Retrato de Família escrita por QueenSWaldorfBass


Capítulo 7
Pique Esconde


Notas iniciais do capítulo

Primeiro eu quero me desculpar pela demora. Eu sei que provavelmente não tenho mais nenhum leitor a essa altura, mas foi um ano incrivelmente corrido pra mim.
Pra quem ainda interessar ler essa , eu quero dedicar este capítulo para a linda e maravilhosa da kamiliinha, que demorou muito, muito, muito tempo pra desistir de mim. Espero que você me dê uma nova chance, querida, meu tcc acabou, rsrsrs. Prometo terminar a até o fim do ano, fim de janeiro no máximo.
No mais, espero que aproveitem, não sei se o capítulo todo valeu toda a espera, mas prometo que o final dele vale a pena.
E desculpem pelos erros, rsrs.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/680501/chapter/7

 

— Não esquece, a gente tem que ficar de olho na Jade hoje. – Avisou Bianca.

— Bi, para de neura. – Pediu Ruiva. – Esquece a Jade e o namorado misterioso dela por uma noite, por favor.

— Não. – Bianca levantou o dedo irritada. – Eu vou chegar ao fundo disso.

— Tá. – Concordou Ruiva. – Mas não hoje. Esquece isso por hoje e vamos só curtir. Deixa a Jade aproveitar e aproveita também.

Bianca bufou.

— A Jade – Continuou a Ruiva. – não é a única com um gatinho na cola dela.

Ela olhou significativamente para a festa e Bianca seguiu seu olhar e encontrou Henrique que não tirava os olhos dela e sorriu levantando um copo de bebida pra ela.

— Tem razão. – Bianca sorriu. – Dane-se a Jade.

— Isso aí. – Animou-se a Ruiva. – Dane-se a Jade.

— Dane-se a Jade. – Bianca vibrou.

— Dane-se a Jade. – Repetiu a Ruiva divertindo-se.

— UHUUUUUUUUUL!!! – As duas gritaram e levantaram os braços.

Então as duas riram, deram os braços e entraram oficialmente na festa.

—OXOXOXOXOX-

— E você quer que eu distraia a Bianca? – Perguntou Sol desgostosa.

— Quebra essa, Solzinha. – Implorou Cobra. – Não vai ser à noite toda e é só pra eu e a Jade darmos uma escapadinha.

— Sorte a sua, Cobrinha, que eu tenho coração mole. – Suspirou ela.

— Valeu, Sol. – Cobra a abraçou e a beijou no rosto.

— Mas eu não posso ficar com ela à noite toda. – Avisou Sol. – Daqui a pouco a Galera da Ribalta vai cantar.

— Por enquanto a Bianca parece ocupada. – Disse Duca.

Os três e Nat olharam para Bianca que conversava animadamente com Henrique.

— Por enquanto não tem perigo. – Concordou Nat. – E se continuar assim, nem vai ter.

— Vamos torcer. – Disse Duca.

— Você fala com a Jade pra mim? – Cobra voltou-se para Duca.

— Claro. – Assentiu Duca.

— Valeu, cara. – Cobra sorriu.

— Tudo pelo meu parceiro. – Brincou Duca.

Os dois sorriram um para o outro e bateram as mãos.

—OXOXOXOXOX-

João e Karina estavam lado a lado enquanto assistiam a apresentação da Galera da Ribalta.

— Então, hoje é a sua grande noite com a Vicki? – Comentou Karina provocativa.

João corou e sorriu sem jeito.

— E depois do show, você e o Pedro finalmente vão sair. – Ele respondeu.

Karina também corou em resposta.

— É. – Ela deu de ombros. – O Pedro é um cara legal e ele parece gostar mesmo de mim.

— Ele gosta. – Garantiu João.

— Eu achei que tava na hora de dar uma chance a ele.

— Eu pensei o mesmo da Vicki.

— Tomara que estejamos certos. – Karina suspirou.

— Aposto que estamos. – Ele sorriu.

— Estão o que, Johnny? – Perguntou Vicki descendo do palco.

Pedro e Sol a acompanharam.

— Estamos esperando ansiosamente pelo fim do show, Vicki. – Brincou João. – Porque por mais maravilhosas que sejam a sua voz e a da Sol, eu realmente, REALMENTE tô loco pra conhecer o seu quarto.

