Paraíso de verão escrita por Tefy


Capítulo 23
Sábado, 19 de Dezembro, 18h20min.


Notas iniciais do capítulo

Oiiii pessoal.
Gente,como eu estava com saudade de voltar aqui. Já faz mais de uma mês, em galera! Sei que vcs já devem estar cansados de ouvir minhas desculpas, mas eu não posso deixar de pedir.
I'm sorry, guys!!!!!!!
Eu não tinha planejado demorar tanto assim, mas a vida não colabora. Enfim, vou deixar vcs lerem o capitulo e nos vemos nas notas finais, tah?
Boa leitura :)



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Sábado, 19 de Dezembro, 18h20min. 

Alec nos guia de volta para a trilha, caminhando rapidamente. O sol quente do meio-dia começa a dar lugar à escuridão das seis horas conforme ele me puxa pela mão para o meio da densa floresta. Deixo que Alec me leve à medida que barulhos estranhos soam do mato ao nosso redor. O medo dos animais provenientes desses barulhos me faz apertar levemente a mão de Alec e me faz ainda mais autoconsciente do lugar em que estamos.

Caminhamos em silêncio e a tensão entre nós se estende como uma ponte. Deixo que minhas ações anteriores finalmente toquem o alarme de culpa da minha consciência e eu tenho que conter um grunhido de frustração.

Alec deve me achar uma vadia. Eu estava pronta para deixá-lo ter sexo comigo em uma cachoeira a partir do momento em que seus lábios macios colidiram com os meus. A única coisa que importava, naquele momento, era que ele não parasse de me beijar e continuasse a provocar aquelas sensações gostosas que meu corpo descontrolado insistia em liberar.

Se ele não nos tivesse interrompido, eu realmente teria feito sexo com ele.

O que diabos há de errado comigo?

Eu não costumo agir desta maneira. Eu não costumo não pensar nas consequências de minhas ações. Eu não costumo ser tão impulsiva. E, definitivamente, eu não costumo beijar loucamente a ponto de quase me entregar a alguém.

Não, não. Essa pessoa, com certeza, não é a Caty. Ela deve ter sido abduzida por algum alienígena e substituída por um ser fissurado nos lábios e corpo do Alec.

Eu balanço a cabeça. Quem eu estou querendo enganar?  Não existem alienígenas e eu não posso culpar ninguém além de eu mesma por minhas ações impensadas. Ou eu poderia culpar Alec. É. Certo. Definitivamente, é culpa dele. Dele e daqueles lábios macios que deveriam vir com o aviso:

Se beijar, vai viciar.

Deus, eu sou uma idiota.

— Nós já estamos chegando, Caty. – Alec interrompe meus pensamentos e eu assinto. Ele se vira para me olhar enquanto caminha e nota minha expressão meio perturbada. – Você está bem? Parece um pouco preocupada. Nós já estamos chegando.

— Eu estou bem. – Respondo por mais que essa não seja a verdade.

Pela primeira vez, Alec não insiste em saber qual o real motivo das minhas preocupações, por mais que ele tenha notado a mentira em minhas palavras. Vejo uma expressão tensa tomar conta de suas feições antes dele se virar e continuar nos guiando para fora da floresta, mas descarto essa ideia.  Provavelmente é apenas a escuridão que está dando esse efeito em seu rosto.

Assim que desviamos de um galho, avistei a casinha vermelha dos seguranças logo no final da trilha e apressei mais o passo. O denso mato logo começou a abrir e, quando dei por mim, já estamos fora da trilha e caminhando em direção a casa. Soltei um suspiro de alívio assim que me vi livre daqueles barulhos apavorantes e mato pinicando minhas pernas.

Cassie estava nos degraus da pequena casa e assim que nos viu, caminhou em nossa direção. Notei que seu rosto e busto estavam marrons devido à lama que joguei nela horas antes e uma pontada de remorso cutucou minha mente.

Cassie iria arrumar um jeito de me recompensar depois.

— Caramba, Caty. Por que demoraram tanto? – Ela perguntou assim que parou a nossa frente.

Alec e eu nos entreolhamos.

— Uh. Nós... Hum... Perdemos a noção do tempo. – Eu respondo.

Cassie me lança um olhar desconfiado.

— Isso eu notei mesmo. – Ela diz e vejo o olhar dela cair para nossas mãos juntas e um leve sorriso repuxar os seus lábios antes de focar em nossos rostos. – Mas onde estavam?

— Bom... – Eu olho para Alec pedindo apoio. Para alguém que sabe improvisar, eu estou me saindo muito mal agora – Nós fomos a uma cachoeira que ficava um pouco longe da trilha e...

— Nos beijamos pra caralho.

