Love Me Like You escrita por LadyBlue


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas voltei, e espero que vocês curtam!



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A luz daquela manhã fez a pele de Matthew corar. Ele encarava o horizonte e teimava em deixar as mãos apoiadas no volante, como sempre fazia. O quebra-sol escondia metade do seu rosto e mesmo com o óculos escuros, ele sentia-se incomodado com a claridade, e aquele pequeno objeto escondia as olheiras, que revelavam os dias que ele passou sem dormir. E tudo por culpa de Lottie. Um sorriso brotou em seus lábios.

Matthew havia acordado um pouco antes que os pássaros pudessem cantar com o amanhecer do dia, e por isso ligou a picape e a manobrou até que a caçamba ficasse coberta pela copa das árvores do campo. Sua irmã continuava dormindo tranquilamente. Charlotte não gostava de acordar cedo, ela sabia que esse hábito deveria mudar, para o seu bem. Ela iria entrar na faculdade e “responsabilidade” era o termo que mais ouvia dentro de casa e o que mais saía da boca de Matt. Não poderia deixar que a pessoa que ela mais amava no mundo perdesse a sua confiança. “Nunca”.

De repente, Matt ouviu um barulho no seu ouvido direito. Curioso, virou a cabeça para tentar enxergar o que estava acontecendo. Ele sorriu quando viu o rosto de Lottie praticamente colado no vidro que protege a cabine do motorista. Ela também sorriu após dizer um "bom dia", do qual o moreno não escutou mas pode ler os lábios da menina e ter certeza da saudação. O olhar de Charlotte foi desviado para o ninho de pardais no galho bem no alto de sua cabeça, os filhotes piavam e aquilo parecia ser a coisa menos irritante da face da Terra. Ela ficou observando o céu por alguns minutos, mas foi despertada dos seus pensamentos quando reparou que Matt estava parado ao lado da picape, olhando-a.

— Bom dia. — Ele entrelaçou os dedos no cabelo, bagunçando-os. — Eu apenas queria retribuir.

— Temos que achar a casa de veraneio do vovô. — Lottie comentou tirando a manta que a cobria. — Faz anos que não venho aqui. Não lembro de absolutamente nada.

— Você não é a única. Vamos continuar seguindo para o norte. Talvez acharemos alguma coisa. — Ele entrou no carro e a garota foi logo atrás dele, sentando no banco do passageiro.

Ambos continuaram calados, como se tudo o que tivesse acontecido no dia anterior fora esquecido. Matt queria que aquele momento ficasse em sua mente para sempre e que o abraço da irmã fosse o único no mundo. Era o que mais importava para ele: estar com Charlotte.

— Quero te contar um segredo. — Charlotte, não aguentando mais o silêncio que reinava, protestou. — Mas não sei se devo.

Matthew desviou o olhar da estrada e observou a irmã.

— Você pode me contar qualquer coisa, Lottie.

Lottie ficou quieta por um momento, ela pareceu pensar e após alguns segundo resolveu dizer:

— A senhora Banks me disse que você salvou a minha vida e que eu poderia ter morrido na nossa antiga casa. Naquele momento, eu não entendi o que ela estava falando, afinal, eu era um bebê. — Ela segurou pequenas lágrimas que insistiam em cair. — Tenho medo das minhas vagas memórias.

— Acho que está preparada para saber a verdade. — Ele abriu o zíper da sua jaqueta e arregaçou as mangas. Ela estava pronta, ele queria mais do que ninguém contar à ela, mas o temor de machucá-la era algo descomunal que invadia seu coração deixando uma forte dor no caminho.

Matt apertou o freio do carro de súbito quando percebeu que havia um homem parado no meio da estrada. Ele estava com o braço esquerdo esticado para frente do carro em um sinal de parada e a expressão de perturbado do rapaz deixou Lottie com medo. A garota já começara a pensar no pior. Mil situações passaram pela sua mente e o único que permaneceu foi o fato do irmão sair ferido por causa de um possível ataque.

— Não se mexe. — Matthew pediu para Charlotte.

— Não acredito nisso. — Ela mencionou.

O desconhecido foi aproximando-se da picape, Matt estreitou a mão direita pelo banco ao lado do seu até chegar no fecho do cinto de Lottie e destravou-o. Ele voltou a sua mão lentamente para o colo, apertando suas coxas em preocupação.

— Estou perdido. — O rapaz afirmou em tom alto, após colar o rosto no vidro fechado do motorista. Ele fez um sinal para que o garoto abaixasse o mesmo e Matt o fez. — Poderiam me ajudar? Meu carro quebrou e, sinceramente, não sei o que fazer.

