The Beast escrita por Miss Daydream


Capítulo 5
Barganha


Notas iniciais do capítulo

*amorzinhos, eu vou responder os reviews do cap passado, hoje estou um pouco sem tempo e postei o cap correndo auhsuhs mas JURO que respondo, li todos e já chorei de emoção com as palavras lindas sz*
OLÁ
QUE SURPRESA NÉ NON?! VIU COMO EU APAREÇO RAPIDIN QUANDO VOCÊS DEIXAM COMENTÁRIOS LINDOS??? Gente, o que foi aquilo????? VOCÊS QUEREM ME MATAR DE AMOR? sz
Dedico esse cap a todos vocês que leem e ainda tem o carinho de parar e deixar um comentário, vocês não fazem ideia do quanto isso incentiva!
Nos vemos lá embaixo... Se preparem!



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Nathaniel estava, no mínimo, confuso. Sabia que era imprudente seguir barulhos misteriosos dentro de um castelo abandonado, mas também sabia que tinha alguém lá. E essa alguém queria ser notado. Pegou um candelabro que encontrou no meio do caminho e adentrou as profundezas do castelo.

Seguiu a pessoa misteriosa até chegar a uma parte estranha do lugar. As escadas de pedra não combinavam em nada com a sofisticação dos outros cômodos e corredores, então presumiu que, quem quer que estivesse o guiando, queria que ele fosse para aquele local.

E quando ouviu lamentos tristonhos, não hesitou em subir correndo as escadas. Quando chegou ao topo da torre encontrou a mãe, abraçando a si mesma e tossindo apoiada nas grades do calabouço.

— Mãe! – o loiro gritou com tristeza e jogou-se contra as barras de ferro – A senhora está bem?! O que aconteceu?!

— Nathaniel meu menino, o que faz aqui?! – Adelaide perguntou alarmada, segurando as mãos do filho – Precisa sair deste lugar imediatamente! Fuja enquanto há tempo!

— Mamãe, do que a senhora está falando? – Nathaniel perguntou confuso enquanto tentava achar uma maneira de tirá-la daquela prisão – Vamos sair daqui juntos e...

— Fuja! Saia daqui agora! – ela o interrompeu assustada – Antes que ele o encontre...

— Ele...? – estreitou os olhos dourados e entendeu que havia alguém tão terrível naquele castelo a ponto de fazer aquilo à sua mãe – De que está falando? Eu...

— Não há tempo para explicar – as mãos geladas da mãe apertaram a pele de Nathaniel e ele desesperou-se – Você deve fugir daqui!

— Não vou deixá-la!

Um estrondo ensurdecedor foi ouvido e Nathaniel deixou cair o candelabro em uma poça d’água. Ele segurou com força as barras de ferro que aprisionavam sua mãe e olhou para os lados, completamente perdido no escuro.

— O que faz aqui?! – um rugido foi ouvido e Adelaide gritou

— Quem está aí? – o pânico formava um bolo na garganta de Nathaniel, e ele tremia – Quem é você?

Depois de um tempo de um silêncio abrasador e terrível, a voz respondeu.

— O dono deste castelo.

— Por favor, você tem que deixar minha mãe sair! – Nathaniel exigiu, com uma autoridade que não imaginava possuir – Cometeu um engano! Ela não queria fazer mal a ninguém!

— Ela não deveria ter invadido! – o dono da voz gritou e o loiro encolheu os ombros ante a voz potente, mas não se deixou amedrontar

— Por favor, deixe-a ir! Eu faço o que quiser! – gritou de volta, tentando soar convincente

— Não há nada que possa fazer. – o anfitrião respondeu irredutível – Ela é minha prisioneira. E vai pagar por invadir minhas propriedades.

Nathaniel sentiu uma pressão horrível em seu âmago, e em desespero fez uma última oferta.

— Eu fico no lugar dela.

