Perdão, Amor e Salvação. escrita por Mariana Gonzaga


Capítulo 17
Capitulo 17




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XENA

     Acordei com o barulho do meu próprio ronco, levantei a cabeça, vi Gabrielle e Melina em pé rindo, pareciam ter acabado de levantar, sabia que elas estavam rindo de mim.

— Te falei que ela roncava.

    Gabrielle sussurrou para a menina, sorriram.

— Engraçadinhas, eu não ronco tá!

     Levantei-me e fui até elas, agachei-me para falar com Melina.

— Teve mais algum pesadelo?

    Ela negou com a cabeça.

— Não tenho medo quando estou com vocês.

     Acariciei o rosto da menina delicadamente, olhei para Gabrielle, ela estava emocionada.

— Vamos tomar café da manhã.

     GABRIELLE

     Sinto-me no momento mais feliz da minha vida, me dá até medo, sempre tive a sensação de que a felicidade é um preparativo para aguentarmos uma coisa ruim. Xena tentava não demonstrar, mas eu via que ela estava preocupada com essa historia e com os pesadelos de Melina. Ela comeu e saiu rapidamente, disse que sairia do palácio que voltaria logo e disse para que eu não saísse dos aposentos dela, farei o que ela pediu, com certeza ela iria à procura de respostas, preocupei-me com a ideia dela enfrentando o assassino dos pais biológicos de Melina. Quem será este homem?

    XENA

    Ares! Só pode ser ele, pela descrição de Melina e essa crueldade toda. Mas por quê? Ela é só uma criança, não ameaçaria o deus da guerra. Não importa, seja o que for descobrirei no templo daquele cretino. Montei em Álcis e sai galopando rapidamente, dispensei os guardas que sempre me acompanhavam, queria fazer isso sozinha. Cheguei ao templo e entrei, estava mais simples, não havia tantas oferendas como antes.

— Ares.

    Gritei chamando-o rispidamente, peguei minha espada, demorou um pouco para ele aparecer.

— Xena, que surpresa agradável. Decidiu voltar para mim.

    Ele sorria, anos atrás eu gostava desse jeito sínico, hoje me dá asco.

— Qual seu interesse em Melina?

    Ares se fez de desentendido.

— Não sei do que está falando.

    Eu estava com um ódio verdadeiro.

— É melhor você deixar a menina em paz.

    Ele se aproximou de mim. Segurei minha espada firmemente, esperando-o.

— Se não o que? Vai me matar?

     Riu debochadamente. Isso para mim já era a confirmação de que ele estava tramando alguma coisa.

— O que ela fez a você? É só uma criança.

    Falei sem abaixar a guarda, ele se afastou.

— Não se trata da garota, se trata de você e do destino.

     Ele desapareceu antes de eu poder dizer mais alguma coisa, deus covarde, fiquei pensando no que ele disse, não cheguei a nenhuma conclusão, decidi procurar Atena a única deusa que eu não odiava, fui ao templo dela, cheguei rápido, os templos eram pertos uns dos outros. Entrei olhei em volta, não precisei chama-la ela apareceu junto a um feixe de luz, se sentou numa grande poltrona, Atena é realmente muito linda, não mudou nada, a imortalidade a matem sempre da mesma forma, bela e jovem.

— Minha mais bem sucedida súdita, Tem algum motivo para estar aqui, além de admirar a minha beleza?

    Esperava esse tipo de frase de Afrodite, não de Atena, ignorei.

— O que sabe sobre os planos de Ares contra a menina que eu adotei.

— Ares deve estar tentando mudar o destino novamente.

    Eu ainda não tinha entendido nada.

— A que destino se refere?

— Você, Gabrielle e Melina juntas.

    Começou fazer algum sentido.

— Por que Ares não concorda com esse destino?

     Conheço Ares, é um egoísta, tudo que ele faz tem um proposito que lhe trará algum beneficio. Se está tentando mudar o destino, tem um motivo.

