— Conseguiu a consulta? – perguntou assim que Shizune voltou do hospital

— Sim, amanhã de manhã você vai. Consegui até mudar meus horários pra ir com você.

— Obrigado.

— Que isso. Você é especial pra mim. – sorriu e segurou a mão dele após se sentar ao seu lado – Que desculpa você deu a Sakura pra estar aqui?

— Ela acha que eu fui cuidar de um assunto familiar e que vou ficar um mês fora. Por isso não conte ao Sasori que eu estou aqui. Ele conhece a Sakura e todos os amigos dela, pode parar no ouvido dela.

— Eu entendo. Posso guardar seu segredo, mas assim que você se sentir a vontade conte a ela a verdade.

— Eu vou contar, mas agora não ta?

— Ta – disse e o abraçou – Saiba que você pode ficar aqui o quanto quiser

— Você é uma grande amiga Shizune.

— Agora vai dormir, que amanhã o dia vai ser puxado.

— Pode deixar doutora. – sorriu e foi

[...]

— Então, doutor, agora que o Sai fez todos os exames, o que a gente deve fazer? – perguntou Shizune, que estava exatamente ao lado de Sai na frente da mesa do neurologista que auxiliaria no caso de Sai

— Temos que esperar até o resultado dos exames saírem, pode levar uns dois dias, assim que ficarem prontos minha secretaria ligará para vocês avisando e então veremos se o caso é cirúrgico. Aliás, confirmaremos se é realmente um aneurisma, porque até então são só hipóteses.

— Mas os sintomas não podem confirmar isso? – perguntou Sai

— Não. Só quando a angiografia cerebral digital com o resultado pronto eu poderei afirmar certamente.

— Obrigada doutor – disse Shizune apertando a mão do médico

— Obrigado mesmo por me atender mesmo com a sua agenda lotada – agradeceu Sai

— Ela era minha melhor aluna e ajudar um amigo dela é o mínimo que posso fazer – disse

— Sai, me espera lá fora e eu já vou ta? – pediu Shizune

— Claro. – Sai então Saiu

— Pode me falar agora doutor, o senhor acha que o caso dele é grave?

— Shizune, eu ainda não sei. Só com o resultado do exame mesmo. Mas posso te dizer que pode ser grave sim. Aliás, o aneurisma dele pode estar se rompendo já, porque ele sente os sintomas. Então temos que tratar dele com urgência.

— E o caso pode ser cirúrgico?

— Tomara que seja, porque assim ainda terei como salvá-lo.

— Quer dizer que ele pode morrer?

— Todos nós corremos esse risco, por favor, espere até os exames ficarem prontos.

— Ok. Não vou tirar conclusões antecipadas. Obrigada mais uma vez.

— Eu torço pelo seu amigo.

— Eu também. – disse e então foi embora

[...]

— Obrigado por hoje. – disse Sai enquanto observava Shizune mudar os canais da televisão

— Não precisa agradecer. Eu faria muito mais se fosse possível.

— Esperar é tão chato.

— Eu sei, mas é o que temos que fazer. São só dois dias e logo teremos um resultado e vamos lutar pela sua saúde.

— E se esse aneurisma romper? Eu posso morrer.

— Isso não vai acontecer. E quem sabe nem seja um aneurisma, você viu o que o médico disse, só depois dos exames podemos afirmar. Não passa de uma suspeita.

— Mas, se a suspeita se tornar um fato, eu quero que você me prometa uma coisa.

— O que?

— Quando a minha hora chegar, você vai entregar essa carta a Sakura e essa outra você vai abrir. – disse entregado dois envelopes de cores diferentes – O rosa é o da Sakura e o verde é o seu

— Você não vai morrer! Pare com essa estupidez.

— Quem sabe? Eu queria que não, mas ainda não sei, então quero deixar as coisas nos seus lugares antes de ir.

— Você não vai ir pra nenhum lugar, talvez pra Yale, mas você não vai morrer.

— Que você esteja certa minha amiga, mas caso você esteja enganada já sabe o que fazer. Nesses envelopes tem as minhas ultimas vontades.

— Eu guardo isso pra você, mas saiba que nada de mal vai acontecer. A medicina anda muito avançada e você vai se curar.

— Isso é verdade. Vou ser otimista, só quero me assegurar que o destino não vai puxar meu tapete.

