Em uma segunda-feira pela manhã, às sete e meia, uma garotinha de cabelo cinza, olhos azuis e uma pele bem clara, que quase sempre está toda arrumadinha parecendo uma “princesinha”, acorda Takashi. Ele, por sua vez, tem cabelo preto, com alguns detalhes brancos, olhos da mesma cor predominante do cabelo e seu fisico era na média de garotos da sua idade, no caso 17 anos.

Takashi: Bom dia, Akemi-san.

Akemi: Bom dia, Onii-chan... Levanta que já tá na hora de ir pra escola. – Fala,de um jeito muito simpático.

Takashi: Tá, já vou descer.

Assim que termina de se arrumar, desce as escadas, para comer algo. Ao chegar lá, encontra com seus irmãos mais novos, Akemi e Akio, assistindo televisão. Akemi é a mais nova, tem 12 anos. Akio, o irmão do meio, tem 14.

TV: “Hoje temos mais um caso de assassinato, já é o terceiro caso essa semana e...”

Takashi: Vocês não deviam assistir essas coisas logo cedo... – Diz, pegando o controle e desligando a televisão.

Depois do café da manhã, os três vão para escola, numa manhã tranquila de neve.

Takashi: Que bom que nevou noite passada, olhem esse caminho! Todo branco. –Comenta, alegre.

Akio: Fale por você. Não vejo muita graça em tempos assim, fica tudo branco. Prefiro a chuva.

Akemi: Chuva não! O onii-chan tem razão, esse tempo é ótimo, bate uma ventinho agradavel no rosto.

Takashi: Também gosto da chuva.

Akemi: Eu sei, mas sabe que os trovões me assutam.

Akio: É a parte mais divertida! Por mim, nem precisava da chuva, o céu poderia ficar fechado, só com relampagos e trovões.

Takashi: Ainda bem que não é assim...

Por um breve momento, Takashi lembra-se de algo não muito agradável que estava por vir.

Takashi: Gostaria que esse momento de caminhada tranquila com meus irmãos durasse mais um pouco. –Pensa, olhando seu irmãos discutirem.

                                                    ...

Chegando na escola, avistam Dan, um jovem de cabelo laranja, olhos pretos, com um visual semelhante ao punks, com um físico pouco acima da média e que se considerava “o valentão” da escola. Estava parado no meio do caminho, acompanhado de um cara.

Akio: Não queria ver esse cara hoje...

Akemi: Também não gosto dele, onii. – Comenta, se escondendo atrás do irmão mais velho.

Takashi: O clima está tão agradável que acabei me esquecendo dele. – Pensa.

Dan: Bom dia, Akio-san, como foi o final de semana? – Pergunta, de forma irônica.

Akio: Bom dia, o que quer hoje?!

Akemi fica encarando Dan, mas volta a se esconder atrás de Takashi, assim que é encarada de volta.

Dan: Olha como fala comigo, moleque. - Fala isso puxando a camisa de Akio.

Takashi: Akio não tem jeito mesmo, sabe que o Dan tem a minha idade, mas insiste em discutir com ele. –Sussurra, para Akemi.

Akemi: E quando foi que você viu ele fugir de uma briga? –Sussurra, também.

Akio: Me solta...

Akemi: O que vai fazer, onii?

Takashi: Dan, quer nos deixar em paz, por favor?

De repente, Takashi decide interferir, colocando a mão aberta na cara de Dan e empurrando-a até chegar ao chão com uma velocidade considerável. Apesar de se considerar um cara tranquilo, ver o irmão arranjando briga por nada não o agradava nem um pouco. Ao terminar a ação, pega Akio e Akemi pela gola da blusa e sai correndo e puxando eles pra dentro da escola.

Amigo do Dan: Dan!! – Grita, enquanto tenta levantá-lo.

Dan: É melhor correrem mesmo, malditos!

Akio: Me solta, deixa eu socar a cara dele!

