Era mais um dia exaustivo de trabalho. A banda tinha acabado de fazer seu terceiro show na cidade do Texas, no terceiro dia consecutivo. Enfim, aquele dia foi o último e agora Gerard tinha quase um mês inteiro livre pela frente pra descansar esses e outros shows feitos no mesmo ano.
O pessoal se preparava pra ir embora pro hotel onde passariam a noite e o dia seguinte, pois só voltariam para Nova Jersey no outro dia.

F: e aí, vai direto pro hotel? – perguntou Frank para Gerard que guardava suas malas no carro.

G: tava pensando, por que a gente não para em um lugar pra comer?

F: são duas horas da manhã.

G: podemos ir no Mac Donald’s, aquele perto do hotel, fica aberto vinte quatro horas.

F: beleza, por mim tudo bem por que também estou morrendo de fome.

G: combinado então.

F: eu vou avisar pro resto do pessoal. – disse se afastando até o outro carro onde estavam reunidos os outros integrantes da banda.


Enquanto isso...Não tão longe dali...

B: está tudo bem? – Perguntou Brian ao ver Alana encostada na mesa que limpava parecendo não se sentir bem.

A: está sim Brian. Só estou um pouco cansada.

B: se quiser te dou o dia de folga.

A: não, tudo bem. Eu agüento, isso é normal.

B: qualquer coisa fale comigo.

A: obrigada. – e ele se retirou indo pro fundo do restaurante.

Alana respirou fundo e voltou a limpar a mesa. Ela vivia do dinheiro desse emprego e de outro no qual pegava no horário da manhã. De manhã ela trabalhava numa livraria e a noite no Mac Donald’s. Ela morava sozinha hás dois anos e tinha um sonho de um dia se tornar atriz. De vez em quando chegava atrasada no trabalho da noite por causa de algum teste. Mas ela nunca conseguiu nenhuma oportunidade antes.

Ela estava uma semana sem dormir direito e só pensava em acabar logo o trabalho para ir embora. Ela não podia perder esse emprego, tinha muitas contas a serem pagas, se não fosse por isso, ela já tinha largado fazia tempo.

J: Alana, você pode ficar no caixa no meu lugar uns minutinhos? – perguntou Jussara, uma das funcionárias que no momento estava atendendo no caixa.

A: ta bom.

Então, ela largou o que estava fazendo e foi pro caixa enquanto a amiga se retirou para ir ao banheiro. Na verdade Jussara estava grávida, então Alana sempre estava disposta a ajuda-la.

O restaurante no momento estava vazio, duas ou três mesas ocupadas e estava a maior tranqüilidade. Alana estava debruçada no caixa pensativa quando um grupo de homens entrou no Mac Donald’s.

A: Boa... – olhou pro relógio que marcava duas da manhã. – perdão, bom dia. Deseja experimentar a nova delicia da casa a torta de maçã por apenas noventa e nove centavos?

G: não, obrigado. Eu vou querer 5 big mac com batata-frita e refrigerante grande.

A: qual o refrigerante?

G: coca cola.

Gerard ficou admirando-a enquanto ela registrava os lanches. Alana era uma moça muito bonita e atraente, mesmo vestindo aquele uniforme de trabalho. era morena e tinha os olhos castanhos claros e os cabelos bem compridos e cacheados que no momento estavam presos. Gerard ficou fascinado com a beleza da moça quando chegou no lugar. Ela por si nem reparou nele, estava tão cansada que não reparava em mais nada. Mal olhava para cara dele direito enquanto o atendia. Só pensava na hora de ir embora e poder descansar.

A: são quarenta e sete reais e vinte e cinco centavos.

G: cartão. – disse ele estendendo o cartão à ela.

Depois de pagar e Alana entregar todo o lanche Gerard ainda continuou no balcão e nem tinha percebido que já estava tudo ali. Foi então que Alana olhou pra cara dele que a olhava com cara de bobo.

A: o que foi? Esqueci algo?

G: qual o seu nome?

A: *apontou pro crachá * .

G: Alana. Diferente.

A: é, eu sei. – disse ela olhando com cara de espantada pra ele.

G: valeu. – Gerard pegou a bandeja e foi para mesa junto com o resto da banda.

F: quem era a morena bonita? – perguntou Frank assim que Gerard se sentou à mesa.

G: Alana. – disse enfiando uma batata frita inteira na boca.

Mi: sabe o nome da mulher e tudo... – zoou ele.

G: estava no crachá idiota.

B: para ler o crachá deve tê-la achado interessante.

G: e ela é sim.

F: por que não vai lá e mostra o que sabe fazer? Dá um pegas na garçonete. Ela é bem gostosinha.

R: podes crer. Se fosse eu pegava.

G: dá para calar a boca e comer? – disse ele irritado com a gozação dos amigos.

Enquanto isso alana aproveitou que não tinha mais ninguém para atender e ficou decorando as falas de mais um teste que faria no dia seguinte.

A: eu sou inocente. Não, não ficou legal. Eu sou inocente! – disse falando de outra maneira. – mas eu sou inocente.

J: Alana, me desculpa a demora. – disse Jussara ao chegar no balcão.

A: dia difícil? – perguntou ela saindo da cadeira onde estava sentada pra que Jussara se sentasse.

J: é, hoje ta brabo. O que está lendo?

A: decorando um teste que eu tenho pra fazer amanhã.

J: mais um daqueles testes de tv?

A: é.

J: Alana, me desculpa dizer isso, mas isso não é pra gente como nós. – Alana a olhou sem entender. – você sabe, pobres. A maioria é tudo peixada. A não ser que você conheça alguém famoso ou até tenha um caso.

A: eu vou conseguir e vou provar que não é nada disso Jussara.

J: você que sabe. – alana voltou a ler até que Jussara chamou sua atenção. – já viu quanto gatinhos naquela mesa?

A: o que?

J: olha lá que gatinho aquele de jaqueta preta. – Alana olhou pra tal mesa e só então reparou no Gerard e viu que ele era bem bonito.

A: é...bem bonito.

J: quando cheguei ele olhava pra cá.

A: não olhava não.

J: é claro que olhava. Eu não iria mentir sobre isso.

A: devia estar lendo algum preço.

J: estava olhando pra você sua boba.

A: claro que não. Você viaja sabia? Vou ao banheiro, vou treinar minhas falas lá.

J: até logo. – disse Jussara balançando a cabeça negativamente. Ela achava tudo isso de teste uma perda de tempo. Há anos via Alana treinando e nunca conseguira um só comercial.