— Você vai mesmo ficar bem sozinha? – Hinata me perguntou preocupada

— Claro que sim. Ninguém vai me fazer mal no hospital e qualquer coisa eu chamo a enfermeira. – tentei tranqüilizá-la, afinal Hinata tinha que ir a casa para ajeitar algumas coisas. Sasuke veio de manhã cedo, mas não pode ficar por muito tempo, pois tinha compromissos. Hinata queria que ele ficasse pra cuidar de mim, mas não deu, então agora ela estava com o coração aflito porque eu ficaria durante umas horinhas sozinha.

— Nem o Naruto quis vir hoje. – reclamou

— Ele está ocupado.

— Eu sei, mas é que eu não gosto de te deixar sozinha.

— Vá, eu vou ficar bem e quando você voltar eu já devo estar de alta esqueceu?

— Verdade. Então eu vou, mas volto logo. – disse e logo depois saiu. O tempo passou e eu fiquei meio entediada sem ninguém pra conversar. Foi quando alguém adentrou o quarto e demorou a falar.

— Quem é? – perguntei ao notar a presença. Ouvi um salto alto, então era mulher.

— Você não me conhece, mas meu nome é Temari.

— Se você não me conhece então por que veio me visitar? – estranhei

— Você conhece uma pessoa que eu conheço.

— Quem?

— Sasuke Uchiha.

— O que tem ele?

— Você é a namorada dele certo?

— Sou, quer dizer, ele diz que eu sou.

— Você não sabe se namora ele? – ela falou praticamente rindo

— Eu sofri um acidente, estou com amnésia parcial, não me lembro do Sasuke.

— Humm – falou pensativa

— Mas por que você veio falar comigo sobre ele?

— Bem, Sakura querida, eu sou quem o Sasuke realmente ama. Ele começou a namorar você pra me esquecer – ela falava aquilo como se não fosse nada demais

— Se é pra te esquecer é que porque ele não te quer.

— Ele me ama, ele sempre vai me querer, eu sou linda, cineasta como ele e, além disso, eu não sou cega. – Pela primeira vez ela me atingiu em algo que machucava, minha cegueira.

— Ele não liga pra minha cegueira.

— Mentira. O Sasuke liga sim, pergunte a ele se ele não queria que você enxergasse? Se ele falar que sim você comprova que eu estou certa; se ele falar que não liga você está certa – propôs

— E o que eu ganho com isso?

— Consciência tranqüila? Ou vai querer passar o resto da sua vida com um homem que pensa em outra mulher?

— Você não vai deixá-lo em paz?

— Não. Ele me ama, mais cedo ou mais tarde ele vai te largar e voltar pra mim. Aliás, tivemos uma noite MA-RA-VI-LHO-AS ontem – ela gargalhou e aquilo me fez sentir diminuída

— Como foi a noite de vocês?

— Foi incrível. Você já foi pra cama com ele? Sabe como ele pode ser gostoso? – ela falava aquilo aos risos e eu estava com raiva dela, do jeito que ela tentava me diminuir. Eu não sei se tinha ou não dormido com Sasuke, eu não lembrava, mas eu sentia que gostava dele.

— Eu não lembro – falei insegura

— Uma pena, porque é uma lembrança incrível. – riu- Sakura querida, não é por mal, é só a realidade. Saia da vida dele com um pouco de dignidade, porque ele vai te largar. DESISTA – me intimou com a voz forte, como se fosse uma leoa urrando em defesa de seu macho e após isso saiu do meu quarto. Por um momento eu senti medo dela, ela parecia ser capaz de fazer qualquer coisa para me separar do Sasuke. Eu gostava dele, mas talvez ela estivesse certa. Talvez ele ser livre fosse algo melhor. Primeiro: Eu não me lembrava dele. Segundo: Eu sou cega. Terceiro: Ele tem essa mulher louca por ele. Quarto: Eu to com medo dela.

[...]

— Chegamos Sakura – ouvi a voz de Hinata animada assim que pisamos em nosso apartamento

— Nunca fiquei tão feliz por estar em casa. Não agüentava mais aquela comida de hospital. – confessei e Hinata riu

— Vou pra cozinha preparar o jantar então... Enquanto isso; acho que você vai ficar em boas mãos. Sasuke acabou de chegar, está atrás de você – avisou, cumprimentou Sasuke foi para a cozinha.

— Oi – ouvi a voz dele grave no pé do meu ouvido e virei de pronto, o que me fez ficara  poucos centímetros dele.

— Olá – corei e ele riu

— Eu não mordo Sakura, não precisa se encolher – ele então me abraçou. Ele tinha braços fortes que me envolviam com carinho. Senti os lábios dele na minha testa e me arrepiei.

— Não é isso – me afastei dele e voltei a pensar em tudo que a tal mulher tinha me dito, nas ameaças, na aposta dele me largar por ela.

— O que foi? Você está estranha. – ele então me puxou pela mão e nos sentamos no sofá

— Sua namorada veio me procurar.

— Namorada? Você é minha namorada.

— Vou refrescar a sua memória então, o nome dela é Temari.

