King & Lionheart escrita por Anmi


Capítulo 1
Knigths of Camelot


Notas iniciais do capítulo

Confesso que foi um desafio escrever essa história, mas valeu muito a pena! Como especificado no disclaimer, a fanfic é um presente de amigo secreto (sem data especial alguma, por sinal) que antes mesmo de descobrirmos a nossa amiga oculta, eu tinha prometido pra Dany que escreveria uma merthur caso tirasse ela. E para minha surpresa, eu tirei ela!
Como prometido, uma merthur feita com muito amor ♥
Dedicado à todas as shippers em geral, espero que gostem.



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― Me dê uma boa razão para acreditar que isso não vá dar errado. ― Merlin resmungou desviando das folhagens da mata. Arthur fez menção de respondê-lo, mas o mago o cortou antes que som algum saísse. ― “Eu sou Arthur Pendragon.” não conta.

Há poucas horas, os companheiros haviam deixado Camelot para uma missão diplomática em terras de outro rei. A cidade baixa fora recentemente atingida por uma doença viral, da qual diversos cavaleiros contraíram por constantemente estarem lá, o que impossibilitou que essa missão fosse concluída por algum dos homens da guarda real; resultando em o próprio herdeiro de Camelot e seu servo cruzando o reino para entregar uma simples mensagem. Disfarçados.

― A armadura de cavaleiro lhe caiu bem, Merlin, tenho que admitir. ― Arthur o alcançou, deixando que seus ombros quase se esbarrassem pela proximidade. ― Uma pena que você segure a espada de forma tão estúpida. ― era seu tom cômico arrogante de sempre, o servo não podia se ofender com aquilo.

― É uma droga andar de armadura, tenho que carregar muito mais do que eu normalmente carregaria contando com sua bagagem e aguentar seus comentários a cada cinco minutos. ― reclamou. ― Mas ainda assim, fingir ser um cavaleiro mesmo que por uma única missão, tem um lado indescritivelmente maravilhoso.

― Não imagino o que seja. ― Arthur pendeu o torso para encará-lo.

― Sir Merlin. ― recitou como um poema.

O príncipe parou a caminhada de forma brusca, encarando o chão, concebendo a ideia sobre ter de ferir seu orgulho e chamar seu criado de maneira tão respeitável.

― Não!

― Sim! ― o mago aproximou-se deixando que sua mão esquerda confortasse o drama do parceiro pelo ombro.

Apesar do clima árido agradável, a mata densa parecia aumentar a cada metro andado. Ambos os companheiros jamais estiveram naqueles lados antes, e a julgar a falta de trilhas, era muito provável que ali sequer havia sido explorado como um caminho. A terra úmida era como se houvesse chovido há poucos minutos, e aquele mesmo cheiro puro que pairava no ar trouxe a Merlin boas memórias de seu vilarejo. A vida no campo cheirava exatamente como aquele instante, o excêntrico mais natural possível e somente puro. Não que Camelot fosse terrível, mas castelos e fortalezas eram arquitetados para resistência e não para estética, destruindo todas as chances da cidade parecer um local comum para moradia. Viver cercado de paredes de pedra, cômodos com pouca ventilação pela falta de janelas e o constante mofo da umidade não arejada, claramente não foi o que o mago planejou ao decidir morar em Camelot. Mas ele acostumara-se.

Uther mandara que seu filho fizesse a expedição sozinho para não atrair atenção indesejada, e Merlin sequer soube que teria a próxima semana conturbada até o momento em que Arthur o acordara jogando todas as placas da armadura em si naquele dia. Um tanto carinhoso da parte dele. O mago sempre foi levado de um canto a outro contra sua vontade, ele nem mesmo argumentou quando o príncipe lhe convidou.

Arthur solicitava a presença do servo em qualquer viagem alegando precisar dele para limpar suas botas e fazer as tarefas que servos fazem. Exceto quando sabia com precisão que suas vidas corriam perigo. O homem pelo qual Merlin se consagrava em manter vivo a todos os custos também estava disposto a entregar-se não importando a causa assim como o mago. E nessas missões que Arthur o proibia de acompanhá-lo, eram as quais ele não queixava-se e o seguia de olhos vendados se preciso.

― Está escurecendo.

― Merlin, eu consigo ver, sabia? ― respondeu com ignorância.

― Está escurecendo faz alguns minutos e você ainda não me ordenou com toda sua supremacia a montar o acampamento. ― deu de ombros. ― Comentei o óbvio para você perceber que não aguento mais andar.

Arthur engoliu em seco, pressionando as tiras de sua manopla com o nervosismo que tendia em esconder.

― Eu olhei o mapa antes de sairmos do castelo e a esse ponto, teríamos encontrado alguma taverna. Acho ótimo procurarmos um pouco mais antes de montar o acampamento também, mas –

― Estamos perdidos! ― admitiu nervoso soltando os braços contra as pernas. ― Se tivéssemos seguido a trilha do mapa iríamos chegar lá em uma semana! Uma semana!