— Bobo. Sua vida está apenas começando – O telefone de Shizune então toca

— Oi – disse desconfortável com a ligação

— Ta tudo bem? Você sumiu o dia todo – disse Sasori do lado da linha preocupado com a namorada

— Tive uns problemas no trabalho pra resolver, desculpe por não dar noticias.

— Tudo bem, eu sei que vida de médica é complicada. Mas então, a gente pode sair pra jantar agora?

— Eu já jantei Sasori e não to querendo sair de casa. Posso te ligar amanhã?

— Algum problema?

— Já disse, coisas de trabalho. To meio estressada. Amanhã te ligo.

— Ok. Amanhã você me liga ou então eu vou te surpreender no hospital.

— Lá é meu lugar de trabalho, não é bom você ficar aparecendo o tempo todo.

— Ok. Me liga mesmo. Eu amo você – disse Sasori

— Também te amo. Tenta ser compreensivo ta? – disse tentando amenizar a situação

— Vou tentar.

— Você é maravilhoso. Boa noite. – disse se despedindo

— Você devia ter saído com ele. – avisou Sai

— Não. Eu ainda tenho que saber como vou lidar com o seu segredo. Se eu fosse vê-lo agora talvez ele percebesse.

— Ele já percebeu que você está esquisita.

— Eu sei, mas eu invento alguma coisa depois e me explico. – disse Shizune

— Não quero atrapalhar seu namoro. – alegou Sai

— Você não vai. – sorriu e então voltaram a assistir TV

[...]

— Como vai a Kushina, Hinata? – perguntou Sakura ao falar no telefone com a amiga

— Vai bem, ela ta crescendo um pouquinho a cada dia, mas mesmo assim é tão pequena e linda.

— Queria tanto acompanhar o crescimento dela, mas só nas férias agora.

— Esperamos você aqui. Talvez um final de semana hein?

— Vou ver se dá.

— E o Sai como ta? – perguntou Hinata

— Ta bem, ele foi resolver uma parada familiar e volta no próximo mês, ele me mandou um e-mail dizendo que está com saudades e que está bem.

— Que bom que você está feliz.

— E o Sasuke? Ele assumiu o romance de vez com a Karin?

— Que nada. Eles estão distantes, aliás, o Sasuke está doente.

— Doente? O que ele tem?

— Naruto esteve com ele antes e disse que é algo no coração, mas que vai ficar tudo bem. Ele deve ser operado na próxima semana.

— Mas operação no coração é algo sério.

— Nós sabemos, mas o Sasuke garantiu que vai dar tudo certo. É algo sério, mas tem especialistas que vão fazer a cirurgia.

— Agora eu fiquei preocupada com ele. – disse aflita

— Não deveria ter te contado se era pra você ficar aflita.

— Hinata, você sabe que apesar da gente não ta junto, eu amo o Sasuke e quero vê-lo bem. Se acontecer alguma coisa com ele eu morro.

— Eu sei, mas não vai acontecer nada. Ele garantiu.

— E se ele estiver mentindo e for grave?

— O Naruto teria percebido se fosse mentira.

— Tudo bem, mas mesmo assim no próximo final de semana eu vou.

— Vai visitá-lo?

— Vou visitar todos vocês e saber melhor sobre essa doença dele. Pra mim ele não vai ter coragem de mentir.

[...]

— A Shizune tava tão esquisita ontem no telefone.
E até agora não me ligou – disse Sasori olhando para o visor do celular

— Cara, ela vai ligar. Sua namorada é uma médica ocupada, mas te ama – Disse Deidara que finalmente estava de volta de suas viagens

— Verdade. Deve ser loucura minha.

— Certamente é. Pelo menos você tem uma namorada. Eu estou há séculos sozinho. – reclamou o loiro

— Nada de Temari ou Konan?

— Temari saiu da minha vida e eu nunca fui apaixonado por ela de verdade. Era só jogo. E a Konan é passado. Ela está de rolo com seu irmão e tem um lance mal resolvido com o Uchiha mais velho.

— Ela e o meu irmão não estão mais juntos. São amigos. Nagato me disse que ele disse a ela que eles não têm nenhum compromisso e que ela pode seguir com sua vida normalmente. Aliás, ele começou a frequentar as reuniões da reabilitação sozinho.

— Isso pode ser uma boa noticia pro Itachi. Não pra mim.