Prólogo

POV. Felicity

Felicity tinha o pior timing de todos, definitivamente.

A loira descia a escada da Fundação animadamente, pronta para desatar a falar sobre alguma nova tecnologia lançada ou alguma bobagem qualquer, entretanto, a cena que viu a seguir foi o suficiente para fazer com que sua animação passasse em um instante. Em sua mesa (!) estavam Oliver e Sara, agarrando-se como se não houvesse amanhã. Um copo de café jazia jogado ali perto, assim como a camisa de Oliver.

— Espero que vocês se lembrem de limpar aquela bagunça quando acabarem. – Felicity comentou seca. Os dois amantes pularam de susto, tentando cobrir sua nudez com as mãos. Sara teve a decência de corar, ao contrário de Oliver, que apenas ficou olhando a Smoak chocado.

Felicity sentou-se em sua mesa, ligou os computadores e começou a procurar por algum problema em Starling. Oliver aproximou-se cuidadosamente.

— Felicity, não é nada do que você está... – Oliver continuaria, se não tivesse sido interrompido pela loira.

— Depósito Delaware, 176. Tem uma movimentação entranha. Caminhões, homens armados e... – Felicity fez uma pausa, observando as imagens no computador. Na tela, dois homens pareciam carregar um terceiro, que parecia desmaiado. – E eles estão com um refém. – A mulher nem se dignou a olhar para ele, apenas mandou-o para a missão. Em uma situação normal, Oliver insistiria no assunto, mais devido ao fato de estar errado e ter trabalho a fazer, resolveu deixar para lá. Por enquanto, pelo menos.

Depois de os dois terem saído, Felicity suspirou e afundou-se na cadeira. Idiota! Disse que não queria se envolver com ninguém, mas está aí, se agarrando com a Sara. Quer saber de uma coisa? Oliver Queen que se exploda! Desisto dele. Arght! Que ódio!

A loira estava decidida a esquecê-lo, mas não pôde evitar pensar em como seria difícil. Afinal, ela o amava. Balançou a cabeça, espantando esses pensamentos e voltou ao trabalho.

POV. Oliver

Oliver se xingava mentalmente por ser tão burro. Como tinha esquecido que Felicity poderia entrar no Covil a hora que quisesse? Idiota!

Ele ainda estava morrendo de raiva, mas teve que engoli-la e concentrar-se quando chegou ao Depósito. Ele e Sara entraram cuidadosamente, tentando pegar os bandidos de surpresa. John estacionou no meio-fio, apenas os esperando para voltar para a boate. Depois de terminar com os seguranças, Ollie pegou, com a ajuda de Sara, o refém e resolveu leva-lo para a Fundição, uma vez que ele poderia saber algo sobre os bandidos que fugiram.

Enquanto Diggle dirigia, ele pensava cuidadosamente em seus próximos atos. Decidiu pedir desculpas para Felicity, dizer que ela era sua melhor amiga e que sentia muito por ela ter visto aquilo. Claro que ele sabia dos sentimentos da loira, mas não queria se arriscar, então ele apenas negava toda e qualquer investida da mesma. Quando chegou ao Covil, conseguia ouvir a voz suave e feminina de Felicity.

— Hey, sou eu... Sim, eu sei... Você não vai acreditar nisso, mas eu tenho notícias... Exatamente. Como você sabia?... Sei... Olha, não posso falar pelo telefone, daqui a pouco o Oliver e os outros voltam... Pode ser... No meu apartamento, ás nove, okay?... Também estou com saudades... O que? Não! Eles não sabem de nada, estou tentando encobrir o quanto eu posso... Tá bom, te vejo depois. Beijos. – Felicity deve ter jogado o telefone na bolsa, porque até mesmo eu fui capaz de ouvir. Olhei para Sara e Diggle, que estavam boquiabertos. Apenas um pensamento passava por minha cabeça: O que Felicity estava escondendo?

POV. Felicity

Minha cabeça doía e eu tinha plena certeza de que tinha quebrado meu celular. Maldita HYDRA! Eu tinha passado cinco longos e prazerosos anos longe da S.H.I.E.L.D, suas missões malucas e, infelizmente, de minha família. E então, como se eu fosse uma viciada em adrenalina, concordei em ajudar o Oliver, que, no começo, mais parecia uma versão menos talentosa de meu “irmão” mais velho. E agora, depois de anos, a HYDRA apareceu, causando uma de suas confusões. Nova York e todos os outros lugares tinham os Vingadores, por que eles tinham que vir para Starling?

Passei as mãos na testa e ouvi passos na escada. Logo, Oliver, John e Sara apareceram, carregando um homem loiro. Eles me encaravam acusadoramente, me fazendo perguntar se tinham ouvido algo sobre minha conversa. Resolvi me fingir de louca.

— Ah meu Deus! Esse é o refém? Ele está bem? Por que não o levaram para o hospital? – Confesso que estava tentando mudar de assunto, mas também estava preocupada com o homem inconsciente. Oliver colocou ele sobre a mesa de lado, impedindo-me de ver suas feições.

— Ele está apenas desmaiado e com leves lesões, mas... Não tente mudar de assunto, Felicity. Com quem você estava falando no telefone? Vamos, pare de fingir-se de sonsa e responda!  – Incrivelmente, não foi Oliver ou Diggle quem perguntou. Foi Sara. Senti a raiva subir por meu corpo.

— Não sabia que lhe devia explicações da minha vida, Sara. Não lhe interessa com quem eu estava falando. Agora deixe-me ver o estado desse... – Minha garganta apertou e meu coração quase saiu pela boca. Quando coloquei as mãos em seus ombros e o virei, pude reconhece-lo. Era ele, meu irmão. Era Clint.

POV. Oliver

Depois de responder Sara grosseiramente, Felicity aproximou-se do homem, que estava deitado sobre a mesa de metal bem no meio da sala. Do nada, ela ficou pálida e suas mãos tremiam.

— Clint... – a loira murmurou, obviamente reconhecendo o cara. As perguntas se acumulavam, mas a principal era: Como Felicity conhecia um refém de mafiosos?