Eu não tinha nenhum problema com a manhã seguinte ao natal.

Só se me acordassem durante a mesma, e hoje, especialmente, a campainha tocava de um em um minuto.

É por isso que não se deve pegar brownie e ir comer sentada no sofá vendo a arvore de natal e todos os seus enfeites piscando e chamando atenção.

Rolei, caindo no chão de mal jeito, puxando meu casaco da Griffinória e vestindo-o.

Sai xingando tudo que visse pela frente andando até a porta.

- Olá. – Falei de mal-humor olhando para o entregador que me olhava com cara de bunda.

- Entrega para Natália Jurkowitsch e Ana Beatriz Guimarães, preciso da assinatura de uma das duas. – Tirei a caneta da mão dele antes que pudesse me oferecer, assinei pegando as caixas que tinha em mãos.

- Obrigada, tchau. – Bati a porta na cara dele, andando até a cozinha onde eu ouvia algumas vozes.

- Oi querida! – Uma das tias mais legais do Ryan me cumprimentou quando eu entrei na cozinha, roubando mais um brownie.

- Oi! – Sorri para ela, vendo que sua filha também estava na cozinha.

Por um acaso a filha dela é uma vadia que deu em cima do Chris.

A garota só bufou, voltando a falar com a mãe quando eu olhei para ela.

Sai da cozinha correndo para a sala, sentando no sofá e tirando das feias caixas padrão do correio, deixando só com as fofas embalagens.

Equilibrando as caixas nos braços subi as escadas e entrei no quarto.

- PIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINKY! MAIS PRESENTES DE NATAAAL! – Gritei, jogando as coisas no chão e me sentando ao lado enfiando o brownie na boca

- NÃO FUI EU! – Ela gritou se sentando na cama com pressa e medo.

- Fes aguman coitza qche tche colpa? – Falei com o garfo na boca.

- Não, - Olhou para o nada. – talvez sim.

Revirei os olhos enquanto ela ria.

- Então, o que temos aqui? – Ela pulou para meu lado no chão. – Para você, de “você-sabe-quem”. – Me entregou a primeira das caixas rindo do pequeno papel de “de: você-sabe-quem para: sweet” com um embrulho quadriculado preto e branco.

Ri, pensando o quão obvio a embalagem denunciava minha amiga.

- Esse é para você. – Entreguei para ela uma das embalagens com o típico embrulho de papai Noel.  – DO NEEEEEEEEEEEEEEEEETO *----*

Ela deu uma risada estranha que parecia um porco e pegou o presente, colocando do lado dela, já que a embalagem não era grande o suficiente.

- Esse é para eu. – Colocou-o no colo, pegando o próximo. – Para você.

Me entregou a caixa com alguns desenhos daquele gatinho japonês que eu costumava saber o nome.

Era incrível como eu podia saber tudo só olhando a embalagem, de quem vinha, e o que tinha dentro, no caso: Meu amigo otaku e alguns mangas de Ouran pelo qual eu quase chorei na carta.

- Hehe *-* - Dei um beijinho na embalagem colocando-a no meu colo e pegando a próxima. – Esse é seu. – Entreguei mais um para ela, que sorriu lendo o cartãozinho.

- Dos meus pais. – Colocou aquele no colo, pegando mais um aleatóriamente. – Esse é seu.

Me entregou o pacote de embalagem simples que eu notei ser dos meus pais. Peguei um da agora menor pilha.

- Para mim. – Ela pegou mais um, que era para ela, e jogou os outros três que eram meus, deixando os dela no chão correu para a pilha do lado da cama dela. Ontem a gente não trocou presente, porque estávamos com preguiça de descer do jardim para o nosso quarto para pega-los.

- Seu presente. – Ela sorriu me entregando uma caixa grande preta, escrito NAH em cima. – Foi a coisa que eu pensei que você surtaria, a carta lê depois.

Eu ri pelo nariz, como costumava fazer, e dei um beijo na bochecha dela.

- Brigada flor. - me levantei indo até a caixa fechada no pé da minha cama. Entregando a caixa para ela comecei a abrir o primeiro presente da minha amiga.

E assim que eu coloquei os olhos no DVD e no CD dentro da caixa eu congelei totalmente, com um sorriso bobo feliz. PQP, EU MORRI E VOLTEI A VIDA, SÓ PODE.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH WONDERLAAAAAAAAAAAAAAAAND *-------* - Eu comecei a beijar a capa do CD e do DVD.

