Não Me Deixe, Maninho escrita por Katmew


Capítulo 16
Um coração partido


Notas iniciais do capítulo

Hello Kitties! Dessa vez fui rápida em postar capítulos novos, passei seis horas trabalhando, mas deu certo no final. Capítulo 16 postado! Boa leitura



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Micaela Pov’on

 

— Lysandre?

Chamei seu nome quando me aproximei do banco onde estava sentado. Virando-se para me encarar, notei olheiras embaixo dos seus olhos que tinham a esclera avermelhada. Claramente, ele não tinha dormido em dias, e vê-lo assim me deixa triste.

— Ah, oi Mica – ele tentou sorrir, mas os cantos de sua boca tremiam, como se estivesse tão angustiado a ponto de não consegui demonstrar felicidade naturalmente.

Sua tentativa falhou e só consegui enxergar o vazio e a frieza de seu olhar. É como se não sentisse mais nada, ou talvez, não quisesse sentir mais nada.

Diante de Lysandre, pude observar melhor sua postura. Apesar de que, ela parecia ser relaxada, havia uma aura um tanto depressiva ao seu redor.

— Posso ficar com você?

Ele assentiu, tentando manter sua calma de sempre, porém, parecia estar desmoronando a cada segundo. Sentando ao seu lado, ficamos em silencio, por um tempo, e apenas observamos o céu.

De repente, ele suspirou alto, fechando os olhos. Por alguns segundos, criei coragem de perguntar o que tinha acontecido, mas ele murmurou, enterrando seu rosto em suas mãos e ficando em silêncio mais uma vez. Seus ombros tremiam.

Fiquei chocada. Não sabia o que fazer ou dizer para ajuda-lo, então deixei meus instintos me guiar. Fiquei de pé no banco e abracei seus ombros, eles pararam de tremer.

— Tudo vai ficar bem – eu falei, com uma voz calma.

Ele levantou a cabeça, afastando suas mãos do seu rosto, e finalmente pude ver que lágrimas desciam suas bochechas, mas seus lábios provocavam um contraste com seus olhos, eles formavam um sorriso, porém, diferente de antes, esse era verdadeiro.

Com meu polegar, enxuguei suas lágrimas. Ele me surpreendeu, jogando os braços ao meu redor e me dando um forte abraço. Suas lágrimas molhavam minha camisa, mas eu apenas o abracei de novo. Acariciando sua cabeça. Com seu rosto escondido no meu ombro, ele sussurrou:

— Obrigado.

Deixando meu ombro, seu rosto ficou diante do meu. Ele sorriu mais uma vez e enxugou o resto das lágrimas. Sua mudança de emoção, apesar de repentina, aliviou minha preocupação, mas não o suficiente para deixa de fazer a pergunta que atiçava minha curiosidade.

— Lys, o que aconteceu?

Fechando os olhos, ele encostou no banco mais uma vez.

— Não é nada muito sério...

— Me conte, por favor.

Eu agarrei a gola da sua camisa, fazendo ele me encarar. Seus olhos me observaram por alguns segundos, e então, ele respondeu:

— Tudo bem.

Sentei no seu colo e encostei minha cabeça no seu peitoral, observando as flores do jardim enquanto ele acariciava meu cabelo.

— Eu gosto muito de uma garota, mas ela não gosta de mim.

Eu sabia exatamente do que ele estava falando. Olhei pra ele, nossos olhares se encontrando.

— Você ama a Kathy, não é?

Deu pra ver o choque em sua expressão e ele desviou o olhar. Não tive resposta.

— Eu sei. Você ama a Kathy, mas ela ama o maninho.

Surpreso, ele perguntou:

— Como sabe de tudo isso?

— Por que quando você está perto você se sente completo. É assim que eu me sinto quando eu estou com a maninha. Eu sei o que é amor.

Lysandre me levantou, tirando-me de seu colo, colocando me no banco. Depois, sentou de lado para me encarar.

— Então você sabe mais do que eu.

Olhando para o céu azul, ele completou:

— Ninguém me ama de verdade.

— Isso não é verdade! – eu contestei rapidamente – Eu te amo.

Mais uma vez, seu olhos caiu sobre mim, ele estava surpreso com minhas palavras. Senti meu rosto queimar de vergonha e dessa vez, foi eu que escondi meu rosto, enterrando ele no braço de Lysandre.

— Eu te amo – eu repeti – Íris te ama, Armin te ama, Maninho te ama, Star te ama...

Fiz uma pausa.

— ...a Kathy te ama.

Levantei a cabeça para encará-lo

— Nós te amamos. O amor não precisa ser assim, ele também pode vim de amigos e da família. Não importa de onde ele venha, ele é importante e valioso, então não afaste todo mundo. Você precisa de amor agora mais do que nunca. Nós vamos sempre está aqui, eu vou sempre está aqui, e um dia, você vai encontrar alguém que te ama do jeito que você quer e você vai ser feliz, então por favor, não me afaste.