— João. – Repreendeu Karina. – Seja discreto, a Vicki pode achar seus comentários constrangedores.

— Imagina, Karina. – Vicki riu. – Poucas coisas me deixam constrangida.

Karina balançou a cabeça e riu.

— O show ainda não acabou, Johnny, só fez uma pausa. – Avisou Vicki. – Mas você pode ir conhecer um canto escuro e excluído ali atrás comigo.

João sorriu e a puxou pelo braço.

— Vamos agora. – Ele disse já se afastando do grupo.

Vicki riu enquanto era arrastada pra longe.

— SOL! – Wallace chamou.

Sol assentiu e sorriu maliciosa.

— Te vejo no palco, Pe. – Ela se despediu. – Até mais, Ka.

Pedro e Karina sorriram para ela, enquanto Sol se afastava.

— Então, já sabe o que vamos querer comer depois daqui? – Pedro perguntou sorridente.

— Eu não sei, você é quem vai estar com fome. – Ela deu de ombros se fazendo de difícil.

Os dois riram um pro outro.

—OXOXOXOXOX-

Bianca estava conversando com Henrique animadamente quando viu Duca e Cobra conversando. A conversa dos dois chamou sua atenção, porque enquanto eles conversavam, Duca chamou Jade e os três começaram a conversar.

— Tudo bem, Bianca? – Perguntou Henrique.

— Tudo, pode continuar falando. – Ela respondeu, mas continuou observando enquanto Cobra se afastava de Duca e Jade.

Após a saída de Cobra, Duca cochichou algo no ouvido de Jade e a bailarina ficou super animada e saiu logo em seguida. Duca olhou para os lados disfarçadamente e depois também saiu.

— Que estranho. – Comentou Bianca.

— O que é estranho? – Questionou Henrique.

— Nada. – Bianca respondeu rapidamente.

Ela o olhou rapidamente e depois voltou a procurar por Jade e colocou as mãos nos braços do acompanhante.

— Henrique, a conversa tá ótima, mas eu realmente preciso ir.

— Mas...

Henrique não teve a chance de terminar e Bianca já começou a se afastar.

Ela correu até a pista de dança, onde Ruiva dançava animadamente com Lírio e puxou a amiga.

— A Jade sumiu. – Informou ela.

— E daí? – Ruiva deu de ombros.

— Você não entende. – Resmungou Bianca. – A Jade tava conversando com o Cobra e o Duca e depois sumiu e eles também.

— E daí? – Repetiu Ruiva. – Bi, lembra o que a gente conversou? Olha ao seu redor.

Bianca olhou e viu João, Wallace, Karina e Nat perto do palco cantando animadamente. Mari e Jeff estavam conversando meio timidamente em um canto. Henrique estava no bar meio chateado. Zé e Guta estavam dançando. Marcão e Fabi conversando enquanto comiam. E a Galera da Ribalta tocava e cantava no palco. E Lírio ainda estava no meio da pista de dança olhando meio irritado para Bianca enquanto ainda esperava por Ruiva.

— Tá todo mundo se divertindo. – Continuou Ruiva. – Deixa a Jade pra lá. Deixa ela curtir também, esquece ela só hoje e se divirta, POR FAVOR.

Bianca olhou ao redor novamente meio preocupada e suspirou, mas assentiu concordando.

— Então volta pro Henrique, aproveita, por favor. – Pediu Ruiva.

— Tá. – Concordou Bianca.

Ruiva sorriu e voltou para Lírio.

Bianca suspirou e olhou ao redor, mas voltou para Henrique.

—O-

Cobra apertou a nuca de Jade enquanto aprofundava o beijo. Ela passou uma das pernas pela cintura dele, se aproximando tanto que os dois quase viraram um só. Ela colocou os braços ao redor do pescoço dele e ele puxou de leve o cabelo dela.

— Tá bom, já chega. – Avisou Jade. – Melhor parar antes da gente passar dos limites.

— Tá, foi mal. – Cobra respirou fundo. – É que você me deixa louco, Dama e já faz três meses que eu tô na seca.

— Tadinho do Vagabundo, vai esquecer como usar seu amiguinho. – Zombou a bailarina.

— Isso nunca. – Defendeu-se o lutador.

Jade riu e Cobra sorriu.