Nossa cara, eu não acredito que ela achou isso para vender naquela cidade cú, apesar de não duvidar nada que ela tenha achado uma loja cheia de coisas assim se achou isso. Nossa dude, eu tenho o DVD e o CD de Wonderlan, eu tenho o DVD da turnê pelo Reino Unido, de quando o Dougie tinha cabelo cor de vinho e era o Dougster, quer dizer, aquilo nem vendia no Brasil *-*

Eu abri a carta e li rapidinho enquanto a Ana saltitava com meu DVD até a pequena TV que a gente tinha arrumado, colocando o DVD lá e deixando de fundo o som das musicas tocadas ao vivo, comecei a chorar no começo da carta, querendo voltar para o Brasil, morrendo por querer ver minha amiga.

Quando eu controlei minhas lagrimas eu já tinha acabado de ler a carta e a Ana já tinha aberto o presente dos pais e mais um lá, e agora estava com a caixa gigante em mãos destruindo o embrulho.

- Nossa Ana, qual a raiva com o embrulho? – Olhei com medo para ela.

- EU QUERO ABRIR LOGO PO! – Ela gritou, conseguindo se livrar do embrulho, e abrindo a caixa tirou o Skate foda para caralho, e começou a gritar pelo Chaz e pelo Ryan que entraram pelo quarto correndo.

Nos duas literalmente, somos crianças no dia de Natal.

- O QUE? COMO VOCÊ GANHA UM SKATE E NEM SABE ANDAR QUANDO EU TENHO QE VIVER COM AQUELE NEGOCIO QUE UM DIA VAI ME MATAR? – Chaz gritou vendo o Skate nas mãos da Ana, que riu, dando-o para ele e indo para janela.

Provavelmente ele esqueceu que ganhou um novo ontem.

– BRIGADA NETOOOOO, TE AMO RUIVO LINDO DA MINHA VIDA! – Ela gritou em português enquanto eu ria jogada no chão e o Ryan se jogava na minha cama e voltava a dormir nem ligando.

Peguei o Skate do Chaz que ainda resmungava algo e sentava na cama da Ana olhando a TV e se distraindo com algo que passa lá.

Na parte de baixo do Skate tinha uma foto do ser ruivo escrito LOVE U em cima.

Ficamos um tempão abrindo presentes e gritando, até que chegamos nos nossos presentes uma para outra.

Eu completamente surtei com o que a Ana me deu, onde ela acharia uma pantufa de Lhama cara? E pior, ela achou filme e papel para minha Polaroid 600 *-* o que ocasionou duas loucas ligando pro Matt para ele tentar colocar o filme e o papel de impressão na maquina.

- Tem certeza de que o porão é aqui? – Ana me perguntou, segurando a lanterna e apontando para a porta dentro do teto armário no fim do corredor do terceiro andar. Todos estavam fora de casa, Ryan e o papai estava indo para o aeroporto pegar os irmãos do Ryan que ficariam aqui até o ano novo.

- Segundo a planta da casa que eu e Matt achamos outro dia, sim. – Tossi, incomodada com o pó.

Nos estávamos indo atrás da caixa de fotos antigas que Ryan nos contou que existia, Ana queria achar fotos do Sr. Butler quando era gótico e eu queria ver as coisas old fodonas.

- Raposa 2, chamando. – Ouvi a voz do Matt sair pelo walk-tok (ou sei lá como se escreve isso). Nos tínhamos tornado isso uma super missão.

- Na escuta, Wally 1 – Ana riu do meu lado. Era tão legal fazer isso cara.

- Por que tem que ser Wally meu codinome? – Ele bufou.

- Porque sim, fala de uma vez seu inútil. – Resmunguei indo mais para trás para Ana poder subir no banco e puxar a portinha com a escada.

- Eu preciso falar com a Lhama azul 6 sobre um negocio que chegou lá em casa. – Ele falou animado.

- Ela está ocupa mais tá ouvindo, fala Wally 1. – Apertei o botão do som deixando-o mais alto.

- Chegou uma carta no seu nome lá em casa, do cara que você pediu para casar com você.

- E O QUE ELE FALOU? – Ela gritou abrindo a porta e arrumando a escada, começando a subir comigo logo atrás.

- “Sim, mesmo não sabendo quem você é.” E daí ele mandou um e-mail para você adicionar.

