Katarina escrita por Nimsai


Capítulo 1
Capítulo 1 - Como tudo aconteceu...


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, espero que gostem :*



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Para de ser chata Katarina, meu subconsciente me fala batendo os pés freneticamente- sua postura como sempre de uma lady londrina, daquelas que não perdi o horário do chá da tarde - acho que ela ainda não percebeu que sou uma idosa em corpo de adolescente. Já estou chegando em casa, quando sinto um aperto em meu coração, como se algo ruim estivesse pra acontecer, mais ou menos como uma premonição, coisa que não acredito. Até porque a única pessoa que poderia ser afetada por essas "premonição" era eu mesma ou minha mãe, que estava bem segura em casa.

Elena Brain era uma mulher magra e miúda, de cabelos um pouco mais escuros que os de Katarina, que tinham o dobro do comprimento. Que quase sempre, estavam enrolados em um elástico vermelho, presos por uma lapiseira que mantinha o penteado no lugar. Já que depois que parara de dançar havia começado a pintar alguns quadros como passatempo. As pessoas sempre diziam a Katarina que ela se parecia com a mãe, mas ela não via semelhança alguma. Só o que tinham em comum era o tipo físico: ambas eram magras, tinham peitos pequenos e quadris estreitos. Ela sabia que não era linda como a mãe. Para ser bonita, era preciso ser alta e esguia. Quando se era baixinha como Katarina, com pouco mais de um metro e meio, a pessoa era no máximo bonitinha. Não bonita ou linda apenas bonitinha. Acrescente cabelos castanhos e um rosto com algumas sardas, e ela não passava de uma boneca de pano em comparação à Barbie que era sua mãe. Afinal sua mãe sempre fora bailarina, Elena já havia rodado quase todo o mundo com sua companhia de balé, e foi numa dessas viagens que conheceu meu pai, Taylor Brain, por quem se apaixonou rapidamente, tipo coisa de cinema, não que isso seja normal, afinal quem se apaixona em um dia e se casa em dois meses, mas para Elena e Taylor, aquilo tudo era mágico... Claro que não sou tola ao ponto de achar que o mesmo vai acontecer comigo, afinal, olha pra mim, sou apenas uma brasileira que não samba, não gosta de carnaval, que prefere ouvir Os Concertos de Branderburgo do Bach, a ouvir Lady Gaga e Beyonce ,que só sai de casa para ir para faculdade e ao mercado, mesmo morando no Brasil, sou bem pálida, nada daqueles bronzeados que os meninos gostam, e realmente acho que deveria ter nascido no século 18. E se ainda tiver chances de algo acontecer, será um daqueles estranhos que jogam xadrez e usam óculos grossos dos quais ela vê na faculdade.

Mais uma vez estou sinto aquele aperto em meu coração, e dessa vez aperto os passos, temendo o pior. Quando para abrir a porta, ouço estrondos vindos de dentro, deve ser minha mãe tentando cozinhar novamente, sorrio com a lembrança já que dá ultima vez ela conseguiu sujar o teto de molho de tomate até hoje não sei como ela fez essa proeza, mas a sensação de que alguma coisa estava errada só aumentou ao chegar à porta do apartamento. Estava destrancada, entreaberta, deixando vazar um feixe de luz no chão. Com um sentimento crescente de pânico, empurrei a porta. Dentro do duplex, as luzes estavam acesas, todas as lâmpadas, tudo completamente claro. O brilho agrediu seus olhos. As chaves e a bolsa cor-de-rosa da mãe estavam na prateleira moldada de metal ao lado da porta, onde ela sempre as deixava.

— Mãe? - falei. - Mãe, cheguei.

Não houve resposta. Fui até a sala. Ambas as janelas estavam abertas, metros de cortinas brancas e leves esvoaçavam com a brisa como fantasmas inquietos. Só quando o vento parou e as cortinas sossegaram que consegui ver que as almofadas tinham sido arrancadas do sofá e espalhadas pela sala. Algumas estavam completamente rasgadas, com os forros de algodão transbordando para o chão. As estantes de livros haviam sido derrubadas, e o conteúdo, disperso. O banco do piano estava caído de lado, aberto como uma ferida, os amados livros de música de Elena, cuspidos para fora. Ainda mais aterrorizantes eram as pinturas. Todas elas haviam sido cortadas da moldura e rasgadas em tiras, que estavam espalhadas pelo chão. O trabalho deveria ter sido feito com uma faca - lona de tela era quase impossível rasgar simplesmente usando as mãos. As molduras vazias pareciam ossos limpos. Claro sentiu um berro subindo pelo peito.

— Mãe! - gritei. - Cadê você? Mamãe!