— Eu tenho uma surpresa pra você. – Disse Cobra.

— Uma surpresa? – Animou-se Jade.

— Uma surpresa. – Ele estendeu um envelope pra ela.

Jade abriu o envelope com empolgação e encontrou duas passagens para Goiânia. Ela abriu a boca surpresa e arfou.

— Você disse que ainda não tínhamos passado pelo último ato, então eu resolver providenciar o roteiro. – Explicou Cobra.

Jade riu.

— Avisei meu pai, pedi permissão pros seus pais e comprei as passagens. – Falou ele. – Já avisei minha mãe também, a gente vai no próximo final de semana. São só dois dias, o que é péssimo pra uma viagem desse tamanho, mas é só pra você conhecer minha mãe e meus irmãos mesmo.

— Cobra, eu te amo. – Foi tudo o que Jade conseguiu dizer.

— Eu também te amo. – Ele sorriu e a puxou de volta para si, para um novo beijo.

— Mas não se anima muito. – Jade interrompeu rindo.

— Me deixa sonhar. – Pediu Cobra iniciando um novo beijo.

— Você tem sonhos eróticos comigo, Vagabundo? – Ela interrompeu de novo, fingindo indignação.

— Todas as noites. – Ele confessou abrindo um sorriso safado.

— Olha, assim eu vou ficar com medo de te decepcionar quando a gente transar de verdade. – Brincou Jade.

— Sem chance. – Cobra sorriu.

Jade passou os braços pelo pescoço dele e eles se beijaram de novo.

—OXOXOXOXOX-

Depois da festa Pedro e Karina estavam caminhando pela praça comendo um cachorro-quente.

— Então depois de tanto tocar a sua fome pediu por cachorro-quente? – Brincou Karina.

— É. – Pedro riu. – O seu tá bom?

— Tá sim. – Karina deu de ombros.

— Eu gosto desse food truck. Eles têm o melhor hot dog da região. – Comentou o guitarrista. – E eu gosto dessa praça, acho que ela fica lindona e com a companhia certa...

— Tá tentando me dizer alguma coisa? – Provocou a lutadora.

— Eu tô tentando dizer que gosto de você. – Confessou Pedro.

Karina parou sua caminhada e encarou Pedro.

— Mas gosta mesmo? – Perguntou ela.

— Se eu não gostasse, acha que eu arriscaria minha vida diariamente entrando naquele ringue enfrentando seu pai, seu irmão e especialmente você? – Respondeu ele.

— Hum. – Karina pensou por um instante. – É, muito bem colocado. Mas por que você gosta de mim?

— Eu sei lá. – Pedro deu de ombros.

— Nossa, que resposta romântica. – Reclamou Karina.

— Você queria que eu dissesse o que? – Pedro riu. – Que seus olhos brilham sob a luz do luar? Você é estressada, Karina, violenta, muito mais forte que eu que sou um ser humano muito frágil e sensível, você é irritada, nada romântica, não me dá a mínima, seu pai e seu irmão ameaçam a minha vida diariamente e eu sei que você tem uma queda pelo Duca e você é esquentadinha. Eu gosto de você, eu não tenho um motivo, não tô procurando por um, eu só gosto de você.

Karina deu um meio sorriso triste.

— Isso foi meio legal. – Ela disse.

— Foi legal, né? – Ele sorriu. – Isso quer dizer que eu tenho uma chance?

— É, quem sabe, veremos. – Ela disse se virando para voltar a caminhar.

Pedro sorriu e socou o ar em comemoração e seguiu Karina.

—O-

João saiu da casa de Vicki todo sorridente e ela se apoiou ao batente da porta sorrindo maliciosa.

— Vicki, essa foi a melhor noite da minha vida. – Ele suspirou voltando-se pra ela.

— Obrigada, Johnny, eu fico lisonjeada. – Ela mordeu o lábio e piscou pra ele. – Foi bom pra mim também.

— Que bom. – João riu. – Sinal que eu não fiz nada errado.

— Não. – Negou ela. – Você fez tudo BEM direitinho.

— Que bom. – Ele repetiu rindo.

— A gente se vê amanhã? – Perguntou ela.

— CLARO. – Confirmou João. – Claro, claro, claro.

— Então até amanhã, Johnny.

— Até amanhã, Vicki.

João já estava se virando para sair, quando Vicki o puxou pelo colarinho e o beijou.