A Ana gritou e deu um saltinho. Depois de alguns minutos em que eu e a Ana discutíamos sobre ela ir para Floripa para ver o James, o cara com quem ela vai casar, achamos uma caixa escrito MARTIN BUTLER.

Para quem não sabe Martin é o nome do Sr. Butler. (N/A: SEM BRINCADEIRA CARA!)

- Wally 1 chamando Raposa 2! Wally 1 chamando Raposa 2! – Matt chamava desesperadamente.

- Raposa 2 na linha. – MANO EU AMO TANTO BRINCAR DE SER ESPIÃO!

- Desce aqui, agora! – Sai correndo deixando o walk-tok com a Ana que ficaria lá vendo as fotos. Desci as escadas de três em três degraus, quase caindo uma dúzia de vezes.

Eu entrei na sala onde era o Matt ficaria na janela e corri para abri-lá.

Matt pulou de um jeito engraçado para dentro de casa.

- ELES PASSARAM RETO DA CASA! ELES FORAM PEGAR O CHAZ! TEMOS 5 MINUTOS! CHAMA A LHAMA AZUL! AGORA! – Ele gritou desesperado chamando a Ana pelo walk-tok.

Ouvi o chiado da Ana desligando o Walk-tok e eu comecei a dar cambalhotas até a porta enquanto Matt me olhava estranho e caminhava calmamente até a porta.

- TECNICA DO CHÁ! TECNICA DO CHA! – Eu berrei para o Matt que gritou de volta um “tá”.

Liguei a televisão em uma canal de música e sentei no sofá esperando Matt ou Ana aparecerem e ouvi o clipe de Lies começar.

- ANA! CLIPE DE LIES! AAAAAAAAAAAAAAAAH! -  Gritei para ela aumentando o som da televisão sentindo que perderia meus tímpanos se colocasse um pouco mais alto.

- LIEEEES! – Ouvi a Ana gritar sendo seguida por um grande estrondo dela caindo no chão, e então ela apareceu na porta com cara de dor. – Minhas nadegas foram achatadas Nahzinha. – Ela fez uma cara triste e eu segurei o riso olhando para porta, onde o Matt apareceu depois de bons dois minutos em que nos duas cantávamos Lies loucamente.

Sentamos comportadinhos enquanto eu abaixava o som da TV e pegava um brownie enfiando-o inteiro na boca.

- Ainda tem coragem de falar que eu como estranho e rir de mim comendo hambúrguer com cheddar. – Ana me olhou com os olhos semi-cerrados e balançando a cabeça negativamente.

- FAU MEMO! – Falei de boca cheia vendo os pedaços do brownie voar, Ana fazia o mesmo, ela era a ultima pessoa que podia falar sobre isso.

- Tem certeza que eu preciso ver a sua comida mastigada? – Matt perguntou olhando com nojo para eu.

- NAU MANHEI OIA! – Continuei com a boca cheia, resolvendo parar e engoli tudo de uma vez bebendo um pouco de chá que Matt tinha fofamente trazido para mim. – Brigada por trazer chá para eu Matt *-*

Deitei a cabeça no ombro do Matt e fechei os olhos, ouvindo Ana gritar com a TV e sentindo a mão de Matt segurando meu ombro para mais perto.

Matt ainda era o herói da conspiração das coisas contra mim.

Ouvi a porta abrir e o Sr. Butler chamar nosso nomes me fazendo dar um beijo na bochecha de Matt e sentar direito no sofá. 

A Ana gritou falando que a gente tava na sala e logo eles apareceram na porta.

- Ana, Natalia e Matt, - Sr. Butler entrou na sala segurando uma garotinha loira no colo e nos apresentou sendo seguindo por um garoto moreno com a minha idade mais ou menos e olhos azuis lindos. – Esses são Freddie – O garoto sorriu para nos e acenou. – e Becs.

A garotinha sorriu para nos e coçou o olho.

- Freddie e Becs, esses são, Matt, - Meu geek sorriu para eles e acenou com a cabeça. – Ana, - vi o sorriso feliz dela e ri. – E Natália. – Sorri para eles e disse um oi qualquer.

Ana deitou a cabeça nos meus joelhos e falou em português.

- O Freddie é lindo e... – Daí o Ryan interrompeu ela.

