O amor é cego escrita por British


Capítulo 21
Acidente




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— Eu to preocupado com o Nagato. Ele sumiu no sábado a tarde e agora já é segunda de manhã e nada. – Sasori relatou realmente nervoso
— Você não faz idéia pra onde ele foi? – perguntei
— Se eu soubesse não estaria assim. Pra mim ele se envolveu com encrenca de novo.
— Quer dizer que ele tava metido com encrenca? – perguntou Deidara
— Mulheres provavelmente – falei com ciúme e Deidara me olhou de um jeito estranho
— Não. Ele sempre fala que é atrás de mulher que ele vai quando some, mas não é. Ele está mentindo – lembrei então da conversa que tive com ele e Nagato havia me dito que só tinha olhos pra mim, não levei a sério, mas aí me lembro que ele disse que não mentia pra mim e ao perguntar se ele mentia para Sasori ele se calou, ou seja, talvez Sasori estivesse certo ao estar tão preocupado com o caçula.
— Com o que você acha que ele está metido?
— Não posso falar.
— Estamos aqui pra te ajudar, gostamos do Nagato. – falei
— Diga isso por você – Deidara respondeu de forma malcriada.
— Dei, não é hora para implicâncias, precisamos ajudar o Sasori a encontrar o Nagato.
— É melhor a gente ir a policia – Deidara falou
— POLICIA NÃO – Sasori gritou estressado.
— Mas os policias são os mais indicados para achar o Nagato. – tentei explicar, mas Sasori foi irredutível.
— Não quero policias envolvidos nisso.
— Por quê? – perguntamos eu e Deidara ao mesmo tempo
— Meu irmão é um louco inconseqüente, mas não acredito que precisemos de policia para encontrá-lo – falou rapidamente.
— Bem, podemos procurar pelos hospitais da cidade então... Vá que aconteceu algum acidente? – Deidara levantou a hipótese
— Ele estava de carro? – perguntei ao Sasori
— Ele roubou meu carro.
— Bem, vamos aos hospitais, mas se não acharmos ele em algum vamos ter que acionar a policia – avisei e então partimos a procura do Nagato. Logo as vésperas do festival, justamente quando a galeria estava uma loucura esse menino tinha que aprontar?

[...]

Fugir. Era assim que eu vivia desde os meus 18 anos, fugindo de país em país para não pagar minha alta dívida. Mais uma vez eles me acharam, sabia que não ia demorar muito. Pedi para Sasori resolver meu problema e ele fez como bom irmão mais velho que é, mas é mais forte que eu. Eu tive que me meter nessa encrenca mais uma vez. Era uma necessidade. Dessa vez eu não poderia pedir mais dinheiro a Sasori, eu já estava abusando da sua boa vontade e da sua paciência. Então roubei seu carro, eu precisava de algo pra fugir do país, só que antes, muito antes de conseguir escapar eles já estavam no pé. Uma perseguição se encaminhou pela ruas de Nova York. Eu estava em alta velocidade, quando passava por perto do central Park acabei atravessando vários sinais vermelhos. Foi quando eu a vi na frente do meu carro freei tentando não atropelá-la, mas foi inevitável. De repente uma jovem mulher mais ou menos da minha idade tinha sido atingida pelo meu carro. Ela caiu desacordada no chão e ao lado o cachorro dela latia sem parar. Saí do carro para prestar socorro e então o carro dos meus inimigos catou pneu e foi embora. Eu estava sem celular nem nada, mas logo pessoas em volta ligaram e uma ambulância veio nos buscar. Resultado. Eu estava no hospital esperando por qualquer noticia da mulher de cabelo cor de rosa que eu acabara de atropelar. Seu nome não sabia, apenas tinha o nome do cachorro na coleira: Akamaru. E um telefone. Liguei do hospital para o número e uma tal Hinata veio correndo até lá.

[...]

Era o quarto hospital que visitávamos. Em nenhum até agora algum Nagato tinha sido internado, mas quando já estávamos cansados de rodar a cidade nesse quarto hospital estava Nagato na sala de espera. O que teria acontecido?

