Thinking Out Loud escrita por Grace


Capítulo 8
Jealous


Notas iniciais do capítulo

Já disse que eu amo vocês? Pois é, eu amo! ♥ Vocês são os melhores leitores do mundo!
Bom, espero que gostem desse capítulo! ♥
Beijos e até o próximo!



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It's not your fault that they hover, I mean no disrespect

It's my right to be hellish, I still get jealous

Tori diz para Quatro tirar a camiseta e se sentar na cadeira que ela aponta. Ele faz o que ela mandou, brincando comigo antes e me jogando a camiseta dele. Eu observo o físico perfeito dele por alguns segundos. Dou um sorriso pra ele, que pisca o olho pra mim e começo a andar pelo estúdio, observando os desenhos espalhados pelas paredes. Tori me entrega uma pasta cheia de desenhos.

Eu folheio a pasta atentamente, mas paro quando me deparo com um pássaro. Eu não tinham um motivo bonito, poético ou qualquer coisa assim, mas decido que é isso que eu vou tatuar.

Eu olho no relógio. Era quase hora do almoço e eu estava começando a ficar com fome. Meu celular toca e eu estranho ao ver o nome de minha mãe aparecer na tela. Ela nunca me ligava pra nada, muito menos no meio de um dia como hoje, sem nada demais acontecendo.

Eu atendo, caminhando lentamente até o lado de fora do estúdio e torcendo para a minha mãe não ter descoberto que eu havia fugido da escola pra ir fazer uma tatuagem. Ela provavelmente começaria a gritar que eu era filha de uma estilista famosa e conhecida e de um político importante, que não poderia fazer uma coisa dessas e blá blá blá. Não pela tatuagem, mas pelo fugir da escola.

— Alô — Eu digo, ao atender.

— Tris, meu bem — Ela diz — Onde você está?

— Na escola — Eu minto. O que os olhos não veem, o coração não sente, não é verdade? Eu poderia dizer que fiz a tatuagem depois de sair da escola.

— O que você vai fazer hoje a noite? — Ela pergunta.

— Vou numa festa, na casa de Uriah — Eu informo, estranhando a pergunta. Ela geralmente pouco se importava onde eu ia e com quem eu ia.

— Sorry, querida, mas vai ter um jantar importante lá em casa, com aliados políticos de seu pai e ele quer a sua presença e a de Caleb — Ela faz uma pausa — Sinto muito em avisar em cima da hora.

— Que porre, hein? — Eu resmungo — Precisava mesmo ser hoje?

— Você pode ir para a festa depois — Ela diz, e eu já até a imagino dando de ombros, igual ela sempre fazia — As festas que você vai começam todas bem tarde mesmo, você não vai perder nada.

— Combinado — Eu digo, já sabendo que não ia conseguir fazer ela mudar de ideia. Era melhor eu aceitar que teria que ir um pouco mais tarde pra festa. Me despeço dela e desligo o telefone.

Eu volto para dentro do estúdio e continuo olhando os desenhos, meio entediada. Tori leva mais quase duas horas para terminar as tatuagens de Quatro.

— Já decidiu o que vai fazer, querida? — Ela pergunta, andando para perto de mim e eu concordo com a cabeça, mostrando o desenho do pássaro pra ela.

— Quero três desse — Eu informo — Na clavícula — Acrescento. Quatro para ao meu lado e observa a figura.

— Escolha interessante, pequena — Quatro diz, dando um sorriso pra mim e brincando com o meu cabelo — Vai ficar bonito em você.

— Obrigada — Eu respondo. Olho o trabalho nas costas dele que já está finalizado — Ficou lindo em você — Eu digo, sorrindo — Uma arte e tanto. Queria eu ter talento pra desenhar algo assim.

Eu me sento na cadeira indicada por Tori e ela começa a desenhar. Não sinto dor, apenas um leve formigamento. Ela termina a minha tatuagem muito mais rápido do que terminou a de Quatro, já que a proporção era bem menor.

Nós escutamos as recomendações, que se baseavam em passar hidratante com cuidado e não deixar o desenho muito exposto ao sol pelos próximos dias; acertamos com ela pelo serviço e depois voltamos ao carro.

— Eu tô com uma baita fome — Quatro diz e eu concordo. Nós decidimos ir comer em um restaurante não muito longe dali, que era bem famoso na cidade. Eu já tinha ido lá umas poucas vezes e achava o lugar agradável

Ele estaciona o carro novamente e nós andamos rumo a porta de entrada do restaurante. O maître nos leva até a mesa e nos entrega o cardápio. Percebo que eu reconheço algumas pessoas que estão sentadas a algumas mesas de nós.