— Boa noite, Johnny. – Ela disse antes de entrar e fechar a porta.

— Boa... noite... – Respondeu ele tardiamente.

Depois lentamente João se virou para ir embora e parou onde estava.

— Yes. – Ele comemorou dando saltos de alegria e levantando os braços.

—O-

Vicki espiou pela janela e riu ao ver João comemorando.

—O-

— Finalmente vou ter uma coisa boa pra contar pra minha analista. – Disse João indo embora.

—OXOXOXOXOX-

Gael e Dandara saíram pra jantar e Cobra, Karina, Duca, Nat, Sol e Wallace estavam na sala de jantar jogando cartas, enquanto Bianca e João tomavam conta de Miguel na sala e João ajudava Bianca a ensaiar para o seu teste.

— Então, Ka, como foi o encontro com o Pedro? – Perguntou Nat.

— É, como o Capiroto se comportou? – Questionou Cobra.

Duca e Wallace riram.

— Finalmente você deu uma chance pra ele. – Comentou Nat. – Acho ele fofinho.

— É. – Concordou Sol. – Ele é bonzinho.

— Bonzinho até a página dois. – Reclamou Cobra. – Pra conquistar a garota, todo mundo é bonzinho. Eu tenho é que ficar de olho nesse cara pra não sair da fase bonzinho.

Duca e Wallace riram outra vez e Karina, Nat e Sol reviraram os olhos.

— Qual é, irmão, dá um desconto pro cara, a gente já foi assim. – Comentou Duca sorrindo.

— Por isso mesmo. – Reforçou Cobra. – Porque eu também já fui bonzinho pra conquistar uma garota e sei o que vem depois.

— E sua namorada sabe disso? – Indagou Nat.

— Cala a boca. – Sussurrou Cobra.

Ele olhou para trás, mas Bianca estava concentrada declamando suas falas e não pareceu escutar.

— Foi mal. – Desculpou-se Nat.

— Só toma mais cuidado. – Pediu Cobra.

Ela assentiu.

— Eu calo a boca dela. – Disse Duca puxando a nuca dela para um beijo.

Os outros riram.

— AHHHHHH! – Gritou Bianca.

Todos olharam pra ela que bufou e jogou-se na poltrona deixando seu texto cair no chão.

— Fica calma, Bianquinha. – Aconselhou João sentado no sofá e empurrando o carrinho de Miguel com o pé.

— Não dá. – Preocupou-se Bianca. – Meu teste tá chegando e eu ensaiei pra caramba com o Henrique, mas não consegui decorar todas as minhas falas, desse jeito a Jade vai ganhar o meu papel.

— Você não precisa decorar o texto todo pro teste. – João consolou.

— Eu preciso beber alguma coisa. – Anunciou Bianca.

Ela foi até a cozinha e pegou um copo de água, depois voltou para a sala.

— Você me enganou. – Ela continuou declamando seu texto. – Eu confiei em você. Eu confiei em você e você... e você...

— Eu confiei em você e você estilhaçou meu coração. – Completou Cobra mexendo distraidamente em suas cartas.

Bianca voltou-se para ele confusa.

— Como você sabe, Cobra? – Questionou ela.

Cobra parou de mexer nas cartas e se virou para a irmã.

— Como eu sei o que?

— O restante das minhas falas. – Respondeu Bianca. – Como você sabe o restante das minhas falas?

Cobra congelou e empalideceu. Os outros olharam para ele preocupados.

— Cobra, como você sabe? – Repetiu Bianca.

“Eu não posso dizer pra ela que tenho ensaiado com a Jade.” – Pensou ele.

Cobra abriu a boca esperando que alguma resposta viesse, mas foi Duca quem foi ao seu auxílio:

— Eu tenho ensaiado com a Jade.

— Como é que é? – Irritou-se Bianca.

— A Jade tava precisando de alguém pra ensaiar com ela e eu me ofereci, por isso o Cobra sabe as suas falas, ele viu a gente ensaiar às vezes. – Explicou Duca.

— É. – Concordou Cobra. – Eles ensaiam no QG às vezes.

— Você sabia que eles estavam ensaiando juntos e não me contou nada? – Brigou Bianca.