- JÁ DISSE PARA AS DUAS CONVERSAREM EM INGLES NÃO DISSE? – Ele falou com a ponta da orelha vermelha me fazendo rir.

- De onde vocês são? – Freddie perguntou sentando no chão perto da Ana, ele fora claramente abandonado com os coiotes.

- Brasil. – Respondemos em sincronia e eu roubei o controle da mão da Ana, colocando em uma canal de filmes antigos.

Uma vez, quando eu tava com insônia eu desci as escadas e liguei nesse canal e tava começando a passar “Sid e Nancy: o Amor Mata”, foi quando eu oficialmente amei esse canal.

Hoje passava uma versão de Romeo e Julieta com o Leonardo DiCaprio jovem e bonito, suspirei, olhando para tela e prestando toda minha atenção enquanto Ana, Ryan, Matt, Chaz, Justin (os dois últimos, antes estavam vendo um negocio de hóquei lá fora) e Freddie conversavam animadamente sobre algo.

- Gosta de Romeo e Julieta? – Freddie me perguntou sorrindo.

- Uhun, apesar de não ir muito com a cara do Romeo as vezes, eu amo. – Sorri de volta.

- Ouvi dizer que o teatro desse ano vai ser de Romeo e Julieta. – Chaz comentou, levando um tapa no ombro da Ana.

Ela entrou no club de teatro, mas nos últimos meses as coisas estavam tão calmas lá que ela nem lembrava dele direito.

- Como ficou sabendo disso, bitch? – Ana continuou dando tapinhas nos ombros dele.

-A Katie me contou, hm, durante a aula de filosofia. – Olhou para ela com um sorriso suspeito.

- Pegou ela né? – Matt perguntou, fazendo-o olhar para o nada com cara de cú. REPITO: O MATT DISSE.

Ênfase maior possível para isso, até o Nerd se tocou dessa.

- Ei Nahzinha, que tal uma aposta? – Ryan perguntou se jogando do meu lado no sofá e me abraçando.

- Sobre? – Mostrei interesse na aposta do Ryan, porque normalmente elas eram legais.

- Se você conseguir o papel de Julieta na peça eu serei ajudante do diretor. – Ryan sorriu para mim.

- ACEITA NATALIA! EU SOU A DIRETORA! ACEITA! – Ana berrou para mim em português me fazendo arregalar os olhos.

- COMO NÃO CONTOU ISSO ANTES ANA? – Eu abracei ela, enquanto gritava em portugues. – PARABENS CHUBIS *---*– Dei um beijo estalado na bochecha dela e me virei para o Ryan. – Pronto para ser ajudante do diretor?

- Nah? – Ouvi a voz do Chris me chamar.

Hoje era a madrugada do dia 30 e amanhã a noite seria Ano Novo, arrumaríamos a casa do mesmo jeito fodão do natal, só que agora com branco, a festa é para ser com aquela, só que, ao invés de ter só a família e alguns amigos, dessa vez teriam os caras do trabalho do Sr. Butler, os Somers, os Beadles e todo o resto do povo, e por um acaso Logan ainda estava em Londres.

Chris e Chaz  (Justin também, já que ele fica hospedado aqui direto) dormiram aqui para ajudar com a festa.

- Oi. – Sorri para ele, desviando minha atenção da discussão do Sid e do Johnny.

- Cara, você tem esse DVD a dois dias e já assistiu ele umas três vezes. – Ele concluiu se sentando ao meu lado e me abraçando.

Ri, olhando para a capa do DVD e sorrindo boba, um dos melhores presentes do meu falso ruivo foi um DVD  do Sid e da Nancy, que ele sabia que eu procurava sempre.

- Shii, eu amo esse filme, fica quieto okay? – Dei um tapinha no ombro dele e me aconcheguei no abraço dele.

- Falo nada mais sobre o DVD então. – Mexeu no meu cabelo. – Então, já sabe o que fará esse semestre de aula para substituir sua educação física com que você surtou no ultimo semestre?

Bufei, não sabia se o teatro contava em algo e não tinha visto toda a lista de aulas substitutas de Educação Física.

- Teatro conta?

- Acho que não, é extra-curricular.

- Então... O que tem na lista idiota que é a minha cara? – Perguntei pegando a mão dele e brincando com os dedos.

- Curte circo? É a sua cara.

- Tenha cara de palhaço? – fingi estar irritada.

- Não, mas é uma coisa feliz e que envolve não ficar parada, entende? – Ele falou dando um beijo na minha testa.