Estava vazia, as portas dos armários abertas, um vidro de molho de pimenta quebrado estava derrubando um líquido vermelho e no linóleo. Meus joelhos pareciam de gelatina. Eu sei que deveria correr para fora do apartamento, arrumar um telefone e chamar a polícia. Mas tudo isso parecia muito distante primeiro precisava encontrar a minha mãe, precisava saber que ela estava bem. E se tivessem entrado ladrões e Elena tivesse reagido...?Que espécie de ladrão não levaria a carteira, a televisão, o aparelho de DVD ou os laptops caros? Estava à porta do quarto de mamãe agora. Por um instante, parecia que pelo menos esse cômodo permanecera intocado. A colcha de flores feita à mão de Elena estava cuidadosamente dobrada. Meu rosto sorria para mim mesma do alto da mesa de cabeceira, cinco anos, sorriso banguela, e cabelos cor de "cocô". Um choro se formou no meu peito. Mãe chorei por dentro, o que aconteceu com você? O silêncio respondeu. Não, não o silêncio - um barulho ecoou no apartamento, me arrepiando os pelos da nuca. Como alguma coisa sendo derrubada -, um objeto pesado atingindo o chão com uma batida forte. A batida foi seguida por um barulho arrastado e vinha em direção ao quarto. Com o estômago contraindo de pavor, me levantei e fui em direção a um dos vários abrigos que havia naquela casa, entrei no closet de mamãe, já me abaixando entre os vários casacos e empurrando a passagem que ali tinha, já dentro tomei o cuidado de fechar o mesmo para quem quer que esteja ali não perceba, liguei os monitores para que pudesse ver as imagens das câmeras de segurança que seu pai havia instalado antes de morrer, reviso todas as imagens de todos os cômodos e descubro que há três homens daquele estilo "guarda-roupas" em minha casa e que os mesmos mataram minha mãe. Mataram minha mãe, sinto meus olhos começarem a embaçar já que lágrimas estão descendo sem minha permissão, tento me recompor - coisa que falho miseravelmente - e volto às imagens vendo que eles chegaram a mais ou menos uma hora atrás, pareciam estar atrás de algo ou alguém, minha mãe está morta, a única coisa da qual conseguia pensar era isso, lembrando-se de seu rosto, seu sorriso, e seus lindos olhos verdes que acalmavam qualquer tempestade, ela não pode ter partido, Não, ela não pode me deixar aqui, sozinha, ainda preciso dela. De suas palavras de consolo, de seu abraço confortante, ainda preciso DELA! E ao lembrar-se de sua voz, tão suave que se remetia a de um anjo, e quando me apaixonar como ela sempre falava, quem me irá dizer que é normal? Que não há o que temer? NÃO! CHEGA! Pensar nela morta, saber que nunca mais irei ouvir sua voz, sentir seu sorriso, é insuportável! E a dor que estou sentindo, tão forte, tão avassaladora... Ai meu Deus! Minha mãe esta morta, meu pai já se foi há três anos, então... Fiquei órfã! A única família que tenho agora é meu padrinho, mas este mora longe e ultimamente mal o vejo. Minha cabeça dói, minhas mãos estão tremulas, e não consigo sentir minhas pernas, minha vontade é de gritar, de ir atrás desses brutamontes que tiraram de mim minha querida mãe, mas não consigo me mover, minhas pernas não me obedecem, minha visão esta ficando turva, sei que não estou morrendo, não tenho tanta sorte, mas de repente , a única coisa que vejo, é a escuridão total.

Havia enterrado minha mãe hoje de manhã, a única pessoa presente era eu mesma, pois logo após a morte de meu pai, nos mudamos para São Paulo, bem na verdade eu havia nascido aqui, mas morei minha infância inteira em Manhattan, mas decidimos que aquela cidade não tinha graça sem meu pai, como agora São Paulo não tem sem minha mãe... Já havia ligado para meu padrinho e agora estava indo em direção ao aeroporto, agora só algumas horas me separam de uma nova vida.

As horas pareciam não passar, e tudo me lembrava Elena, e pensando que em meio a tudo isso, mesmo não a tendo do meu lado ela permanece em meu coração, meio como li em EU ME CHAMO ANTONIO(SEGUNDO), "PRECISEI ABASTECER A SUA AUSÊNCIA tecendo seu retrato nas linhas confusas da imaginação, no pano impreciso das minhas mais belas lembranças. Tive que bordar em letras miúdas a grandeza da saudade. E seus olhos puderam ler: "Eu te amo não é eu te ter"." Minha mãe iria querer que eu seguisse em frente, eu sei, mas também não a esquecerei.. Mesmo com o tempo, com a vida ou a velhice, afinal, mãe é mãe , sorrio a lembrar de suas brincadeiras, suas palavras, o jeito do qual me fazia sorrir com uma careta quando estava triste, ela ate fazendo careta ficava bonita, injustiça da vida! Ai mamãe como a queria aqui, mas eu não esquecerei suas palavras, afinal a sabedoria da alma só a vida traz, e mamãe me dera um propósito pelo qual viver...

