Segredo Virtual escrita por Alehandro Duarte


Capítulo 30
2 T: Capítulo 5 Confie em Mim


Notas iniciais do capítulo

E sejam bem vindos para o primeiro capítulo do BLACK FRIDAY:SV, onde eu tentarei postar 1 capítulo por semana, e como pagamento meus fãs mais próximos, terão que deixar eu torturar eles -qq



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/680170/chapter/30

 

A porta foi aberta rapidamente para dar passagem aos visitantes recém chegados. Carla se sobressaia na frente dos acompanhantes atrás de seus ombros, segurando junto ao corpo uma vasilha branca. Lídia abriu caminho para que Marina e Diogo também entrassem no local. Bianca logo o encarou com desprezo, desejando que o tempo voasse o mais rápido possível para não ter que respirar o mesmo ar daquele idiota, que havia tomado ódio. Carla olhou ao redor, fazendo uma cara de assustada ao ver Lícia e Sebastian no mesmo ambiente, tinha uma história com os dois. Seu rosto mudou, dando-lhe cara de boba, e ao ver todas aquelas pessoas a encarando, fez um sorriso na face para se dirigir a Lídia:

 

— Fiz cookies,- Ela a entrega os biscoitos caseiros, então dando jeito na mecha de cabelo rebelde, a colocando para trás. Alguns momentos antes pensou em jogar tudo o que havia preparado com carinho, no lixo. Não estavam lá para conversar sobre como a vida estava sendo complicada ou para fazerem uma festa americana, onde cada um leva algum tipo de comida. Mesmo depois de alguns suspiros aos fundos, Carla e seu sorriso quase desfeito seguiram para uma cadeira encostada numa mesa de madeira, onde seus biscoitos foram colocados. Jessica inclinou-se mais na cadeira, olhando para a sobrinha de capuz branco, Rebeca, que tinha trazido junto para essa estranha reunião. Lídia então fechou a porta, se dirigindo para a frente de todos ali presentes; Daniel, Rose, Sebastian, Rebeca, Jessica, Lícia, Bianca, Diogo, Marina,Carla, e o homem mencionado acima:

 

— Acho que todos chegaram.- Disse, enquanto pensava se faltava alguém para chegar.- Já devem saber o porquê de eu ter reunidos todos aqui. Fico até surpresa de ver que trouxeram convidados.- Estava insinuando sobre algumas pessoas que não deveriam estar ali, mais precisamente um homem que Rebeca trouxera, aquele mesmo que há alguns dias tentou baleá-la, e ninguém presente ali o conhecia.- Estamos aqui para nos unirmos, sobrevivermos. Nunca conseguiremos isto se não permanecermos juntos.

 

— Pode ir direto ao ponto?- Bufou o homem ao fundo. Lídia passou por todos os convidados, indo diretamente para o fundo, onde um tecido cobria uma coisa retangular na parede. Ela posiciona sua mão direita sobre o pano, e o puxa, deixando amostra o quadro de investigação que havia criado com a ajuda de Jessica. Todos olhavam para as suas próprias fotos, procurando suas conexões com o inimigo.

 

— Dylan está vivo.- Seu dedo indicador é colocado sobre uma foto antiga de Dylan, onde ele aparecia com um lindo sorriso no rosto, usando um paletó escuro com uma flor negra no bolso da frente.- E se não querem morrer, teremos que matá-lo.- O olhar de todo mundo se aprofunda em Lídia, prontos para ouvir o que planejava.

 

 

 

 

Flashback on:

 

 

 

 

Aquele quintal era um paraíso! Era enorme, tinha vários brinquedos, a grama verdinha e tinha aquele cheiro de terra molhada. A ensolarada tarde chamava as crianças para a deliciosa água da piscina, mas por acaso os pirralhos preferiram ir para o gira-gira. Daniel, que naquela época não poderia ter mais de dez anos, só conseguia apreciar o cabelo negro de Ellen ao vento. Isabela e Marina nem pareciam estar ali também. O casalzinho só tinham olhos um para o outro, mesmo que não assumissem isso. Bem, pelo menos o garoto não afirmava isto. Apenas Daniel sabia que estava naquela troca de olhares, achando que era uma obrigação. De repente o brinquedo virou, forçando com que Ellen caísse ao lado de seu pequeno crush:

 

— Quem empurrou?- Gritou Marina, prestes a explodir, mesmo sendo a única que não havia despencado no chão.

 

— A Isabela que tá gorda.- Insultou Ellen, apontando para a cara da nanica, que era a menor dos quatro, talvez fosse a mais zoada por ser tão pequena, e ter uma força exuberante para a idade.

 

— Eu? Você devorou a torta quase inteira, sua esfomeada!- Retrucou, com a sua voz desengonçada. Um homem apareceu atrás da cerca. Ele estava vestido todo de preto, usando um chapéu que era para disfarçar, mas mais chamava a atenção. As meninas acenaram para ele, sendo retribuídas com um aceno de cabeça.

 

— Nós precisamos ir.- As garotas fizeram fileiras, e já estavam caminhando para pular a cerca. Mais à frente, aquela figura já estava de costas, indo atravessar a rua.

 

— Todas vocês, Marina? Aonde vão?- Daniel não entendera nada. Percebendo que não teria respostas sem se esforçar, segurou o braço de Isabela, que se virou para responder.