— A algumas mesas para trás de você estão Susan e Robert, da escola. Eles estão na nossa aula de Biologia Avançada e estavam no pavilhão de esportes segunda feira, quando caímos na piscina — Eu informo a Quatro — Eles estão com os pais, que são amigos dos meus pais.

— Você acha que eles abriram a boca sobre nós para os pais deles? — Ele pergunta, rindo — Tipo, quem conta para os pais que dois colegas de turma se pegaram de uma maneira, brutal, selvagem e nada civilizada?

— Boa pergunta — Eu respondo, dando risada — Só sei que Susan é a versão feminina do Caleb. Aliás, ela deve ser a única pessoa que suporta o meu irmão. Eles devem ter nascido um para o outro, na boa. E o Robert está inscrito na peneira de basquete, segundo Uriah.

— Uriah está tão nervoso com isso que eu só estou torcendo pra ele não ferrar com tudo por conta de ansiedade — Quatro diz — Eu gostaria de tê-lo no time. Ele é bom jogador e tem um bom arremesso.

— Ele vai ficar bem — Eu respondo, dando de ombros — Zeke está dando essa festa hoje justamente pra acalmar o irmão. Uriah é meio afobado nos dias antecedentes, mas estranhamente ele consegue se acalmar quando chega a hora.

— Você vai assistir a peneira, pequena? — Quatro pergunta olhando nos meus olhos e me fazendo ficar momentaneamente perdida neles.

— Vou — Eu respondo sorrindo — Até porque um dos meus amigos vai estar concorrendo por uma das vagas, e mais importante ainda, o capitão do time vai estar lá — Eu digo, mordendo o canto dos lábios — E eu acho ele gato pra caralho.

— Bom saber disso — Ele responde, me assoprando um beijo.

— Mas como vai funcionar isso? — Eu pergunto, enquanto dou uma olhada no cardápio, pensando no que eu estava com vontade de comer.

— O técnico vai passar algumas atividades e selecionar os que forem melhor — Ele responde — Depois vai montar uns times e colocar os moleques pra jogar — Ele faz uma pausa — Minha função é assistir aos jogos e selecionar os que eu acho que estão jogando melhor. Claro que o palpite do técnico também conta — Ele acrescenta — Preciso de onze jogadores, pra compor o time que vai ser titular e ter os reservas.

— Espero que a gente vá bem esse ano — Eu digo — Ano passado foi uma vergonha — Eu dou de ombros — Ainda bem que eu não fui em quase nenhum dos jogos, senão teria passado muita raiva.

— Eu voltei — Ele diz, sorrindo — Vou por ordem na casa, pequena.

— Gosto assim — Eu respondo, rindo.

Nós fazemos o nosso pedido e continuamos conversando normalmente. Eu gostava imensamente de Quatro e gostava de passar um tempo com ele. Era fácil conviver e conversar com ele e era fácil se acostumar com a presença dele perto de mim. Eu jogo meu cabelo para o lado, atraindo o olhar intenso dele.

— Você tá tão linda, sabia? — Quatro diz, sorrindo pra mim de uma maneira fofa — Ou melhor, você é linda.

— Eu vou ficar convencida se você continuar a falar essas coisas pra mim — Eu digo, rindo e o agradecendo pelo elogio. Eu ainda tentava entender como classificar a nossa relação.

— É pra ficar mesmo — Ele diz — Você é a garota mais bonita da escola — Ele diz, segurando a minha mão por cima da mesa — A garota mais bonita da cidade. Sorte a minha que estou… Bem, que estou ficando com você.

Eu dou um sorriso pra ele.

— Eu é que tenho sorte — Eu digo, apertando a mão dele — Tô pegando o cara mais gato que eu conheço — Eu assopro um beijo pra ele.

Minutos depois algumas pessoas se aproximam da nossa mesa. Susan e a família toda. Quatro ainda segurava a minha mão por cima da mesa. Ele mantém os olhos em mim por alguns instantes, antes de olhar para os recém chegados.

— Beatrice, que surpresa agradável — A senhora Black diz. Eu me levanto para abraçá-la. Cumprimento o senhor Black, Susan e Robert — Linda, como sempre, querida.

— É um prazer em vê-la — Eu digo, agradecendo o elogio em seguida. Vejo o olhar dela pousando em Quatro — Esse é Quatro — Eu digo, simplesmente. Ele os cumprimenta educadamente.