Takashi: Akio, você sabe muito bem que não pode com ele...

Akemi: É sempre assim... – Pensa.

                                                    ...

Chegando à escola, cada um encontra seu grupo de amigos e vai para sua respectiva sala. Akemi se encontrou com uma amiga. Akio de alguma forma atraía duas ou mais garotas em volta dele e um amigo, e com razão, afinal, ele tem uma aparência considerável, olhos e cabelos azuis, tom de pele claro e sempre estava com um anel em cada mão, sempre no dedo do meio das duas, foram presentes de seu irmão. E Takashi, que sempre se encontra com seu melhor amigo Gaya, um rapaz da mesma idade dele, de cabelo castanho claro e olhos verdes, mais alto que a maioria dos garotos de dezessete anos, com mania de ficar com um palito de dente na boca.

Gaya: Bom dia, Takashi-kun!

Takashi: Bom dia.

Gaya: E então, como foram as coisas hoje com o Dan?

Takashi: Quase o de sempre, mas hoje decidi interferir.

Gaya: Isso não faz o seu tipo, e o que o amigo dele fez?

Takashi: Foram tentar tirar a cara dele do chão, enquanto eu corria.

Gaya: É isso o que você chama de “interferir”? Ele pode até parecer ser mais forte que você, mas você é sempre mais ligeiro. – Fala, rindo.

Takashi: Olha só quem fala, o cara mais rápido da escola. – Comenta, rindo junto.

Gaya: Então vamos terminar isso tudo no intervalo ou na saída?

Takashi: Depende, preciso proteger meus irmãos, então seria melhor na hora da saída.

Gaya: Entendo, e outra coisa, por que você nunca bate nele?

Takashi: Tenho meus motivos...

Depois disso a aula finalmente começou. Apesar de toda essa situação parecer um simples cotidiano, essa escola não é tão normal assim. Digamos que ela foi feita para pessoas com certas habilidades especiais, pode parecer legal pelo fato de usá-las nas aulas, mas depende da aula, já que geralmente é só parte teórica.

                                                    ...

Depois da aula, no intervalo, devido ao ocorrido mais cedo, Takashi decide se encontrar com seus irmãos junto com Gaya.

Akio: Isso é realmente necessário?

Akemi: Pelo menos o Gaya-san também está aqui. – Diz, feliz e olhando para Gaya.

Gaya: Bom dia, Akemi-san. – Responde, um pouco sem jeito.

Takashi: Não estou vendo ele por aqui. – Avisa, observando em volta.

Gaya: Quem? O Dan?

Takashi: Sim... E cadê o Akio?! – Grita, preocupado.

Akemi: Acho que ele correu pra quadra...

A primeira reação do grupo, foi ir até a quadra, e quando chegaram, se deparam com Akio e Dan se enfrentando. Como já comentado antes, essa escola é para pessoas especiais. Logo, Akio tem poderes elétricos. Enquanto Dan tem poderes de fogo. O problema é que Dan, por ter mais conhecimento, sabia colocar seus poderes em objetos.

Nesse caso, ele estava colocando sua energia de fogo nas bolas de queimada, e tacando-as no Akio.

Dan: O que acha disso, garoto? Acha mesmo que pode mexer com os outros assim?

Akio: Você que começou, maldito! – Falava inconformado, apesar de gostar da situação.

Akio se move bem, seu poder o possibilitava ter boa agilidade. Entretanto, Dan era mais forte, assim o acertou nas pernas e no estômago.

O garoto, mesmo cançado, fica de pé, quando Dan estava prestes a dar o último ataque... Takashi aparece na frente com apenas uma mão na bola colocando energia nela, fazendo-a explodir.

Takashi: Acho que já chega, né?

Dan: ...?!

Akio: Takashi?!

Akemi e Gaya chegam para ajudar Akio.

Takashi: Levem Akio daqui, por favor.

Akio: Não Takash...

Takashi: Vai logo, idiota!