 

— Coisas femininas. Você não entenderia.- Tentou disfarçar, e então partiu em disparada para alcançar as amigas. O garoto se deitou no gramada, pronto para ficar sozinho outra vez. Mesmo sendo mimado pelos pais, ele nunca teve uma companhia da mesma idade e fixa para brincar o dia inteiro. Raramente conseguia reunir todo aquele grupo em um mesmo dia, todos pareciam vir em dias da semana totalmente diferentes uns dos outros, e ficavam apenas alguns minutinhos antes da mãe os chamarem para ir embora. Seu maior medo na infância, não era monstro de armários ou de baixo das camas, nem mesmo o escuro ou alguma lenda bizarra que haviam lhe contado. Tinha medo de ser esquecido por todos. Ser apagado do mundo, de uma hora pra outra. Seus pais diziam que isto era bobagem, mas ele tinha certeza que isso era possível, e apenas os adultos não conseguiam ver, a facilidade em apagar alguém do mundo e da memória de todos. O tempo está ai para provar esse pensamento, mas tinha ideias bem maiores, como se tivesse conhecido elas através de alguma conversa que não consegue se lembrar. Ou talvez até mesmo em um sonho. Ao se levantar, viu Dylan perto da cerca, parecia está vigiando alguém, ou seguindo...

 

— O que você tá fazendo?- Perguntou. O outro garoto tomou um susto, dando um pulo.

 

— Não deveria assustar os outros, sabia?- Daniel taca uma roda de seu carrinho quebrado nele.- Tá bem, tá bem. Eu estou seguindo as meninas. Não acha muito estranho elas saírem de repente sem mais nem menos? Mas não acho que vou descobrir dessa vez...

 

— Por quê?

 

— Entraram numa van. E eu não vou roubar um carro.- Daniel tinha certeza que se Dylan tivesse essa chance, com certeza roubaria.- Duvido que eu alcançaria com a minha bicicleta.

 

— Deveria tentar. Talvez seja um jogo novo.- O garoto atrás da cerca fez aquele mesmo gesto, aquele sorriso cínico que sempre o fazia nascer, quando descobria algo misterioso para mexer.

 

 

 

 

Flashback off:

 

 

 

 

— Não vamos parar Dylan da noite pro dia. Ninguém aqui estava preparado para um recomeço dos jogos.- Bianca abriu um pequeno sorriso ao ouvir o discurso de Lídia. É lógico que estava preparada há muito mais tempo que os outros, mas talvez não fosse a hora para se gabar.- Eu sei que é muito para engolir então pouco tempo, mas nós não temos tempo!- Lídia estava sendo algo que nunca foi, uma líder.- Algo que deu para perceber em tão pouco tempo, é que Dylan sempre está um passo a frente. Não adianta o que façamos, tudo parece calculado por ele. E isso precisa mudar. Precisamos nos preparar para o que está por vir. Ou vamos perder todos que amamos, assim como há dez anos. Temos que ser aliados! Nunca entregar um de nós!

 

— Pelo o que eu sei, você me queria morta, Lídia. Lembra da vez que o Cold Blood me sequestrou?

 

— Eu não quero você morta, Rebeca. Eu estava salvando Rose!- Rebeca se calou, deixando que a líder retomasse.- Então...- Ela respira fundo e continua.-A gente precisa ouvir uns aos outros...

 

— Você só sabe motivar ou vamos fazer algo?- Aquele homem que mal sabia o nome, continuou com a sua ignorância.

 

— Eu preciso saber até que ponto cada um de nós sabe sobre esta cidade, sobre a história que envolveu cada um de nós. Principalmente seus nomes.- Sua indireta foi bem clara e certeira.

 

— Me chamo Rafael. E não, não quero saber o nome de ninguém aqui. A única coisa que quero é matar Dylan, só isso.

 

— Qual é o seu problema com Dylan? Qual o seu passado para querê-lo morto?- Continuou as perguntas. Precisava saber o máximo possível sobre seus aliados. Rebeca colocou a mão no ombro de seu acompanhante, mas ela foi duramente tirada pelo próprio. Ele continuou calado, apenas esperando aquela mulher se cansar de interrogá-lo.

 

— Eu fui amiga virtual de Dylan há muitos anos. Muito antes de Bianca se passar por ele.- Marina começou, dizendo com um tom acusador. Thiago havia lhe contado toda a trajetória de Sara antes de entrar para o famigerado Cold Blood, por isso sabia até demais. Estava pronta para começar a abrir o bico e falar tudo o que estava preso em sua garganta até agora.- Ele tinha um fake, facebook falso. Seu nome lá era Jack,se não me engano, já eu me intitulei Elisa. Nós namorávamos naquele " joguinho ", conversávamos todo dia, éramos bons amigos. É lógico que não namorávamos virtualmente, tipo de verdade, mas...Era como se naquela rede social falsa, nós fossemos outras pessoas, como se esquecêssemos toda a dor do verdadeiro mundo, e fôssemos para um novo lugar, onde pudemos criar toda a nossa trajetória, sem dor...Um dia trocamos nossas redes sociais reais, e então descobrimos que morávamos em cidades muito próximas. Ele não sabia que eu era prima da Ellen, descobriu apenas quando eu cheguei aqui, junto da minha família para passar as férias. Então, em uma noite...A gente combinou de se encontrar. Ao chegar no loca, Dylan parecia estar drogado, aquilo me assustou profundamente, eu já estava pronta para correr, nunca tinha visto alguém naquela situação...

