Slaps and Kisses escrita por Noel Em Fevereiro


Capítulo 1
Slaps and Kisses


Notas iniciais do capítulo

Nova fic!
Eu sei, eu sei! Eu tenho muitas pra por em dia, mas se eu tenho uma ideia, eu tenho que escrever!!



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Slaps and Kisses — POV.ANNABETH

 Acordei às cinco e meia da manhã ao som de “American Idiot” no último volume.

 Ótimo, pensei.

 Levantei da cama e fui até o canto do quarto, onde havia um cabo de vassoura, voltei a cama e fiquei de pé em cima da mesma.

 - THALIA! DESLIGA ISSO, RETARDADA! – gritei enquanto batia o cabo de vassoura no teto algumas vezes.

 - NÃO! – respondeu minha amiga, e pude ouvi-la batendo os pés no chão em resposta a minhas batidas. Bufei. Pelo visto, eu teria que me arrumar para a escola ouvindo GreenDay hoje.

 Fiz minha higiene matinal e vesti uma camiseta branca, jaqueta de couro, jeans surrados e botas sem salto. Deixei meus cabelos louros e encaracolados caindo livremente até pouco abaixo dos ombros. Passei apenas um gloss incolor para minhas amigas (vulgo Silena) não reclamarem pelo fato de eu chegar na escola de “cara lavada” - como se eu precisasse de maquiagem, meus olhos cinzas já chamam mais atenção do que eu gostaria. Além do mais, aquele gloss logo sairia pois tenho mania de morder o lábio.

 Bom, acho que ainda não me apresentei. Sou Annabeth Chase e moro em Manhattan, Nova York. Estudo na Goode High School e sou meio nerd, apesar de não usar óculos desde os doze anos de idade (mas isso não vem ao caso, nem todo nerd precisa usar óculos.). Apesar de ter dezesseis anos e um corpo bonito, tenho 1,53. Pois é, sou bem baixinha. Mas vamos voltar a narrativa.

 Fui até a cozinha de meu apartamento, disse “Bom dia” para meus pais, peguei uma maçã e saí do apartamento, pois já eram seis e meia (as aulas na Goode começam às 7:00).

  Encontrei Thalia no elevador, e pra variar ela estava de fones. Ela estava vestida de seu jeito típico: Jaqueta de couro preto com tachinhas, camiseta preta, calça jeans preta e botas pretas de couro. Os cabelos pretos curtos emolduravam seu rosto e destacavam seus olhos azuis elétricos.

 - Resolveu desligar o Green Day mais cedo? – perguntei tirando um de seus fones.

 - Olha como fala, você pode acabar perdendo sua carona! – como eu acabei de fazer dezesseis anos, ainda não tinha carteira de motorista, muito menos um carro. Portanto, como Thalia me deve praticamente a vida dela, ela me dá carona. E foi exatamente isso que eu disse a ela, que apenas bufou.

 No percurso até a escola conversamos e rimos sobre coisas banais. Chegando lá, Thalia estacionou, e assim que saímos do carro avistamos nossos amigos.

 - Finalmente chegaram, já estávamos começando a achar que tinham morrido! Eu queria saber se já podia dar graças a Deus, mas parece que não. – disse Percy assim que nos aproximamos.

 - Não enche, Cabeça de Alga. – resmunguei.

 - Opa! Parece que alguém acordou com o pé esquerdo, não? – falou, passando um braço por meus ombros.

 - Se acordei com o pé esquerdo ou pé direito, isso não é da sua conta. Agora, dá pra tirar o bracinho de mim? – respondi. Ele bufou e tirou o braço.

 Percy e eu temos uma relação de – literalmente – tapas e beijos. Ele vive me provocando, praticamente implora pra que eu bata nele. Quanto a parte dos beijos... Bem, isso não vem ao caso. Só digo que, durante a minha vida toda ele esteve presente especialmente pra me irritar ou apoiar.

 Eu me lembro que nossas brigas eram piores quando tínhamos doze anos. Percy ria toda vez que eu reclamava de uma espinha ou do meu cabelo, apesar de ele não estar muito diferente. Não que ele não tenha mudado, tanto que considero o “Percy-de-doze-anos” bem diferente que o “Percy-de-hoje”. Com dezesseis anos, Percy tem 1,75 de altura. Os olhos verde-mar ficaram ainda mais vivos que naquela época, e os cabelos pretos ficaram ainda mais bagunçados. No ano passado Percy entrara para o time de basquete junto com mais alguns garotos de nossa “Turminha Inseparável” e se tornara o capitão. Nesse mesmo período ele ganhara músculos, mas não do tipo “monstro”. Músculos normais, mas marcantes. Eu nunca diria isso em voz alta, mas Percy havia se tornado um rapaz muito bonito.

 - Já acabaram a briga, casal? – perguntou Luke, meu primo de dezoito anos que entrou atrasado e ainda inventou de repetir de ano. Ele estava abraçando Thalia por trás, o que me fez lembrar: eu e Percy somos os únicos encalhados do grupo. Thalia namora Luke, Piper namora Jason, Silena namora Charles e Leo namora Calipso.

 - Casal vai ser meu punho com a sua cara! – falei com raiva.

 - Opa! Estamos nervosinhos hoje?! – disse Leo.

 - Se ta nervosa quer dizer que se importou! – continuou Calipso.

 - Tiraram o dia pra me contestar, é isso mesmo? – falo cruzando os braços.

 - Sim! – todos dizem em uníssono.

 Olho para Percy.

 - Você também ta nessa?

 Ele devolve o olhar.

 - Eu não to entendendo nada, então estou do lado da maioria.