-Eu sei , já fiz três anos de aula. – Ele mordeu minha bochecha e eu reclamei. - A inscrição é onde?

- Secretaria, mas então, perguntou se teatro conta, vai fazer algo?

- Vou ser a Julieta e o Ryan vai ser ajudante de diretor. – Ri lembrando das promessas de sofrimento da Ana para o pobre (nem tanto assim) Ryan.

- Posso tentar ser seu Romeo, dear? – Ele segurou minha mão e fez carinho nas costas da mesma.

- Não pergunte, seja. – Pisquei para ele, rindo.

- Tentarei então. – Ele riu pelo nariz e continuou com o carinho gostoso nas costas da minha mão. – Tá, tenho uma novidade para te contar.

- Uma coisa boa ou ruim? – Eu realmente gelei e fingi prestar atenção no filme.

- Boa. – Soltei o ar que ao menos percebi ter prendido.

- Nossa, pensou que eu ia falar que tinha um câncer terminal ou algo assim? – Ele riu da minha cara e eu bufei.

- Nunca se sabe. – Resmunguei, olhando para a TV e vendo a clássica cena do Sid e da Nancy se beijando encostados na lixeira.

MAS NÃO ERA UMA LIXEIRA QUALQUER, ERA UMA DAQUELAS LIXEIRAS COMUNITARIAS GIGANTES QUE TEM EM FILMES *-*

-  Eu entrei pro time de Futebol. – Olhei para ele com cara de cú.

- Você já não tava nele a eras?

- Estraga minha graça mesmo. – Ele fungou. – Tava sim, só que o primeiro jogo é daqui a umas semanas e eu queria dar mais emoção a noticia.

Eu comecei a rir da cara dele e ele bufou.

- Tenho que ir no seu jogo? – Fingi decepção.

- Por bem ou por mal U_U – Como assim meu Deus? – Ryan também entrou pro time.

- Ah! Isso é sad, vou ter que ir em um jogo. – Fiz bico, por que eu realmente ODEIO ir em jogos.

Ele me deu um tapinha e começamos uma guerra de almofadas.

- BABY I LOVE YOU, I NEVER WANT LET YOU GO… - Eu berrei enquanto arrumava os fogos de artifício no telhado (que era até mais retinho) junto com o Ryan, quando ele me interrompeu.

- Nahzinha, pode parar pelo amor de Deus? – Ele resmungou fofamente para mim.

- I’m staring at a broken door, there’s nothing left here anymore. – Cantei para mim mesma, balançando a cabeça em um ritmo imaginário.

O ano-novo ia ser comemorado no jardim, possivelmente o de inverno, já que o lá de baixo tinha neve por todos os lados e Ryan tinha limpado 80% da  neve daqui de cima, a festa de Ano-Novo era para ser tão grande quanto o Natal, só que sem os quadros.

- My room is cold, it’s making me insane, - Ajeitei o ultimo dos fogos de artifício. - I've been waiting here so long but now the moment seems to've come I see the dark clouds comin' up again.

Ana estava em algum lugar da casa com o Chaz, arrumando e tirando parte da decoração do Natal que tinha ficado, só a sala que ia continuar com a arvore de Natal e com “fairy-lights”.

Serio cara, Fairy-Light é um nome tão kawai *-*, muito melhor do que Luzinha de Natal, ou Xmas-Light.

Para os losers que não sabem o que é Kawai, significa fofo ou bonitinho.

-Running through the monsoon beyond the world to 'till end of time where the rain won't hurt fighting the storm into the blue and when I lose myself I'll think of you together we'll be running somewhere new – Começei a me empolgar e cantar mais alto. - through the monsoon just me and you! – E então eu berrei.

Foi ai que eu lembrei do sonho da Ana por um show do Tokio Hotel, isso entraria na minha listinha de coisas para fazer no ano que vem, que por enquanto se resumia em:

1 – Fazer exercio físico.

2 – Ir em um show do McFLY.

3 – Ir para Las Vegas.

4 – Me magoar menos.

5 – Magoar os outros menos.

6 – Sorrir mais.

7 – Estudar mais.

8 – Ser menos tímida.

9 – Ir em um show do The Maine e do Chris.

10 – Ir em um show do Tokio Hotel com a Chubis.

Tá, que o ultimo eu acabei de adicionar.