Lentamente, um sorriso apareceu e ele acariciou minha bochecha.

— Eu não vou.

— Promete?

— Prometo.

Ele aproximou-se do meu rosto e beijou minha testa. Eu sorri e ficamos assim por um tempo.

A campa bateu e pessoas começaram a sair das salas.

— Vai começar o recreio, eu vou procurar o maninho. Você vai ficar bem sozinho?

Ele assentiu.

— Sim, eu vou.

Dei um sorriso e pulei do banco, correndo em direção ao corredor. Antes de entrar no prédio, eu olhei para trás.

— Lysandre?

— Sim?

— Se cuida, ok?

Ele piscou, fazendo o sinal de “ok” com os dedos.

No corredor, encontrei Kathy saindo de uma das salas.

— Kathy! – pulei em seus braços e ela me girou no ar, antes de me pôr no chão.

— Oi meu amor, onde você estava?

— Estava falando com o Lysandre.

O brilho no seu olhar ficou opaco e ela ficou nervosa.

— Você falou com ele? Como ele está?

— Ele vai ficar bem. Não se preocupe.

Kathy pareceu confusa.

— Como você sabe?

— Eu só sei – eu respondi, sorrindo.

Kathy continuou me observando, sem entender direito minhas palavras, e então ela me levantou, segurando-me em seu colo.

— Então vou confiar em você – ela disse beijando meu nariz.

Ele vai ficar bem.

 

No dia seguinte, Castiel e Kathy me deixaram no grêmio com dois beijos na testa. Eu estava curiosa para saber como Lysandre estava então fui até o jardim para ver se ele estava lá, mas quando cheguei lá não havia ninguém.

“Espero que ele esteja melhor” pensei, prestes a voltar pro grêmio, mas quando dei as costas para o jardim, eu ouvi uma voz:

 

“Who's that girl?

Where's she from?

No, she can't be the one

That you want

That has stolen my world”

 

Era uma voz bonita, suave e triste. Eu a seguei até achar uma garota solitária sentada embaixo de uma árvore, escondida na sombra.

“It's not real, it's not right

It's my day, it's my night

By the way

Who's that girl living my life?

Oh no, living my life”

Com os olhos fechados, ela ficou em silêncio.

— Que bonito.

Assustada, ela rapidamente abriu os olhos, me encarando.

— Desculpa, não quis te assustar. Você tem uma voz muito bonita.

Ainda amedrontada, ela deu um pequeno sorriso.

— Obrigada

E mais uma vez ela ficou séria, como se nunca tivesse sorriso. Algo em mim dizia que eu devia ficar com ela. Com um pouco de vergonha, eu respirei fundo e perguntei:

— Você parece um pouco sozinha, posso ficar com você?

Novamente me encarando, ela pareceu surpresa.

— Claro, pode sim.

Sentei ao seu lado e ficamos observando o nada. Me vendo melhor, ela perguntou:

— Te conheço de algum lugar?

Arquei uma sobrancelha.

— Não sei, acho que não.

— Você me lembra alguém... espera.

Ela parou de falar, seu olhar fixado em meus olhos.

— ...Star – ela murmurou.

— Ah, ela é a minha irmã. Vocês são amigas?

A garota permaneceu calada por um tempo.

— Você... eu... não sabe...

— Não sabe o que?

Ela balançou a cabeça, frenética.

— Nada. Sim, nós éramos amigas. Nós passávamos a noite conversando.

— Deve ter sido divertido. Quero crescer logo, ai eu não vou precisar dormi cedo.

Ela soltou uma risada genuína.

— Confie em mim, dormi cedo é sempre bom.

Com isso ela tirou seu capuz e seu cabelo loiro caiu sobre seus olhos azuis. Nós conversamos por um bom tempo e até brincamos juntas de “Adoleta”. Nem vimos o tempo passou e logo começou o intervalo.

— A gente pode compra milk-shake na cantina?

— Eu não sei se eu devia...

— Por favor – eu pedi, puxando a manga do seu moletom.

Ela pensou por algum segundos, e depois assentiu.

— Ok, podemos pegar milk-shake.

Dei um gritinho de comemoração e comecei a puxá-la em direção a cantina.

De mãos dadas, percorremos o corredor enquanto pessoas saiam da sala. Percebi que a garota escondia o rosto com seu capuz, como se não quisesse ser reconhecida. De repente, eu percebi que eu tinha esquecido de pergunta seu nome.

— Ah eu esqueci de pergunta seu nome. Como ele é? – perguntei ainda lhe puxando em direção ao refeitório.

— Meu nome? Ah, meu nome é...

— Debrah?

A garota parou repentinamente ao som de seu nome. Castiel estava parado na nossa frente, com o olhar fixado em Debrah. Cruzando os braços, ele deu um sorriso quase cínico.

— E a gente achou que você nunca ia voltar.

 

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Música: Who's that girl? - Hilary Duff.
Até o próximo capítulo!
Beijos de Kitkat e abraços de urso.



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