"NÃO DEIXE QUE O CALOR DO PEITO PARE DE EXISTIR, E QUE A TRISTEZA NUNCA IMPEÇA SEU SORRIR".

Eu sei, eu sei ta mais pra um desafio de tão difícil que é realiza-lo mas to pra ver um Brain soltar a corda quando a mesma já ta queimando suas palmas, e não é hoje que o mundo irá ver.

— Sras. e Srs., solicitamos que afivelem cintos de segurança. À partir deste momento é proibida a utilização de qualquer equipamento eletrônico. Dentro de instantes pousaremos no Aeroporto Internacional John F. Kennedy em Nova Iorque. Mantenham o encosto de suas poltronas na posição vertical, sua mesa fechada e travada e afivelem o cinto de segurança.- a aeromoça falou, ouvindo isso afivelei meu cinto e enxuguei as lagrimas que teimaram em sair.

Faz anos que não venho em Manhattan, três anos para ser mais exata, havia alguns conhecidos por aqui, -deveria procura-los, esta muito solitária- meu subconsciente me diz, e pode ser que realmente vá atrás deles.

—Bem vindos a Nova Iorque. São oito horas e vinte e dois minutos. Permaneçam sentados até que os sinais de afivelar cintos sejam apagados. Verifiquem se estão de posse de seus pertences antes do desembarque que poderá ser efetuado pela porta traseira. Para outras informações, dirijam-se aos nossos funcionários de recepção em terra. Informamos que é proibido fumar e utilizar o telefone celular até a chegada ao saguão do Aeroporto. O Comte. Skooj e sua tripulação agradecem sua escolha pela Positive Airlines e desejam a todos um bom dia.

Steve

Fury havia convocado uma reunião do nada, e ninguém nem desconfiava o porquê .Todos já haviam chegado, menos o Stark, até ai nada de novidade..

— Desculpe o atraso- Stark falou com uma careta como se falar a palavra desculpa doesse, que logo se deu lugar a um sorriso irônico - estava em uma reunião com a Pepper.

— Poupe-nos dos detalhes Stark- Natasha falou - Fury, afinal qual o motivo da reunião?

— Bem - Fury começou - uma pessoa esta chegando, e quero a ajuda e a proteção de vocês.

— E quem esta vindo ai? - Tony questionou - Presidente Barack Obama?

— Não- Fury diz rolando os olhos, quer dizer, o olho- Minha Afilhada.

— Sua o que? - Bruce que até então estava calado no canto, quase gritou- Não sabia que tinha uma afilhada, alias, nãos sabia que tinha família!

— Nem EU!- Natasha fala, ela parece magoada, acho que por ele não ter confiado nela o suficiente para lhe contar esse 'segredo'.

— Mas então - Wanda fala- quer que sejamos uma espécie de babá?

— To fora- Clint e Bruce falam em uníssono.

—Nem olhe pra mim - Natasha fala - sabe que não tenho paciência com crianças, e, além disso, se não me confiou esse segredo porque me confiaria à própria.

— Katarina não é...

— Não sou o que? - Uma garota baixinha, de cintura fina e cabelos curtos da cor de avelã. Ela parecia ter no máximo 16 anos, mas isso não significava que ela era frágil.

— Eu aceito o cargo - Pietro fala rapidamente, já indo em direção a garota e a mesma tinha um olhar espantado - Prazer Pietro Maximoff

— Katarina Brain- ela falou empinando o nariz e olhando em volta- titio, tem algo a me falar?

—Desculpe Pietro mas estou procurando um Guarda-Costas não um Namorado para minha afilhada- Fury falou irônico.

—Desculpe, mas, o que esta acontecendo aqui?- a garota falou novamente ao mesmo tempo em que colocava suas mãos na cintura.

— Concordo com o Fury - Wanda falou - Você não daria certo Pietro, ao invés de protegê-la iria ficar a cantando...

—Exatamente- Fury falou impaciente.

—Chega! - a pequena gritou - Nicholas Joseph Fury me fale o que está acontecendo imediatamente!

—Katarina - Fury falou de um jeito que nunca o tinha visto, e ele me parecia tenso— minha pequenina , olha só pra você !

—Titio, você esta me enrolando ... E eu não estou gostando disso!

—Seu "titio" esta querendo uma baba pra você! - Tony falou gesticulando, ao mesmo tempo em que a garota olhava com raiva para o Fury.

— Babá não!- Fury falou se explicando. - Guarda-Costas.

— Eu vou falar só uma vez- ela falou chegando bem perto do Fury- eu sei me cuidar!

— Você não muda mesmo!- Fury falou sorrindo, a garota também sorriu e o abraçou.

—Mas que merda que aconteceu aqui?- Stark perguntou , só agora tirando o óculos de sol.


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Notas finais do capítulo

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