— Ué, eu não achei que tinha nada demais. – Mentiu Cobra. – Quer dizer, ela é sua concorrente, você devia saber que ela também tá ensaiando.

— Não com meu ex namorado. – Afirmou Bianca. – E debaixo do nariz do meu irmão.

— Foi mal. – Cobra deu de ombros.

— E você, Duca? – Bianca voltou-se para o ex. – Eu pensei que apesar de tudo nós tínhamos conseguido superar nossas diferenças, que nós fôssemos amigos. Como você pôde fazer isso comigo?

— Nós somos amigos, Bianca. – Confirmou Duca. – Você me traiu com o Paulista, a gente terminou, eu tô com a Nat agora, você com ele, e eu perdoei você, a gente tá numa boa.

— Primeiro de tudo que eu não traí você. – Começou Bianca.

— Começou. – Karina revirou os olhos.

— O Henrique que me beijou naquela festa. – Defendeu-se Bianca.

— Tá bom, Bi. – Assentiu Duca.

— Segundo, não tá parecendo que você me perdoou não. – Ofendeu-se Bianca. – Se você tivesse me perdoado, se nós fôssemos amigos, você não estaria ajudando a Jade.

Duca revirou os olhos.

— Poxa, Duca, eu tô aqui de braços abertos, totalmente disposta a ser sua amiga de novo, recebi você e sua namorada nova na minha casa e você me apunhala pelas costas.

— Peraí, Bianca. – Interrompeu Duca. – Pra começo de conversa, essa casa não é sua, é do seu pai e ele sempre deixou claro que eu era muito bem vindo aqui, mesmo depois da gente terminar. Eu e a Nat somos amigos dos seus irmãos. Eu sou o melhor amigo do seu irmão e a Nat, a melhor amiga da sua irmã. A gente não vai se privar da companhia dos nossos amigos só porquê você tem uma picuinha com a minha namorada.

— É. – Concordou Bianca. – Eu e o Cobra também não vamos nos privar da companhia dos nossos MELHORES amigos por causa das suas frescurinhas.

— Tá, mas eu tô dizendo que aceitei. – Defendeu-se Bianca. – Vocês tão aqui e eu não disse nada, não é mesmo? Mas você só pode estar ajudando a Jade pra me atingir.

— Ah não. – Duca riu com desdém.

— Bianca, chega. – Pediu Cobra.

— Bianca, quando é que você vai entender que o mundo não gira ao seu redor? – Repreendeu Duca. – Nem tudo é sobre você, sabia? Eu ajudei a Jade, porque ela tava precisando de alguém e eu tava disponível.

— E ela não tinha os amiguinhos dela pra ajudar não? Tinha que ser meu ex namorado? – Lembrou Bianca. – Onde tava o Jeff, o Lírio, a Vicki, a Joaquina?

— Eu não, Bianca. – Duca cortou. – Ela disse que eles não podiam ajudar e que não tinha mais ninguém. E quer você goste, quer não, a Jade também é minha amiga. Você também foi pedir ajuda pra ex namorado dela.

— É diferente. – Garantiu Bianca. – O Henrique se ofereceu.

— Eu também me ofereci. – Disse Duca.

— E desde quando vocês são amigos? Você tá sim fazendo isso só pra me atingir.

— É que eu e a Jade temos muito em comum, oh, Bianca. – Recordou Duca. – Nós dois saímos com a cabeça mais pesada daquela festa por sua causa.

— Tá vendo, você não me perdoou coisa nenhuma. – Apontou Bianca.

— Eu perdoei, Bianca, mas você quer ficar remexendo feridas e se fazendo de vítima.

Bianca respirou fundo e olhou pra Nat.

— E você, não liga pro seu namorado passando tanto tempo assim com outra garota?

— Eu não. – Negou Nat. – Eu confio no Duca e além do mais, a Jade é minha amiga também. Você é a única que tem um problema com ela.

— É, Bianca. – Ralhou Karina. – Tá na hora de você entender que só porque VOCÊ não gosta da Jade, não quer dizer que todo mundo detesta ela também ou que tem que detestar.

— Eu gosto da Jade. – Comentou Sol inocentemente. – Ela se acha muito, mas é legal.

— É. – Concordou Wallace. – Ela é gente fina.

— Eu também gosto dela. – João deu de ombros. – Especialmente agora que estou com a melhor amiga dela.

