O fantasma esquecido. escrita por Sazi


Capítulo 1
A cidade que o tempo esqueceu.


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindo a mais um novo projeto meu.
Espero que possam gostar, vou trabalhar ao máximo para deixar a leitura o mais cativante possível.
É a minha primeira Fanfic então por favor deem sua opinião sincera sobre.
Agradeço por lerem, boa leitura.



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“Em um clima árido, de um dia ensolarado, Matel foi chamada de terra esquecida por todos. Os cidadãos que viviam de tristeza e agonia com o objetivo de enganar suas mentes criaram bonecas. Bonecas que podiam andar e cantar. E mesmo que a cidade estivesse se tornando ruinas e que todas as pessoas fossem embora  boneca continuava a cantar. Isso é o fantasma de Matel. “

Não havia apenas tristeza e agonia em seus corações, mas como também a marca de seus pecados. Matel era antigamente uma cidade amada e generosa, todos os cidadãos eram gentis e procuravam ser sempre hospitaleiros com os seus.  E todos que ali vinham não queriam mais ir embora.

Porem isso mudara com o nascimento de uma nova geração, onde as pessoas conheciam o pecado mais de perto e com suas mãos o tocavam. O que antes era uma cidade segura virou um pequeno caus. Ladroes eram vistos aos montes, novos prostíbulos eram abertos e a ganancia andava lado a lado de todos. Já não havia mais respeito para com os idosos e a violência era mais vista do que a mais simples gentileza, logo aquele solo estava amaldiçoado.

A terra ficou árida, as plantações murcharam e o comercio não rendia mais. As pessoas estavam morrendo de fome e com doenças. Ninguém queria admitir que era cidadão de Matel quando ia para outras cidades em busca de algo melhor. E logo o que era uma numerosa cidade se tornou um espaço vazio. Poucas pessoas continuavam e suas mentes estavam mais perturbadas do que nunca. Decidiram que não podiam mais serem castigadas pelo sol. E começaram a cavar, cavar, cavar incessantemente. E no subsolo iam construindo outra cidade que se nutria da escuridão. Construíram túneis, passagens, casas. Querendo mais do que nunca se perderem em algo que consolasse seu enorme vazio.

Nutridos desse sentimento eles começaram a construir brinquedos. Uma boneca foi o primeiro projeto. Ela tinha um pouco mais que um metro e meio de altura. Seu rosto era doce e sereno, branco como a mais pura neve que eles nunca haviam visto, seus olhos de uma azul cristalino límpido e tranquilizante. Seus cabelos eram loiros como o ouro e traziam a ideia de riqueza que eles não possuíam. Seu corpo era perfeito em proporções. Era a filha perfeita para qualquer mãe a o orgulho de qualquer pai. Seu nome? Eles não o deram. E construíram para ela um teatro. Naquele solo escondido de vida.

Queriam colocar mais algo dentro daquele ser. Queriam que ela tivesse coração. E então usaram algo que fora achado no inicio de suas escavações. O objeto parecia uma engrenagem entrelaçada com outra, sua cor era de um verde brilhante e emanava uma paz estranha. Decidiram por isso em seu novo brinquedo. E milagrosamente ela tomou uma consciência. Eles se assustaram a principio, porem suas mente já cansadas não foram atrás do motivo do acontecimento desse fato.

Suas noites eram repletas de alegria e cor agora. Pois os que sobraram e eram menos de duzentas pessoas reunião se para ver a boneca cantar. Sua voz era uma benção em meio a dor. O timbre transmitia uma calma sem igual e sua expressão e alegria os faziam esquecer que um dia sofreram. Estavam satisfeitos. Estavam se enganando. Podiam em fim seguir suas vidas miseráveis com a esperança de quando a noite chegassem veriam seu anjo cantar.

E ela a jovem boneca se sentia importante. Durante o dia ela ficava guardada em uma caixa, como um brinquedo qualquer. Por mais vida que ela transmitisse mesmo assim era tratada como um objeto descartável que ela era. E pedia incessantemente que a noite chegasse e ela pudesse colocar o seu melhor vestido e ir cantar para aquelas pessoas.

Os dias iam se passando, noites e mais noites iam chegando. E as pessoas cansadas de tudo iam abandonando a cidade, pouco a pouco a plateia de nossa cantora se resumia a apenas duas dúzias de pessoas. Que já estavam cansadas de ouvi-la. Saiam antes que ela terminasse e não faziam questão nem de guarda-la na caixa onde ela residia. Ela fora abandonada como a cidade. Sem ter onde ficar a pequena sentava –se em um canto da plateia e esperava.

Por ser um objeto ela não tinha necessidade de comer ou dormir. Seu corpo não envelhecia e sua beleza não cessava. E ela esperou.

Esperou e esperou. E ninguém vinha. Se sentiu sozinha e decidiu procurar por aqueles que um dia dependeram de sua voz. Sua surpresa foi imensa quando saiu do subsolo e encontrou uma cidade completamente vazia. O vento soprava rudemente e o sol antes desconhecido por ela chegou a doer e fascinar. Ela andou em três dias e três noites a cidade inteira. Cada fresta, local foi vasculhado por ela. Nada. não havia mais ninguém ali. Nenhuma viva alma, nenhum animal, nenhuma planta. Apenas tristes prédios, casas abandonadas. Objetos que até então ela não conhecia que foram esquecido assim como ela.

Então ela escolheu uma daquelas casas para residir. Não tinha noção alguma do que seriam as coisas que a rodeavam e porque a abandonaram. Mesmo sendo um ser artificial ela sentiu falta, sentiu tristeza, sentiu dor. Teve por diversas vezes vontade de também abandonar a cidade fantasma. Mas tinha esperança de que alguém um dia quisesse ouvi-la cantar novamente. E ela com certeza o faria. Então sentava-se todas a noites em uma calçada a esmo, sempre perto da entrada de Matel olhando o horizonte seco, sendo castigada pelo quente do dia e pelo frio da noite. Seus cabelos lindos estavam secos, suas vestes belas estavam rasgadas e seu sorriso sempre vivido estava morto. Ela esperava. Incessantemente. E a cada dia se sentia mais humana, mais sujeita aos sentimentos que vinham e iam. Solidão, medo, frio, calor, saudades, esperança e por fim raiva. Ela sentia graças ao seu novo coração todos esses sentimentos. Mesmo não necessitando de comida, bebida ou sono ou necessidades básicas. Seu novo coração lhe proporcionava sentimentos. Ela podia chorar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gradado.
Até o próximo capitulo.



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