O dono do castelo, que até aquele momento andava de lá para cá longe do pequeno feixe de luz que se projetava na torre, parou abruptamente. Talvez sua proposta tivesse feito efeito, afinal.

— Você quer que... Que eu o prenda? – ele respondeu incrédulo e... Surpreso?

— Não Nathaniel! Por favor, você não sabe o que está fazendo! – Adelaide se pronunciou amedrontada

Nathaniel pensou em tudo o que perderia se ficasse ali naquele lugar imundo e gelado. Sua liberdade, sua chance de viver uma aventura, seus poucos amigos e... Sua vida. Mas preferia que fosse ele a sofrer do que a própria mãe. Era inaceitável cogitar a possibilidade de deixá-la ali sozinha para morrer.

— Se eu ficar... Você vai deixá-la ir? – perguntou vacilante

— Deixo. – o desconhecido remexeu-se na escuridão – Mas deve prometer que vai ficar para sempre!

Nathaniel ergueu a sobrancelha, tentando entender o motivo pelo qual o anfitrião tanto queria que ele ficasse. Ele não ia durar muito tempo. Não ali. Só esperava que seu sofrimento terminasse rapidamente.

— Venha para a luz. – pediu, pois queria ao menos conhecer o rosto de seu raptor e saber onde estava se metendo

O estranho hesitou, mas fez o que lhe foi pedido.

A primeira coisa que Nathaniel viu foram as garras terríveis, e logo depois o pelo que cobria a pele daquela fera horrenda. O monstro era gigantesco, e no topo de sua cabeça projetavam-se dois chifres medonhos.

A última coisa que Nathaniel viu foram seus olhos. Eram de um cinza obscuro e abandonado. Pareciam carregar uma tristeza sem tamanho.

Tentando conter o horror, Nathaniel cobriu a boca com as mãos e virou-se assustado, segurando com força as barras de ferro que aprisionavam a mãe. Era mais terrível do que ele imaginava. Mas só de olhar para ela... Seu sacrifício valeria à pena se ela estivesse a salvo.

— Meu menino, por favor, não faça isso! Sua vida, seus sonhos... – ela apertou as mãos do filho, tentando fazê-lo mudar de ideia

Mas Nathaniel já tinha certeza do que faria.

Tentou se equilibrar em suas pernas bambas e levantou-se. Andou até a luz, como a fera havia feito, e ergueu a cabeça, num último gesto de coragem. Queria que aquele ser visse quem ele era.

— Tem a minha palavra.

— Feito. – a besta foi na direção da prisão de sua mãe

Quando passou ao lado de Nathaniel, suas pernas fraquejaram e ele caiu de joelhos, encostando a testa no chão, deixando as primeiras lágrimas escorrerem. Ele socou a superfície com amargura e sentiu a liberdade esvair-se dolorosamente de seu corpo.

Ouviu o trinco da prisão sendo aberto e sentiu as mãos geladas da mãe em suas costas. Isso lhe deu forças para conseguir se erguer e segurar seus braços.

— Meu amor, não faça isso! – ela gritou – Eu sou velha, já vivi minha vida! Você tem uma inteira pela frente! Por favor, vá embora e me deixe aqui!

Antes de conseguir responder, sentiu-a sendo arrancadas de suas mãos pela fera, que já arrastava Adelaide até a saída.

— Espere! – gritou angustiado e deixou escapar seus primeiros soluços

***

Castiel arrastou a mulher pelos corredores do castelo sem o mínimo de delicadeza. O tal Nathaniel não tinha pedido para ele ser gentil, afinal. A mulher gritava e implorava para ficar no lugar do filho, pedia para que Castiel não o machucasse.

Ela deveria ser grata! Ele havia sacrificado tudo por ela!

Castiel foi até a entrada do castelo e a jogou na carroça encantada, o único objeto que podia entrar e sair das dependências do castelo, cortesia da bruxa.

