Perdão, Amor e Salvação. escrita por Mariana Gonzaga


Capítulo 6
Capitulo 6


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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       XENA

       Ofereci a liberdade a Gabrielle por que achei que era o que ela quereria depois do que eu fiz, tentei afastar meu egoísmo e dar esse presente, seria melhor para ela se afastar de mim, ela escolheu ficar, pela primeira vez alguém ficou do meu lado sem ter essa obrigação, sem eu pagar ou oferecer algo em troca. Foi muito importante para mim e acho que para ela também.

      Passou uma semana, durante esses dias eu levava Gabrielle ao campo de treinamento para me assistir derrubando os soldados um por um, adorava o olhar de admiração dela, satisfazia meu ego, levei-a para a cidade para que comprasse roupas novas, sempre com alguns guardas por perto dei a ela liberdade para que comprasse o que quisesse, ela disse que a diversão das compras estava em pechinchar, diverti-me vendo-a negociar e sempre conseguir as coisas pelo preço que queria.  Não me sentia a temida conquistadora ao lado de Gabrielle me sentia apenas uma mulher normal que faria qualquer coisa para deixa-la feliz. Dormia abraçada com ela todas as noites e o sexo sempre era ótimo.

 — Xena porque você acha que tem que ser um monstro para governar?

      Estávamos deitadas em nossa cama, já considerava suas as minhas coisas. Olhei para ela pensando em uma resposta adequada.

 — Não acho que tenho que ser um monstro, acho que tenho que parecer um monstro, embora eu faça as duas coisas.

    Ela me olhou, acho queria saber se eu estava falando serio ou brincando. Não era uma brincadeira pra mim.

 — Não te acho um monstro.

      Gabrielle acariciou meu rosto olhando-me carinhosamente, beije-a ternamente, estava começando a me excitar, acariciei seu seio por cima da blusa, sentia suas mãos nas minhas costas, comecei desabotoar sua camisa, alguém bateu na porta da Antecâmara continuei fazendo o que estava, as batidas continuaram. Gabrielle falou quase gemendo.

 — Xena, não acho que vá parar de bater.

      Beijei-a de novo com veemência, afastei-me levantando. Olhei para ela, sorri da sua expressão de frustração.

 — Vou mais volto logo.

      Pisquei um olho para ela e sai, abri a porta da antecâmara encontrei Amadeus ele parecia preocupado.

 — Aconteceu alguma coisa comandante?

     Estava realmente interessada.

 — Temos noticias das amazonas senhora conquistadora. Os centauros as colocaram em cárcere, com proposito de tomarem seus territórios, pretendem extermina-las em uma Lua.

      Minha preocupação voltou-se imediatamente para Melosa.

 — A rainha ainda está viva?

— Sim senhora conquistadora. Parece que querem mata-la por ultimo para que antes ela veja todo seu povo morto.

     Malditos, estarão todos mortos em menos de uma lua.

 — Amadeus prepare uma reunião com a corte agora.

     Entrei no quarto e me troquei rapidamente, Gabrielle me olhava confusa. Sabia que lhe devia alguma explicação.

 — Gabrielle tem uns problemas que tenho que resolver agora, desculpa.

      Não dei tempo para ela falar nada sai praticamente correndo do quarto.

      Montamos uma estratégia para resgatar as amazonas e acabar com os centauros, não seria uma guerra difícil, meu exercito era pelo menos duas vezes maior que o numero de centauros, minha preocupação era não deixar que os centauros matassem alguma amazona durante o combate.

 — Partiremos em dois dias, dividiremos o exercito eu comandarei uma parte e o comandante Amadeus a outra, chegaremos pelos dois lados, cercaremos e mataremos todos, protegendo prioritariamente as amazonas, quero a cabeça dos centauros e de quem estiver com eles.

      Voltei para os meus aposentos tarde, imaginei que encontraria Gabrielle dormindo, ela estava me esperando, sentada na cama. Fui para sala de banho sem falar nada tomei um banho rápido, ela continuava no mesmo lugar, vesti uma roupa de dormir e sentei-me ao seu lado, estava pensando no que lhe dizer.

 — Gabrielle farei uma viagem em campanha, em dois dias.

      Ela me olhou confusa e preocupada.

 — Você vai para uma guerra? Por quê? Vai ser muito perigoso?

      Sua preocupação me alegrou um pouco, nunca tive ninguém verdadeiramente preocupado comigo. Expliquei a ela com calma tudo que estava acontecendo e os motivos de estarem acontecendo.

 — Qual era sua relação com a Rainha Melosa?

      Sabia que ela perguntaria, foi à única coisa que eu não disse, decidi ser sincera.