 

— Você não conhece resumir sua autobiografia?- Rafael intrometesse novamente. Aquilo já estava cansando.

 

— Se não quer ficar aqui, vá embora! Não vamos aturar pessoas desconhecidas que nem ao menos sabe o que passamos para estarmos vivos, e mesmo assim querem atrapalhar o plano que estamos tentando bolar para sobreviver! E isso inclui a sua vida.- Lídia apontou para a porta. Ele abriu a boca, mas logo a fechou-se, para então se encolher na cadeira enquanto olhava para o chão, tentando disfarçar seu incômodo.- Continue, Marina.- Rose caminhou sorrateiramente até os cookies. Nem pensar ia morrer de fome apenas pelos biscoitos não forem adequados para a hora. Manter a calma também estava sendo difícil. Estava sendo falsa poupando sua mãe de saber que manteira contato com o pai, por todos esses anos, mas isso era o de menos. Precisava salvar Dylan, ele é o seu pai, e Lídia sua mãe. Para cada caminho que tomasse, deixava que um deles se ferrasse.

 

— Bem...No final de tudo...- Ela engole a seco, desviando o olhar para uma pilha de caixas ao lado.- Dylan tentou me estuprar...Mas...Um homem o " matou ". Depois disso, eu só lembro de correr, enquanto tentava limpar um pouco do sangue que ficou em mim.

 

— Eu sinto muito por tudo o que o meu primo te fez passar. E sinto mais ainda por todos aqui que já passaram por tudo isto antes. Sei como sentem...

 

— Não, Lídia. Você não sabe nada sobre ninguém aqui.- Começou Bianca, que estava agindo muito estranha na percepção de Lídia.- Ninguém está sendo sincero. Estão todos com medo de mostrarem o que têm por trás da máscara social. Marina que o diga. Não adianta se fazer de vítima, isto aqui é a porcaria de vida ou morte!- Ela bate com o punho na mesa, assustando todos ao redor.

 

— Bianca, para! Nem te reconheço mais. Eu não trouxe vocês aqui para brigarem, mas sim conversarem que nem gente.

 

— Essa mulher que está agindo como um animal.- Caçoou Diogo.

 

— Vocês nem mesmo era para estarem aqui! Este inferno começou com a gente, não com vocês!- Novamente Bianca se exalta.

 

— Nós ao menos nos importamos com quem amamos e somos sinceros uns com outros.- Marina se levantou, caminhando diretamente até a moça que estava enfrentando sua família.- Você praticamente deixou sua esposa para morrer, não a avisando do perigo que está passando aqui.

 

— Não é uma escolha.- Lídia entrou no meio das duas.- Ninguém aqui quer embarcar nisso, mas todos que estão conectados a nós sofreram as consequências por isso, sabendo ou não de tudo o que houve no passado. Acho que temos o direito de escolher quem queremos que conheça o perigo que se meteu ou não.

 

— Não trouxemos Miguel. Ele é apenas uma criança, nem deveria saber da existência de Dylan.- Atreveu-se Rose. Mesmo assim as discussões continuaram.- Rafael se levanta para sair, mas Rebeca o segura pelo braço.

 

— Espere um pouco.- Após uma intensificação na fala das pessoas presentes, Rebeca tira uma arma da cintura, e atira em algum lugar no cômodo, se tornando a mais nova atração.- Se discursos não funcionam com vocês, poderei apelar para tiros e facadas.

 

— Rebeca...- Lídia tenta acalmá-la.

 

— Rebeca, o cacete. Vai todo mundo me ouvir agora!- Todos se assustam com empoderamento que ela aparentemente tinha tomado.- Tem um bostinha de um sociopata querendo fazer a gente de brinquedinhos, matando quando quer, decepando as cabeças quando quer. Eu vim pra cá salvar vocês, porquê eu tenho tenho certeza que sem mim vai todo mundo ser selado em um caixão! Realmente queria ter mantido a classe aqui, mas pelo jeito vou ter que ser dura com as pessoas incompetentes que estou lidando.- Jessica abriu um sorriso no rosto. Sua sobrinha era quem daria as ordens agora.- E podem parando com essa babaquice de " ai, eu sofri mais ", tá todo mundo fudido! A Marina mata criancinhas, a Bianca já matou um homem pra ferrar a mãe dela, e você, Carla...Melhor nem comentar.- Os olhares de surpresa se voltam para as pessoas mencionadas.- Podem parando de julgamento, porquê eu tenho os podres mais profundos de cada um aqui, e se eu tenho, Dylan também têm!

 

— Desculpa atrapalhar a programação, mas...- Jessica mostra o site criado pelo Cold Blood para o grandioso concurso, " Mate Quem Quiser ", como foi apelidado pelo grande público. Os servidores foram desligados diversas vezes durante esses últimas dois dias, mas ele sempre se reerguia em outro endereço.- O site voltou ao ar. A polícia nunca vai conseguir desligar por completo. E bem, parece que o concurso acaba daqui há algumas horas...Será podemos fazer o feitiço voltar contra o feiticeiro?

 

— Com certeza. Se é fogo que o Dylan quer, é fogo que ele terá.- Todo mundo ficou esperando um plano sair da boca dela, mas parece que a inspiração não estava muito boa naquele dia.- Eu não posso pensar sozinho, né.

 

— Não seria mais fácil sairmos da cidade?- Diogo sugestiona.