Gaya pega Akio e Akemi e aparentemente somem, mas Gaya só corre segurando eles.

Dan: O que pensa que está fazendo?

Takashi: Eu é que pergunto.

Dan: É melhor deixá-lo longe de mim.

Takashi: Na verdade, é melhor você ficar longe dele... – Adiverte, encarando Dan friamente.

Então o sinal toca para entrarmos...

                                                    ...

Após algumas horas se passarem. Na sala de aula, no meio das últimas aulas.

Takashi: Obrigado pela ajuda mais cedo, Gaya.

Gaya: Não foi nada. Você que fez a maior parte do trabalho.

Takashi: Mesmo assim, se você não estivesse lá, eu...

De repente, uma bola de aço, do tamanho de uma bola de futebol, acerta o jovem, fazendo-o voar na parede do fundo da sala.

Professor de “Química”: Calem a boca! – Grita, em uma posição de quem acabou de arremessar uma bola de beisebol.

Gaya: Takashi-san!! – Fala, assustado. E foi ajudar.

Takashi: Sorte que ela não ficou em cima de mim dessa vez... – Comenta, quase inconsciente.

Gaya: A propósito... –Levanta o amigo caido. – Belo arremesso Tetsuya-sama! – Elogia, fazendo reverência.

Takashi: O que foi isso agora? – Pergunta, indignado.

Tetsuya: Obrigado.

Gaya: Disponha.

Takashi: Obrigado mesmo pela força, seu...

Gaya impede o amigo de falar, tampando sua boca com a mão.

Gaya: Fique quieto Takashi-san, não quero tomar uma bolada também. –Sussurra.

Takashi: Ah, é? Então você...

Tetsuya: Agora voltem para seus lugares e prestem atenção!

Os dois correm para seus lugares a uma velocidade impressionante.

Takashi e Gaya: Sim!

Takashi: Ainda bem que a aula é interessante. –Pensa, emburrado, olhando pro lado.

Tetsuya: Bom, sei que a maioria das minhas aulas são teóricas e a dos outros professores também. Então resolvi preparar uma prática desta vez... A propósito, cadê aquela bola de aço?

Gaya: Ah, está aqui comigo. Peguei sem querer.

Tetsuya: Ótimo, precisarei dela.

Gaya: Ta bom, pega aí. – Diz, se levantando para jogar a bola.

Takashi: Espera aí... Ele vai arremessar aquela maldita bola pesada? Isso só vai nos arranjar... – Pensa.

Gaya lança a bola naturalmente e o professor pega da mesma forma.

Takashi: ...Encrenca. – Termina seu pensamento e fica surpreso, junto com o resto da sala.

Professor: Dan, venha aqui e aqueça essa bola de alumínio.

Gaya: Hum... por sorte, esse cara não está em todas as aulas, porque as aulas são de acordo com nossos poderes. Se esse não fosse o caso, não sei quanto tempo conseguiríamos aguentá-lo. – Pensa.

Dan vai até a frente da sala e faz o que o professor pede.

Professor: Ótimo. Agora pode parar...

Depois de poucos segundos a bola esfria e o professor encosta na bola.

Professor: Estão vendo como o alumínio absorve bem a energia e também perde muito rápido?

Dan: É mesmo? Interessante... – Fala, como quem teve uma ideia maldosa.

Takashi: Por que ele foi ensinar algo assim pra esse idiota? – Sussurra para Gaya.

Então começam a conversar baixo.

Gaya: Fazer o que, né?

Takashi: Pelo visto ele vai dar mais trabalho amanhã.

Gaya: Falando nisso, você vai trabalhar hoje depois da escola?

Takashi: Sim, mas como sabe, não posso dizer muito sobre isso por enquanto...

Gaya: Entendo… Ah é! Vou te apresentar uma pessoa que conheci recentemente, amanhã. Acho que você vai gostar dela. – Diz, empolgado.

Takashi: Tudo bem.