— Leve-a para a aldeia. – ordenou, e fechou a porta da carroça

— Por favor, não o machuque! Eu imploro, deixe-o ir! – ouviu a mulher gritar e socar a madeira do objeto, mas de nada adiantaria – Nathaniel!

O ruivo, se é que ainda podia ser julgado como tal, apenas assistiu a carroça se afastar, levando com ela os gritos incessantes da mulher.

Castiel adentrou o castelo e foi recebido por seu conselheiro pessoal, que havia assistido toda a cena e o olhava num misto de reprovação e esperança.

— Não me olhe assim, Lysandre. – Castiel ralhou – Foi ele quem propôs a troca.

— Meu amo, creio que seja prudente que o senhor ceda um de seus quartos para nosso novo convidado, já que ele vai ficar aqui por um bom tempo. – o garoto de cabelos platinados sugeriu com diplomacia, enquanto ajeitava suas luvas com cuidado

Como resposta, Castiel apenas bufou com irritação na direção do albino. Lysandre já estava mais do que acostumado com aquela reação, e sabia que sua opinião seria acatada pelo mais jovem.

O anfitrião subiu as escadas de pedra e encontrou Nathaniel escondido por entre seus braços, soluçando de tanto chorar, perto da janela. O primeiro pensamento que lhe veio à cabeça quando pôde enxergá-lo na luz pela primeira vez foi de que aquele garoto era muito bonito. Os cabelos loiros emolduravam perfeitamente o rosto dele, o que só deixava os olhos dourados ainda mais incríveis.

Isso só serviu para irritar e deprimir ainda mais Castiel. Como uma pessoa dona de uma beleza daquelas sequer cogitaria olhar para um monstro como ele? Estava mesmo depositando tudo o que restou de sua esperança naquele garoto loiro? Tinha certeza de que era uma péssima ideia fazer com que aquele menino tentasse se apaixonar por ele. Não sabia o que fazer ou como agir, mas queria que desse certo.

Nathaniel era como um feixe de luz naquele mar de escuridão. Era uma pequena e frágil chama de esperança, então Castiel precisaria ser cuidadoso.

O problema é que ele não estava nada acostumado a isso.

— Você nem deixou que eu me despedisse. – o loiro bradou tristonho contra ele, tentando enxugar as lágrimas que insistiam e cair. – Nunca mais vou vê-la outra vez, e não pude nem lhe dizer adeus.

Uau. Isso o pegou de surpresa.

Passou as mãos pela cabeça, um pouco arrependido de já ter começado mal. Mas não podia perder a compostura, não na frente do novo inquilino.

— Venha comigo, vou lhe mostrar o seu quarto. – anunciou

***

Nathaniel olhou surpreso para a fera.

— Meu quarto? – indagou – Mas eu pensei que...

— Você quer ficar aqui?! – exclamou indignado, apontando para os fardos de feno e para as poças de água

— Eu... – Nathaniel gaguejou – Não.

— Então venha comigo.

E sem mais uma palavra, a besta saiu da torre sem esperar que Nathaniel seguisse. O loiro levantou-se e desceu as escadas sinuosas apoiado na parede, com medo que suas pernas o traíssem novamente.

Quando chegou ao corredor, mais uma surpresa revelou-se.

Havia outro garoto ali, e ele tinha a sua idade! O garoto de cabelos platinados e olhos heterocromáticos lhe ofereceu um sorriso bondoso e reconfortante. Nathaniel sentiu-se mais seguro por não serem só ele e a fera naquele imenso castelo.

O garoto desconhecido nada disse, apenas seguiu ao lado do monstro seu caminho. Nathaniel não se apressou em segui-los, queria manter distância de seu raptor, mesmo que ela fosse mínima.

O anfitrião e seu vassalo conversavam em voz baixa, mas Nathaniel não estava interessado em ouvir. Estava pensando na mãe. Será que ela havia chegado bem em casa? O loiro rezava para que sim. Não queria que tudo aquilo fosse em vão, e esperava que ela conseguisse se recuperar daquele trauma que havia vivido.