— Nagato – Sasori voou para cima de seu irmão o abraçando, ele estava com raiva dele, mas o amor de irmão que sentia era maior que isso, então ele deixou para matá-lo em outra hora
— Agora está tudo bem irmão – Nagato falou se afastando
— o que aconteceu? – perguntei com Deidara me segurando pela cintura, certamente para me impedir de voar para os braços de Nagato.
— Uma tragédia. Eu atropelei uma moça. – a voz dele era triste e pelas olheiras nos olhos certamente faz tempo que ele não dorme ou descansa.
— Seu irresponsável – Sasori se descontrolou e deu um soco no irmão e o nariz dele começou a sangrar imediatamente
— Não precisa bater nele – reclamei me soltando dos braços de Deidara e indo socorrer Nagato
— Preciso. Ele é um imbecil. Some de casa, rouba meu carro e ainda atropela uma mulher. – gritou Sasori
— Ele tem razão Konan – Me surpreendi ao Nagato concordar com o irmão, normalmente ele apenas riria e contrariaria Sasori de alguma forma
— Nos explique como tudo aconteceu – pedi com jeito e Nagato abaixou a cabeça. Ele estava se sentindo envergonhado.
— Vagabundo – Sasori dizia agora com ódio. Embora fosse um irmão amoroso e protetor ele estava com raiva, ele sabia de alguma coisa que eu provavelmente desconhecia,
— A policia vai ouvir meu depoimento daqui a pouco, eu só ainda não fui acompanhar o policial porque estou esperando a Hinata, amiga da moça que eu atropelei chegar.
— O que você vai dizer? – Sasori já estava um pouco mais calmo
— A verdade.
— Você só sabe me envergonhar.
— Eu não sou perfeito irmão. Eu errei, eu sei, só quero parar com isso.
— Você prometeu pra mim que já tinha parado com isso. – eles falam de algo que eu não sabia, era evidente que eles tinham algum problema que Sasori já pensava ter resolvido, mas que Nagato continuava mentindo.
— Do que vocês estão falando? – Perguntou Deidara que estava por fora do assunto assim como eu
— Não te interessa – falaram Sasori e Nagato ao mesmo tempo
— Tudo bem – Deidara deu de ombros e foi embora
— Com o que você está envolvido Nagato? – perguntei e ele suspirou fundo.
— Drogas. – falou
— drogas? – repeti incrédula. Ele não parecia um drogado. Nunca tinha visto ele descontrolado, doido, roubando nem nada do tipo.
— É Konan seu queridinho é um drogado. – disse Sasori frio
— Cadê a Sakura? – chegou uma moça perguntando pela moça que eu atropelei
— Você é a Hinata? – perguntou Nagato
— Sou, cadê a Sakura? – a voz daquela mulher estava carregada de preocupação
— Ela está lá dentro. Está desacordada. – Nagato avisou e de repente cachorro se soltou da mão de Nagato e correu até a tal Hinata reconhecendo-a.
— Como aconteceu o acidente? – ela perguntou com as primeiras lágrimas caindo aos olhos
— O irresponsável do meu irmão estava em alta velocidade e acabou atropelando a sua amiga. – relatou Sasori
— por que você fez isso? – ela chorava implorando por uma resposta
— Eu não fiz por mal. Aconteceu – ele estava envergonhado. Rezava para que nada acontecesse com a moça. O médico então apareceu perguntando por parentes da moça.
— Alguém aqui é parente da Sakura Haruno?
— Eu sou responsável por ela – respondeu Hinata chorando e aflita
— Ela vai ficar bem, mas ainda está desacordada. Ela bateu com força cabeça no chão. Assim que ela acordar será submetida a novos exames para avaliarmos melhor.
— Ela não corre risco de morrer? – Nagato perguntou
— Não. Se você não tivesse freado talvez ela estivesse morta, mas como a pancada com o carro não foi tão forte só vamos nos preocupar com a batida da cabeça. – todos respiraram aliviados
— Hinata, este aqui é meu cartão – disse Sasori entregando seu cartão à moça – Me ligue pra qualquer coisa que precisar com a Sakura, meu irmão vai se responsabilizar por tudo, inclusive vou deixar o hospital pago e agora vou levá-lo para a delegacia.
— Sim, qualquer coisa eu ligo – disse ainda fragilizada a moça e então fomos embora levando Nagato até a delegacia para ele contar como tudo aconteceu.

[...]