— Você é filho de Evelyn, não é? — O senhor Black pergunta e Quatro confirma — Você é a cara dela. Foi ela quem fez o design da nossa casa. Ela tem um talento extraordinário.

Eles conversam conosco por mais um minuto ou dois e depois se despedem, saindo do restaurante. Eu olho para Quatro, me que está me encarando de uma maneira esquisita.

— O que foi? — Eu pergunto, erguendo uma das sobrancelhas.

— Acabei de achar o lado negativo de você ser tão bonita — Ele diz, me fazendo rir — E não tem graça. Eu já tinha notado que as pessoas, geralmente, se viram para te encarar todas as vezes que você chega em algum lugar — Ele fala, dando de ombros — Mas Robert te secando dessa forma agora a pouco foi pesado — Ele acrescenta, segurando a minha mão novamente — Tô pensando realmente em deixá-lo de fora do time de basquete.

— Meu Deus — Eu digo, rindo — Você está dando um ataque de ciúmes — Ele me olha por alguns segundos, parecendo pensar no que dizer. Eu o achava a pessoa mais fofa do mundo e poderia apertá-lo e beijá-lo nesse exato momento.

— Não sei qual é a nossa — Ele diz, me encarando seriamente — Mas eu sei que a gente tá meio que junto, de uma forma ou outra. É normal ciúmes — Ele diz, dando um sorriso envergonhado e abaixando os olhos.

— Se eu tô com você, eu tô com você — Eu digo, dando um sorriso pra ele — Não precisa ter ciúmes — Eu acrescento. Depois decido dizer mais uma coisa, que era verdade, mas eu estava falando só para ele não ficar envergonhado sozinho — Eu morro de ciúmes todas as vezes que algumas pessoas te olham mais do que deviam.

— Eu posso te garantir que eu nem noto — Ele diz e eu acho fofo — Só tem uma pessoa que me interessa — Eu dou um sorriso pra ele, que aperta a minha mão delicadamente, ao mesmo tempo que o garçom se aproxima com nossos pedidos.

Nós comemos e deixamos o restaurante um tempo depois. Já era bem mais de três horas da tarde. Nós nos dirigimos para o carro dele, rindo e brincando um com o outro.

— Droga — Quatro resmunga assim que a gente entra no carro e ele dá um olhada em seu telefone — Sete ligações do treinador. Eu esqueci que tinha marcado de ir falar com ele hoje.

— Liga pra ele e fala que você acabou se enrolando com uma outra coisa — Eu digo, dando de ombros. Ele concorda com a cabeça e retorna a ligação do treinador. Ouço alguém falando do outro lado da linha e decido provocar Quatro.

Eu me mexo rapidamente e sento no colo dele, ficando bem colada a ele, já que o espaço era pouco, devido a direção do carro. Ele me dá um sorriso e continua justificando para o treinador que em alguns minutos chegaria lá. Eu beijo seu pescoço repetida vezes e sinto seu corpo se arrepiando. Mordo sua orelha levemente, fazendo com ele perca o fio do que está falando. Ele para por um instante, tentando lembrar o teor da frase.

Coloco a minha mão em seu abdômen e vou subindo por seu peitoral. Logo em seguida jogo meus braços ao redor de seu pescoço e beijo seu rosto, principalmente no caminho entre sua orelha e seu queixo.

Ele não me parecia capaz de continuar a conversa, então dá uma desculpa qualquer para o treinador e desliga o telefone, apoiando suas mãos nas minhas costas.

— Por que você faz isso comigo, pequena? — Ele pergunta, começando a beijar meu pescoço e a descer um pouco, até chegar na minha clavícula, onde os três pássaros estavam tatuados — Você me deixa totalmente louco.

Nós nos beijamos ardentemente por mais alguns minutos, até que um carro de polícia passa, diminuindo a velocidade, perto de onde estamos estacionados. Nós nos desgrudamos e decidimos dar o fora dali, antes que fossemos fichados por obscenidade em público, atentado ao pudor ou qualquer coisa assim. Eu volto para o banco do passageiro e ele me dá um sorriso lindo.

— Vou te levar em casa — Ele diz e eu passo o endereço pra ele. Ele liga o rádio e nós passamos o resto do caminho cantando e rindo. Ele para o carro em frente a minha casa e me olha — Até hoje a noite, pequena.

