Mesmo sabendo das complicações que vinham pela frente eu decidi se iria ouvir o coração ou a razão. Eram 9h30 quando eu atravessei aquela porta e finalmente me senti livre. Senti que eu finalmente poderia fazer aquilo que eu queria e embora eu tivesse com duas cartas na manga, eu já sabia exatamente o que eu queria fazer essa noite.

As luzes iluminavam meu caminho e eu me sentia mais e mais livre a cada passo que dava. O nervosismo tomava conta de mim também. O que seria esse frio na barriga? Seria as “borboletas no estômago”? Não sei, mas apesar do nervosismo e da sensação de frio na barriga, eu estava me sentindo feliz. Feliz porque eu cheguei e ele estava lá.

Ele estava de costas e não me viu então eu o observei bem. Seus braços fortes estavam envolto de um belo casaco preto de couro e ele parecia olhar o relógio de pulso. Ele estava lindo, estava lá, e estava me esperando.

O alcancei pelas costas e fechei seus olhos.

— Está esperando por alguém, Sr. Weller? - Ele tocou minha mãos sorrindo ao escutar a minha voz e virou-se, me abraçando pela cintura.

— Não mais, Senhora Doe.

Eu envolvi minhas mãos em seu pescoço e nos beijamos pela segunda vez. Seus lábios estavam ainda mais saborosos que na noite passada. Suas mãos agora desocupada exploravam minhas costas e me puxavam para mais perto dele e quanto mais perto nós ficávamos, mais perto dele eu queria estar.

— Senti falta disso. - Eu disse quando paramos de nos beijar e ele me puxou pra sentar em um banco que havia ao lado do lado. Seu sorriso ao tocar na minha mão estava mais iluminado que todo o resto da cidade.

— Eu também, sabia? - Ele disse e me abraçou novamente, apoiando minha cabeça em seus confortáveis ombros. O beijei no pescoço e ele novamente me deu um beijo, dessa vez mais lento e sensual e eu cada vez me entreguei mais e mais a ele. Suas mãos faziam carinho em meu rosto e era como se querubins tivessem me tocando

— Eu pensei em você a noite inteira, e no seu beijo, no seu toque. Como eu te queria, Jane. Te queria muito, faz semanas. Mesmo antes de saber quem você era. Desde que você me tocou pela primeira vez.

Eu o abracei forte - Porque não me disse antes?  - Perguntei.

— Porque eu tinha medo. Medo de você não me querer, de não fazer parte do seu futuro. - Ele disse enquanto me apertava, como se tivesse medo que eu escapasse de seus braços.

— Você é meu futuro, Weller. - Respondi enquanto levantada minha cabeça e olhava em seus profundos olhos cor de mar. Mar que eu queria muito me afogar. -  E quero que você seja meu presente. Quero que você não me largue mais, nem mesmo se eu pedir.

— Se você me pedir? - Ele perguntou rindo - Você sabe que eu sou teimoso e não te obedeço

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Rimos ao concluir que era verdade. Nos beijamos, nos beijamos e nos beijamos e eu só me apaixonei mais e mais. E entre um dos tantos beijos eu pedi:

— Weller, seja não só meu ponto de partida

— Serei todos os seus pontos, Jane. Pra sempre. - Nos beijamos mais uma vez e eu tive a certeza que havia feito a escolha certa.