 

— Como se o meu irmãozinho fosse deixar a gente ir embora.- Bianca não se sentia estressada há muito tempo, com certeza a presença daquele copiador, a deixava mais irritada há cada segundo.

 

— Dylan te ama, você é a irmã dele. Família protege família.- Continuou o concorrente de Bi.

 

— Sim, ele me ama, como os bonequinhos dele.- Jessica arfou, seus pensamentos estavam a mil por hora para descobrir algo que pudesse destruir o dono do jogo. Após perceber toda a tensão envolta de sua esposa, Sebastian aproxima sua cadeira para a dela, dando início a um caloroso abraço por trás. Lícia ficou vendo aquele casal que tanto desprezava.

 

— Acho que a questão aqui é: Devemos participar desse concurso?- Pela primeira vez, Carla tomou a palavra.

 

 

 

 

Flashback on:

 

 

 

 

Seu casaco vermelho estava melecado de sangue, assim como o de sua mãe naquela noite, há quase vinte anos atrás. O corpo ainda rastejava, sussurrando por ajuda. O perpétuo Guy Blood, cravou sua espada no crânio da vítima, sendo molhado por mais uma esguichada de sangue. Jessica se sentou no chão, pronta para dizer que estava cansada demais para fazer uma cena inspirador e épica. Se fosse por ela, matava e pronto. Deixe a sujeira quieta. Talvez se fosse alguém importante, merecia sim esse feito. Mas um pobre coitado? Que graça teria? Todos já os temiam mesmo, nem precisavam desse esforço. Seu corpo precisava relaxar, tirar toda aquela tensão, que aquele trabalho exercia. A profissão que pretendia seguir quando criança, era ser psicóloga. Queria fazer as pessoas se encontrarem, saberem quem são, e o que elas eram para essa mundo. Bem, pretendia, até perceber que nem ela mesma conseguia se entender direito:

 

— Eu também não quero arrumar isso.- O Guy Blood sentou-se ao lado, pegando uma garrafa d`água e a bebendo após abrir.- Será que as pessoas pensam que ser um assassino é legal e fácil? Nossa, é muito trabalhoso. As vítimas não facilitam, ficam correndo, mesmo sabendo que a gente vai alcançar e matar. Temos que planejar e escolher quem são e como vai ser. Tirando o tempo que a gente fica esfregando os uniformes.- Jessica olhou para ele, pronta para falar algo, até se deparar com aquela pequena figura os olhando.- Não vai falar nada?- Ela aponta para o pequeno Dylan, que os olhava assustado, pronto para gritar, porém apenas continuou ali, admirando não apenas a dupla, mas também o corpo.

 

— Dylan!- Tarde demais, a criança já havia começado a correr. O Guy Blood se levanta para correr atrás dele, mas é segurado por sua parceira.- Eu conheço ele.

 

— Melhor assim, você mesma pode dar a notícia aos pais dele. Dá pra me soltar?- Já até o tinha perdido de vista, aquelas pequenas pernas corriam bem rápido.- Ele tá fugindo!

 

— Não acredito que você está cogitando matar uma criança.

 

— Não estou cogitando, eu vou matar o moleque.- Jessica se comunica com o olhar, então a companhia se senta ao seu lado novamente, cheio de questões para perguntar.

 

— Eu não mato crianças. É desumano. Nem era para Dylan estar aqui a essa hora.

 

— Nós somos desumanos!

 

— Não a essa ponto.- O Guy estava incrédulo. É sério que a Girl Blood, que teve que matar bebês durante o processo, se recusava a executar um garoto apenas porquê o conhecia?- Crianças são inocentes, não merecem isso.

 

— Eu não me importo com os seus princípios. Se essa garoto contar qualquer coisa, estamos ferrados!- Ela teve que arriscar. Jamais deixaria alguém que fosse inocente morrer. Mesmo que isso resultasse em uma grande discussão. Há algum tempo, tinha machucado várias crianças, mas ninguém soube o tamanho da dor que interveio em seu coração. Talvez ninguém nunca nem tivesse ouvido seu choro no dormitório, quando enfim estava apenas ela com seus pensamentos. No dia seguinte do flagrante, Jessica reencontrou com Dylan.

 

— Dylan...- Ela colocou sua mão sobre o ombro dele.

 

— Cinco mil.- Disse, cheio de marra, enquanto segurava uma bolo de futebol.

 

— O quê?

 

— Cinco mil reais, e eu não conto nada pra ninguém. É uma quantia tão baixa. Não perca esta oferta.- Realmente estava sendo chantageada por um menino de dez anos? Neste dia, se arrependeu de não tê-lo matado.

 

 

 

 

Flashback off:

 

 

 

 

Após varias e várias discussões, todos pareciam saber um pouco um do outro. Até que um assunto novo nasceu, exatamente quando Carla explicou que não conhecia Dylan, apenas a sua história com Sara. Então o desaparecimento veio a ser um centro da conversa:

 

— Então você acha que o sumiço de Sara tem algo haver com a sua mãe?- Lídia se fixou em Bianca, que acabara de contar para todos que viu aquela mulher novamente, durante a festa de Halloween.

 

— Se disseram no hospital que havia uma moça procurando por Sara, durante a descoberta do animal morto, com certeza pode ter sido ela.- Uma outra hipótese apareceu em seus pensamentos, algo que devia ser óbvio.- E se Dylan a pegou?

 

— Pra quê Dylan iria querer a Sara?- Rebeca riu debochadamente da pergunta de Lídia.