— Quem é você? — Matthew perguntou como se fosse a coisa mais importante do mundo.

— Meu nome é Carlos. Mas isso não vai fazer diferença. — Ele respondeu. Carlos tinha uma expressão de cansaço estampada no rosto, a barba por fazer e o cabelo bagunçado era algo assustador, e, com certeza, ele não parecia o tipo de homem que se perde com facilidade. Ele parecia astuto com cada palavra que dizia, como se planejasse tudo em sua mente. — E aquele é o Paul. — Carlos acenou para o rapaz ao lado de Lottie. — Queremos que saíam do carro. Agora!

Charlotte não esperou o irmão protestar alguma coisa, ela puxou a maçaneta da porta rapidamente e saiu. Porém, seu gesto de insignificância foi interrompido quando sentiu um braço aparentemente forte rodear seu pescoço, a pressão de seu cérebro foi caindo até o exato momento em que ela achou que iria desmaiar. Ela pode apenas ouvir a voz do irmão, chamando-a e isso fez a garota unir forças do fundo da sua alma para ficar acordada.

Matthew poderia ficar apenas observando aqueles caras levarem a picape que ele demorou tanto tempo para conseguir, ou o pior: machucar sua irmã. Ele ainda estava com metade do corpo no carro e aquela seria sua chance.

— Se você tentar alguma coisa, mato ela. — Paul protestou. Ele era bem diferente de Carlos, não tinha nenhum fio de cabelo na cabeça, seus braços tatuados e, aparentemente, não muito velho. Matt percebeu que era Paul que fazia o trabalho sujo: matava pessoas inocentes e depois, escondia o corpo em algum mato na estrada.

— Se você machucar ela, será eu quem irá te matar! — Matthew berrou.

— Ah! Você acha que eu tenho medo de fedelhos? Sinceramente? — Paul questiona meio cético, desacreditado. Matt não tirava os olhos de uma Lottie pálida e meio desacordada.

— Fedelho? Você é de 80? Ninguém mais usa esse tipo de palavra. — Matt dizia distraindo o maior, enquanto Carlos falava com alguém ao telefone. Eles sabiam que Matthew nunca faria nada que pudesse machucar Lottie, mas mesmo assim, para protegê-la, ele faria ainda mais. — Sabe o que é interessante? Ninguém bota fé em um fedelho.

Paul revirou os olhos e apertou ainda mais a carótida de Lottie fazendo-a desmaiar por completo. Matt a passos lentos deixou a lateral do motorista e foi até onde o grandão estava, sem tirar os olhos dele.

— Não tente nada espertinho. — Paul falou apertando ainda mais Lottie.

— Eu não estava pensando em tentar nada. — Matthew pegou do banco do carona, um pacote de salgadinhos e estourou-o no rosto do grandão, que por instantes largou Charlotte. A menina estava desacordada, e Matt só fez jogá-la para dentro do carro, e fechar a porta.

Paul limpou o rosto, e tentou atacar Matt que se defendeu acertando chutes e socos em qualquer parte do corpo que conseguisse mirar. Paul caiu em um bolo no chão gemendo de dor, e quando os braços de Matt já não mais suportavam a dor, Carlos o atacou fazendo-o adentra a picape. Matt pegou o extintor, e o jogou no rosto de Carlos que por instantes liberou a força que punha segurando o garoto, e lhe deixou passagem para ligar a picape e fugir cantando pneus.

Matt não sabia quantos quilômetros percorrera, mas, com certeza, já estavam a mais de meia hora de distância dos quase sequestradores. A adrenalina ainda percorria seu corpo. Ele nem parara para analisar se Lottie tinha algum ferimento mais grave, porém, pelo que via, ela só estava dormindo, por enquanto. A estrada irrompeu em uma clareira e uma pequena estradinha que só passava um carro por vez. Matt embrenhou a picape por ali, e seguiu até o fim da viela, onde uma bela casa crescia nos meio das árvores. Uma casa na árvore.

Era toda de madeira, e uma fina camada de musgo crescia em seu entorno. Ela tinha janelas e não parecia ter mais do que quatro cômodos. Era pequena, simpática, e aconchegante. Tudo o que Matt precisava no momento, isso se não saísse outro sequestrador maluco querendo matar os dois.

— Vamos. — Matt puxou a menina do carro.

— Você é meu príncipe? — Lottie falou com a voz levemente embriagada.

— Quase isso, e estamos no nosso castelo. — Matt levou a menina até a porta, e ao perceber que não tinha ninguém e nenhum móvel, eles se aconchegaram da forma que dava.


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Notas finais do capítulo

Bjss e até o próximo!



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