Gaya: Agora me diga, por que ele tenta mexer com seu irmão, com você por perto que é usuário de Água?

Takashi: Também não entendo a cabeça dele, tudo o que sei é que ele não gosta do meu irmão por ele ser do tipo Trovão.

Gaya: E pensar que ainda existe esse tipo de preconceito até hoje.

Takashi: Pois é, a sorte dele é que meu irmão é do tipo Trovão e não do tipo Luz.

Gaya: Aliás, é curioso esse ser o único poder que tem essas duas classificações, né? Sei que os usuários de Luz sumiram, mas não deixa der ser interessante.

Takashi: Nem tanto, afinal nossas habilidades podem ser “moldadas”,     deixando-as em vários estados e estilos diferentes. –Comenta. – Hum... Tenho quase certeza que ainda existe pelo menos um usuário de Luz vivo. –Pensa, se incomodando um pouco com isso.

Gaya: Claro, só que as habilidades de Terra do Sensei são bem mais avançadas que as minhas. –Concluí, olhando para frente. Talvez seja por isso que não notou seu amigo incomodado com algo. – É... cadê ele...? – Pergunta, apontando pra frente da sala.

Professor: Não se esqueçam de que mesmo um elemento sendo forte contra outro, temos que levar em consideração todo o ambiente. – Sussurra, entre eles.

Takashi e Gaya: O quê?! – Gritam, quase pulando da carteira.

Professor: Vocês não aprendem mesmo, não é? – Diz, puxando as mangas do jaleco branco que costumava usar

Depois de uma punição, tivemos que prestar atenção até a aula acabar.

                                                    ...

Na saída.

Takashi: Gaya, poderia levar meus irmãos para casa?

Gaya: Claro. Boa sorte hoje... sei lá o que for fazer.

Takashi: É, sorte não é bem a palavra. – Fala desanimado, vendo que o clima havia esquentado e o cenário que antes fosse branco, devido a neve, tinha sumido.

Akio: Vamos logo para casa! Preciso treinar.

Akemi: Não, você vai me ajudar com a casa, Akio!

Takashi: Heh... Boa sorte você também. –Diz, sorrindo.

                                                    ...

No caminho para o trabalho. O garoto resolve parar para comer algo, e encontra uma pessoa de capuz que trabalha no mesmo lugar que ele. A reconhece, pois se lembra de já tê-la visto na organização onde trabalham, com a mesma vestimenta.

Essa pessoa apenas fica encarando Takashi, como se tivesse feito algo errado. Porém, por estar com fome, praticamente ignora isso, termina de almoçar e sai do estabelecimento.

                                                    ...

Depois de uma longa caminhada.

Takashi: Bem que eu poderia ter um carro... – Pensa.

Ainda na mesma cidade, chega ao trabalho, um lugar parecido com um prédio abandonado, cercado por um terreno baldio. Lá se encontra com outra pessoa de capuz.

???: Takashi, está um pouco atrasado, já temos dois trabalhos para essa semana. E como sempre, esse é de seu interesse.

Takashi: Tudo bem...

???: Seu primeiro alvo é o vice-presidente de uma companhia de armas. Ele tem contrabandeado sem o presidente saber. Então um subordinado do presidente descobriu e acabou nos contratando. Local, nome e tudo mais serão especificados enquanto você estiver indo pra lá com esse nosso membro. Só não se esqueçam de usar suas máscaras pretas.

Por coincidência, foi apresentado a mesma pessoa de capuz que o garoto encontrou mais cedo.

???: E espero não ter que lembrar, que vocês são assassinos profissionais, certo?

Takashi: E...?

???: E que é importante eliminar o alvo com sucesso, para manter o nome de nossa organização, a Dark Blood.

Takashi: Eu sei, farei o que puder. – Confirma. – Akio... Akemi... Sei que não somos irmãos de sangue... mas amo muito vocês e farei de tudo para encontrar seus pais, podem apostar nisso! – Pensa, determinado.

E por fim, partem em missão...