Our Gray World escrita por Kayme phb


Capítulo 2
Memórias do Passado


Notas iniciais do capítulo

Yo! Estou de volta!
Eu passei o dia tentando corrigir este capítulo, mas alguma coisa sempre acontecia.
No final eu corrigi tudo lindamente, meu pai disse que queria o computador.
Ele não me esperou salvar.
E eu perdi tudo.
Eu quis chorar.
Eu chorei.
Mas cheguei aqui com muito esforço! Por isso digo: Finalmente consegui postar mundo! PRA QUEM ACHOU QUE EU NÃO IRIA CONSEGUIR! (^o^)/
Boa leitura!



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Acordou ofegante novamente. Abriu a tampa do caixão, sentia seu corpo suar, normalizou sua respiração aos poucos. Não conseguia entender, por que aquilo voltava a atormenta-lo? Certamente ainda sentia algum remorso daquele tempo.  Mas, por quê?

Era a terceira noite seguida com o mesmo sonho, ou, como também pode chamar, lembrança. Tentava clarear as coisas em sua mente. O que estava mais marcado naquele sonho para ele?

“- Tudo que o que você criou, cada pequena coisa... Destruirei.”

Exaltou-se um pouco. As coisas eram diferentes naquele tempo. Pensou o Diabo, porém ainda não estava tranquilo. Ele já havia tentado destruir aquele mundo que agora chamava de lar. Porém foi selado e prometeu destruí-lo por completo, mas não o fez.

Seus pensamentos sobre a guerra mudaram, juntamente com seus sentimentos sobre a Deusa. Não conseguia nem imaginar o que faria se todo seu mundo desaparecesse. Ou se Etihw desaparecesse.

Convencido que não voltaria a dormi tão cedo, levantou-se e mudou suas vestimentas para o terno que usava sempre. Saiu de seu quarto e andou até as escadas, parou antes de descer qualquer degrau. Deu uma breve olhada na porta branca com alguns detalhes de pedras, pensou um pouco e muito hesitante, andou até ela.

Com muito cuidado, abriu silenciosamente uma pequena fresta e seus olhos percorreram pelo quarto de Etihw. Ela dormia desleixadamente com um semblante calmo e sem preocupação nenhuma. Relaxou um pouco, fechou a porta com o mesmo cuidado que usou para abri-la.

Finalmente, desceu as escadas e saiu do castelo Blancblack. Andou calmamente até o jardim atrás do castelo, chegando lá presenciou a lua cheia. Ele gostava de ver a lua, ela sempre estava lá para acalmar todos os seus pensamentos.

Sentou-se ali mesmo e pôs-se a comtemplar a bela lua. Não demorou muito para que ouvisse um ressonar bem baixo e sutil, olhou o lugar e conseguiu avistar algumas mechas de cabelo verde pousadas no chão.

Será que...? Levantou-se e achou a pessoa que ressonava. A pequena demônio dormia calmamente, meio espalhada no chão. Usava as roupas de sempre, seu cabelo estava bagunçado por dormi em um lugar assim, e sua boina quase caia revelando seu pequeno chifre quebrado.

— Yosafire, acorde. – Pronunciou Kcalb, sem muita reação por vê-la dormindo ali. A garota apenas se virou e continuou dormindo.

— Ei, Yosafire. – Chamou novamente, desta vez tendo algum resultado. Abria os olhos aos poucos, se levantou e começou a esfregar os mesmos por baixo dos óculos. Olhou para Kcalb meio sonolenta.

— Velho? – Bocejou. – O que faz aqui tão tarde?

— Eu que deveria perguntar-lhe. – Respondeu o Diabo.

— Eu estava tentando encontrar uma estrela cadente, mas como sempre... – Suspirou chateada. – E você? Por que está aqui?

Ele não a respondeu. Apenas sentou-se novamente e continuou olhando para a lua. Yosafire espreguiçou-se e sentou-se melhor ao lado de Kcalb. Logo perguntou:

— Foi o de sempre? – Perguntou olhando para ele.

— O de sempre? – Perguntou confuso ainda olhando para a lua.

