(Hans está parado. Terno e cartola. Olha para a vasta visão do universo que é possível ver da janela de sua nave.)

[Hans] (suspiro longo e aliviado)

(Nõa suge de dentro do universo, não me pergunte como.)

[Nõa] Hans!

(Hans não se assusta, mesmo com a aparição repentina e o nariz de Nõa batendo no vidro)

[Hans] Ora, se não é o Nõa. (sorrisinho)

[Nõa] Está a caminho de outro show de suas ilusões?

[Hans] Condenado a viver o resto da vida ganhando com a felicidade das pessoas em se enganar. Essa é a sina que o destino coube a Hans.

[Nõa] Indo pra onde? (ele está olhando um aparelho de direção, dentro da nave. Ninguém viu ele entrar.)

[Hans] Ainda não sei. Há quatro planetas que rugem pelos meus truques esta noite, e todos são ciumentíssimos.

[Nõa] Ora, meu camarada, não seria sua falta nestes quatro planetas a ilusão deles de que você viria?

(Hans fica confuso. Nõa percebe)

[Nõa] Se o seu trabalho é iludir, então a sua falta iria iludi-los todos!

[Hans] Faz sentido, ao mesmo tempo que não. Mesmo assim, grato pelo argumento. Vou usá-lo quando quiser férias.

(Nõa passa um tempo olhando a máquina, em silêncio. Hans oferece um chá.)

[Nõa] Agradeço a gentileza, mas você tem pessoas para iludir e eu tenho algumas questões pra discutir. Até mais!

(Nõa desaparece)

(Drapsy, a assistente de Hans, aparece, segurando uma bandeja com uma xícara e um bule de chá.)

[Drapsy] Ouvi uma voz. Era algum amigo seu?

[Hans] Sinceramente...

(Hans se senta na mesa, onde Drapsy serve o chá. Hans olha de novo para a janela do início.)

[Hans] Eu não sei. Só sei que o nome dele é Nõa. O restante... é um emaranhado de possibilidades e combinações.

[Hans beberica o chá. Tira a cartola e a coloca na mesa. Drapsy também se senta. Fim da cena.]