— Todo mundo aqui ficou cego ou maluco? – Chocou-se Bianca. – Nat, tudo bem, você confia no Duca, beleza, mas a Jade não é confiável. Ela dava em cima do Duca quando eu e ele começamos a namorar. Você vai negar isso, Duca?

— Não. – Admitiu Duca. – Mas foi antes dela namorar o Paulista, depois que eles ficaram, ela respeitou o namorado o tempo todo.

— Ela só queria mesmo provocar você. – Completou Karina.

— Ela não presta. – Bianca bateu o pé.

— PERA LÁ, BIANCA. – Exaltou-se Cobra. – A Jade não é nenhuma vagabunda não.

Bianca abriu a boca para discutir, mas Cobra a interrompeu:

— E chega dessa conversa. Vai aí treinar suas falas com o João que a gente quer voltar a jogar. Esquece a Jade e para de encher o Duca.

— Cobra... – Lamentou Bianca.

— Vamos jogar, gente. – Avisou Cobra.

Todos voltaram a se concentrar em suas cartas.

Bianca suspirou pegou seu texto no chão e voltou-se para João.

— Onde a gente tava?

— Na parte que você descobre que seu namorado mentiu. – Respondeu João.

— Valeu. – Ela agradeceu tristemente.

Ela olhou para o irmão e para os outros jogando uma última vez antes de voltar a ensaiar.

—OXOXOXOXOX-

Cobra estava deitado na cama de Jade com ela por cima dele.

— Eu pensei que a gente ia ensaiar. – Ela disse entre beijos.

— A gente tá ensaiando. – Ele disse acariciando as costas dela.

Jade riu sem deixar de beijá-lo.

— Aliás, se a Bianca disser alguma coisa, o Duca tem ensaiado com você nas últimas semanas. – Ele falou sem interromper os beijos.

— Como é? – Jade se afastou um pouco para encará-lo.

— Longa história, te conto depois. – Ele disse puxando a nuca dela para um novo beijo.

Vicki abriu a porta e olhou para o casal na cama.

Os dois pararam de se beijar e olharam para ela.

— Oi, Vicki. – Cobra disse sarcástico.

— Oi, Cobra. – Ela sorriu divertida. – Seus pais me deixaram entrar. – Ela fechou a porta do quarto e caminhou até o guarda-roupas de Jade.

Cobra e Jade se separaram e sentaram na cama.

— Eu queria aquele vestido vermelho emprestado. – Anunciou Vicki passando pelas roupas do armário da amiga.

— Pega aí. – Jade deu de ombros.

— Sabe que é muita sacanagem privar um casal de privacidade quando eles têm tão poucos momentos de paz sozinhos? – Repreendeu Cobra.

— Relaxa, Cobrinha, eu já tô saindo. – Disse Vicki. – Mas que bom que você falou sobre isso, assim eu lembro de avisar você pra tomar cuidado a hora que estiver indo embora, porque sua irmã, a Bianquinha, tá aí na frente visitando a Mari.

— Mas que droga. – Reclamou Cobra.

— É incrível, parece que ela adivinha. – Irritou-se Jade.

— É, parece que ela tem faro pra flagrante. – Concordou Vicki.

— Até longe ela atrapalha a gente. – Cobra virou os olhos.

— Relaxa, quando a gente estiver em Goiânia, nem a Bianquinha vai poder atrapalhar a gente. – Consolou Jade.

— É, por dois dias. – Cobra bufou.

— Bom, eu achei. – Anunciou Vicki. – Vou deixar vocês em paz agora. E não esquece de prestar atenção à casa da Mari antes de sair.

— Tá. – Ele suspirou.

— Tchau, gente.

— Tchau, Vicki. – Eles acenaram.

Cobra suspirou de novo, depois olhou para Jade e sorriu malicioso.

— Então, onde a gente tava? – Ele se aproximou passando a mão pela cintura dela.

— Nem pensar. – Jade riu se levantando da cama. – A gente vai voltar pro ensaio.

— Qual é, Jade? – Cobra choramingou. – Um homem tem necessidades, sabia? Já são três meses.

— Uma atriz também tem suas necessidades, sabia? – Zombou Jade. – Uma delas é ensaiar, página três, Vagabundo.

Cobra choramingou mais um pouco, mas pegou o texto do chão e voltou a passá-lo com Jade.

