Estações

Apaixonei-me por uma garota, quiescente como o outono...

Com ela aprendi a serenidade.

A vontade, o desejo, como enxergar a maldade.

E entender o porquê as folhas caem...

Não, ela me disse, nunca é tarde.

Pois como o tempo passa, nós passamos...

Na vida, semeando, esperando;

O som das suaves chuvas do morno outono.

Apaixonei-me por uma garota, próspera como a primavera...

Com ela aprendi a reconhecer a beleza.

E sussurrar palavras boas e gentilezas.

Jamais soube que o interior poderia ser tão vivo...

Sim, ela me disse, tudo é lindo.

Já que somos completos, profundos e ricos...

Em viver, em conhecer, em amar essa era;

De pétalas que florescem sempre doces na primavera.

Apaixonei-me por uma garota, cálida como o verão...

Com ela aprendi a aproveitar os dias.

Vivia-se livre, solto, em um mundo que eu não conhecia...

Em viagens longas seus beijos me traziam uma vida esquecida.

Talvez, ela me disse, nós devêssemos ser eternos.

E com suas falas, me convencia da única certeza,

Que a vida precisa ser vivida da emoção;

Aproximada pelos únicos sentimentos proporcionados no verão.

Gostei de uma garota, impassível como o inverno...

Com ela aprendi que nem tudo é bom.

Pois os ventos que vinham separavam nosso fraco coração...

E distanciavam cada um que batesse forte nessa estação.

Nada, ela me disse, supera o silêncio do som.

Uma vez que nós continuamos sempre ignorando a razão.

E isso fez com que eu fosse logo amar decerto;

A fria garota que conheci no inverno.

~Gabriel.