Draco suspira assim que se senta de frente para o tablet, Tom Riddle era definitivamente muito pior do que seu pai fora, se bem que os dois pareciam até parte de uma família horrível e destruidora. Ele sentia muito por Hermione, seu pai havia a usado para recuperar tudo e agora estava a descartando como lixo.

Ele continua encarando a notícia que gritava em fonte capslock “RIDDLE DESERDA FILHA POR TER CASADO COM MILIONÁRIO POR CONTRATO”. A notícia estava toda em volta daquilo, mas Draco não deixaria aquilo tão barato, nem Tom poderia escapar daquilo. Independente de não amar Hermione, ela agora era uma Malfoy e a imagem dos Malfoy’s jamais seria manchada.

O dia passa com rapidez, as quatro da tarde Draco sai da sala que havia preparado para trabalhar e caminha até a sala, onde Hermione se ocupava de um pote de sorvete e novamente um dorama.

— Você confia em mim? – Draco pergunta de repente, fazendo-a olhar para ele com curiosidade – confiaria em mim para lidar com o estrago que seu pai fez?

Hermione não sabia se respondia ou se continuava encarando Draco, de repente ele pareceu tão diferente, pareceu alguém que ela estava acostumada em lidar, Harry Potter.

— Sinto muito pelo meu pai – ela fala baixinho – eu estou acabada.

Ele caminha até ela e se senta ao seu lado.

— Confia em mim ou não? – pergunta o loiro.

— Não quero destruir o meu pai Draco – ela fala desviando da pergunta – não poderia ser igual a ele e nem deixar que você se torne como ele.

— Não farei mal nenhum a ninguém Granger, confie em mim – ele insiste, ela suspira e assente cansada, sabia que Draco jamais desistiria.

Ele tira o pote de sorvete da mão dela e coloca sobre a mesa de centro, logo desliga a TV e liga o som, em uma melodia suave e romântica, ele oferece a mão para ela que aceita, ele caminha com ela até a cozinha e juntos abrem um vinho branco, logo ele se encaminha para a sacada com ela logo atrás. Assim que chegam na varanda ele coloca o corpo da castanha em sua frente, abraçando-a por trás.

— Apoie sua cabeça em mim e feche os olhos – ele fala e ela apenas obedece, ele fecha os olhos e esconde seu rosto no pescoço dela, enquanto se balançam no ritmo da música.

Draco era muito bom em fazer cena, e aquela era uma das melhores, os fotógrafos do outro lado da rua se ocupavam em tirar fotos e mais fotos do casal. A tarde trazia uma brisa leve, com um sol não tão forte, um clima ideal.

— A empresa já está cuidando de todas as notícias sobre o nosso casamento – Draco fala baixinho, mas audível para a castanha, que assente com um murmuro – de agora em diante, você é uma Malfoy, eu cuidarei de você.

Hermione morde o lábio em dúvida e se vira para Draco, fazendo-o encará-la com dúvida em seu rosto.

— Por que está tentando ser tão prestativo? – pergunta a mesma.

— Porque ninguém suja o nome da minha família, e seu pai não vai ser o primeiro a fazer isso.

Hermione assente e Draco aproxima seus rostos, logo segura o queixo dela com a mão livre e aproxima seus lábios.

— O que está fazendo? – ela pergunta com a respiração pesada.

— É só um beijo Hermione, se vamos fazer isso, faremos direito – ele sussurra e logo a beija, fazendo a mulher desistir de argumentar.

Os lábios deles pareciam se encaixar perfeitamente, eles estavam tão entretidos que Hermione quase não ouviu o toque insistente de seu celular. Ela se separa dele com a bochecha corada, e sem olhá-lo vai para a sala, para atender a chamada, o nome de sua mãe brilhava na tela, Hermione atende e se ocupa em conversar com Marisa, enquanto Draco permanece na varanda, com uma mão no bolso e a outra levando a taça de vinho aos seus lábios vermelhos por causa do beijo.

Seria tão ruim assim permanecer casado com Hermione? Será que eles poderiam voltar a ser amigos? Ou pelo menos conhecidos? O celular do loiro toca o despertando de seu breve devaneio, era Theo, ele logo atende.

Draco.

Estou ouvindo – fala o loiro.

Acabei de fazer o que me pediu.

Draco assente com um murmuro e logo encerra a chamada. Hermione volta com passos duvidosos, enquanto mira as costas do loiro.

— As notícias desapareceram, soube que meu pai decidiu vender a empresa aos Nott – Hermione fala encarando Draco.

Draco assente satisfeito.

— Foi você? – Hermione pergunta, mas ela já sabia a resposta.

— Tom finalmente irá se aposentar, achei que já havia passado da hora – Draco dá de ombros e bebe um pouco do vinho – só acelerei o processo.

Hermione ri com deboche, não gostava daquela situação, mas também não negaria que estava satisfeita por alguém finalmente estar ao lado dela, mesmo que aquela pessoa fosse Draco Malfoy, o homem que destruiu sua adolescência e sua vida amorosa.

— Quer me contar o que passa na sua cabeça? – Draco a olha com dúvida.

Ela revira os olhos e volta para dentro de casa. Draco ri e acompanha a castanha.

— O que foi? Um namorado ou uma humilhação? – Draco pergunta, fazendo-a parar com o lábio entre os dentes, em total irritação.

— Os dois – ela olha para ele com o maxilar travado, não poderia chorar, não na frente dele – acho que devemos deixar isso para lá, vou buscar minha bolsa para dar uma volta.

— Desculpe – Draco fala fazendo-a parar no caminho para o quarto – seja lá o que eu tenha feito, eu sinto muito.

Hermione apenas assente e continua seu caminho, sumindo das vistas de Draco. Ele sabia o que havia feito, mas se recusava a falar em voz alta. Quando estavam no ensino médio, Draco disse a todo mundo que Hermione fedia, para que nenhum garoto se aproximasse dela, fazendo o homem mais popular da escola desistir de conhecer a castanha. Ele ri ao lembrar, mas também sentia muito, tudo que ele precisava era ter dito a sua melhor amiga que ele estava apaixonado.

Quando ela parou de simplesmente falar com ele, ele ainda não sabia que ela havia descoberto, até acreditava que aquilo nem importava mais, pois já havia passado um ano. De qualquer forma, agora era a hora de um novo começo, uma nova fase para os dois, ele a protegeria a qualquer custo, mesmo que isso ferisse seu orgulho.

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