Gato de Biblioteca escrita por wulpyx


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hoy ~ ♥

Essa aqui é mais uma Onezinha que escrevi esses dias e tô aqui pra postar prucês. ♥ Fiquei realmente feliz por ter voltado e ver que ainda tenho uns amorzinhos que gostam do que escrevo. ;u; Obrigada mesmo, pessoal. ♥

Se houverem erros me avisem, por favor.

Boa leitura ~ ♥

revisada, betagem por @Takt



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O dia estava realmente frio naquele mês. Não se recordava de um verão que precisava usar até mesmo um cachecol, entretanto, este último mostrava-se mais violento do que os outros e praticamente obrigava todos a saírem mais agasalhados àquela tarde.

Tinha que buscar um livro na biblioteca perto de casa, a pedido de sua mãe, que estava de folga, mas que mesmo assim não descansava completamente do serviço para aproveitar as novas oportunidades. Apesar de que, ler era relaxante para a mulher em muitos casos.

Aomine enfiou as mãos nos bolsos do casaco cinza e pesado, resmungando algo baixo por aquele clima não ser um dos mais adorados das estações por si. Tudo parecia mais complicado, difícil de fazer e se mover; sua vontade caía mais da metade.

Em poucos minutos, andando da residência até o centro da cidade, avistou a biblioteca mencionada, vendo a movimentação do local apenas pela calçada. Nada surpreendente do que esperava de um lugar monótono.

Pisando no chão do recinto do lado de fora, pela janela, podia notar — com certo apertar de olhos —, uma pessoa ou outra perdida em seus pensamentos ali. Estavam sentadas em uma das diversas cadeiras do lugar, de frente para as redondas mesas de madeira. E uma delas chamou sua atenção por conta dos fios de cabelos serem tingidos em um extremo vermelho berrante.

Não era novidade ocasionalmente vê-lo ali, mas que incógnitas sempre lhe brotavam nesses momentos, não deixava de ser uma verdade. Ele deveria ter inúmeros livros em casa, assim como se precisasse de algum, bastaria pedir para uma das pessoas que trabalhavam na residência de seu pai para buscar. Ou até mesmo comprar.

Deixando de ficar indagando a si mesmo enquanto enfrentava aquele frio todo, moveu-se em passos lentos para dentro do lugar ao abrir a porta de entrada, tendo o barulho da madeira trazendo a atenção dos poucos presentes para si. Menos dele, claro. Estava bem distraído ou muito concentrado ao que lia.

Ignorou pelos primeiros minutos o motivo principal para o qual ele estava ali, afrouxando um pouco os nós que realizou do cachecol ao próprio pescoço. Aquele lugar era mais quente naturalmente por estar com portas e janelas fechadas. Passou os olhos azuis por cima da figura em tons rubros familiares, notando a falta de muita coisa nele, principalmente no que se dizia respeito a vestimentas apropriadas para o clima atual.

Aproveitando da falta de atenção dele para a movimentação ao redor, aproximou-se em silêncio, como o lugar praticamente exclamava de forma muda para todos, não estando acostumado com tudo aquilo no fim das contas. Não sabia medir o tom, apesar de não ser do tipo que saía gritando simplesmente.

E, provavelmente quebrando qualquer linha de pensamento e foco ao qual o garoto estava tendo na história do livro aparentemente um pouco antigo, puxou uma cadeira — sem arrastá-la —, colocando ao lado dele, sentando-se ali ao finalmente receber o par de olhos vermelhos vívidos e afilados sobre si.

Akashi encarou-o por pequenos segundos antes de permitir que um suspiro escapasse dos lábios finos, soltando uma fumaça branca e fraca em sequência. Com Daiki podendo vê-lo de perto naquele momento, notou que sua boca estava notavelmente em um tom arroxeado. Não era a primeira vez que via o ruivo com aquela falta de cuidado.

“Você por aqui, Aomine?” O tom subia ao timbre leve de um sussurro, permanecendo em um murmúrio compreensível, respeitando a primeira regra ao estar ali dentro, tendo um repuxar simples dos lábios, enfeitando as feições neutras de Seijuurou diante da presença do Ás.

“Eu que pergunto” respondeu, ao não dar totalmente ênfase em si ali, não era o que de fato achava que importava, “por que está aqui?” questionou. Já não esperava uma resposta muito lógica dele, por mais que soubesse que as palavras do ruivo sempre soavam ao máximo mais próximas da razão.

“Gosto de vir aqui para ler.” A resposta, como sempre, pareceu bem óbvia, apesar de ainda existir bastante coisa não dita. O motivo era mais do que simples para ser sincero. O sibilar veio acompanhado de um sorriso rápido e mínimo, o que definia muitas coisas.

Contudo, Daiki não apreciou nenhum pouco aquele tipo de resposta pelo visto. A linha reta da boca mostrava o quão não satisfeito ficou, porém, também permaneceu calado a respeito, pensando um pouco. Não era como se não conhecesse Akashi pelo básico para saber dos motivos adicionais.

Mesmo uma biblioteca, em um dia extremamente frio e superficialmente vazio, parecia ser mais aconchegante e quente do que a própria casa para si.

Mesmo assim, não entendia.

“Isso não é desculpa.” comentou em um suspiro mais pesado, acabando por receber o esperado olhar confuso de Seijuurou diante daquilo. Como ele conseguia ser inacreditavelmente idiota? E Aomine merecia um prêmio por ser pior ainda ao encarar aquilo e estar ponderando tanto diversas coisas.

O silêncio reinou pelo próximo minuto, e quando o ruivo pensara em separar os lábios novamente para proferir algo, notou a movimentação em seu lado. O moreno retirava o cachecol do pescoço, desfazendo aqueles nós apertados em seu pescoço, logo restando apenas o pano branco por entre seus dedos escuros.

Esses que tomaram uma aproximação do menor, passando a peça de roupa pela tez mais clara e igualmente mais descoberta e fria, realizando alguns enrolados pelo pescoço de Akashi e um pequeno nó para mantê-lo ali.

Sem mais nenhuma palavra, Daiki levantou-se da cadeira e, com a típica falta de respeito, não a colocou no seu devido lugar, apenas encaminhou-se para o que deveria ter feito desde o início, sem mudar os planos. Passou a procurar o livro que sua mãe queria, logo indo de encontro a uma garota na recepção, marcando que pegaria aquele por certo tempo.

Não vagueou com o olhar por nenhuma vez mais pelo recinto, tomando os passos para ir embora, sem mais um minuto de espera, sentindo o frio bater em sua pele escura pela área do pescoço e nuca, ao estar de volta às ruas, dando falta de seu cachecol no momento, mas não sendo o bastante para se sentir arrependido de seu ato.

Isso não é desculpa para se descuidar”, talvez fosse isso que queria ter dito, mas não era nada demais para estar tão apreensivo.

O que poderia dizer? A verdade, oras.

Deu-o para aquecer um gato de biblioteca.


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Notas finais do capítulo

Acho que com essa minha volta também deu pra notar o quanto eu amo AoAka, né? EU AMO ELES DEMAIS, É TÃO GOSTOSO ESCREVER COM ESSES DOIS, NHANHANHA. ♥ (ignorem isso).
Obrigada a todos que chegaram aqui por ler. ♥ Espero que tenham gostado. *3* Caso desejem, deixem um review. õ/ uwu Kissus da Sociopata e jya nee~! ♥