 — Antes de eu ser conquistadora, decidi aprender algumas habilidades novas para ser uma guerreira melhor, treinei com Melosa e desenvolvemos uma relação mais intima, ela salvou minha vida uma vez e prometi que quando a profecia de Alti se cumprisse manteria sua tribo protegida e que ela sempre contaria com meu apoio. E assim eu fiz todo esse tempo e não será agora que a deixarei desamparada.

      Vi que Gabrielle estava pensativa.

 — Você a amava?

       Nunca pensei nisso o amor é algo incomum para mim o ódio e a dor são muito mais fáceis de identificar quando sinto ou causo á alguém, tentei lembrar o que eu sentia naquela época.

 — Não sei Gabrielle. Acho que naquela época eu só pensava em conquistar a Grécia não tinha tempo para meus outros sentimentos.

      Ela se levantou e arrumou o lado da cama onde ela dormia deitou-se de costas para mim, será que eu falei algo errado? Só tinha um jeito de saber.

 — Gabrielle eu falei alguma coisa errada? 

      Disse tentando olhar a expressão de seu rosto.

 — Não está tudo bem.

      Achei estranho, sabia que tinha algo errado, queria saber o que era.

 — E você não tem mais nenhuma pergunta?

      Ela se virou e me olhou intensamente.

 — E agora você tem tempo pros seus outros sentimentos?

      A pergunta, o tom de voz, a expressão de seu rosto, tudo isso me deixou desconcertada, abaixei a cabeça, ela voltou a se deitar de costas para mim. Deitei-me depois de um tempo com a certeza de que não conseguiria dormir.

      Sai antes de Gabrielle acordar, a pergunta que ela fez na noite passada ainda ecoava na minha cabeça, tentava responde-la para mim mesma mais não conseguia comecei a me perguntar se eu amava Gabrielle, se o que eu sentia por ela era amor e se fosse será que ela correspondia. Comandei os preparativos para a viagem. Não conseguia me concentrar, achei que precisava conversar com alguém, Amadeus ou Téssalia? Bom, Amadeus me diria que o amor depende da qualidade do sexo. Fui para cozinha, Téssalia estava lá como sempre.

 — Bom dia, conquistadora.

      Sentei-me, ela percebeu que eu não estava bem. Deu-me uma taça de vinho e se sentou na cadeira a minha frente.

 — O que está acontecendo Xena?

      Abaixei a cabeça.

 — Você acha que eu sou capaz de amar alguém?

     Simplesmente abri meu coração para alguém em que eu sabia que podia confiar. Ela se levantou, fechou a porta e voltou a se sentar no mesmo lugar.     

 — Xena todo mundo é capaz de amar.

      Ela disse carinhosamente como se falasse com uma filha.

 — Acho que Gabrielle quer que eu a ame.

 — Não é assim que funciona Xena, o amor vem naturalmente, você não ama alguém por que você quer e nem porque a outra pessoa quer.

      Nada disso fazia sentido para mim, eu já tinha ouvido falar nesse sentimento nas poesias, mais não acreditei ser real, conheci o ódio à vida toda tudo que foge disso é uma novidade para mim.

 — Me explica como é quando a gente ama.

 — Lembro-me quando conheci meu falecido marido, eu olhei em seus olhos e soube naquele momento que ele era diferente de todo o resto, lembro-me de pensar nele sempre antes de mim, preocupava-me com ele imensamente quando partia para as batalhas, morria de saudades e até hoje sinto que morro um pouquinho por dia por não tê-lo mais ao meu lado. Xena não diga à moça que a ama sem ter certeza, doera mais a ela depois se descobrir que não era verdade.

     Téssalia estava com os olhos marejados senti vontade de abraça-la e conforta-la, e assim o fiz, agradeci a ela por tudo, realmente eu tinha uma cozinheira muito sabia.

   

 

     GABRIELLE

     Senti-me culpada por falar com Xena daquele jeito, eu dei a entender que não a considerava capaz de amar e isso deve tê-la magoado, saiu tão cedo que não tive tempo de me desculpar, não me importo se ela amou ou não a amazona ou se vai me amar um dia, ela me trata bem, me faz feliz e eu não devia fazer cobranças, já passa dá hora do almoço provavelmente só a verei á noite, enquanto isso ensaio a minha desculpa. Tomei um banho e esperei por Xena na cama. Ouvi a porta da antecâmara se abrindo, ela entrou no quarto e passou direto para a sala de banho. Esperei ela sair e se vestir.

 — Xena eu quero pedir-te desculpas pelo que disse ontem, não queria dar a entender que você...

      Ela me interrompeu, calmamente.

 — Está tudo bem Gabrielle.

      Sentou-se na cama ao meu lado. Senti que ainda não estava tudo bem.

 — Não queria pressiona-la.

      Ela me beijou carinhosamente, abraçou-me e dormimos.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo.



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