Perdão, Amor e Salvação. escrita por Mariana Gonzaga


Capítulo 8
Capitulo 8


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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        XENA

       A batalha com os centauros não me preocupava tanto, nunca temi a morte, eu só quero ter certeza que se acontecer alguma coisa comigo, Gabrielle terá chance de ir embora. Seguimos viajem, separei-me de Amadeus no meio do caminho, atacaríamos por lados diferentes, eu cavalgava na frente, comandando as tropas, o clima esta favorável a nos, não consigo parar de pensar em Melosa e na sua tribo, devo muito as amazonas, não vou deixa-las acabar assim.

 — Vamos parar aqui, esperaremos anoitecer e faremos um ataque surpresa.

      Voltei até onde estava a carruagem e Gabrielle, deixei-a longe do que logo seria o campo de batalha protegida por alguns guardas.

 — Gabrielle.

      Ela estava conversando com uma das servas. Caminhou até mim.

 — Minha senhora.

      Não entendi o porquê da formalidade, olhei em volta e vi os guardas e as servas olhando em nossa direção, se viraram rapidamente quando viram que eu tinha percebido.

 — Vem comigo.

      Dei a mão a ela e ajudei-a a montar. Cavalgamos até um pequeno riacho perto da trilha. Sentamos perto da água.

 — Esta acontecendo alguma coisa.

      Ela estava preocupada.

 — Atacaremos assim que anoitecer.

      Ela me abraçou sensivelmente, retribui o abraço.

 — Vai dar tudo certo, você vai salvar as amazonas e voltaremos bem para casa.

      Não sei expressar a emoção que senti ao ouvi-la falar assim do palácio, ela o considerava sua casa, nossa casa. Olhei em seus olhos e vi um motivo para lutar, para vencer e viver.

 — Você tem razão voltaremos bem para casa.

       Beijei-a com carinho e nos abraçamos. Ficamos conversando mais um tempo depois a levei de volta a carruagem.

       Chegou a hora, atacar a noite foi a melhor opção, chegamos o mais perto possível sem ser vistos, eu podia ver as amazonas presas em uma grande cela, Melosa estava lá em pé orgulhosa como sempre, não demonstrava medo estava exatamente do jeito que eu me lembrava, realmente uma bela mulher, a luminosidade das tochas que as cercavam davam-me uma boa visão de tudo, mandei uma flecha com fogo na ponta para dar a Amadeus o sinal para atacar.

 — Atacar!

     Quando os centauros se deram conta do que estava acontecendo mais da metade deles já estavam mortos, lancei meu chakram e quebrei o cadeado da cela que prendiam as amazonas. Cavalguei até elas golpeando qualquer centauro que entrasse no meu caminho, cheguei até melosa e entreguei- lhe minha segunda espada, lutamos bravamente, não durou muito logo, se via o chão avermelhado pelo sangue, os que não morreram se entregaram, só faltava o líder.

 — Procurem Cisseu tragam-no vivo ou morto.

      Meus extintos preverão algum perigo, segurei uma flecha que atingiria meu abdômen, logo em seguida outra, não pude impedir a terceira que atingiu meu peito. Cai do meu cavalo senti minha visão escurecendo, vi Melosa se ajoelhando ao meu lado segurei seu ombro, reuni todas as forças que me restavam.

  — Gabrielle... Proteja Gabrie...lle.

      Não senti mais nada apenas a escuridão.

      

            GABRIELLE

       Tive um mau pressentimento, o som das espadas se chocando pararam há algum tempo e Xena não apareceu será que aconteceu alguma coisa, caminho em círculos, vejo alguém se aproximando na escuridão cabelos negros como os de Xena montada em um cavalo branco, cheguei mais perto receosa imaginando o pior, ela falou olhando para mim e para as servas.

 — Quem aqui é Gabrielle?

      Não tive duvidas cheguei mais perto, dela.

 — Sou eu, cadê Xena. Ela está bem?

      Estava nervosa demais para manter formalidades.

 — Ela está ferida. Venha comigo.

      Senti uma dor no peito, comecei chorar. Dei a mão à mulher.

 — É muito grave?

      Não segurava o pranto.

 — O curandeiro está atendendo-a.

      Parte do exercito queimava os corpos dos centauros e outra parte montava o acampamento. Chegamos a uma grande tenda, dois soldados vigiavam a porta. Desci do cavalo rapidamente, a mulher desceu e acenou para que os guardas me deixassem passar, vi Xena deitada em um colchão coberta por seu próprio sangue, um homem velho a limpava, ajoelhei-me ao lado do colchão, chorava desenfreadamente, não conseguia suportar a ideia de perdê-la.

 — É tão grave quanto parece?

      Disse entre soluços.

 — A flecha não acertou nenhum órgão, ela perdeu muito sangue e...

 — Ela vai morrer?

 — Não posso precisar isso, creio que não ela é uma mulher forte.

      Esperei o homem terminar de trata-la sem sair do seu lado nem por um minuto, o curador saiu, segurei a mão de Xena, para que ela soubesse que eu estava lá com ela, sussurrei em seu ouvido.

 — Não me deixe Xena. Por favor, você prometeu lembra. Eu te amo.