Eu fecho os olhos assim que essa declaração sai dos lábios de Alec. Cassie solta uma gargalhada e eu resmungo. Abro os olhos e vejo um sorriso malicioso nos lábios de Alec. Ele solta minha mão e a passa em volta da minha cintura, pressionando-me contra o lado do seu corpo.

Lanço um olhar mortal em sua direção.

— Muito obrigado, Alec, pela sua discrição.

Ele ri.

— Não é como se ela não soubesse por que nos atrasamos, Caty.

Cassie concorda.

— É verdade. Eu notei isso assim que vi suas mãos juntas e seus lábios inchados.

— É serio?

— Na verdade, não. – Ela diz e ri – Mas é bom saber que minha irmãzinha finalmente deu uns pega em alguém. – Ela sorri maliciosamente – E parece que você gostou.

Eu reviro os olhos.

— Você é ridícula.

Ela pisca para mim.

— Mas não deixa de ser a verdade, né?

Eu tento mudar de assunto quando sinto o olhar intenso de Alec me penetrar.

— Onde estão papai e mamãe? -

O sorriso de Cassie finalmente cessa e um olhar cauteloso toma conta das suas feições.

— Eles estão lá dentro. – Ela aponta para a casa vermelha atrás de si – E estão preocupados, Caty. Vocês atrasaram meia hora e papai está quase tendo um surto de preocupação lá dentro. Eu disse a ele para esperar mais dez minutos antes de chamar a policia a procura de vocês e se entrarem lá dentro ainda dá tempo de impedi-lo. 

Eu arregalo os olhos e passo apressada por Cassie.

— Droga. Porque não me disse antes?

Alec e Cassie seguem logo atrás de mim. Subo as escadas da entrada e bato na porta antes de girar a maçaneta e entrar na pequena residência. Dois guardas estão sobre a mesa com um grande mapa estendido sobre ela. Um deles, que notei ser Chad, apontava pra uma determinada área no papel, enquanto conversava com o guarda moreno ao seu lado. Papai e mamãe estavam do outro lado do pequeno móvel de madeira, observando-os com uma expressão levemente preocupada em seus olhos. 

Assim que adentro no cômodo apertado, todos os olhares se lançam em minha direção. Mamãe solta um suspiro aliviado e rapidamente vem até mim.

— Caty, querida, onde estava? – Ela me abraça apertado e depois se afasta, afagando suavemente meu ombro – Estávamos tão preocupados com você.

— Desculpe, mamãe. – Eu peço e ergo os olhos para o papai logo atrás dela que nos observa com atenção. - Eu perdi a noção do tempo.

— Eu sinto muito, Sra. Johnson. – Alec dá alguns passos a frente e se coloca ao meu lado – Eu deveria tê-la trazido mais cedo, mas nos realmente perdemos a noção do tempo.

Mamãe esboça um sorriso genuíno a Alec.

— Tudo bem. Ainda bem que chegaram bem.

Eu tenho que conter o suspiro de alivio que insiste escapar dos meus lábios.  Não foi preciso muitas palavras para convencer mamãe do porque nos atrasamos e eu internamente contei vitória por isso. Normalmente, ela não é muito compreensiva e já estava me preparando psicologicamente para o longo sermão que ia receber assim que adentrasse por aquela porta. No entanto, a única coisa na qual eu tenho que me preocupar, agora, é com meu pai, que, até esse momento, não comentou nada a respeito da minha demora.

Quando ergui o olhar para ele, o vi observando Alec com muita atenção. Ele focou em algum ponto do pescoço dele e, depois, girou o olhar em minha direção. Ele avaliou todo o meu corpo, mas assim que focou em meus braços nus, sua expressão ficou nebulosa.

— O que você fez com ela? – Ele acusou e se lançou para cima de Alec.

Observei, perplexa, Alec erguer a mão em sinal de rendição enquanto dava alguns passos para trás. Vi que ele não estava com medo, apenas não queria que papai tocasse nele ou que ele desse motivo para acertá-lo, o que o fez ganhar alguns pontos.

— Eu não fiz nada.

Papai resmungou.

— Ela está com os braços arranhados e vermelhos. – Ele disse se aproximando de Alec.

Mamãe se colocou em sua direção e começou a empurrá-lo para trás com a mão.

— Willian, pare!

Papai abaixou o olhar para mamãe. Ela estava com os olhos arregalados e surpresa com a reação enraivecida do marido, então, ele suavizou um pouco o tom ao falar com ela.

— Querida, ele fez alguma coisa para ela. Ela não estava com esses machucados quando saiu de casa.

