As semanas que se seguiram, foram de total silencio pela parte de Hermione e de desespero por parte de Draco, já que havia chegado aquela maldita carta, indicando que a castanha queria o divórcio.

Ele estava em seu escritório, ainda não havia tido coragem de retornar para casa, o que só facilitou para Hermione. Ele sabia o que ela tinha visto e nem tentou se explicar ou mudar a situação que se estendeu pela convivência entre eles.

Ele nem sabia como tudo havia virado de completa ponta cabeça e ter a deixado sem nenhuma explicação, estava sendo completamente infantil e ridículo da parte dele, o próprio tinha noção disso, mas não sabia o que fazer, tinha segredos demais para se quer ter coragem de se lembrar.

Alguém bate na porta e logo os cabelos negros de Theodore se fazem presentes na fresta da porta, sendo seguido por mais três cabeças, pertencentes a Harry, Rony e Blásio.

Draco estranhou os quatro ali parado em frente a sua mesa, mas eles pareciam irredutíveis a se quer dar início a uma explicação. Por isso, Theo foi o primeiro a falar.

— Você precisa voltar para casa – fala o moreno, encarando o melhor amigo do outro lado da mesa, com olheiras profundas e uma cara de quem não queria iniciar uma discussão.

— Theo...

— Já chega Draco – Harry toma a frente e caminha até o loiro – Hermione precisa de você.

Draco ri sem humor.

— Segundo esse papel, ela não precisa não – Draco entrega o papel a Harry, que já sabia do que se tratava, Gina havia contado a ele.

— Draco, você e Hermione precisam parar com essa mania de se calar e deixar que as coisas se afoguem – Rony fala e os outros concordam – uma conversa e tudo isso poderia ser resolvido.

O loiro suspira cansado, Rony tinha razão, mas ele não queria admitir, já tinha muito peso na sua consciência.

— Precisa voltar para casa – Theo fala novamente – Hermione precisa de você.

Draco estava pronto para retrucar, quando a voz de Blásio o interrompeu, deixando seu semblante completamente assombrado. Ele não teria condições de dirigir, por isso Harry se ofereceu para levá-lo, enquanto Theo e Blásio davam conta de fechar o escritório dele e avisar para a secretaria que ele tiraria o resto do dia de folga. Rony se juntou a Draco e Harry no carro e juntos partiram para a casa dos Potter, onde a mesma estava com suas amigas.

O caminho até lá parecia torturante, ele estava pronto para saltar do carro e ir correndo, pelo menos assim talvez sua mente parasse de lhe torturar com inúmeras possibilidades, inúmeros e se.

Harry empurra a porta de sua casa, dando visão para Draco, que vê imediatamente a castanha deitada no sofá, recebendo um carinho de Luna, que naquele momento era a única que poderia consolá-la, já que Gina e Pansy optaram por não a deixar pior ainda com a visão de seus corpos.

Draco dá passos pesados até o sofá e se agacha diante da mulher, Luna se levanta e sai do recinto, junto com Harry e Rony, os três vão para cozinha e se juntam as outras duas.

— Acha que eles podem se resolver? – Pansy pergunta alisando a barriga, estava gravida de seu segundo filho, dessa vez um menino, a pequena Katellyn brincava ali próximo.

— Não sei se é uma boa ideia – Luna fala por fim – eles têm uma bagagem muito grande e mal sabem como se resolver, com isso então.

— Independente do que decidirem, só quero que fiquem bem – Gina suspira se juntando ao seu marido.

Os amigos ali reunidos tinham consciência de que aquele romance era conturbado, sempre fora, mas eles esperavam que de alguma forma, os dois aprendessem a voltar um para o outro.

— Sinto muito – Draco sussurra, vendo Hermione abrir os olhos e fechar novamente – eu te deixei, deixei você ir, eu deveria ter explicado, deveria ter insistido até você falar comigo, deveria ter contado tudo que estava acontecendo comigo.

— Você me traiu?

— Não Mione, não te trai, jamais faria isso – ele se ajeita e senta no chão, colocando seu rosto bem perto do dela – quando eu namorei com a Astoria, nós dois éramos como duas bombas prestes a explodir e eu me sentia tão revoltado com a minha vida, com meu pai, que fiz muitas besteiras na vida e em uma delas, eu prejudiquei uma pessoa inocente, não foi totalmente culpa minha, mas ainda assim a minha responsabilidade estava ali – ele respira fundo, tomando um ar para que pudesse continuar sem chorar – quando a Astoria percebeu no baile, o quão apaixonado eu estou por você, ela simplesmente não pôde aceitar e começou me ameaçar, e eu fiquei com tanto medo de que você não me amasse mais, que simplesmente me afastei de você, porque era mais fácil te deixar do que ver seu olhar de decepção.

Hermione passa a mão pelo rosto e suspira.

— Eu preciso de um tempo – Hermione fala por fim – preciso ficar sozinha, você já me deixou de qualquer forma e eu oficializei isso, assine os papeis, por favor.

Ele apenas assente com um suspiro, vendo-a se levantar.

— Não sabemos dialogar, não nos conhecemos direito e não vamos descobrir isso machucando um ao outro – Hermione fala – o nosso bebê se foi, então não temos nenhum vínculo, eu preciso ir.

Draco não teve coragem de olhá-la, apenas assentiu e a castanha deixou o recinto. Hermione havia tido um aborto espontâneo, seu corpo estava passando por tanto estresse que ela simplesmente não suportou, doía que aquilo estivesse acontecendo, mas aquela era a oportunidade de ela deixá-lo, a oportunidade perfeita para que Dramione deixasse de existir, e assim ela fez, sem se dar ao trabalho de fazer uma coisa simples, virar um completo clichê.

Ela iria embora e ele voltaria a ter a vida que ele sempre teve, apesar de que de alguma forma, não era isso que ele queria, pois Hermione era seu mundo e estava escorrendo pelos seus dedos. O moreno na soleira da porta observava tudo com atenção, por isso, depois que Hermione saiu, ele simplesmente caminhou até Draco e o abraçou, era a segunda vez que ele a perdia, mas para falar a verdade, talvez nem tenha a tido de verdade, e isso era o que mais doía, pois de alguma forma, ele esperava que o amor fosse suficiente, mas não era, e o amor deles dois, não era tão forte assim. Hermione e Draco se conheceram de uma maneira errada, quando eram crianças, e se casaram de uma maneira mais errada ainda, quando viraram adultos, e agora ele tinha consciência disso, pois mais uma vez, estava perdendo tudo que conquistou, ou que tentou conquistar.

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