- A half moon fading from my sight – A Ana surgiu lá em baixo no jardim gritando junto comigo. - I see your vision in it's light but now it's gone and left me so alone – Começei a descer a escada para o jardim de inverno. -  I'll know I have to find you now!

Notaram que eu descobri o nome certo pro jardim?

É, o Matt me explicou enquanto a gente comia brownie hoje a tarde.

- Então Chubis, pronta para o Ano-Novo? – A Ana saltitou enquanto falava e fazia uma cara feliz e saltitante.

Como uma lhama, serio, amo Lhamas *-*

- Uhun. – Sorri, enquanto a gente saltitava entrando na casa e encontrando Chaz e Matt discutindo sobre as luzinhas de fada, se elas ficariam ou não no corredor.

- PORQUE NÃO? ELAS SÃO TÃO BONITINHAS *-* - O Chaz falou com uma voz afeminada.

- É MATTHEW, DEIXE AS LUZINHAS EM PAZ! – Eu abracei o Chaz que fingiu chorar compulsivamente no meu ombro.

- TÁ VENDO? FEZ O MENINO CHORAR! – A Ana falou com tom de negação e se juntou ao abraço.

- Chatos, luzinhas de natal são legais no natal. – Ele bufou.

- O QUEEE? – Eu gritei, me soltando dos dois.

- LUZINHAS DE NATAL SÃO SEMPRE LEGAIS BRIGDES! – A Ana gritou para ele e eu comecei a rir como uma hiena.

- Natalia, Ana, acho melhor vocês irem colocar a roupa pro Ano-Novo ao invés de ficarem fazendo drama. – Ryan entrou com cara de cú pela porta com quilos de neve sobre os ombros e sobre a toquinha dele.

- Oh não! O que aconteceu com meu amor? – Chaz gritou correndo na direção do Ryan, que ficou com mais cara de cú ainda, me fazendo continuar rindo loucamente. – Vai falar não é bitch?

Ryan mostrou o dedo para ele, que fez uma cara de ofendido hilária e deu um tapa na cara do Ryan.

E daí eles começam a brigar de tapinha, eu e a Ana morremos rindo dos xingamentos deles e o Matt comendo mais brownie e olhando com uma cara de “Eu-sou-superior-porque-meu-QI –é-superior” .

- SAI DEMONHO DE TOCA! – Ryan deu um haduken (?) no Chaz e virou para a gente. -   E VOCÊS, FAÇAM ALGO DE UTIL SE NÃO EU MATAREI TODOS VOCÊS COM MINHA AK45!

Já viram o Ryan vermelho e berrando sobre as armas dele? Mais uma cena que vocês devem ver, depois dele com o pijama de ursinho, obviamente.

Eu e Ana subimos as escadas nos escorando enquanto Matt resmungava saindo pela porta e indo para a casinha dele.

- EU TOMO BANHO PRIMEIRO! – Gritei correndo em direção ao nosso banheiro, entrando no chuveiro e ficando lá uns bons minutos.

Até que eu lembre dos ursos polares e pingüins, enquanto eu ficava fazendo moicanos com meu cabelo (algo contra? U_U) eles morriam pelo derretimento da calota polar.

Fechei o registro e sai no banheiro aquecido pelo vapor da água, e no espelho condensado escrevi “DINOSAOURS GO RAWN” e desenhei um dinossauro do lado *-*

Coloquei o vestido branco com a saia feita de varias camadas de tecido que no final pareciam rasgados, e sai no banheiro dando pulinhos.

A Ana entrou no banho e eu fiquei secando meu cabelo e arrumando-o em um coque.

Coloquei a sapatilha preta, o anel do Chris, uma pulseira e fui pintar minha unha.

Depois de uns 45 minutos eu estava jogada na cama conversando com a Ana (que acabava de se arrumar) sobre Twilight, House of Night e Harry Potter.

Será que se eu pedisse pro Justin ele me levava na pré-estreia oficial da Parte 2 de Relíquias da Morte? *-* Aquela cheia de atores e músicos, que o Tom as vezes vai.

Nossa, eu ia surtar demais, ia ver meus Gemeos, meu Rupert, meus Tom’s, o cara que faz o Bill e possui um nome difícil, a Emma e todo o resto.

Vou pedir para ele, já que ele não me deu presente de Natal U_U

- To pronta. – Ana levantou da cadeira da nossa fofa penteadeira, ela ‘tava usando uma blusa branca e uma saia de cintura alta listrada de preto e branco, junto de uma bota de tachinhas.