Eu ergui os braços para saber do que ele falava e vi os arranhados e vermelhidão que os desenhava. Algumas marcas estavam com um pouco de sangue seco e eu tive que controlar a vontade de soltar um palavrão.  Venho fazendo muito isso agora.

Merda!

Lembrei-me da queda que levei quando subi no barranco íngreme e minha mente, por fim, clareou. Não havia notado que machuquei os braços até esse momento. Naquele minuto, estava mais consciente dos lábios e língua de Alec invadindo minha boca, do que com qualquer possível hematoma derivado da queda. 

— Eu jamais machucaria sua filha, Sr. Johnson. – Alec disse com uma expressão sombria no rosto. Ele olhou para mim de relance antes de fixar em papai novamente – Eu nunca faria isso.

Papai soltou uma risada sádica e mamãe teve que empurrá-lo para trás com um pouco mais de força quando ele se lançou para cima de Alec mais uma vez. Notei que Cassie, assim também como Chad e seu companheiro guarda moreno, apenas observavam. Minha irmã tinha uma expressão arregalada em seu rosto bonito assim como o meu, provavelmente, estava. Ver papai irritado a esse nível assustou a merda fora de mim.

— Não me venha com essa merda, rapaz! – Ele disse, enraivecido. Escutei mamãe chamar seu nome suavemente novamente, mas ele deu de ombros – Você acha que eu não vi seu pescoço arranhado também? Eu não sou idiota!

Eu olhei para o pescoço de Alec e praguejei. Eu o havia arranhado no pescoço quando nos beijamos na cachoeira. Eu tinha que parar isso enquanto ainda havia tempo.

Ele havia entendi tudo errado.

Andei em direção a papai, finalmente saindo do meu estado de surpresa e tomando alguma ação com respeito à contenda que se criara.

— Papai. – Eu o chamei suavemente, numa tentativa de acalmar seu estado enfurecido. Ele virou o rosto em minha direção e vi seus olhos brilharem com uma mistura de raiva e preocupação com Alec ter feito algo comigo. Eu quase queria rir. Alec jamais me machucaria, mas eu não poderia punir meu pai por sua preocupação. – Ele não me machucou papai. Eu fui subir um terreno e acabei caindo no chão. Alec até tentou me impedir, mas eu não prestei atenção ao que ele disse. – Eu olhei para Alec brevemente – Ele não me machucaria, papai.

Papai encarou cuidadosamente Alec e depois a mim. Sua expressão era avaliativa. Ele estava à procura de qualquer brecha ou sinal de que eu estava mentindo.

— E como você explica o arranhão no pescoço dele?

Minha mente rodou a procura de uma saída.

— Eu estava atrás dela quando ela caiu, Sr. Johnson. – Alec interrompeu – Fui tentar segurá-la, mas nos dois acabamos caindo e ela arranhou meu pescoço ao tentar se firmar.   

Dessa vez, a boca rápida de Alec funcionou da maneira certa.

O silêncio reinou na sala enquanto papai pensava. Notei quando a informação finalmente fez o caminho em sua mente e ele relaxou a postura. Seus ombros caíram e mamãe abaixou lentamente as mãos de seu peito, como se ainda acreditasse que, a qualquer momento, ele se lançaria para Alec novamente. 

Papai balançou a cabeça algumas vezes, concordando e eu tive que firmar os lábios juntos para não rir do olhar arrependido em seu rosto.

— Tudo bem?

— Tudo bem. – Ele olhou para Alec e abriu a boca para dizer alguma coisa, porém desistiu no último minuto, voltando o olhar para mamãe. – Vamos embora? 

Ele lançou o olhar para todos na sala e balançou a cabeça para os dois guardas, como despedida, antes sair porta a fora. Observei mamãe o seguir logo depois e eu dei alguns passos em direção a Cassie e Alec.

Cassie foi a primeira a comentar.

— Caramba. Isso foi... Uh... Intenso. – Ela suspirou e olhou para Alec – Eu achei que a qualquer momento ele iria agarrar a sua garganta, Alec. E, pior, eu realmente acho que ele o faria, mesmo. Eu nunca o vi tão...

— Acho que ele já entendeu o que você quis dizer, Cassie.

Ela deu de ombros e se afastou, indo em direção a Chad. Observei Cassie beijá-lo profundamente nos lábios, enquanto ele apalpava seu corpo e a empurrava contra si. O guarda ao seu lado fez apenas revirar os olhos, antes de caminhar em direção ao outro cômodo.  

Voltei à cabeça para Alec e vi que ele me observava.

Soltei um suspiro.

 - Eu sinto muito, Alec. Papai não costuma agir assim.

Alec deu de ombros.

— Tudo bem.

Não, definitivamente não estava tudo bem.

