O amor é cego escrita por British


Capítulo 37
Flagra




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Andar pelo Central Park é algo que faço sempre que posso, afinal foi lá onde tudo começou. Onde esse amor nasceu e agora aonde vou sempre que quero regar um pouco a flor quase murcha desse amor que ainda vive por lá. Agora que Temari estava fora do caminho, bastava esperar Sakura resolver me procurar. Quando e onde só Deus sabe, mas estava ali no nosso canto com todas as esperanças do mundo. Quem sabe por ali pudesse vê-la nem que fosse de longe.
Talvez se não tivesse pedido isso com tanta força, não teria se realizado.
Assim que a vi um sorriso tomou conta de minha face e meu coração saiu de seu ritmo comum. Era tão forte as sensações que ela me causava. Naquele momento pensei que ali tudo se resolveria. Mas o que vi não foi algo de meu agrado. Ela estava lá com Sasori. Meus olhos perderam a vida, meu sorriso acabou e eu senti tristeza. Não era mais magoa ou ciúme, era tristeza de saber que aquilo estava acontecendo justamente porque eu fui incapaz de encarar a situação. Fugi feito um menino. E é obvio que Sakura não precisa de um menino chorão, ela precisa de um homem e naquele momento o homem certo para ela era o ruivo. Quando dei por mim lágrimas grossas rolavam de meus olhos constantemente. Era nítido que eu a havia perdido naquele momento. Não sei se para sempre, talvez fosse precipitado definir assim, mas eu havia perdido parte dela. Reparei no sorriso que agora ela dava pra ele, fazia tanto tempo que aquele sorriso não iluminava minha vida. Senti inveja. Pensei em gritar por ela, pensei em cumprimentá-los ironicamente dizendo que formavam um belo casal, pensei em ir brigar com ele por estar roubando a minha garota, mas que razão eu tinha em fazer aquilo? Nenhuma.

Depois ignorei as idéias anteriores e pensei em nada. Absolutamente nada. Estava ali paralisado vendo-os andar de mãos dadas e rindo. Não presenciei nenhum beijo, nem algo mais intimo, mas só aquele andar com aquele sorriso já me faziam infeliz. Era como se meu mundo se destruísse diante de meus olhos.
Os segui, eles foram parar no apartamento dela. Se Hinata estivesse lá pelo menos eles não estariam sozinhos. Corroí-me com a idéia deles sozinhos naquele apartamento, e se Sasori tentasse beijá-la? E se ele tentasse se aproveitar dela? E se ela deixasse que ele se aproveitasse dela? Quando dei por mim já tinha roído todas as unhas. Estava nervoso. Meu telefone tocou tirando-me de meus devaneios.

— Alô? –atendi e do outro lado era Naruto
— Oi mano, como é que você está?
— Se eu te disser que estou péssimo o que você vai fazer?
— Não sei. Quem sabe te oferecer meu ombro pra você chorar? Essas coisas de amigo – propôs.
— Diz pelo amor de Deus que a Hinata não está com você. – praticamente implorei
— Não sei por que você está falando uma coisa dessas, mas a Hinata está aqui comigo.
— Não. Porra, então a Sakura está sozinha com o Sasori no apartamento. – lamentei
— Você está fazendo plantão em frente ao prédio da Sakura? – Perguntou surpreso
— Não exatamente, eu estava no Central Park, a vi com o Sasori, segui e agora estou na frente do prédio. E agora que sei que a Hinata não está lá dentro estou ficando preocupado.
— Você não devia ter feito isso. O Sasori não vai atacar a Sakura.
— Mas e se eles começarem a namorar?
— Ela não vai fazer isso até colocar um ponto final na relação de vocês.
— Eu vou ficar aqui até o Sasori sair de lá...
— Tudo bem então maluco. Boa sorte. – Naruto me desejou e então desligamos...

Duas horas depois...

Provavelmente eu já havia lido todas as revistas, jornais e gibis daquela banca, mas nada me faria sair dali antes de ver Sasori indo embora do apartamento da Sakura. A banca era posicionada num ponto privilegiado, justamente em frente ao prédio da Sakura. Quando dei por mim vi uma cabeleira vermelha abri a porta principal do prédio, ele estava sorrindo e balançando a chave do carro entre os dedos. Sasori se afastava rapidamente pela rua em direção ao estacionamento que se encontrava na quadra seguinte. Quando percebi que ele não olharia para trás adentrei o prédio. O porteiro me conhecia como namorado da Sakura e nem desconfiava do nosso fim, então me deixou subir sem qualquer anuncio, disse a ele que era uma surpresa e então peguei o elevador. Toquei a campainha e quando Sakura abriu logo perguntou quem era.
— Sou eu. – Avisei calmo. Ela não disse nada, apenas tentou fechar a porta na minha cara, mas impedi.
— Preciso falar contigo. - falei
— Eu não quero falar com você – ela falou ainda empurrando a porta com toda a força
— Sakura, pare. Eu sou mais forte que você, você não vai conseguir fechar essa porta – ela então de repente soltou a porta e deu um longo suspiro derrotado.
— Entre. – mandou e eu a segui.
— Vi sua visita que acabou de sair, por isso está nervosa?
— Eu não fiz nada de errado para estar nervosa. – falou firme
— Eu vi vocês no Central Park – avisei e ela me interrompeu antes que eu pudesse continuar
— E o que? Vai dizer que eu não posso sair com o Sasori?
— Vocês estão ficando? – perguntei inseguro, morrendo de medo da resposta
— Não. – balançou a cabeça em sinal negativo – Ele é só um amigo.
— Um amigo intimo...
— Não tão intimo como a sua querida Temari – retrucou
— Até quando a gente vai ficar assim?
— Assim como?
— Assim oras... Brigados... Sofrendo... Tentando achar alguém que faça a gente feliz como só nós sabemos.
— Eu ainda estou pensando.
— Eu não vim te apressar. Eu só queria saber se eu ainda tenho chance ou o ruivo já tinha conseguido seu amor.
— “O Ruivo” é alguém especial, mas Sasuke confia em mim? Custa tanto assim esperar minha resposta sem me seguir?
— Você promete que vai me chamar quando tiver uma resposta?
— Você sabe que vou chamar.
— Eu vou esperar, ansiosamente – tentei beijá-la, mas assim que me sentiu por perto deu dois passos pra trás
— Por favor, vá. – a voz era firma, irredutível
— Tudo bem. Vou sonhar com você – meus olhos ainda grudados nos dela esperando que por um milagre a resposta fosse positiva,
— Vá Sasuke. – Repetiu impaciente. E então eu fui. Coração na mão, com medo do que viria pela frente. Tudo agora dependia dela. Apenas dela.


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