Shieldmaiden escrita por Bugaboo


Capítulo 1
Déjà vu?


Notas iniciais do capítulo

Começarei explicando o relacionamento de Avanna* e sua grande paixão (mesmo ela negando até a morte). Espero que não esteja muito curto, ou que esteja muito cansativo, tentei fazer algo mediano e espero que gostem!

* Para quem tiver a curiosidade de saber a aparência de minha personagem, eis aqui esse maravilhoso desenho de RedFury ♥ http://sil-gua.deviantart.com/art/Commission-563063914?q=gallery%3Asil-gua%2F56231063&qo=33



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Era um objeto familiar, disso ela não tinha dúvidas. O que ela se perguntava era como? Não parecia ser algo da dimensão Terra. Avanna buscou em sua mente algum vestígio de memória sobre qualquer coisa parecida em Londres, sem sucesso. Sua mente aos poucos se cansava com o esforço, ocasionando uma leve dor de cabeça. Droga, me sinto na escola de novo, pensou. Apertou seus belos olhos lavanda em direção ao objeto. Era bem simples, em comparação aos outros objetos e móveis sofisticados e chamativos do quarto, mas por que logo essa simples gema com bordas de madeira entalhada prendeu tanto a sua atenção? Por que estava tão determinada a descobrir de onde viera e por que era tão familiar?

— Humanos, sempre tomando as atitudes mais tolas possíveis em prol de algo tão banal quanto a curiosidade – seus devaneios foram interrompidos por ele, o dono dos olhos verdes-água e sorriso sádico que tanto mexia com ela.

Avanna rapidamente rodopiou e tentou manter uma compostura. O ato repentino e desajeitado a fez perder o equilíbrio e controle de suas pernas. Ela poderia morrer ali mesmo, mas nunca admitiria que o elfo era parte da causa do seu desequilíbrio. Ezarel a segurou, com firmeza e delicadeza.

— Cuidado – seus olhos encontraram-se – não quero ser obrigar a carregar-te até a enfermaria – completou com aquele sorriso que tirava Avanna do sério.

— Claro – Avanna bufou e se livrou das garras de Ezarel – como se eu fosse me machucar gravemente por uma quedinha, isso está soando como uma desculpa – a última frase veio acompanhada de um belo sorriso.

Essa atitude deixou o elfo sem palavras. Um leve rubor começou a surgir em seu rosto, mas ele rapidamente encontrou algo para desestabilizá-la.

— E qual será a sua desculpa por estar em meu quarto bisbilhotando as minhas coisas?

Avanna corou, violentamente. Ela não tinha nenhuma desculpa em mente, nem mesmo ela sabia o porquê de estar ali. Como sempre, tomou uma atitude impulsiva e imprudente. Ezarel sorriu vitorioso, o que despertou a irritação da garota. Ela estava prestes a demonstrar sua irritação quando Ezarel recomeçou a falar:

— Você está visitando meu quarto durante a noite, o que devo presumir?

Avanna conhecia aquele tom, aquele semblante, ele estava a testando. A loira não pôde conter sua risada.

— Sabe, você não faz bem o meu tipo – ela se apoiou na escrivaninha cruzando as pernas – prefiro alguém que tenha um porte físico favorável, músculos bem definidos... – seus olhos analisavam a figura a sua frente da cabeça aos pés.

Ezarel se aproximou.

— Como pode ter tanta certeza do que está por baixo de minhas vestes? Já me viu sem elas?

Ezarel se aproximou mais. Estava a poucos centímetros da loira. Ele estava com aquele olhar indecifrável que Avanna odiava e adorava.

— Não, ainda não — ela permaneceu imóvel. Seus corpos estavam próximos a ponto de sentirem o calor e a tensão entre eles.

— Ainda...

— O que é isto?

Avanna não fazia ideia do motivo que provocou tal atitude. Uma ação involuntária a obrigou pegar o intrigante objeto que causara todos aqueles eventos constrangedores. Ambos se libertaram do transe, o objeto que Avanna segurava estava entre suas faces.

— Oh... – Ezarel voltou para si – onde encontrou isso? – ele apalpou suas vestes, como se estivesse à procura de algo que guardou.

