O amor é cego escrita por British


Capítulo 10
Namorando




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"O amor não se vê com os olhos mas com o coração."
William Shakespeare

— Como está o céu hoje? – ela me perguntou com um sorriso nos lábios enquanto afagava a cabeça de Akamaru que estava com a língua de fora
— Azul e cheio de nuvens – relatei observando cada centímetro do céu sobre minha cabeça
— Alguma nuvem tem um desenho especial? – olhei por uma segunda vez observando as nuvens e notei que uma tinha o formato de um coração
— Tem uma em forma de coração.
— Jura?
— Juro – sorri e depois o silêncio se instalou entre nós.
— Sei que você deve estar se perguntando por que eu quis te encontrar num dia de semana aqui. – disse Sakura
— É, estou mesmo. E fico feliz que você queira me ver mesmo depois do beijo.
— Já passou certo?
— É passou.
— Como você se sente quando está comigo? – ela perguntou num tom casual
— Eu me sinto bem, feliz, completo...
— Eu também me sinto assim – encarei ela meio surpreso. Não imaginava que ela se sentia da mesma forma que eu.
— Mas você só me vê como amigo não é?
— Não exatamente – de repente meu coração já estava disparado
— Como assim não exatamente?
— Eu já te disse que eu gosto muito de você e já te contei da minha história com o Kiba. Confesso que estou confusa, mas já está na hora de admitir que eu gosto de você mais do que como amigo, eu estou me apaixonando por você. – fiquei paralisado.
— Você está tentando me dizer que vai me dar uma chance?
— Parece que sim né? – ela sorriu e eu apenas a abracei. E depois a enchi de beijos por toda parte do rosto até chegar a boca. Nosso beijou foi longo, ela correspondia e foi ao escutar Akamaru latir que nos separamos, para o meu gosto rápido demais.
— Aceita namorar comigo? – pedi totalmente eufórico
— Ainda não. Estamos nos conhecendo. Vamos mais devagar está bem?
— devagar quase parando? – arqueei a sobrancelha
— Mais ou menos. – riu
— Eu sei esperar... minha futura namorada.
— Que bom futuro namorado.

[...]

Eu podia sentir meu coração bater rápido, as pernas tremerem, as mãos suarem. Tantos sintomas só me davam mais certeza que o diagnóstico da minha doença era paixonite aguda e provavelmente não teria cura e meu remédio teria que ser doses diárias em proporções exageradas do amor dele por mim. Não era ruim. Eu não esperava me sentir assim nunca mais. Embora nunca mais fosse muito tempo você não consegue pensar assim quando se perde alguém especial, tudo parece definitivo. Até ele aparecer, Itachi, seu jeito bom, gentil, amoroso, impossível resistir. Eu não podia vê-lo com meus olhos, mas meu coração dizia claramente “ele veio para te tirar da escuridão” então eu o segui, quero apostar, quero me arriscar, quero tentar. O amor dele vai me resgatar dos meus temores e vai me fazer enxergar o mundo de novo, talvez não com suas cores e formas, mas eu vou poder sentir. Vou sentir as vibrações soltas pelo ar.
— Me dá um beijo? – pedi tímida assim que notei o carro parar, certamente em frente ao meu prédio. Ele não falou nada. Apenas senti os lábios dele sobre os meus. O gosto dele invadindo minha boca. As mãos dele remexendo em meus cabelos. Ele era calmo, como se quisesse que aquele momento jamais passasse. Os minutos pareciam se arrastar e a minha impressão era que aquele beijo já durava horas como aqueles beijos de cinema em câmera lenta. Quando dei por mim ele já tinha se afastado, então sorri.
— Eu te amo – ouvi ele dizer num tom baixo. Não sei se ele olhava pra mim ou pra frente, mas o efeito pra mim era o mesmo. Ele tinha repetido essa frase, logo essa que durante anos ficou proibida pra mim. Ah o amor, como ele pode ser traiçoeiro. Mas de que adianta eu negar o que sinto? O que adianta continua a persistir no mesmo erro de antes? Eu me sinto como ele, eu também o amo. Não sei o quanto, mas amo. Eu demorei tanto a dizer isso ao Kiba, vá que algo acontece comigo antes de eu poder dizer, melhor falar logo e aceitar as conseqüências que vierem por causa disso.
— Eu também te amo. – falei
— Mesmo? E quanto aquilo de irmos devagar? – ele segurou minha mão e puxou meu rosto para sua direção

 

 

— Vou parar de dificultar as coisas pra você. Acho que já nos conhecemos bem a ponto de namorar, não é?

[...]

Era agora ou nunca. Mas será que eu realmente estava pronto para falar a verdade a ela? E se eu dissesse que menti? Revelar a verdade agora seria bom? Seria a hora certa? E se ela não me perdoar? Pior, e se ela não me entender e não quiser mais me ver? Esse seria nosso inicio, então eu ia mesmo estragar esse belo momento falando “ei, eu menti, mas olha eu te amo de verdade” será que ela acreditaria em mim? Eu acho que não. Mergulhado em meus pensamentos demorei um pouco pra responder, precisava me decidir sobre o que faria: dizer a verdade ou continuar mentindo? Por fim decidi prolongar mais um pouco minha mentirinha, afinal eu precisava que ela não tivesse mais dúvida nenhuma sobre seus sentimentos por mim e para isso eu precisava de tempo. Eu tinha certeza que com o tempo ela não se veria mais sem mim e aí sim poderia revelar minha verdadeira identidade e ser feliz ao lado dela.

— Sim, nós já nos conhecemos bem. – disse, embora tivessem o monte de coisas a serem ditas, eu pensava que realmente não era a hora certa. Então aproximei novamente nossos rostos e a beijei apaixonadamente. A partir de agora ela era minha, só minha. Depois que o beijo acabou nos afastamos e nem eu nem ela sabíamos o que falar. Aí ela resolveu quebrar o silêncio e acredito eu que a curiosidade também, pois me perguntou algo que antes nunca quisera saber.

 

 

— Você ainda estuda Itachi?
— Não, eu já sou formado.
— Formado em que? – e aí? O que eu diria? Formado em cinema? E se ela fosse juntando as peças e descobrisse quem eu sou? Melhor dizer outra coisa...
— Sou formado em música.
— Músico? E tem banda?
— Não, eu toco sozinho. Escrevo também... – olha isso não era exatamente uma mentira, afinal eu realmente tocava e escrevia músicas. Acredito eu que é normal qualquer adolescente sonhar em ser um rockstar. Eu não era diferente, mas aí depois me fascinei pelo cinema e deixei a música de lado.
— Que legal... Você pode algum dia tocar uma música pra mim?
— Claro. Dá próxima vez que a gente se encontrar eu vou tocar uma música minha pra você.
— Eu vou adorar – ela sorriu e eu apenas dei um breve selinho nela. Não conseguia resistir e agora eu podia chamá-la de minha namorada.
— Eu vou adorar mais ainda tocar pra você minha namorada. – sorri satisfeito


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