 

****

 

A viagem de carro foi desconfortavelmente silenciosa. Vez por outra, vi papai lançar olhares para mim e receber olhares reprovadores da mamãe.

Eu não estava chateada com ele por ter a reação que teve com Alec. Ele o havia conhecido apenas esta tarde e ao nos atrasar trinta minutos e eu aparecer com os braços machucados, era compreensível ele chegar à conclusão que chegou. Se fosse minha filha quem aparecesse dessa forma, isso também passaria por minha cabeça.

Não, o que estava me deixando um pouco chateada era a maneira como a noite terminou. Por mais que compreendesse a reação de papai, eu não esperava concluir a noite com Alec dessa forma. Eu nunca mais o veria novamente e a única lembrança que teria em minha mente de nosso último dia juntos, seria uma briga épica com meu pai.  

Ótimo.

Papai dirigiu por mais alguns minutos e logo chegamos a nossa casa. Papai estacionou na calçada em frente a ela e todos nós descemos.

Caminhamos até a entrada da casa e vi que papai ficava inquieto a minha frente, enquanto mamãe sussurrava algumas coisas em seu ouvido. Cassie pegou a chave da bolsa e entrou direto dentro de casa, sem ao menos se despedir de Alec ou desejar uma boa noite.

Alec me deu um abraço assim que paramos e eu não podia deixar de suspirar. Um ar de despedida enchia o ar e eu não estava pronta para isso ainda. Eu, por incrível que pareça, não queria me despedir dele. Assim que nos afastamos, senti que ele queria me beijar, mas, em vez disso ele beijou minha testa carinhosamente e me soltou.

Eu deixei.

— Boa noite, Caty. –Ele disse com o olhar tenro e ergueu o rosto para encarar meu pai e minha mãe. Ele sorriu educadamente – Boa noite Sr. e Sra. Johnson.

Quando Alec começou a se afastar, papai o chamou e ele se virou. Ele caminhou até Alec e mamãe o seguiu.

— Eu apenas gostaria de pedir desculpas pelo meu comportamento. – Ele disse e olhou para mamãe, que arqueou as sobrancelhas. Ele suspirou – Eu não deveria ter me comportando daquela maneira e não deveria ter assumido que você fez algo sem ter ao menos os fatos completo, então, eu sinto muito.

Vi Alec colocar as mãos no bolso de sua bermuda cargo preta.

— Tudo bem. Eu entendo. Eu também assumiria uma coisa dessas se visse minha filha arranhada – Ele disse e assumiu um tom um pouco mais sério em seguida – Mas eu gostaria que o senhor tivesse certeza de uma coisa: Eu jamais causaria dano a sua filha.

Papai concordou.

— Eu sei disso. Você parece ser um bom rapaz, Alec – Ele suspirou – Bom, se tiver algo que possa fazer para me desculpar é só você pedir.

— Na verdade, tem uma coisa. – Alec disse sem ao menos pestanejar. Ele olhou para mim e sorriu antes de voltar os olhos para meu pai. – Gostaria que o senhor permitisse eu sair com sua filha hoje à noite.  

Eu pisquei surpresa com o seu pedido e quase senti vontade de rir.

Muito esperto, Alec, muito esperto.

Vi papai travar uma batalha consigo mesmo, mas ao olhar para mamãe, que balançou a cabeça em aprovação, ele cedeu com um suspiro.

— Claro. – Ele disse e olhou para mim. – Se ela quiser.

Alec sorriu para mim.

— E então, Caty. Gostaria de sair comigo hoje?

Eu fingi não estar muito animada.

— Claro.


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Notas finais do capítulo

Então, pessoal, o que acharam?
Sei que este capitulo não foi tão empolgante, mas era necessário para, além de introduzir o próximo, precisava finalizar este. Eu realmente espero que tenham gostado. Qualquer erro por favor me avisem, tá bem? Só mais uma coisa, eu estou revisando a fanfic. Já revisei os três primeiros capítulos, coloquei mais alguns diálogos e reformulei uns parágrafos, mas sem mudar o sentido da historia. Se quiserem conferir as mudanças ou se acharam erros na escrita, por favor, não hesitem em me falar.

Comentemmmmmmmm, pleaseeeee. To com saudade de vcsssssss meus xuxusinhossssssss

PS; LUA, meu amor, eu li seu comentário supermegaultrapower e ainda não tive tempo de responder por que eu também quero dar uma supermegaultrapower resposta pra voce. Mas saiba que li e amei tudo que vc escreveu, sua linda ♥ Eu sai jogando na cara de todas as minhas amigas hsushsuhsushsu

PS² : Li os comentários da Flavia e amei seu fofo coment. Dépaysement tambem li o seu e xonei, viu *-* Xonei

Bjs da Tefy