Mari tinha alguns problemas, não físicos, claro. Sua saúde era perfeita, igual ao seu psicológico. Seu problema era outro!

Não se lembrava de suas memórias passadas, nem o nome de sua família, ou se “Mari” era realmente o seu nome, muito menos da última vez que riu ou chorou.

Esse era o seu problema, Mari não conhecia suas próprias emoções, nunca sentiu ou não se lembrava de ter sentido algo por alguma coisa ou por alguém. Para si, parecia óbvio, não era humana, bem,  não totalmente. Mas existia outras pessoas na Grand Chase que também não eram humanos. Lire era uma das mais emotivas do grupo, Mari resolveu contar o seu “defeito” a elfa.

Mari estava na cozinha, olhando para o seu pedaço de bolo de framboesa comido pela metade, perdida em seus pensamentos, não notando a presença da elfa atrás do balcão, a mesma carregava sacolas cheias de produtos de limpeza.

— Mari? Está tudo bem? – Perguntava a loira, curiosa pela inexpressão da azulada.

— Sim, eu acho – Mari diz pensativa, libertando-se de seus pensamentos – Lire.

— Sim, Mari? – Pergunta a elfa, ao colocar seu avental branco e colocando suas luvas de borracha, olhando curiosa para a amiga.

— O que são as emoções que vocês tanto sentem? – Mari levanta o seu olhar para encontrar os olhos verdes élficos, curiosa pela resposta da amiga.

— Olha…eu…não sei te explicar o que são exatamente – Lire abaixou-se para procurar um balde e logo que encontrou-o, levantou-se completando sua resposta – Emoções não podem ser, bem, “explicadas”, metódicamente falando, você precisa sentí-las para saber o que realmente são – Lire toca no ombro da amiga, antes de sair da cozinha.

— Senti-las? Como eu… - De repente, Mari teve uma ideia. Ela não poderia sentir nada se ficasse no QG, tinha que ir em uma missão de grande risco e sabia muito bem com quem conversar – Preciso falar com a Comandante Lothus.