—X-

Na sexta-feira antes da viagem de Cobra e Jade, Cobra e Duca estavam no vestuário masculino da academia trocando de roupa.

— E vocês vão hoje à noite? – Perguntou Duca guardando suas coisas no armário.

— É sim, daí a gente volta no domingo à noite. – Confirmou Cobra trancando seu armário. – Que droga.

— Que foi? – Duca olhou para o amigo enquanto tirava sua camiseta.

— Acabei de trancar o armário e esqueci de guardar a aliança. – Reclamou Cobra.

— Ah, sem grilo, guarda no meu. – Duca deu de ombros.

— Valeu, parceiro. – Agradeceu Cobra.

Duca terminou de se trocar e Cobra tirou do pescoço a corrente com a aliança de compromisso e colocou no armário.

— E ai, tá pronto? – Perguntou Duca.

— Tô sim. – Assentiu Cobra.

— Então vamos. – Duca fechou a porta do armário. – Vamos que hoje eu vou te detonar.

— Vai sonhando. – Cobra riu já se afastando. – Você não chega aos meus pés.

Duca passou o cadeado no armário olhando para Cobra saindo.

— Quem tá sonhando agora? – Respondeu Duca encarando as costas do amigo.

— Vou fazer você beijar o tatame. – Brincou Cobra já quase na porta.

— Você vai pro chão hoje, Cobreloa. – Duca seguiu o amigo sem perceber que ao fechar o armário a aliança de Cobra tinha escorregado e ficou pendurada com a corrente presa na porta do armário.

—OXOXOXOXOX-

Bianca estava no escritório quando Zé chegou e parou na porta.

— Bi, seu pai tá aí? – Ele perguntou.

— Não, Zé, ele saiu pra comprar umas vitaminas. – Ela respondeu. – Posso ajudar em alguma coisa?

— Você tá com as chaves dos armários do vestuário masculinos?

— Tô sim. – Estranhou ela. – Quer dizer, tá aqui. Por quê?

— É que acho que alguém esqueceu algum lanche ou qualquer coisa do tipo em um dos armários, porque tem alguma coisa cheirando estragado. – Explicou ele.

— Sério? – Ela fez careta.

Ele assentiu.

— Tá, pode deixar que eu resolvo isso, Zé. – Prometeu ela.

— Valeu, Bi. – Ele sorriu e saiu.

Bianca suspirou, se levantou de sua cadeira e pegou as chaves no porta-chaves.

Ela foi até o vestuário masculino e bateu na porta.

Bianca abriu a porta e colocou a cabeça dentro do vestuário.

— Oi, tem alguém aí? – Ela perguntou alto.

Como não ouve resposta, ela entrou.

— Urgh, esse lugar todo fede. – Ela reclamou. – E acho que não é só um armário, que nojo.

Ela começou a caminhar entre os armários tentando encontrar a origem do mau cheiro.

Ela continuou caminhando, mas uma coisa brilhante balançando em um armário chamou sua atenção.

Ela foi até o armário de Duca e viu a aliança de Cobra pendurada para fora.

Ela pegou a aliança e avaliou bem a achando familiar.

—flashback começa-

— Eu tô namorando. – Informou Jade.

— E quem é o louco da vez? – Indagou Bianca.

— Ele é lindo, gostoso, tem pegada, é fofo, atencioso, charmoso e tem um jeito meio cafajeste totalmente sexy. – Jade revirou os olhos excitada. – Ah, ele também me deu isso.

Ela estendeu a mão e Bianca e Ruiva avaliaram a aliança.

—flashback termina-

Bianca teve um estalo se lembrando de onde já tinha visto a aliança antes.

Ela rapidamente pegou as chaves e foi testando todas freneticamente tentando abrir o armário para descobrir seu dono.

Quando finalmente conseguiu, Bianca segurou a aliança para não cair no chão e revirou o armário atrás das informações de seu dono. Então achou a carteira de motorista de Duca.

Bianca se afastou do armário chocada, ainda segurando a aliança e a carteira.

— Eu não acredito nisso. – Ela sussurrou. – É o Duca, o Duca é o namorado secreto da Jade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai, valeu pelo menos um pouco a pena? Rsrs.
Me falem nos comentários. Podem me xingar por lá também, rsrs.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Retrato de Família" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.