe, apertou os olhos enquanto durou o beijo. Então ambos se olharam separando-se, os dois rostos avermelhados, o dela tinha uma cor mais intensa, retrocedeu alguns passos, Hans respirou penosamente desviando o rosto para outro lado, roçou a língua nos lábios apreciando o gosto que Merida deixou, sentiu um agarre nos ombros, a cela da prisão abriu-se num golpe, não teve tempo de raciocinar, pois a princesa capturou sua boca num beijo feroz, ansiava por contanto, mesmo que depois arrepender-se do ato impudente de sua parte, certamente sua mãe lhe chamaria de todos os palavrões possíveis e seu pai arrancaria a cabeça de seu amante, mas nada importaria se disfruta-se de suas caricias, de seus gemidos e de seu corpo.

O desejo invadiu seus corpos, ao deixar a boca do príncipe, esse se concentrou em depositar beijos em seu pescoço acompanhado de leves mordidas na maxilar, ela tombou a cabeça um pouco para o lado para lhe dar mais acesso, suas respirações tornaram-se apressadas seguindo o ritmo dos corações, o homem a pegou no colo ao sentir o agarre, a empurrou contra parede úmida, ela arfou desfrutando da sensação de estar vulnerável, esfregou as mãos nas costas pedindo por mais, ele o fez massageado um dos seus seios ela gemeu, foi quando um baque de consciência veio, Merida o empurrou soltando-se de seu agarre, o príncipe franziu a testa arqueando as sobrancelhas.

— Só porque te amo, não quer dizer que o perdoei ou vou ter relação com você. – falou com dificuldade devida à respiração agitada. Esperou alguns minutos com a mão esquerda sobre o peito recuperado o oxigênio perdido, ao fazer ela saiu de dentro da cela, Hans não a impediu, de costas para ele deu um baixo riso travesso. – Pretendo lhe torturar antes de ter perdoar “querido”. – Sorriu voltando-se para ele. O príncipe apertou o lábio inferior inconscientemente. – Até amanhã. – Inclinou-se para ele. Falou num tom suave e sensual.

Quando a viu desaparecer no breu da escada, atreveu-se a dar um sorriso, com certeza receberia com ela algo que sempre desejou. O amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu não odeio o Hans, concordo o que ele fez foi uma pura de... Sem palavrões. Resumindo tudo, acho que todos merecem mais de uma chance na vida, somos humanos erramos muitas vezes é de nossa natureza, tive a ideia de escrever sobre esses dois, apesar de que não é muito popular esse Ship, pela razão de encontrar maneiras deles se darem, Merida é o tipo de princesa aventureira e cabeça dura, certamente chamaria atenção de Hans, por sua personalidade e o fato de ser da realeza, imagino que no começo ele só a iludiria para depois casar-se, parecido com Anna, mas nesse caso Merida descobriria toda a farsa e resto deixo a critério de suas mentes. Então o que acharam do capitulo? O que agrada e desagrada esse Ship? Sugestões de outros shipps? E claro quem quiser se ser coator me avisa por mensagem .