― Eu me preparei para uma semana, Arthur! Uma semana! ― enfatizou imitando-o. Merlin bufou irritado por ter sido feito de trouxa – outra vez –, não evitando em imaginar que se seu mestre o tivesse informado sobre a alteração da rota, ele poderia tê-lo orientado com isso sem a necessidade de passarem pela atual situação. ― Você não me conta que temos uma missão de uma semana inteira para concluir. Você não me conta que espontaneamente decidiu alternar o caminho dela. Você não me conta que a missão que supostamente duraria uma semana inteira, não vai mais durar. Você não me conta que estamos perdidos. ― ele listou de forma exaltada todos os erros que Arthur cometera desde o nascer do dia, tomando fôlego para mais. ― Você não –

― Merlin. ― ele o interrompeu dando um suspiro cansado, bastando chamá-lo pelo nome para finalizar o discurso.

Arthur não instruíra ao servo exatamente onde iam, e as poucas informações que o deixou saber, ele mentiu sobre para evitar possíveis questionamentos. O príncipe não estava disposto a deixar sua casa por tanto tempo por apenas uma missão que até mesmo o mais inexperiente dos cavaleiros de Camelot poderia realizar com louvor. Sua arrogância egocêntrica o fizeram agir por si mesmo provocando algo que não esperava.

Merlin o observou por alguns instantes; em outros momentos, Arthur não admitiria estar errado nem sob tortura. Com muito custo e ferindo seu orgulho, ele diria algo que contrariasse a si próprio, consentindo a causa. Mas apenas analisando a expressão que ele carregava, o mago podia dizer que esse não era um daqueles momentos. Os fios loiros recaíam sobre seus olhos claros, e ao assistir aquele semblante, aquela imagem de como Arthur realmente era pareceu agarrar-se a mente de Merlin. Os ombros largos e aparentemente maiores que o normal pelas ombreiras acompanhavam o inspirar de seu fôlego calmo com um tom entristecido; Arthur estava triste. Não havia outra explicação pressupondo as sobrancelhas derriças e a súbita mudança de humor.

O som das placas de aço em atrito preencheram o silêncio incômodo e sem precisar ver, Arthur soube que o servo vinha em sua direção. Sem nenhuma palavra antes, Merlin sorriu torto, quase que ironicamente.

― Guinevere? ― questionou sem cerimônia.

― O quê?

― Você não quer passar uma semana fora por causa de Guinevere. ― concluiu com um tom de voz distinto do que sua face fingia demonstrar. O ser humano é dotado das mais diversas habilidades em disfarce, uma delas, a facilidade em esconder sentimentos inconvenientes ao momento. Assim como sua voz entregava suas mentiras, a voz de Merlin também entregava o que realmente sentia.

Arthur percebeu.

Ele notou o como sua decepção atingiu ao companheiro indiretamente. O príncipe havia apenas se superestimado, e em resulta, se desapontou consigo mesmo. Algo comum entre pessoas com autoestima alta. Aquelas singelas que tentam e erram, persistem em conseguir, ao oposto da personalidade de Arthur que, quando almejado algo não é previsto contratempos.

Arthur agora analisava meticulosamente a expressão forçada que seu servo empenhava-se em fazer. Algo o dizia que pensar sobre ele preferir estar com Guinevere o chateava. Em outras ocasiões fora aquele sorriso acolhedor que lhe dera ânimo a continuar. E aquele mesmo sorriso lhe dava nos nervos agora, o fazendo esquecer todo seu descontentamento em ter se perdido em busca de uma rota fácil.

Muito antes do mago saber sobre seu nome Emrys e seu dever em proteger a vida de Arthur até mesmo se precisasse entregar a sua, o destino havia os ligado de maneira inefável. Existia muito entre eles, tanto quanto fora descoberto e o que ainda havia de vir. E como seu sumo ofício, Merlin acompanharia cada passo do príncipe Arthur Pendragon até sua coroação e seus anos como rei de Camelot. Independente de Guinevere. Mesmo ela sendo uma amiga, alguém que ele arriscaria a própria vida por, estranhamente incomodava-se com a ideia deles juntos. Presando pela felicidade de ambos, Merlin inconscientemente preferia seus momentos a sós com o parceiro.

Arthur iluminava aonde quer que passasse com sua competência e destreza, como um rei deveria ser; enquanto Merlin o apoiaria devidamente ainda que em segredo, com o valente coração de um leão, sendo somente o que ele podia ser.

― Vamos acampar. ― o loiro o encarou com firmeza, sem vacilar a voz. ― E apenas para sua informação, eu decidi encurtar nosso caminho aleatoriamente. Simplesmente quis.

― Então –

― Essa missão é um castigo do meu pai. Eu queria somente que isso terminasse o mais rápido possível. ― bufou sentando-se num tronco caído. Sentiu o choque de Merlin por outra vez ter revelado algo que havia escondido do servo. ― Você já pode tirar essa expressão de merda do rosto e ir para lá procurar algo que sirva de lenha. ― apoiou o queixo nas mãos entediando-se.

Merlin pendeu a cabeça tentando entender algo sobre Arthur Pendragon. Desistindo no segundo seguinte.

Enquanto o servo esteve longe, Arthur se limitou a pensar o quão bipolar pareceu diante dele, e ao mesmo tempo não se arrependendo de ter deixado claro que seus interesses não giravam em torno de Guinevere.


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Notas finais do capítulo

O apoio será bem-vindo, isso inclui comentários, favoritos, recomendações quem sabe dyufhujisd
Caso tenham visto erros gramáticos, por favor me avisem para que possam ser consertados o quanto antes. Estou sempre aberta à críticas e sugestões, comentem por favor.
Até mais.



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