The flowers escrita por Katherine


Capítulo 15
Capitulo 15




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— O que está me dizendo? – o lobisomem perguntou, tentando achar algum resquício de humor no olhar da Banshee, mas a única coisa que encontrou foi medo. Muito medo. Lydia definitivamente não sabia o que fazer, mas não era como se Peter tivesse todas as respostas. Duas cabeças certamente funcionavam mais que uma, ou, faziam uma terceira – Você está brincando?

Ela negou.

— Estou gravida – repetiu novamente, sem olha-lo desta vez.

Não havia ninguém mais assustado do que a Banshee em toda aquela história. Ela não tinha noção de como Peter reagiria, e demorou um certo tempo até que tivesse coragem para contar. Estavam os dois no loft, sozinhos. Depois da ligação, o homem foi até a casa busca-la, Lydia não disse nada durante todo o caminho, e ele não insistiu. Mas, assim que adentraram o apartamento, e a ruiva percebeu que não havia ninguém, proferiu as palavras que tanto assustaram o mesmo.

— Lydia – chamou a garota, fazendo olha-la – Eu não sei o que dizer.

— Pode ter certeza que não está tão assustado quanto eu.

— Eu estou – confessou – Muito. Não consigo nem imaginar o que faremos.

— Nada – falou rapidamente, levando suas mãos ao ventre de forma protetora  – Não faremos nada.

Ele engoliu seco. 

— Não quis dizer que iremos... – cortou a frase, sentando ao lado da ruiva – O que faremos?

— Sinceramente? – arqueou as sobrancelhas – Esperava que tivesse uma resposta. Não quero resolver tudo sozinha, Peter. Eu nem tenho maturidade o suficiente pra isso. Você já viveu muito mais do que eu, sabe o certo a se fazer.

— Quero deixar suas vontades em primeiro lugar, Banshee – sibilou de forma irritada – Não posso simplesmente decidir o que você fará!

— Você fez isso desde o começo – rebateu – Por que não pode agora?

O mais velho ficou de pé, andando alguns passos para longe da ruiva.

— Porque agora é diferente, Lydia! – voltou a olha-la – E não me faça dizer o porquê.

Ela sabia muito bem o porquê era diferente, mas estava irritada de mais para romantizar aquele momento. Peter não estava agindo da forma que a maioria dos pais agiam quando descobriam a novidade. Também, nem poderia. Ele não era como nenhum dos outros caras. Foi exatamente o que atraiu Lydia à ele. Foi exatamente o que deu origem aquele novo bebê.

— Eu sei – deixou a voz proferir tais palavras com mais calma – Mas, estou assustada, tá legal? Queria no mínimo que demonstrasse o seu apoio nesse momento. Quer dizer, eu o tenho, não é?

— Você sempre o terá – voltou para perto da garota – Estou bastante preocupado, ruiva. Não consigo dar conta de cuidar da Malia, quem dirá de mais um bebê, e ainda tem você. Não estou reclamando, quero que entenda isso de uma vez por todas. Mas, eu não sou o pai mais amoroso do mundo nem com a minha filha, mesmo que esteja tentando mudar isso. Eu nem se quer sei como é ser um pai.

No mesmo momento a porta foi aberta em um rompante, dando origem a silhueta de Malia, que havia escutado toda a conversa do lado de fora. Peter nem se quer percebeu a presença da garota ao lado de fora.

— Quer que eu lhe ensine? – perguntou, cruzando os braços na altura do peito – Você não é o melhor pai do mundo, Peter. E eu nem espero que seja, para ser bem sincera. Mas, já me salvou de tantas roubadas que sou grata a você. Não antes, mas agora, eu sei que estaria disposto a se jogar na frente de um carro para me proteger. Isso é ser pai. Você me ama, e eu... Bem, eu também te amo, pai. Mesmo com todos os seus erros, não sou perfeita e isso eu puxei de você! Aprendemos o quê é isso juntos, mesmo que de formas diferentes. Eu te amo, e sei que vamos amar aquele barulhinho que bate dentro da Lydia.

A ruiva franziu o cenho, só depois tendo noção de que falava do coração de seu filho.

Peter tinha o maxilar trancado, ouvindo cada palavra de Malia, e sabia o tamanho esforço que sua filha teria para proferir tais palavras. Porém, o mesmo ainda não conseguia. Apenas andou até a mais nova, abraçando-a de forma protetora em seguida. O primeiro abraço de verdade. Lydia olhava a cena com lagrimas nos olhos, enquanto sentia os efeitos da gravidez dando sinais em seu corpo.

— Vem, ruiva – ele chamou-a para juntar-se ao abraço.


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