— É, você sabe. As brigas de casal de sempre. – A esverdeada falou descontraidamente fazendo os olhos de Kcalb ficarem completamente escuros.

— Não somos um casal. E eu não venho aqui só por causa disso.

— Da última vez, foi isso! – Exclamou a demônio. Ela não mentia, Kcalb sabia disso e logo ficou envergonhado de Yosafire vê-lo naquelas condições.

— Não foi isso desta vez. – Respondeu com os olhos normais novamente.

— Então, o que foi? – Perguntou um tanto curiosa.

—... – Se manteve em silêncio por um tempo. Logo, perguntou: - O que você acha desses dias que passamos?

— Se está me perguntando se eu gosto ou não deles, eu realmente os amos. – Respondeu prontamente. – Amo as flores do jardim, amo ser amiga da Froze, amo comer torta de maçã na casa da Dialo e da Chelan, amo passar os dias com a Macarona e Ramberry... Tudo aqui, eu acho. – Completou por fim.

O Diabo desviou os olhos da lua por um breve momento para olhar a garota. Fechou os olhos e voltou-lhe a perguntar:

— E se esses dias acabassem?

—... – A demônio não respondeu por um tempo. Logo se virou e respondeu-lhe com um sorriso iluminado em seu rosto. – Não vamos deixar que isso aconteça, certo?

Respirou fundo e voltou a abrir os olhos.

—... É. – Estava imperceptível, porém Yosafire sentiu que naquele momento, Kcalb sorria.

Continuaram ali comtemplando a lua por um tempo até que um bocejo foi ouvido. Kcalb olhou para a garota que continha olhos cansados em sua face, ele, por sua vez, se pronunciou:

— Melhor você ir para casa.

— Sim, eu acho que sim. – Disse a demônio se levantando.

Bateu suas mãos em sua roupa em uma tentativa de limpa-las, estava saindo quando olhou para trás e disse:

— Boa noite, velho.

Ele certamente preferia que Yosafire o chamasse pelo menos de senhor, porém a garota insistia de chama-lo de uma forma tão informal. Não demorou em que, um pouco hesitante, respondesse-a:

— Boa noite.

Yosafire saiu satisfeita por ter sido respondida por aquele Diabo um tanto antissocial. Já Kcalb pôs-se a pensar novamente. Ela fora uma das únicas pessoas que sabiam sobre aquele passado. Viu tudo que ele havia feito de errado e mesmo assim, ela realmente não ligava. Ela seguiu em frente. Eu deveria fazer isso também. Pensou por fim.

A noite parecia não querer ser tranquila para ele. Ouviu alguns passos em sua direção, virou-se e deparou-se com a Deusa a sua frente. Suas roupas brancas estavam meio bagunçadas e sua face denunciava que havia acordado há pouco tempo. Ela mostrou-lhe um sorriso.

— Yosafire é uma boa garota, não é mesmo?

— Você... Estava ouvindo?! E como sabia que...? – Perguntou um tanto nervoso.

— Ho ho ho. Eu sou uma divindade. – Gabou-se se aproximando de Kcalb. – Posso sentar aqui?

Ele ainda meio envergonhado, deu-lhe algum espaço para se sentar. Etihw sentou-se ao lado daquele ser tão tímido sorrindo ao ver suas bochechas levemente coradas. Não demorou em que lhe perguntasse:

— Se estiver preocupado, pode falar comigo.

— Não estou preocupado. – Respondeu-lhe.

— Yosafire acabou lhe dando um conselho sem que percebesse? – Perguntou com um sorriso.

Seus orbes ficaram negros novamente ao perceber que recebeu um conselho de um demônio tão inexperiente e jovem como ela. Não a respondeu o que fez Etihw rir um pouco. Logo Kcalb se pronunciou:

— Se você estava ouvindo, sabe o que aconteceu.

— Sim, eu sei. – Disse Etihw. – Apesar de que eu queria ouvir saindo de sua boca.

Seus olhos continuaram escuros. Etihw adorava provocar-lhe, disso ele sabia bem. Ambos ficaram em silêncio por algum tempo. Logo a Deusa se pronunciou:

— Kcalb, se realmente algo estiver errado você pode falar comigo. Eu vou te ouvir.