— Por que você se meteu com drogas? – perguntei quando finalmente Sasori me deixou a sós com Nagato
— É difícil explicar, acho que nem eu sei como me meti nisso.
— Deve ter alguma razão – insisti então ele me encarou
— Eu queria fugir da realidade.
— Fugir por quê? - fiquei olhando bem nos seus olhos
— Eu perdi meus pais cedo, Sasori me julgava como um peso e me jogou num colégio interno. Lá as coisas não eram fáceis, me chamavam de chorão e me batiam. Quando tinha a época de visitas o Sasori nunca foi me ver e nas férias eu ficava lá sozinho. Tinham outros meninos que também eram renegados pela família, mas eu não tinha amigos. Era sozinho. Aí quando eu estava prestes a sair de lá pra ir à faculdade conheci um garoto que tinha o sonho de se formar, mas não tinha dinheiro, então eu falei pra ele entrar na faculdade em meu lugar que meu irmão pagaria tudo. E foi assim que eu ganhei minha liberdade...
— O que você fez depois que saiu do internato?
— Me envolvi com as pessoas erradas. Eu estava sozinho então logo um cara me disse que eu estava nervoso demais, que eu precisava relaxar e foi aí que eu me droguei pela primeira vez.
— ofereceram e aí você aceitou. – constatei
— Ele me disse que ia ser a viagem mais bonita de toda minha vida. Eu acreditei. Queria experimentar felicidade. Eu não sabia o que era isso e pra falar a verdade ainda não sei.
— E a partir daí não parou?
— Não, eu não era viciado ainda. Foi aos poucos. Em festas fui experimentando drogas diferentes. Até me viciar de fato e contrair divida.
— Era isso que eu queria te perguntar seu dinheiro não acabou depois que você saiu do internato?
— Bem, eu saí do internato só com 500 pratas. Isso deu pra me manter por um mês, depois disso eu entrei para uma gangue da área e comecei a roubar. Nunca fui preso. Mas teve uma hora que nem roubando dava pra pagar minha divida. Eu não me metia com roubos grandes até mesmo pra não ser pego, então foi aí que eu fugi da Suíça.
— de lá foi pra onde?
— França, mas fiquei pouco tempo lá. Os traficantes me acharam logo.
— E depois?
— Depois fui pra Inglaterra. Lá demorei um pouco mais, depois me acharam e eu prometi pra eles que arrumaria o dinheiro com o meu irmão. Foi então que eu vim pra cá e o Sasori pagou a divida.
— E agora essa perseguição?
— Foi porque eu voltei a comprar maconha. – os olhos dele miravam o chão
— Por que voltou?
— Minha vida parece vazia sem.
— Eu não entendo, eu nunca te vi drogado, ou alterado.
— Eu consigo agüentar algum tempo sem consumir, mas depois vai e fazendo muita falta e eu sumo pra ir atrás. Eu sempre sumia nos fins de semana. O Sasori tava desconfiado, então eu inventei que ia atrás de mulher, mas meu irmão não tava acreditando muito, porque ele sabe que eu arrasto um caminhão pra cima de você.
— Por isso que você nunca me chamou pra sair?
— Também. O Sasori não ia acreditar que eu estava tendo um caso com uma mulher casada caso eu tivesse saindo contigo, além disso, o Deidara me mataria e eu não queria que você descobrisse que eu sou um drogado vagabundo como o Sasori diz.
— Você precisa se tratar. – segurei na mão dele
— E eu vou, depois que terminar de responder pelo processo do atropelamento. Certamente vou pegar pena alternativa, fazendo serviço comunitário e depois disso Sasori vai me colocar numa clinica.
— Vai ser o melhor pra você.
— Eu sei. Quero ser alguém melhor. Parar com isso de vez. Prometi pro meu irmão.
— Faça isso por você.
— Pretendo fazer isso por nós – ele então se aproximou e me beijou. Um beijo cálido e amoroso. Eu estava gostando. Todo mundo já tinha percebido que eu sentia algo por ele, algo que não sabia nomear.

[...]

Uma ligação e pronto. O caos acabara de se instalar em minha vida. Sakura. Hospital. Desacordada. Atropelamento. Emergência. Agora. Dor. Medo. Eu não sabia mais nem no que pensar direito apenas essas palavras me rondavam com a certeza de aquilo era algo ruim. Deixei o telefone cair da minha mão e ao me recuperar do choque voei para o hospital. Sakura me espere. Eu não quero que nada de ruim aconteça com você meu amor.


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