 

— E você ainda pergunta? Sara é isso, Sara é aquilo, Sara é a protagonista deste joguinho, Sara conhece todo mundo, Sara venceu o Cold Blood...Sara deve ser tipo uma rainha pra ele.

 

— E ele o rei.- Jessica tomou a palavra.- Mas voltando ao assunto do site, talvez a gente deva fazer exatamente o que ele quer. Se Dylan quer ver sangue, é isso que daremos, por bem ou por mal, certo?

 

— Então...Em que a gente votaria para morrer?- Todos se entreolharam, prontos para começar uma nova discussão sobre esta estúpida ideia. Carla se arrependera de ter feito esta pergunta.

 

— Pelo amor de Deus, gente. É lógico que escolheremos Dylan! Ninguém tem a permissão de trair ninguém aqui, entenderam?- Rebeca arfou. Será que era a única com bom senso ali?

 

— Isso é loucura. Até parece que Dylan vai se matar.- Se posicionou Rafael, voltando a indignar-se com as atitudes daquele povo.- Eu desisto. Vocês são muito estúpidos por pensar que essa ideia realmente vai funcionar. Até parece que ninguém vai colocar o nome de quem mais odeia aqui.- O incomodado sai do cômodo, fechando a porta fortemente, e então dando início a subida das escadas. Estavam no subsolo, era uma espécie de depósito na cafeteria, e seria usado para emergências ou até mesmo uma festa temática. Pena que teve que ser para emergência.

 

— Se mais alguém deseja sair...- Sugestiona Daniel, tomando o papel da esposa.

 

— E se ele tiver razão? Na melhor das hipóteses, Dylan vai fingir se suicidar, para então ressurgia novamente.- Até Bianca não colocava fé naquele plano super improvisado.

 

— Nós não temos mais opções. Se quisermos salvar quem amamos, precisamos disto.- Concluiu Sebastian, pegando seu celular no bolso, e colocando seus braços em volta de Jessica, enquanto começava a procurar o novo link que com certeza já deveria ser o centésimo de hoje. As pessoas ao redor fizeram o mesmo, retirando seus eletrônicos para então exercerem o combinado. Lídia olhou para Daniel, tinha uma confiança e brilho no olhar, que o fez se alegrar. Talvez Rebeca estivesse errada. A única pessoa com bom senso ali era Lícia, que estava pensando o quão infantil as pessoas ao seu redor eram para acreditar que apenas escrever o nome dele iria matá-lo. Parecem até que não conhecem o adversário. Mas cedeu, e resolveu arriscar. Mesmo sabendo a sua hipocrisia ao estar ajudando ao inimigo, e isso também valia para Sebastian, que parecia decidido a ajudar eles. Quem dera soubessem que era fachada.

 

— " Motivação ", " Frase inspiradora ". Não podemos deixar em branco, né?- Perguntou Carla.- Tem algumas opções aqui..." Vingança, Ciumes, Precaução, Ranço... "

 

— Justiça.- interrompeu Lídia, secamente.- Agora frases, provavelmente todos tem uma bem guardada que sempre quis usar, não? Essa é a hora.- A cuca de todo mundo foi colocada para funcionar, tentando seriamente trazer algo do passado à tona. " Se o mundo está podre, como não apodrecer com ele? ", " Se o passado realmente fosse o nosso presente, provavelmente estaríamos vivendo no mesmo pesadelo ", " Não é só porquê você é imortal que não pode queimar no fogo do inferno ". Talvez não fossem as melhores frases que poderiam criar, mas sobre aquela pressão, ninguém conseguiria algo incrível sem ser o próprio Dylan.

 

— Então...Mesmo depois de todas as brigas, somos muitos, mas um só?- Carla era boba, mas era especial. Bem, estava sendo fofa no presente, mas no passado...

 

— Sim. Somos um corpo só, uma equipe. Posso contar com vocês?- Daniel sorriu para o grupo. Também não contava muito que o celular em seu colo, poderia ser o suficiente para destruir Dylan, mas se Lídia acreditava nisso, ele também insistia em tentar acreditar.

 

— Você fez tanto por mim enquanto eu estava passando por todos aqueles problemas...O que decidir, eu farei. Somos uma equipe.- Marina olhou serenamente para o amigo, mesmo sabendo que quando tudo acabasse, teria que lidar com a rejeição de todos por ter feito parte de um grupo de assassinato. E essas cicatrizes com certeza seriam maiores do que as que se curavam em seu corpo.

 

— Então está combinado. Vamos vencer este jogo!-Estava tudo tão lindo e maravilhoso. Lídia não pensava que isso tudo sairia tão bem, e também não pensava que algumas pessoas decidiram fazer sua própria opção de quem ofertar para matar.

 

 

 

 

Flashback on:

 

 

 

 

Já era de madrugada. Rebeca havia voltado de uma festa dada por Ellen. Há algumas semanas já tinha rolado outra, com a mesma anfitriã, mas não pareceu que foi tão marcante quanto essa. Um de seus amigos acabou levando um fora da namorada, e logo em seguida, ele levou três garotos para um dos quartos. Se ele soubesse que minutos depois estaria pelado no telhado, para então cair na piscina, e ser exposto para todo o núcleo de jovens da cidade. Tantas coisas rolam nas festas da Ellen, é até pecado deixar de ir nelas. Rebeca se tacou na cama logo após à vê-la. Passou-se alguns minutos, até que adormeceu, mas seu sono foi interrompido, por uma mulher entrando pela janela de seu quarto, derrubando uma serie de perfumes. Ela ligou o abajur, para então a reconhecer:

 

— Lídia?- Seu rosto estava enxercado de lágrimas, prestes a deixar desabar mais.- O que aconteceu?- Lídia senta-se na cama, junto a amiga, recebendo um caloroso abraço.- Fica calma...- Seus cabelos eram acariciados pelas mãos daquele menina que sempre pôde contar. Mesmo depois de vários erros cometidos, Rebeca nunca deixaria de ser sua amiga.

