"(...) I'd use you as a focal point,

so I don't lose sight of what I want.

And I've move further then I thought I could,

but I missed you more than I thought I would."

.

Natsu ainda não havia dado nenhum sinal de que acordaria tão brevemente.

Lucy estava com o coração apertado. Sabia que sua guilda estava no campo de batalha, e, provavelmente, toda ajuda era bem vinda, – embora ela pensasse que não ajudaria em muita coisa. De qualquer forma, ela mais atrapalharia do que ajudaria nessa guerra. Ela não podia simplesmente lutar e se concentrar enquanto Natsu estava desacordado e frágil em uma cama, sua preocupação jamais permitiria.

Ela se manteve ao lado dele o tempo todo, sentada em um poltrona ao lado da cama onde ele estava. Ela o analisava, captando cada mísero detalhe seu, cada movimento que poderia dar indícios de que ele acordaria. Mas nada. Ele apenas respirava serenamente, como se estivesse num longo sono profundo. Às vezes ele fazia algumas expressões inquietantes e Lucy torcia para que ele estivessem sonhando, e não sentindo dor. Se ela pudesse, transferia toda a dor para si mesma, para que ele não tivesse que sofrer.

Happy se mantinha pensativo e calado o tempo todo. Ela queria saber o que aconteceu, mas o gatinho alado recusava-se a cooperar, sempre fugindo de suas perguntas. Ela esperava que Natsu pudesse lhe dizer.

Espreguiçando-se na poltrona, ela deu uma última olhada para ele, antes de levantar. Notou que Happy roncava baixinho ao seu lado, então decidiu que precisava conversar com alguém sobre aquilo ou ela enlouqueceria.

— Polyushka... — ela chamou a velha mulher, que estava no corredor. — Você pode ficar com Natsu um momento? Eu preciso falar com alguém um instante.

Ela assentiu com a cabeça, entrando no quarto com passadas suaves e lentas.

— Vai descansar um pouco, menina. Ele não vai acordar tão cedo. — ela disse, firme.

— Espero que esteja errada... — Lucy sussurrou.

— Ele já deveria ter acordado. Se já lá o que for, algo o está impedindo de acordar. Sonhos ruins... Então é algo que ele precisa superar sozinho, não há nada que possamos fazer.

Às vezes, Lucy odiava o modo como ela era tão realista e indelicada. Apenas maneou com a cabeça, saindo do quarto e se dirigindo para a cela de Brandish.

Brandish estava sentada no chão, suas costas encostadas sobre a parede, ereta. Seus olhos estava fechados e a cabeça também encostada na parede atrás de si, como se estivesse confortável. Ela mantinha um sorriso curioso nos lábios, parecia estar ouvindo uma música.

— Acho que decorei o som de seus passos. — ela disse, abrindo os olhos e encarando Lucy de um modo sério quando ela chegou na frente de sua cela.

 Lucy ignorou o comentário e se sentou na cadeira em frente a cela.

— Precisava conversar...

Brandish se levantou e sentou-se na cama, olhando Lucy com atenção. Embora não quisessem admitir, elas tinham estabelecido um relacionamento de confiança, onde uma se preocupava com a outra. Ela havia percebido o estado de Lucy instantaneamente e abaixou a sua parede onde retinha seus sentimentos, amenizando a expressão. Afinal, ela se importava.

— O que houve? O garoto...? — ela perguntou.

— Ele está bem... Ele só não acorda. — Lucy respondeu, suspirando.

— Entendo. — ela disse, fechando os olhos, ficando aliviada.

— Você... Você tem alguma ideia de como eu me senti com a possibilidade de perder o Natsu? — ela perguntou. Sua voz estava exasperada, como se tivesse desabafando pela a primeira vez. Brandish abriu os olhos e a encarava passivamente. — Eu senti como se tudo tivesse ficado branco... Como se tudo o que eu conhecesse não importasse mais! — ela gritava com os olhos marejados. — E eu mal consigo entender isso direito! Eu só não posso perdê-lo... Eu... Eu... Eu odeio o pessoal do seu continente! Eu odeio Zeref! — ela gritou em plenos pulmões, parando e ficando sem ar.

Ela ainda estava ofegante quando Brandish se pronunciou.

— Eu entendo perfeitamente o que você sente. Também perdi alguém que amo, você sabe.

Lucy ruborizou. Sentia-se egoísta por condená-la daquela forma. Sabia que ela havia perdido alguém muito importante também.

— Eu... Me desculpe. Eu sei que foi você quem o salvou e eu nunca vou encontrar uma maneira de te agradecer verdadeiramente por isso.

— Eu sei uma forma... Mas você nunca poderia retribuir realmente, de qualquer forma. — Brandish disse, ruborizando. Lucy levantou uma sobrancelha, confusa. — Bem... — Brandish suspirou, mudando de assunto. — O que você disse sobre não entender isso direito, eu entendo isso sim. Isso é amor. Você o ama e tem medo de perdê-lo.

— Eu... Amor? — Lucy perguntou. Podia sentir suas bochechas esquentarem.

— Sim. Você encontrou o amor. A julgar pela a sua preocupação encontrou há muito tempo, na verdade. Só demorou para admitir para si mesma.

Lucy maneou com a cabeça.

Brandish sabia muitas coisas sobre Lucy Heartphilia, e uma delas era que ela amava Natsu Dragneel. Isso era inegável.

Diante daquela situação, Brandish não disse mais nada. Ela sabia que Lucy precisava ficar em um conflito com ela mesma, pois estava tão surpresa quanto ela. Havia acabado de admitir seus sentimentos sobre Natsu.

— Espero que ele acorde logo. — Brandish completou.

— Eu também. — respondeu Lucy, sorrindo de canto.

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"And I found love where it wasn't supposed to be

right in front of me, talk some sense to me..."