— Até — Eu digo, e me aproximo para dar um beijo em sua bochecha. Ele se vira rapidamente e beija meus lábios. Me puxando para mais perto. Eu saio do carro minutos depois, quando nós nos separamos de mais um beijo de tirar o fôlego de qualquer um.

Abro a porta de casa, ainda cantando a última música que tínhamos ouvido no carro dele. Me assusto ao me deparar com meus pais e Caleb me encarando. Eu sempre pegava carona com Caleb para ir e voltar da escola. Eu não gostava muito de dirigir e preferia assim. Ele provavelmente tinha espalhado para os meus pais que eu não estava na escola na hora que ele veio embora.

— Oi — Eu digo, dando um sorriso — Tudo bem com vocês? — Eu pergunto, fazendo uma voz de falso interesse — Comigo tudo ótimo, obrigada por perguntarem.

— Onde é que a senhorita se meteu? — Meu pai pergunta — Quase matou o seu irmão de susto.

— Fui embora com um amigo — Eu digo, dando de ombros — E esqueci de avisar. Foi mal, Caleb — Eu digo, dando um sorriso e torcendo pra ninguém resolver jogar na minha cara que eu não costumava esquecer coisa nenhuma.

— Tris, o que é isso na sua pele? — Minha mãe pergunta, se aproximando. Eu não falo nada e deixo ela descobrir por si mesma — Desde quando você se interessa por tatuagens? — Ela faz uma pequena pausa — Ficou bonito. Gostei.

— Desde que eu fui com um amigo no estúdio e acabei achando legal — Eu digo — Aí decidi fazer uma também. Vocês tão cheios de mimimi hoje, credo.

— Esse amigo tem nome? — Minha mãe pergunta, abrindo um sorriso. Ela vivia querendo saber dos meus paqueras e eu sempre dava um jeito de escapar dessa conversa. Era altamente vergonhoso, ainda mais na frente de toda a família. Principalmente Caleb, que se resolvesse abrir a boca contar as várias coisas que ele sabia para os meus pais.

— Quatro — Eu respondo, como se não fosse nada demais.

— Sempre ele — Caleb fala em voz alta, revirando os olhos e suspirando.

— Quatro? — Minha mãe pergunta, se virando para Caleb — O que você sabe sobre o misterioso Quatro, Caleb? — Ela sabia que eu não falaria nada, como sempre, por isso estava apelando para o meu irmão.

— Tris está passando bastante tempo com ele ultimamente — Ele diz, dando de ombros — Mais um dos trezentos atletas da escola, que se acham deuses imortais e soberanos. Da minha idade, mas passou o ano passado inteiro viajando com os amigos, por isso tá terminando o terceiro esse ano, como a gente.

Caleb era um ano mais velho do que eu, mas quando ele era criança, ele tinha tido problemas sérios de saúde que o tinham afastado da escola por um ano. Por isso nós estávamos no mesmo nível.

— Quatro é o capitão do time de basquete — Eu digo, revirando os olhos — É uma ótima pessoa e é só um amigo — Eu falo, balançando a cabeça e indo rumo as escadas — Não precisa transformar isso em um reality show, mãe.

Subo as escadas e vou para o meu quarto. Me jogo na cama e decido tirar um cochilo. Eu não estava nada animada para esse jantar político. Provavelmente só gente chata com assuntos chatos.

Minha mãe entra no quarto antes que eu consiga dormir.

— Aliás, recebi a confirmação que o filho de um dos convidados vem para o jantar — Ela diz — Ele deve ter mais ou menos a idade de vocês — Ela diz, se referindo a mim e à Caleb — Seja gentil, por favor, Tris.

— Você já viu alguém não gostar de mim? — Eu pergunto, sorrindo.

— Na verdade, você mesma já me relatou pessoas que não gostam de você — Ela diz, rindo — Mas que eu já vi… Bem, tem a filha da minha assessora, a filha do Kennedy, a filha do…

— Mãe, você já viu alguém do sexo masculino não gostar de mim? — Eu pergunto, reformulando a frase e fazendo-a dar mais risada ainda. Eu sabia que chamava a atenção das pessoas, e gostava disso. Alguns me amavam, como era o caso dos meninos, e a grande maioria das meninas me detestava.

— Não, Tris. Eu nunca vi — Ela diz — Mas se comporte.

— Pode deixar — Eu respondo, pensando que eu provavelmente passaria a jantar todo lembrando dos toques de Quatro no meu corpo e dos beijos quentes dele. Era melhor isso do que conversas políticas.


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Notas finais do capítulo

Quanto mais comentários, mais rápido eu posto! Hahahaha



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