 

— Eu...Eu...- Quanto mais tentava explicar, mais se embolava e chorava. Parecia ser um poço sem fundo de lágrimas.

 

— Tudo vai ficar bem, não importa o que seja.- Ela beija sua bochecha. Mesmo estando preocupada com a invasora, seus pensamentos não podiam parar de pensar nos perfumes caríssimos derrubados no chão.

 

— Eu tô grávida.- A reação de Rebeca foi a melhor. É como se tivessem dito: " Quem abrir mais a boca leva um milhão de reais ".

 

— Meu Deus...De quem, Lídia? Espera...- Seu cérebro começou a funcionar. Lembrou-se da tal " vingança " idiota, que sua melhor amiga havia tramado para seu lado.- Você está grávida do Dylan?- Queria negar, queria que nada daquilo tinha acontecido, mas se tinha, teria que encarar tudo uma hora ou outra.

 

— Sim.

 

 

 

 

Flashback off:

 

 

 

 

— Por que ninguém quer me contar aonde estava?- Miguel estava prestes a explodir. Seus pais o ignoraram desde que voltaram, e Rose era a única chance de descobrir o que estava acontecendo.

 

— Não é dá sua conta, Miguel. Para de encher o saco.- A ruiva correu para fora de casa, fechando a porta na cara do irmão.- Chega de birra. Eu preciso alcançar a mãe e o pai logo.

 

— Vocês chegam, ficam por seis horas, e depois se mando de novo, sem me dar a mínima satisfação?- Ela já tinha ido embora quando ele começou a falar.- Rose!- Correu para as janelas, até perceber que não conseguiria passar por nenhuma. Algumas por terem grades, e outras por estarem barradas por um pedaço de madeira do lado de fora.- Pelo jeito terei que chamar reforços.- Esse " reforço " seria Leonardo, que chegou dez minutos depois da ligação de reclamação. Miguel o esperava de uma das janelas da lateral da casa, pronto para dizer as palavras mágicas e ir em busca de seu tesouro, chamado de " respostas ".- Abre isso aqui.- Leo retirou o pedaço de madeira, deixando o caminho livre para que o menino saísse pela janela, assim como a mãe adotiva fazia em situações de perigo.

 

— Onde está Rose? E por que te trancaram aqui?- O mais novo fez um gesto de " siga-me ", com a mão. Sem mais nem menos, começou a acelerar o passo compulsivamente, indo em direção aonde acreditava habitar todos os que guardavam segredo.- Qual é o seu problema?- Clara vadiava pela cidade, até que viu seu colega de classe, mais apressado do que de costume.

 

— O que estão fazendo?- Perguntou a garota, recebendo um " não sei ", do namorado de Rose. Miguel para um por um momento, apenas para dizer uma frase, e então continuar a acelerar até a cafeteria.

 

— Eu estou indo atrás de respostas!- Os dois seguidores se olharam confusos, prontos para fazerem muitas perguntas. Percebendo isto, o explorador decidiu tentar explicar o que nem tinha entendido.- Meus pais e a minha irmã estão agindo estranho, e me trocaram dentro de cara, sem me dizerem o porquê. E não é só isso! A cafeteria estava desabitada, e eles sumiram justamente no momento em que ela estava desabitada, será que não percebem o que isto que dizer?!

 

— Eles foram abduzidos por E.T´s ou algo assim?- Sugeriu, Clara. Sendo para ela a explicação mais lógica no momento. Miguel arfou, apenas continuando o trajeto, já que realmente não conseguiria dizer exatamente o que estava pensando sobre aquela situação. Foi algo muito traumatizante seu primeiro contato com Dylan. Várias coisas foram ditas para ele, mas sua mãe não queria respondê-las de jeito nenhum. " É mais seguro se você não souber de nada ", até parece que um filho de Sara, se sujeitaria a ficar sentado bonitinho, enquanto uma luta acontece, é lógico que isso só faria sentindo em um universo alternativo.

 

 

 