— Não há nada de errado. – Respondeu.

Etihw suspirou. Ainda olhava para o Diabo ao seu lado enquanto o mesmo olhava para a lua. Deu um sorriso gentil e fechou os olhos. Logo voltou a abri-los e lentamente colocou sua mão no topo da cabeça de Kcalb. O mesmo não teve reação apesar de que o rosado em suas bochechas aumentou um pouco.

Com a respiração calma e o silêncio do local, conseguindo apenas ouvir o vento que passava por ali, ela continuou acariciando a cabeça do Diabo. Seus dedos se entrelaçavam com algumas mechas de cabelo branco enquanto Kcalb apenas sentia as delicadas mãos de Etihw acariciando lhe. Sem parar com o que fazia, falou suavemente:

— Não importa o que aconteça, eu sempre e sempre estarei ao seu lado. – Ao completar, tirou sua mão da cabeça do outro. – Eu e você... – Começou apoiando sua cabeça no ombro de Kcalb. – Isso nunca vai mudar.

— Etihw... – Começou, porém não pode completar. O corpo da Deusa começou a escorregar sobre o seu próprio, Kcalb a segurou e pôs ela deitada em seu colo. Quando viu seu rosto, ela mantinha uma expressão sonolenta. – Ei, Etihw.

— Me desculpe – Disse lhe mostrando um sorriso bobo. – Estou com um pouco de sono.

— Você deveria voltar e dormi. – falou baixo por conta da Deusa.

— Tudo bem, ficarei aqui até você voltar também. – Disse fechando os olhos.

—... Você quer que eu te carregue? – Perguntou com seus orbes escuros.

Ela sorriu divertida para ele que apenas suspirou. Lembrando-se da caricia que ela havia feito nele, muito hesitante começou a cariciar seus curtos cabelos negros. A reação da Deusa foi um baixo suspiro e suas bochechas ficarem em um tom mais rosado.

— Ater e Arbus tem razão. – Falou Etihw num tom baixo.

— Hum?

— Seu colo... É realmente... Muito bom... – Disse a Deusa por fim.

Kcalb olhou para Etihw. Ela dormia calmamente do mesmo jeito que havia a encontrado dormindo um pouco antes, porém agora parecia mais feliz e calma. Colocou sua mão suavemente em seu rosto, sua pele era macia e possuía um calor acolhedor. Observou seus lábios que lhe pareciam suaves.

Sentiu seu rosto esquentar. Lentamente se aproximou do rosto de Etihw, conseguiu sentir sua leve respiração. Etihw era bela enquanto dormia, coisas assim passavam por sua mente apesar de que aquele Diabo tímido não conseguiria dizer em voz alta.

Hesitou muitas vezes, mas depositou um beijo na testa da Deusa. Voltou a observar o cenário e percebeu que o sol já declarava que iria nascer. Acabei passando muito tempo aqui. Pensou consigo mesmo antes de voltar a olhar Etihw.

Com cuidado para não acorda-la, segurou-a em seus braços e se levantou. Caminhou até o castelo conferindo se alguém já estava acordado, por sua sorte não. Foi até o quarto de Etihw abrindo a porta e caminhando até sua cama. Os lençóis não haviam sido arrumados, mas de qualquer forma sua cama parecia ser muito confortável.

Deitou-a naquela cama macia, quando se levantava percebeu que ela segurava em sua roupa. Segurou sua mão e a deslizou até conseguir faze-la se soltar de seu terno. Cobriu Etihw com os lençóis já presentes na cama. Olhou-a por uma última vez antes de sair de seu quarto. Boa noite. Desejou-lhe em pensamento antes de sair e fechar a porta silenciosamente.

Voltou para seu quarto trancando a porta. Olhou para o caixão, caminhou até ele e deitou-se novamente. Fechou a tampa do caixão e logo dormiu, dessa vez sem que as memórias do passado lhe atormentassem.


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Notas finais do capítulo

E se ainda houver algum erro, e realmente sinto muito ^u^' Comentem e até o próximo capítulo! Bye bye!



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