E um lenço de bolinhas engraçado.

Descemos as escadas juntas, e encontramos o Chaz saltitando com o Freddie no corredor, esperando para atender a porta.

Fiquei com tanto medo quanto, porque eles também brigaram para ver quem ia atender primeiro a campainha, e no final eu que abri enquanto eles brigavam U_U

As pessoas foram chegando, todas as tias e tios já estavam ali, os Butlers, os Biebers, os Somers e os Brigdes, alem de parte dos caras do trabalho do Sr. Butler e alguns dos antigos amigos do Freddie.

Passamos boa parte do tempo na sala antes do Jantar e de subir para o Jardim de Inverno, a gente conversava e bebia champanhe (que o Sr. Butler jurava ser sem álcool, mas nos estávamos pegando as com álcool sempre) enquanto a Becs, a irmãzinha do Justin que eu nunca lembro o nome e a outra garotinha que tinha um tombo pelo Justin, Mel, brincavam no chão.

Então nos jantamos, e a Ana e o Ryan fizeram o mesmo que no natal de mostrar a comida na boca um do outro.

Foi nojento, mas ainda é engraçado ;3.

Depois subimos para o jardim de inverno que tinha uma mesa tão grande quanto eu podia imaginar, cheia de doces e algumas coisas de comer e o Chaz praticamente não saia de perto da mesa.

- NAHZINHA É QUASE MEIA NOITE! – A Ana gritou para mim segurando a mão do Justin e puxando ele para mais perto da piscina, onde eu e o Chris conversávamos sobre coisas aleatórias.

- Quase meia-noite Chubis *-* - Sorri para ela, me virando pro Justin depois. – Desnaturado que não me deu presente de natal.

Fingi chorar escorada no ombro do Chris.

- Oh não Nahzinha, o que quer? – Ele fingiu ser prestativo e a Ana riu da minha cara.

Falso, hunf.

- ME LEVA NA PRÉ-ESTREIA OFICIALZONA DE RELIQUIAS DA MORTE PARTE 2? – Eu gritei fazendo uma cara de “sou santa” depois.

- AAAH ME LEVA TAMBEM? – O Matt apareceu saltitando do nosso lado.

- Ana? – Ele virou para Ana, que deu os ombros sorrindo como se quisesse ir tambem. – Mais alguém quer se oferecer? Não? Certo, levo vocês então, mas sem zona no tapete vermelho, entendem?

AAAAAAAH EU VOU PARA LONDRES VER A PARTE DOIS DE RELIQUIAS DA MORTE LALALALALALA!

Eu ia começar a surtar quando ouvimos o Sr. Butler subir em uma cadeira e começar um discurso sobre o Ano-Novo e blá blá blá, até que olhou no relógio e começou a contagem regressiva.

Segurei a mão da Ana e mandei o Chris largar a taça de champanhe, a Ana fez o mesmo com o Justin.

- 5! – Gritei junto com todo mundo. – 4! – Tirei os sapatos, e Chris pegou o que ia acontecer e tirou os dele também. - 3! –Tirei o anel, colocando-o na sapatilha. - 2! – Olhei para a Ana discretamente e ela sorriu para mim dando um passo a frente. -  1!

E nos pulamos gritando na piscina congelando.

Ana se agarrou no Justin assim que a água gelada entrou em contado com a pele dela.

MORTAL CARA!

- Feliz Ano-Novo! – Falei abraçando o Chris e com o queixo tremendo.

- Feliz Ano-Novo dear! – Ele me beijou e a gente ficou abraçando enquanto o Sr. Butler falava que existia o aquecedor na piscina e foi ligar ele.

Ahá, nunca mais saiu daqui, fatão.

- Eu realmente não sou a maior fã de Ano- Novo. – Comentei brincando com a água meio aquecida. – Mas esse realmente foi bom.

Sorri para ele, que me olhava com um ponto de interrogação visível.

- Por que não gosta de Ano-Novo?

- Sempre crio mais expectativas do que o normal, isso não costuma me fazer bem.

- Sabe o que dizem? – Acenti negativamente. – Que quando você começa um ano bem, você passa o resto dele bem.

Eu ri, sabendo que ele havia acabado de inventar aquilo, mas era bonitinho de qualquer jeito e me fazia sorrir.