     Vi o dia amanhecer sentada ao lado de Xena segurando sua mão, rezei para todos os deuses para que ela não morresse. Vi a mulher que tinha me trazido até ela, entrando na tenda.

 — Meu nome é Melosa.

      Eu já tinha imaginava que fosse pelo jeito que todos a respeitam.

 — Eu sou Gabrielle.

     Apresente-me sem desviar os olhos de Xena.

 — Não se preocupe Xena não vai morrer.

     Olhei para ela.

 — Como você sabe?

      Eu estava realmente interessada.

 — Ela finalmente encontrou um motivo para viver, creio que está lutando para voltar para você.

      As palavras dela me emocionaram, minhas lagrimas voltaram a escorrer.

 — Não posso perdê-la.

      Ela se aproximou de mim, se ajoelhou e enxugou minhas lagrimas.

— Não vai perdê-la.

    Melosa parecia tão calma.

— Ela pediu que te protegesse e se necessário darei minha vida para atender a esse pedido.

     Xena havia pedido isso a ela, pensou em minha segurança mesmo estando gravemente ferida, Melosa acariciou o rosto de Xena e saiu.

     Passei a manhã do mesmo jeito que havia passado a noite, sentada no chão segurando a mão de Xena. Uma amazona loira entrou com uma bandeja nas mãos.

 — A rainha ordenou que te entregasse isso, é bom que se alimente.

 — Não tenho fome.

     Disse sem olhar o que tinha na bandeja.

 — Gabrielle sei que está preocupada, mais não poderá ajudar à conquistadora se estiver fraca e desnutrida, coma um pouco lhe fará bem.

      Ela sorriu carinhosamente, essas mulheres estavam me tratando tão bem, provavelmente não queriam problemas se a conquistadora acordasse. Ela deixou a bandeja ao meu lado e saiu. Comi um pouco, mesmo sem vontade. A mesma mulher voltou depois de um tempo para pegar a bandeja.

 — Fico feliz que conseguiu comer um pouco.

      A amazona pegou a bandeja e se dirigiu a saída da tenda.

 — Você não disse seu nome.

      Ela me olhou e sorriu, aproximou-se me estendendo a mão.

 — Ephiny, é um prazer conhece-la Gabrielle, pena que seja nessa situação.

      Olhou para mim, para Xena e saiu logo em seguida. Não sei por que quis saber o nome dela acho que queria agradecer. Parecia uma boa pessoa. O curandeiro entrou depois de um tempo examinou o ferimento de Xena.

  — Ela está melhor?

  — Ela está se recuperando bem, superficialmente o ferimento está ótimo.

      Enchi-me de esperança. Esperei o curandeiro sair. Beijei a face de Xena delicadamente, sussurrei no seu ouvido.

 — Volta logo para mim Xena. Eu te amo.

       Afastei-me para olhar seu rosto ela estava com os olhos abertos comecei chorar novamente.

 — Gabri...elle

     Ela disse quase num sussurro, vi seus olhos marejarem algo que nunca tinha visto.

— Xena, eu te amo. Por favor, fica comigo.

 — Gabrielle eu...te amo.

     Chorei mais ainda, ela desmaiou de novo.

— Guarda!

     Ele entrou imediatamente, pedi que chamasse o curador ele veio rapidamente, expliquei o que tinha acontecido ao velho homem. Ele me disse que foi um bom sinal e que quando acontecesse de novo eu o chamasse. Fiquei tão feliz por ver seus olhos azuis novamente, e ainda mais pelo que ela disse, será que ela estava tendo uma alucinação ou realmente sabia o que estava dizendo?

     Soube que estava anoitecendo  apenas pela diminuição da luz que entrava por uma fresta da tenda. Ephiny entrou novamente com uma bandeja, dessa vez tinha uma sopa.

 — Boa noite Gabrielle.

 — Boa noite Ephiny.

      Tentei não parecer melancólica.

 — O curador mandou uma sopa.

     Colocou a bandeja ao meu lado.

 — Você está bem?

     Assenti com a cabeça.

 — Se quiser conversar eu estou sempre por perto.

     Decidi perguntar o que vinha me perturbando.

 — Por que vocês me tratam tão bem?

     Ela sorriu.

 — Melosa por pedido da conquistadora, e eu porque gosto de você.

     Fiquei envergonhada.

 — Você nem me conhece.

 — Você passa uma boa impressão.

      Ephiny saiu, fiquei pensando no que ela havia dito, será a que tipo de gostar ela se referia? Não importa, eu amo a Xena e seu bem estar nesse momento é a minha única preocupação. Comi a sopa, e vi novamente a noite passar sentada ao lado de Xena, lembrando-me de tudo que nos já havíamos feito desde que nos conhecemos, que foi logo depois de eu perder meus pais. Rezei para não perder Xena também, só me restaram ela e minha irmã, eu não aguentaria mais perdas.

       Seguiu-se essa rotina por uns dois dias, Xena apresentou melhoras consideráveis segundo o curador, mais permanecia dormindo, Ephiny sempre atenciosa comigo, Melosa apareceu apenas duas vezes me cumprimentava, olhava a situação de Xena e saia rapidamente.


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