Poeira escrita por Matheus LS


Capítulo 1
Poeira


Notas iniciais do capítulo

Estou cansado



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Pareciam horas,o sol escaldante queimava minha pele,e tirava qualquer noção de espaço que eu nunca tive.Fazia apenas vinte minutos que eu saíra sem rumo ,precisava respirar.

Me arrependi de não ter trazido um chapéu ou uma água,também não tinha dinheiro.A estrada estava quente,conseguia ver ondas de calor saírem do asfalto,tudo estava seco e inóspito. Alternadamente carros em alta velocidade levantavam poeira o suficiente para me matar intoxicado.Ah morrer ,tão almejada mas tão retardada,não poderia fazer isso,não agora.

Me distraia em meus pensamentos,me perdia em meio a histórias de heroísmo,beijos românticos e encontros inesperados,como era bom,não havia começo e nem fim. Uma história destrói e reconstruía outra e nada realmente importava ,afinal não passava de um vício.

Maldito vício que me tirava a razão,a sanidade se desprendia de meu corpo com a mesma crueldade do gosto do beijo da mulher amada.Mas eu queria isso,já não fazia mais sentido me prender a realidade ,tudo era dor e nada a faria passar.

Ao longe avistei uma entrada,um pequeno viaduto levava direto a um lugar conhecido,fonte de muitas histórias e grandes aventuras que tenho por medicar em meu coração e mente.Muitas lembranças me levavam para aquele lugar,a maioria falsas,ja não sabia diferenciar o real do irreal,mas decidi alimentar minha doce aflição.

Atravessei o viaduto entrei em uma pequena rua,casas conhecidas,nenhuma sombra.O sol continuava a queimar minha carne,mas minha alma apenas eu destruía.Suado e fedendo,perdido da propia noção devido continuar,ainda não encontrei o que precisava.

Rua após rua a densidade de arvores aumenta ,o morro se torna mais íngreme , a sombra e o leve vento refrescam meu corpo .Fecho os olhos,sinto os músculos da minha perna tremerem ,em seguida as mãos,choques intensos ,mas respiro fundo e tudo passa .Me acostumei a dor ,não passa de brincadeiras do meu cérebro,eu também brincaria se tivesse que aturar meus pensamentos autodestrutivos.

Após um bom volume de ruas atravessadas e pessoas mal encaradas me deparo com meu destino.A cem metros de mim enxergo um portal semi aberto e uma menina jogada ao chão.

Chego mais perto,tomo cuidado para não ser visto,é ela ,seus olhos inchados de tanto chorar se escondem atrás de de óculos.Os lábios, de cores fortes,pareciam prestes a romperem e sangrar .Estava despenteada com uma camisa maior que o necessário,um short e unhas pintadas,como mesmo após tudo ela continua linda?

A vejo enxugar as lagrimas do rosto rosado.Ela limpa os olhos e se levanta imponente,com os punhos cerrados.Tanta tristeza em seu olhar,mas tanta força ,lindos olhos castanhos.Ela olha em minha direção,não tento me esconder,apenas olhos de volta.

Ficamos ali,parados a distância,seus olhos se prendem aos meus e tudo parece não fazer mais sentido,após um bom tempo ela pisca e se vira.Fecha o portão,e volta para onde ela quis tanto fugir e eu tomo meu caminho de volta para onde nunca deveria ter saído.Cumpri o meu objetivo,lindos olhos castanhos,guardarei em meu coração e e saberei que por hora nada o fara chorar.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem



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