 Todos soltamos um gemido sofrido. Percy as vezes é tão lerdo que chega a irritar. Eu estava quase dando uma resposta nada educada a ele quando ouvimos um grito estridente bem atrás de nossa rodinha:

 - PERCY! – uma ruiva com roupas absurdamente curtas cor-de-rosa e excesso de maquiagem se enfia entre Percy e eu e passa os braços por seu pescoço. – Meu amor, que saudade!

 Percy apenas ergue a sobrancelha esquerda e se afasta.

 - Rachel, eu já falei! Terminamos! E faz mais de um ano! Dá pra entender?

 Bom, como vocês não devem estar entendendo nada, vou explicar: Rachel Elizabeth Dare é a ex-namorada de Percy. Quando tínhamos quase catorze anos Percy começou a namorá-la. Na época ela ainda não era uma periguete, mas assim que completou catorze anos começou a aparecer com roupas curtas e chamativas, e muita maquiagem. Também começou a andar com meninas chamadas Drew e Quione, que também se vestiam do mesmo modo. Percy tentou aguentar aquilo por muito tempo, mas no ano passado, duas semanas antes de seu primeiro jogo como capitão (e como jogador) do time de basquete, ele a viu flertando com outro cara. Aquilo foi a gota d’água. Ele terminou o namoro naquele instante e jogou umas boas verdades na cara dela.

 Mas ela também não estava sendo lá muito boa namorada, pois quando Percy contou a ela que estava nervoso para seu primeiro jogo, ela disse “Você é muito covarde, Percy! É só um jogo, amor! Não tem importância!”. Confesso que eu tive vontade de socar a cara daquela periguete. Não que eu tenha ficado com raiva por causa do Percy, claro que não. Mas ela não ajudou o Percy a superar o nervosismo, então eu tive que fazer o serviço, e bem em cima da hora...

 - Ah, amor, eu sei que você ainda me ama! – respondeu a ruiva.

 - Rachel, pra eu ainda te amar, eu primeiro preciso ter te amado algum dia! Então sai do meu pé!

 Nesse instante, Leo deu um sorrisinho.

 - Ih, Percy, pra ela sair do seu pé, só com água e sabão, porque chulé só sai lavando! – falou, e todos gargalhamos.

 O rosto de Rachel estava tão vermelho quanto seus cabelos, e seus punhos estavam serrados.

 - VALDEZ! QUEM TE DEU O DIREITO DE FALAR ASSIM DA RAINHA DESTA ESCOLA? – perguntou.

 - Não estou vendo nenhuma rainha, apesar de servas você já ter... E bem chatas por sinal. – falei.

 Rachel me olhou como se tivesse acabado de me notar ali.

 - Ah, você está aqui, anãzinha? Nem te vi, ma já era de se esperar. Além de baixinha é uma nerd totalmente invisível. Queria saber como uma garota tão chatinha pode ter amigos. – assim que disse isso, as seguidoras (ops, amigas) da ruiva, Drew e Quione, começaram a rir.

 Eu já estava prestes a lhes dar uma resposta (lê-se tapa), mas Percy entrou em minha frente e disse:

 - Ela pode ter amigos, pois não é uma chata mimada como você. Ela sabe que a vida não é um mar de rosas, e acima de tudo sabe que o que realmente tem valor não é a aparência. Ela pode ser uma baixinha, isso é verdade, mas o coração dela... – ele passou um braço por meus ombros. Um choque percorreu meu corpo, o que me fez sair do estado imóvel em que fiquei no momento em que Percy começou a primeira frase. Passei um braço em volta de sua cintura (isso era, basicamente, o máximo que eu conseguia). Ele me olhou intensamente, e eu devolvi o olhar. - ...é infinitamente maior do que a altura dela. Aprenda, Rachel. É isso que importa.

 Rachel estava estática.

 - Percy, você está... defendendo essa loira oxigenada? – perguntou assim que recuperou a fala.

 - Em primeiro lugar: Sim, eu estou defendendo a Annabeth. Ela é minha amiga. Em segundo: - ele pegou uma mecha do meu cabelo e praticamente esfregou no nariz dela – ela é loira natural.

 Começamos a rir, e nossos amigos (que estavam assistindo tudo. Tsc, tsc, bando de fofoqueiros!) nos acompanharam. Rachel estava (novamente) totalmente vermelha. Ela se virou e saiu andando, enquanto murmurava coisas como “Vocês ainda me pagam” ou “Essa loira aguada ainda vai se ver comigo” e tinha suas seguidoras em seu encalço.

 Olhei para Percy, que observava Rachel se afastando com um sorriso vitorioso no rosto. Fiquei na ponta dos pés, segurei seu rosto, depositei um looongo beijo em sua bochecha e em seguida o abracei. Ele retribuiu com força e enterrou o rosto em meus cabelos enquanto eu escondi o meu na curva de seu pescoço.

 - Obrigada. – murmurei.

 - Sempre que precisar, Sabidinha. Mas está me devendo uma, te livrei de uma detenção daquelas! – disse no mesmo tom. Bati em suas costas com força. – Ai! Ta bom! Ta bom! Não ta me devendo uma! Fui eu que paguei a dívida que eu tinha com você desde o ano passado! – falou em tom normal.

 - Que dívida? – perguntaram nossos amigos, menos Thalia. Senti meu rosto esquentar e me soltei do abraço de Percy delicadamente.

 - Depois falo com vocês, meninas. – ouvi o barulho estridente do sinal que anunciava o início das aulas. Salva pelo gongo. – Hora da aula!

 Ai, ai... Como eu queria que o Percy não tivesse aberto a boca...

 Agora terei que contar às minhas outras amigas sobre aquele dia que repassei tantas vezes na minha cabeça...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!

Kisses,

Noel



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