Aquilo talvez fosse estupidez, contudo, ambos concordaram sem um mero sobrar resquícios de um hesitar.

"Aominecchi, Akashicchi, por que vocês não disputam? São os únicos que nunca perdem", como sempre, as palavras de Kise começavam a ecoar na mente de Daiki e Seijuurou diante das coisas que já haviam feito. E somente lhes faziam pensar o quão idiota era aquilo no fundo, principalmente Akashi.

Desde que chegaram, realizaram diversos tipos de desafios: resistência, precisão, pontos. Os únicos os quais não praticaram fora o de inteligência e lógica, o qual qualquer um saberia que o ruivo tinha uma vantagem tão imensa que daria pena de Aomine. E esse nem se dera aos minutos de perder tempo tentando aquilo com Seijuurou.

Entretanto, diferente de Daiki, Akashi não dava pra trás. Não quando o assunto era aquele.

Daquela vez, fora decidido que seria força, e mesmo com todos crentes do resultado, estavam a observar os dois garotos sentados em cadeiras escolares e uma mesa de madeira pequena o qual seus braços estavam apoiados pelos cotovelos. As blusas do uniforme escolar estavam com as mangas arregaçadas, e as palmas em um aperto firme, porém, ainda sem nenhum movimento.

Kise olhava de forma animada demais para aquilo — talvez por ser o criador de tanta ideia imbecil —, aproximando-se dos dois amigos, tendo a mão alva sobre as dele ao olhar em um encarar esperançoso.

— Já sabem as regras — comentou num lembrete breve. Soltou as mãos unidas, já permitindo que eles começassem.

Sim, a magnífica ideia fora fazer um braço de ferro. De zero a dez o quanto estúpido? Passava de cem.

Aomine estava, como o esperado, extremamente confiante e já completamente contando com a vitória que sabia que não iria tardar. A diferença entre a força dos dois era mais do que simplesmente questão de habilidade, era, realmente em relação aos seus portes. Estava no papo.

Encarava o ruivo com um leve sorriso de canto, notando a dificuldade dele em manter seus punhos em uma linha reta ou favorável para sua pessoa, e isso começava afetar as expressões sempre tão neutras de seu capitão o qual todos estavam acostumados.

Tudo bem que Seijuurou possuía seu orgulho e aquela famosa frase de "eu sempre venço", mas ter aceitado aquilo sabendo as condições chegava a ser engraçado em como ele tinha tanta confiança em si próprio e não queria aparentar desistência perante a nada.

Por outro lado, Akashi suspirou com calma, mantendo ao máximo a distribuição de forças ali, pensando em algo simples, todavia, que poderia ser bem útil naquela ocasião. Afinal, eles sabiam.

— Hey, Daiki — chamou-o, notando o olhar azul cheio de prepotência assim como no sorriso estava nas expressões dele pousarem sobre seu rosto, esperando possivelmente suas últimas palavras. — Eu te amo.

Um grande minuto de silêncio se fez ali, inclusive da parte de Kise que estava concentrado por demais na cena, ficando um tanto embasbacado com as palavras que ouvira do ruivo. E o próximo som fora apenas o da madeira, feito por Aomine ao bater o rosto contra a mesa e em seguida o dorso de sua mão ali pela a de Akashi, que utilizara do momento de distração — e de certa forma, fraqueza — para vencer.

Com um riso silencioso, Seijuurou ficou a encará-lo, ou melhor, o topo de sua cabeça que estava visível naquela posição, notando que havia realmente funcionado, e até mesmo um pouco mais do que esperava.

Com atribuições físicas ou não, ele já devia esperar. O único problema era pensar no fundo de verdade daquilo, por mais que o fogo do momento fosse ganhar o desafio.

Droga... Não podia negar. Usando até das mais baixas artimanhas, estava falando de Akashi ainda.

Afinal, ele sempre vence, e de uma forma que não podia tentar ir contra.

Não ali.