— Droga, ela foi atrás de você? Como ela conseguiu te achar? – a voz dele era preocupada

— Não gostou do ser amor ir atrás de mim?

— O que ela disse?

— Disse que vocês tiveram uma noite maravilhosa.

— Ela foi atrás de mim e eu a expulsei de lá.

— Mesmo? – falei em dúvida

— Sakura, você não acredita no meu amor por você?

— Não é isso. Eu não me lembro de você. Eu só sei do que me contam e me contaram que você é meu namorado e ela me contou que você a ama, então eu estou confusa.

— Você não sente nada quando está comigo? – a pergunta dele me sensibilizou. Apesar de não lembrar dele, dos momentos que passamos que ele diz terem sido tão especiais, toda vez que ele se aproximava eu sentia alguma coisa diferente, meu coração ficava disparado, minhas mãos suavam. Ele despertava em mim algo bom. E eu senti ciúmes da tal Temari.

— Sinto. Sinto um monte de coisas.

— E isso não basta? – as mãos dele estavam nas minhas

— basta – falei e o abracei com força. Seja lá o que aquela mulher queria com ele, ela não vai conseguir. Eu não vou desistir. Ela que desista. Eu já perdi muitas coisas na minha vida, mas o Sasuke eu não vou perder. Eu posso não lembrar dele, mas sinto no fundo do meu coração que ele é meu.

— Eu não vou deixar mais a Temari se aproximar de você. Ela é maluca. – a mão dele estava em meu cabelo

— Eu tenho medo de te perder pra ela – não sei por que, mas lágrimas transbordavam dos meus olhos

— Eu sou seu. Ela pertence ao meu passado, só isso.

— Mas ela não é cega como eu.

— Você ser cega não é defeito.

— Ela me disse que você ia preferir ela porque não é cega.

— A Temari não chega aos seus pés. – eu apenas sorri.

— Espero que ela desista de você.

— Eu a faço desistir. Porque eu só quero você – e ele finalmente me beijou. Eu não lembrava dele, então pra mim aquele foi o nosso primeiro beijo. As mãos dele nas minhas costas e as minhas mãos no rosto dele. Nossas línguas entrelaçadas e meu coração quase saltando pela boca, uma sensação boa.

[...]

Depois de se encontrar com Sakura, tudo que Sasuke queria era esclarecer a situação com Temari. Não admitira que ela provocasse sua amada outra vez.

— Temari – a puxei pelo braço com força deixando as marcas de meus dedos

— Ui, agora me beija e me bate. Bem selvagem, é assim que eu gosto. – ela ria debochada

— Eu nunca bati numa mulher. – soltei o braço dela

— tapinha de amor não dói, baby – ela me roubou um selinho rápido e em seguida eu limpei a boca

— Por que você foi falar com a Sakura? – falei sério

— Ela tinha que entender que você é MEU.

— Não sou seu. Sou dela. Da Sakura.

— Você vai mentir pra si mesmo até quando?

— Não estou mentindo.

— Você sabe, bem lá no fundinho do coração você tem certeza que ainda me ama muito.

— Eu te desprezo. – ela então sorriu

— Tem certeza? Quando eu te beijei você bem que gostou.

— Você é tão baixa, vulgar, safada.

— E você sempre adorou tudo isso. – ela me abraçou e eu a empurrei

— Antes.

— E o que mudou de antes pra agora?

— Muita coisa. A principal delas é que eu não te amo mais. Então desista de mim.

— Não – ela gritou – Eu abri mão de você pra conseguir a única coisa que me faltava que era dinheiro. Eu agora sou rica, posso finalmente viver nosso amor Sasuke. Não vou deixar que uma cega te leve de mim.

— Você disse que a minha prova de amor pra você era uma merda. Disse que eu não servia. E agora vem dizer que me ama? Você ama o dinheiro Temari, um trouxa que te sustente. Agora eu sou rico e você quer que eu pague seu cartão de créditos.

— Mentira – ela se segurou no colarinho da minha camisa – eu sempre te amei, eu só te deixei por um tempinho pra conseguir dinheiro. Pra gente não ser um casal pobre. Eu disse aquelas coisas terríveis porque sabia que você não me deixaria partir se soubesse a razão verdadeira. Sasuke, meu amor, me perdoa. Eu estou muito arrependida de tudo. Eu pensava que quando voltasse ia te encontrar me amando como sempre, afinal eu acompanhava sua vida pelas revistas e você nunca namorou ninguém. Foram só três anos, eu jurava que você ainda sentia o mesmo por mim. E aí eu chego aqui pronta pra te reconquistar e me deparo com uma namorada cega? Não Sasuke. Você não pode ficar com ela.

— CHEGA – gritei com ela – em três anos muitas coisas mudam. Eu te amei muito, mas acabou. Acabou quando eu conheci a Sakura.

— Quando vocês se conheceram?

— No final de janeiro.

— Só tem dois meses. Como você pode trocar cinco anos por dois meses Sasuke? – ela agora chorava

— Ela me fez muito mais feliz nesses dois meses do que você me fez em cinco anos.

— Mentira...

— Temari, desista... Suma da minha vida, por favor.