— Você sabe Xena. Ares nunca esqueceu que você o usou para chegar mais rápido a seus objetivos e que depois o deixou e se tornou minha seguidora.

— Tudo isso por vingança?

     As coisas começaram a se esclarecer, será que Ares esta esses anos todos planejando vingança e matando pessoas para mudar o meu destino.

— Sim, mais não é só por isso.

— E o que mais ele quer?

    Ela se levantou.

— Tenho que ir.

    Deuses e seus mistérios, ela desapareceu. Sabia que não conseguiria mais nada de Atena, pelo menos ela havia sido útil para mim. Peguei alguns dinares e coloquei na mesa das oferendas, sussurrei sabendo que ela ouviria.

— Obrigada.

     Gabrielle e Melina poderiam está em perigo. Agora eu tenho certeza que Ares é o assassino dos pais de Melina e provavelmente voltaria para continuar com seus planos. Entrei no palácio, deixei Álcis no estabulo e fui para os meus aposentos quase correndo. Abri a porta rapidamente, suspirei aliviada silenciosamente ao ver que elas estavam bem, Gabrielle, Melina e Lila estavam sentadas no chão da antecâmara, se assustaram quando abri a porta bruscamente, como sempre Lila ficou com medo de mim, entrei devagar já me sentia mais calma. Olhei para elas.

— Oi.

     Falei suavemente.

— Oi.

     Elas responderam em uníssono, Lila mesmo acanhada respondeu, olhei para ela.

 — Você pode cuidar de Melina enquanto eu converso com Gabrielle?

      Ela assentiu com a cabeça, dei a mão para ajudar Gabrielle levantar, entramos no quarto. Contei a ela quem estava por trás de tudo, ela ficou com medo.

— O que vamos fazer?

     Eu ainda não tinha pensado muito sobre isso.

— Mato Ares, se necessário.

    Ela não acreditou no que ouviu.

— Mas ele é um Deus.

     Todos ligam deuses à imortalidade. Anos atrás enganei Hércules e consegui uma adaga com o poder de matar os deuses, é uma longa historia, contei a Gabrielle resumindo um pouco.

— Isso parece muito perigoso. Não tem outro jeito?

— Eu não sei ainda, Atena não esclareceu muita coisa.

     Ela se aproximou, acariciou meu rosto delicadamente.       

— Tem que ter um jeito mais seguro para resolver isso Xena, tenho medo de perder você ou Melina.

— Você não vai me perder, tudo isso vai terminar bem, nos daremos um jeito. 

      Ela me beijou, comecei acaricia-la, estava ficando excitada seria muito improprio pensar em sexo num momento como esse. Nada melhor do que isso para relaxar não é? Peguei Gabrielle no colo, e caminhei até a porta sem parar de beija-la, tranquei a porta e voltei para a cama, deitei Gabrielle e me debrucei sobre ela.

— Xena. Lila e Melina estão lá fora... Esperando a gente.

     Falou entre suspiros enquanto eu beijava o pescoço dela. Falei sensualmente perto de seu ouvido.

— Não faça barulho.

     Tirei a blusa e a saia dela rapidamente, despi-me também, beijei todo o corpo de Gabrielle, desci meus lábios à fonte dos seus desejos, ela suspirou ao sentir minha língua acariciando seu sexo, suas mãos afagavam meus cabelos, vi a respiração dela aumentar o ritmo, ela me puxou e me beijou com volúpia, pressionei minha perna contra sua umidade, me movi sobre seu corpo, ela levantou um pouco a perna para encontrar meu sexo, começou movimentar os quadris rapidamente, ela mordia o lábio inferior tentando segurar os gemidos, quando o clímax se apoderou dela a única maneira que ela encontrou para se manter calada foi me mordendo no ombro, senti meu corpo se contrair involuntariamente, deitei-me ao lado de Gabrielle sorrindo, olhei a marca da mordida no meu ombro.

— Vai ficar roxo.