— 20 segundos.- Contava Lídia, olhando para o horário em que o concurso do Cold Blood se encerraria. Todo mundo havia voltado para o subterrâneo da cafeteria, até mesmo Rafael, sendo convencido por Rebeca, que insistia que quanto mais aliados contra Dylan, melhor. Havia algo que Jessica não tinha dito a ninguém, era sobre um plano que pretendia exercer sozinha caso nenhum funcionasse. Cria um novo Cold Blood, um Cold Blood justiceiro, pronto para enfrentarem o do mau. É lógico que se seu marido e a filha dele ouvissem isso, iria balançar a cabeça e dizer que está louca. Poderia muito bem mexer os pauzinhos e ligar para contatos da organização, mas se eles estivessem trabalhando também para seu rival, com certeza esse plano iria por água baixo. É por isso que já tinha tudo planejado. Bianca tinha certeza que nem Lídia a olharia igual depois de todos ficarem sabendo do assassino que cometeu há dez anos atrás. Maldita Rebeca, isso a fez pensar em algo que não desejava ter pensado..." Aonde estaria aquele motorista? ". Carla ficava ansiosa há cada segundo amenos que era dito. Será que uma bomba poderia explodir? Ou essa bomba seria o seu passado sendo exposto para todos? Tinha certeza de que toda a sua vida estaria arruinada novamente se descobrissem a verdade. E as únicas pessoas que poderiam abri o bico, seriam Lícia ou Sebastian, precisava conversar com eles, e ver se conseguia mantê-los calados. Todo mundo tinha certeza das negatividades, mas será que apenas Lídia estaria confiante que aquele plano para matar seu primo traria a vida de todos a normalidade? Sim, com certeza. Vidas voltarem ao normal? Como se fosse possível. Já estavam desgraçando ela muito antes de Dylan começar a atormentá-los de novo. Daniel continuou a olhar as horas, dessa vez em seu relógio, em vez do celular da esposa.- 10...9...- Agora que a contagem regressiva estava começando, o arrepio da ansiedade se sobressaiu por todos. Mas será que após o término de todos aqueles números, algo aconteceria? Ficaram à salvo de morrerem nas mãos daquele louco? Eram tantas perguntas, tantas questões que apenas o tempo poderia lhes responder. Ás vezes, Rose se sentia culpada pelas dores de suas mães. Imaginava que as cicatrizes internas de todos os más momentos, estariam indiretamente ligados à ela. E esse sigilo em se comunicar com Dylan, apenas a fazia pensar mais nisso.- 5...4...3...2...- Um. Apenas um passo em falso levaria aquela gente à morte. Uma nova pergunta das milhares, surgiu na mente de todos ali presentes: " Isso é o fim ou um inicio? ".

 

— Bem...Ainda não explodimos.- Brincou Rebeca, pronta para receber reclamações de sua atitude. Mas ninguém fez isto. Apenas sorriram entre si.

 

— Fiquem quietos.- Disse Miguel, olhando para um alçapão no depósito. Tentava ouvir algo, mas era inaudível com a porta fechada. Começou a abrir lentamente a porta, com medo de dar de cara com um de seus pais raivosos. Clara e Leo, estavam abismados com tanto mistério. Mal sabiam o que fazer ou pensar, apenas pairar seus olhares naquele garoto fuxiqueiro.

 

— O que estão fazendo?- Perguntou Luke. Miguel tomou um susto, mas logo fez um sinal de silêncio com a mão.

 

— Ele acha que os pais estão escondendo algo dele.- Disse Leonardo. Lídia e Jessica se cruzaram, fixando seus olhares uma na outra.

 

— Obrigada, por tudo. Sinto que eu sempre tive a oportunidade de te agradecer, mas nunca fiz isso de coração...- Não estava sendo falsa ou fofa demais, apenas estava sendo sincera.- Mesmo depois de dez anos...Será que um dia seremos...Amigas?

 

— Pensei que já fossemos.- Sorriu a mais velha. Corroendo-se para não abraçá-la nesse momento, mas seria tanta falta de respeito com essa cena de perdão desnecessária em suas vidas. Enfim o abraço aconteceu, sendo retribuído caridosamente.- Será que realmente precisávamos de um Dylan em nossas vidas para podermos nos entender?

 

— Por favor, não mencione esse nome. Me cansei dele.- Lídia voltou para o centro do cômodo. Não era como se ela quisesse que os outros olhassem para ela. Na verdade, queria era olhar para os outros. Será que com um momento tão cafona estaria salvando todas aquelas vidas? Por que tantas perguntas e não respostas? Carla havia colocado seus pés no primeiro degrau para começar a subir, deixando a porta de trás aberta, mas foi surpreendida por várias crianças descendo rapidamente a escada, com um olhar assustado.

 

— Miguel?- Rose caminhou rapidamente até a porta, indo ver o que o irmão estava tramando dessa vez, até que as luzes se apagaram. Tudo ficou um breu total, e todos só podiam ouvir os gritos uns dos outros. Era algo tipo de barulho de correntes em meio aos gritos de agito?- Mãe!- A lâmpada voltou ao normal, mostrando para todos os adultos ali presentes, as crianças sendo seguradas por membros do Cold Blood, com uma faca sobre seus pescoços, pronto para cortá-las a qualquer momento. Agora eram cinco membros mascarados. Seria o começo de um exército? Luke e Rose foram tacados no chão, com a instrução de que ficassem parados ou levariam tiros. Miguel começou a chorar, pelo jeito só conseguia fazer isso.

 