Não pôde evitar as lágrimas que escorreram silenciosamente por sua face ao perceber que ele viveria aquele trauma diariamente a partir de agora.

— Eu espero que goste daqui. – ouviu a voz animalesca dizer – O castelo é sua casa agora.

— Casa? – Nathaniel retrucou debochado e percebeu os olhos cinza se estreitarem

Passado um período de silêncio, a fera se pronunciou novamente.

— Pode ir aonde quiser. – disse com diplomacia, mas logo mudou o tom para algo acusador – Menos à Ala Oeste. É proibida.

— O que há lá?

— É proibida! – a fera gritou e jogou para trás a capa vermelha que estava vestindo, fazendo-a roçar nas pernas de Nathaniel que se afastou ainda mais enquanto se protegia com os braços

Depois de mais um longo período de silêncio pesado, pareceram finalmente chegar a algum lugar. A fera abriu as portas com um empurrão, revelando um quarto enorme e muito bem arrumado.

— Se precisar de alguma coisa, meus criados vão atendê-lo. – ele disse com a voz firme, abrindo caminho para Nathaniel entrar no quarto.

— Convide-o para jantar. – ouviu o vassalo sussurrar

A fera olhou confusa para o albino, mas logo voltou seu olhar penetrante para Nathaniel.

— Você vai jantar comigo. – segurou a maçaneta com força. Logo depois aprumou os ombros e pareceu considerar alguma coisa – E isso não é um pedido!

Com um estrondo a porta foi fechada com força, e Nathaniel a encarou horrorizado. Reuniu todas as suas forças para socar e descontar sua raiva e frustração naquele objeto inanimado. Não queria ver aquele monstro nunca mais! Ele arruinara sua vida inteira e logo depois ele queria jantar?!

Nathaniel queria acreditar que tudo aquilo não passava de uma brincadeira de mau gosto, de um pesadelo que acabaria assim que abrisse os olhos no dia seguinte estivesse deitado em sua cama, sendo acordado pelo sol que escapava pelas cortinas. Mas isso não era a realidade.

A realidade era muito mais assustadora.


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Notas finais do capítulo

E ENTÃÃÃO??
Chegou a tão esperada cena gente, o que vocês acharam? Decepcionante, ruim ou vocês aprovaram? Deixem suas opiniões!
Primeira aparição do Lysandre! O paradeiro dele foi revelado, era um dos funcionários do castelo e amigo pessoal do príncipe, por isso acabou aprisionado lá... Bem triste né? Vejamos o que acontecerá com ele no futuro...
Será que a mãe do Nath realmente vai voltar pra aldeia? E se sim, será acolhida e amparada pela família? Será que o sacrifício dele realmente valeu a pena? Veremos hehehehe
Castiel é um BRUTO CHATO INSUPORTÁVEL, EU SEI! Mas vocês tem que levar em conta que ele é todo fudido auhsuahs
Mimado desde que abriu os olhos e agora abandonado e destruído num castelo gigante, em que poucas pessoas realmente gostam dele... Pesadinho né, temos que ter paciência (vamos avisar isso pro Nath, ele não parece nada feliz e compreensivo no momento auhsaujh)
Informação bônus pra quem lê as notas da autora: o Cas tem depressão. De forma um pouco mais sutil, mas no começo da transformação o caso foi muito sério. Ele tentou se suicidar várias vezes, mas o feitiço é tão forte que não permite que ele se mate, apenas conseguiria morrer se fizessem o trabalho pra ele, coisa que Lysandre não quis fazer...
PESADO NÉ NÃO?
Me digam o que acharam nos comentários, se vocês forem lindos e maravilhosos com no cap passado eu com certeza postarei rapidinho (tô animada! Hahsuhas)
Me avisem se encontrarem algum erro, beijão sz