     Ela olhou sorrindo sensualmente, se aproximou e passou a língua pela marca devagar, senti um arrepio. Gabrielle sorriu e me beijou.

— Aposto que você gostou.

— Adorei.

    Ela olhou para a porta, ficou um momento absorta, acariciei a face dela carinhosamente para trazê-la de volta.

— Me diz o que está pensando?

    Gabrielle me olhou vi uma lagrima escorrendo pelo seu rosto.

— Estava tudo tão bem, pensei que iriamos nos casar ter uma família e paz. Sempre acontece alguma coisa para atrapalhar tudo. Eu tenho medo. Ares deve ser perigoso.

     Abracei-a secando suas lagrimas, tentei conforta-la.

— Gabrielle nós vamos nos casar, Melina ficará bem. Vai dar tudo certo prometo.

      Eu estava prometendo um final feliz e se eu tivesse que matar o Deus da guerra para cumprir essa promessa eu o mataria. Levantei a cabeça dela delicadamente para olha-la nos olhos.

— Gabrielle passaremos por isso juntas.

     Tomamos banho e saímos do quarto, Lila estava sentada no chão com Melina, uma serva entrou trazendo o almoço colocou as bandejas na mesa, Lila se levantou achando que eu a mandaria sair, Melina correu para sentar-se à mesa. Aproximei-me de Lila.

— Almoça com a gente Lila?

     Ela ficou surpresa, Gabrielle também. Eu sei que Lila é muito importante para Gabrielle, e vê-la com medo de mim sempre que nos encontrávamos era um pouco incomodo, eu realmente quero fazer as coisas direito e deixar Gabrielle feliz. 

— Senhora conquistadora eu...

     Vi que ela negaria o convite. Gabrielle interrompeu a irmã, falando carinhosamente.

— Fica Lila.

     Comemos caladas, eu estava muito preocupada com tudo que estava acontecendo e Gabrielle também, Lila não se sentia cômoda para falar.

— Vocês estão estranhas.

     Melina falou com a boca cheia, olhei para ela sorrindo, perguntei suavemente.

— Estranhas como?

     Melina olhou para Gabrielle.

— Ela tá tão calada.

     Comecei rir do comentário da menina, Lila riu também, Gabrielle me cutucou sorrindo.

— É Gabrielle, Melina percebeu rápido que quando você está calada tem algo errado.

     Gabrielle fingiu seriedade.

— Não tem graça. Eu não converso tanto assim.

     Depois disso o clima ficou mais leve, parece que é verdade o que dizem sobre as crianças, elas realmente alegram o ambiente.

      Sai dos meus aposentos para cuidar de algumas coisas no palácio, decidi que não esperaria Ares agir, iria até ele, mas antes precisava esclarecer mais algumas coisas com Atena. Voltei para os meus aposentos à noite, Gabrielle e Melina já estavam vestidas para dormir, falei rapidamente com elas, passei para a sala de banho. Banhei-me e fui para o quarto.

— Vamos dormir.

    Falei olhando para Gabrielle.

— Vou levar Melina para o quarto dela.

     A ideia de deixar Melina passar a noite sozinha me preocupou ainda mais, agora eu sei quem quer fazer mal a ela, pelo menos comigo do lado Ares não a machucaria.

— É melhor você dormir aqui com a gente, não é Melina?

     Tentei esconder minha preocupação com um sorriso, ela pulou na cama sorrindo animadamente.

— Obrigada m...

     Parece que ela iria falar mais alguma coisa mais desistiu, não a pressionei. Segurei a mão de Gabrielle

— Vamos dormir meu amor.

     Ela sorriu e assentiu com a cabeça, nos deitamos. Não consegui dormir imediatamente, fiquei observando Gabrielle e Melina dormindo. Se Ares acha que vai fazer mal a elas, ele está muito enganado. Vou atrás dele e vou matar ele, nem que para isso eu morra junto.    


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, até o próximo. Beijos...



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