— Não se preocupem. Eu não mato crianças.- Chegou Dylan, pela porta. Triunfante como sempre. Era o primeiro contato de alguns deles com ele, mas o que já o conheciam, sentiam vontade de pular em seu pescoço.- Espero que eles cresçam o suficiente para se tornarem sujos, e então os mandarem diretamente para o inferno.- O sorriso cínico ressurgiu, assustando os adolescentes bem mais que as crianças ali. Clara o reconheceu. Era o mesmo homem que a tinha salvado naquele dia na escola.- Se todos não se ajoelharem agora, eu juro que mato um dos adolescentes.- Lídia olhou para os adultos ao redor, e todos se ajoelharam em círculo, até perceberem que estavam sendo algemados por trás. Os membros do Cold Blood empurraram todos os mais novos para o circulo também, fazendo com que todos ali presentes ficassem na mesma posição. Rebeca e Lídia estavam uma do lado da outra, apenas a mãe de Rose havia sido algemada, e com um sinal, Rebeca saca a sua arma, atirando no peito do Guy Blood que estava atrás dela para algemá-la. Lídia consegue o derrubar com a perna, dando a ele, uma linda cabeçada na parede. Daniel se levanta e chuta a arma de outro membro, que estava prestes a disparar contra as mulheres, e caindo por cima dele, mesmo com as mãos presas.- Chega!- Rebeca não sabia mais se devia atirar ou apenas apontar, e isso fez com que as duas ficassem com as suas costas uma encostada na outra, prontas para lutar juntas, contra os três assassinos que sobrarem, tirando Dylan dessa lista. Bianca também se levantou, mas foi arremessada no chão logo em seguida. O que eles não sabiam, era que essa era intenção. Enquanto um outro participante do grupo a empurrava, Jessica se tacou em cima do Guy, arrancado sua máscara e mordendo o seu rosto.- Eu disse chega!- Dylan atirou pro alto, dando à todos sua atenção.- Eu vim aqui trazer o resultado do concurso. Vamos descobrir juntos? Vamos!- Rebeca olha fixamente o seu ex-namorado, e então aperta o gatilho mirado na cabeça dele. Um Guy se tacou na frente, tomando a baleada no lugar.- Quanto sangue desnecessário.- No meio desse tiro, o membro que estava sendo segurado por Daniel, se levantou e entrou em uma batalha para tirar o revólver da mão da garota, enquanto Lídia tentava enforcá-lo com as correntes da algema. Todo o esforço foi em vão. Uma espécie de novo Cold Blood chegou, trazendo junto mais sete integrantes. Todos foram colocados de novo na roda, alguns já estavam com a cara vermelha, e quanto a Lídia e Rebeca? Haviam recebido um soco, que fez sangue sair de suas bocas. Dylan começou a caminhar em volta do círculo, segurando na mão um machado dado por um ajudante. Ele coloca a mão sobre a cabeça de Rose e Miguel, refazendo uma brincadeira de infância.- Podemos brincar de abobrinha, não? A cabeça que estiver boa, eu levo comigo.

 

— Fica longe dos meus filhos!- Gritou a mãe das crianças, pronta para tentar se levantar de novo. Mas é lógico que nunca iria funcionar.

 

— Que filhos, Lídia?- Suas mãos começam a acariciar o cabelo arruivado da menina, enquanto admira o rosto de todos ali presentes.- Pelo o que eu sei você só tem uma.- A cara de ódio dela, era algo tão divertido para todos os monstros ali presentes. Monstros que se revelaram de verdade.- É uma pena não ter uma janela aqui, não é, Lídia?

 

— Ei, Dylan!- Chamou Rafael, recebendo o olhar perverso daquele homem.- Se lembra de mim?- Ele caminha até o cara que chamou a sua atenção, olhando fixamente em seus olhos enormes.

 

— Deveria me lembrar?

 

— Não ia nos dizer o resultado?- Interveio Rebeca, recebendo um sorriso do dono do jogo. Ele vai para perto de um Girl Blood, e recebe um celular.

 

— " Sinto uma profunda tristeza mas sei que, quando o sol se por, ele vai lavar minha alma, levar minha angústia e trazer um pouco de felicidade, mesmo que isso custe um cadáver em minha propriedade ". Profundo, não? Pena ser uma cópia barata e continuada da internet..- Quem escreveu aquilo? Isso era o que todos estavam se perguntando.- A motivação é algo bem idiota e brega. Quem ainda sente ciumes hoje em dia? É tão fácil trocar um amor por outro.- Dylan começa a caminhar novamente. Qualquer pessoa que ele parasse poderia ser a vítima.- Acho que sei quem enviou. É um pouco óbvio, sabendo que esta pessoa já me contou sobre isso. Talvez agora esteja arrependida de ter feito essa escolha. Então ele para. Os olhos de todos se arregalaram. Gritos estalados em suas gargantas, e águas que derramavam sem parar de seus olhos.- Sebastian, querido. Sinto muito por essa sua perda.- Jessica estava do lado, olhando pela última vez nos olhos fardos do marido, que então levantou sua cabeça para ver o rosto da filha.- E lá vamos nós!- Sua cabeça é decapitada, esguichando sangue pra todo lado. O crânio rodou até o centro do círculo, fazendo com que os gritos entalados, fossem soltos como os de uma criança chorona.

 

— Jessica...- Choramingava Rebeca, olhando para a cabeça da tia.

 

— Parabéns, Lícia. Boa escolha de cadáver.- Não é nem preciso dizer o que houve logo a seguir, não é? Todos a olharem misturado com ódio, medo e dor. Enquanto ela apenas abaixou a cabeça, e deixou algumas gotas de lágrimas serem despejadas.- Mas...Casais devem permanecer juntos até na morte, não concordam?- O machado foi cravado na parte de cima da cabeça de Sebastian, o fazendo morrer com os olhos arregalados.

 

— Não!- Foi um grito tão longo dado por Lídia, que suas lágrimas pararam de cair, e o seu rosto gelou-se, transformando aquela dor novamente em ódio.- Eu vou matar você!

 

— Se eu não te matar primeiro.

 

 

 

 

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E mais um fim de capítulo. Nos vemos semana que vem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Segredo Virtual" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.