— Estava aqui, na sua escrivaninha. Pode parecer loucura, mas... me parece tão... familiar. Sinto que isso me chamou, e me trouxe até o seu quarto.

Ezarel caiu na gargalhada, Avanna o encarou. Aquela irritação inicial de outrora estava começando a ganhar forças novamente. Mas ela tinha coisas mais importantes a tratar, não deixaria seu temperamento atrapalhar, não desta vez.

— Você sabe inventar desculpas melhores do que essa, Avanna.

— Eu falo sério, elfo idiota! O que é isto?

Ezarel fez uma pausa. Seu olhar era confuso, como se nem mesmo ele soubesse do que se tratava.

— Eu não sei as origens, mas sei que é importante, de alguém igualmente importante, para mim.

O estômago de Avanna despencou. A ideia de ser uma garota a fez ferver de ciúmes. Obviamente ela nunca admitiria, mas era evidente. Ezarel notou a mudança imediata do semblante da garota, sua palidez repentina também a entregou, e um sorrisinho cínico estampou o seu rosto. Ele poderia se deliciar com a reação de Avanna mais um pouco, mas sentia a estranha necessidade de se explicar.

— Eu não sei quem é a pessoa. Esse objeto é igualmente um mistério para mim. Não me recordo de como e quando o obtive, sinto que está comigo desde sempre – ele fez uma pausa – eu o carrego comigo o tempo todo, mas por algum motivo, eu o esqueci aqui hoje.

Avanna absorveu cada palavra dita pelo elfo, e notou sinceridade em cada uma delas. Ezarel não se reconheceu, ele nunca falou com mais ninguém sobre seu amuleto da sorte. Mas, por algum motivo desconhecido, ele se abriu com a garota humana a sua frente. As palavras saíram antes que ele pudesse se permitir refletir sobre dar ou não satisfações a garota.

Eles ainda estavam próximos, em silêncio. Apenas trocado olhares indefinidos. Avanna já não sentia mais a gema em sua mão. Mais uma vez o desconhecido controlou suas ações e posicionou o objeto com delicadeza nas mãos de Ezarel.

— Eu conheço a sensação – ela quebrou o silêncio. Sentiu seu próprio amuleto pesar em seu pescoço. Deveria contar? Não, não, talvez em um outra ocasião.

Mais uma pausa silenciosa.

— Bem – disse Avanna “escapando” do cerco de Ezarel contra a escrivaninha – da próxima vez, eu inventarei uma desculpa melhor – ela piscou.

— Pretende invadir meu quarto mais uma vez? Ora, como está desesperada! – mais um sorrisinho cínico.

— Você é impossível, – bufou – não vou perder meu tempo dando explicações a você – ela caminhou a passos largos até a porta.

— Isso soa como um “Ezarel me deixou sem palavras.”.

— Isso soa como um “Avanna está farta das minhas piadinhas sem graça!” – sua voz estava alterada, isso divertiu Ezarel, que já ria descontroladamente. Avanna rosnou e bateu a porta, conteve um grito de fúria. Suas bochechas estavam queimando. Como alguém consegue causar tantas emoções diferentes em tão pouco tempo?

— Wow, calma garota!

— Não me peça para ficar calma! A última coisa que quero agora é ficar calma! – Avanna estava praticamente gritando.

A robusta dríade a sua frente fez uma expressão de indignação.

— Qual é o seu problema? – ela cruzou os braços.

— Ah... Cameria, sinto muito – ela cerrou os punhos – é só aquele urrrg... aquele arrrg... aquele augrrrr – ela balançou os braços – AQUELE!

Cameria sabia exatamente o que Avanna queria dizer, ou melhor, de quem ela estava falando.

— Calma, calma, eu já entendi tudo. Venha comigo, vamos beber e socar uns grandalhões, ajuda a acalmar – ela parou e pousou o dedo indicador em seu queixo – bom, pelo menos comigo.

Avanna suspirou e sorriu. Cameria a guiou para longe dali.

— É, o que eu preciso é beber e socar uns grandalhões.


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