Thinking Out Loud escrita por Grace


Capítulo 4
Touch and Go


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! Espero que gostem desse capítulo!
Peço que deixem comentários - serião - para me motivar a continuar escrevendo! O último capítulo quase não teve comentários e eu fiquei bem triste! Hahahaha
Bjão



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It's not enough to say "I want ya"

'Cause I'll say anything

 

— Bom dia — Eu digo, me jogando na cadeira ao lado de Lynn. A turma esperava o início das aulas no refeitório em uma das mesas no centro do espaço. Eu mal consigo manter meus olhos abertos.

— Bom dia — Eles respondem, me parecendo bem mais despertos do que eu.

Eu estou quase cochilando quando o sinal toca, me assustando. Me levanto da cadeira e começo a me arrastar rumo a sala, mas Lynn segura meu braço, me fazendo ficar pra trás com ela, Marlene e Christina.

— Você devia encobrir todos os rastros quando inventa uma mentira — Christina diz, me fazendo prestar mais atenção agora.

— Do que é que você está falando? — Eu pergunto, reprimindo um bocejo. Eu daria tudo para estar em casa dormindo uma hora dessas. Eu odiava levantar cedo.

— Nós sabemos o que é um chupão quando vemos um, Tris — Lynn diz, rindo. Eu me atrapalho um pouco, mas logo percebo que elas se referem às marcas no meu pescoço. Droga. Eu tinha acordado com tanto sono que tinha esquecido que os hematomas estavam começando a ficar visíveis e não os tinha coberto com maquiagem.

— Não me lembro como consegui — Eu digo, dando de ombros.

— Tris, nós não somos trouxas — Marlene rebate. O refeitório está quase vazio agora e eu não sei como escapar disso.

— Eu fiquei com um carinha sábado — Eu digo — As coisas ficaram meio quentes, mas não foi nada demais. Eu nem me lembro direito — Dou de ombros, rezando para que elas acreditem.

— Você foi embora com ele, não foi? — Christina diz, rindo — Você transou com Quatro, não transou, Tris?

— Eu… — Eu começo a falar, sem saber realmente como prosseguir. Eu tento pensar em alguma mentira plausível, mas nenhuma vem a minha mente.

— Dá pra ver na sua cara que sim. Dá pra ver muito na sua cara. Deve ter sido MUITO bom — Lynn diz, rindo e colocando uma ênfase no muito — E ainda passou a tarde com ele. Vocês realmente…

— Pelo amor de Deus, falem baixo — Eu imploro.

— Conte a verdade — Marlene diz.

— Tá, tá bom. Eu fiquei com Quatro e foi realmente incrível, de todas as maneiras possíveis — Eu digo — Mas não… Não contem pra ninguém, tá legal?

— Nós não vamos sair espalhando isso por aí, Tris — Christina diz — Mas vocês deviam dar menos na cara. As trocas de olhares ontem estavam realmente descaradas. Eu podia ver o desejo nos olhos dele. O negócio deve ter sido bem quente — Ela faz uma pausa — E a história de vocês não foi assim tão convincente. Nós vimos Zeke tentando falar com Quatro durante o dia todo. Só ligamos os pontos.

— O negócio foi muito quente e eu não vou contar detalhes — Eu respondo, dando um sorriso — Mas agora, tudo que eu preciso é de uma base emprestada, para tampar esse início de hematoma.

Lynn me entrega a base dela e depois sai com as meninas, rumo à classe. Eu me dirijo ao banheiro, mas trombo com Quatro no meio do caminho.

— E aí, pequena? — Ele cumprimenta, me dando um sorriso maravilhoso.

— E aí, bebê? — Eu respondo, dando um abraço nele.

— Matando aula já na segunda semana? — Ele brinca, tocando meu rosto levemente. Eu dou um sorriso.

— Quem me dera — Respondo — Vamos dizer que eu dei uma bola fora e me esqueci de tampar os hematomas com base — Eu digo, apontando para meu pescoço. Ele olha e ri.

— A pessoa que fez isso com você merece punição — Ele fala, rindo e me puxando para um banco no meio do caminho. Depois sussurra no meu ouvido — Minha culpa, pode deixar que eu ajudo.

— E eu acho que é mais justo te informar que as meninas meio que ligaram os pontos e… — Eu digo, olhando pra ele. Era melhor ele saber que algumas pessoas já sabiam do nosso pequeno caso.

— Acontece — Ele diz, rindo. Ele pega a base da minha mão e delicadamente espalha pelo meu pescoço, tampando tudo que podia se parecer com um chupão — Você tem aula do que agora, pequena? — Ele pergunta, olhando atentamente para ver se não esqueceu nenhum lugar.

— Biologia avançada II — Eu respondo — E você?

— Idem — Ele responde, me ajudando a levantar. Nós caminhamos vagarosamente até a sala. Ele abre a porta e permite que eu passe primeiro, passando logo em seguida e a fechando atrás dele.

Nós atraímos a atenção de todo mundo, inclusive Christina, Marlene e Lynn, que me olham sugestivamente. Elas provavelmente estavam pensando que eu estava me agarrando com Quatro do lado de fora da sala, o que eu realmente não considerava uma má ideia.

— Tris, Quatro, fico feliz que tenham se juntado a nós — O Sr. Poynter fala — Fiquem a vontade para se sentarem e prestarem atenção na explicação.

— Pode contar conosco — Eu digo, fingindo que não notei a irritação dele pelo nosso atraso e pela interrupção à aula. Nós nem estávamos tão atrasados assim. Olho em volta e a sala toda está em dupla. Eu e Quatro somos as únicas pessoas que restam.

Eu jogo minha mochila em cima de uma mesa, no fundo da sala e Quatro se senta ao meu lado. Nós trocamos um olhar divertido. Essa era a mesma aula de biologia que ele tinha se referido ao dizer que prestava atenção em mim. A primeira aula que tínhamos tido no ano letivo.

O Sr. Poynter recomeça a falar. Ele está dando aula sobre partes do corpo humano. Eu dou um suspiro, fazendo Quatro abrir um sorriso. A voz do professor entra na minha mente e eu começo a divagar sobre qualquer outra coisa que não a aula dele.

— Quatro — A voz de Poynter muda e eu fico atenta — Preciso de um cobaia para demonstrar onde fica cada parte da coluna e quais os danos cada lesão pode causar. É matéria da nossa prova e eu quero a sua ajuda — Quatro fita o professor, parecendo entediado, mas não sai do lugar e nem fala nada — Tenho certeza que as meninas vão amar te ver sem camisa aqui na frente da sala — O Sr. Poynter insiste.

— Eu… Eu não acho uma boa ideia — Quatro diz vagarosamente.

— Bem, você foi o único homem que chegou atrasado, sinto muito — Ele faz uma pausa — E seus colegas vão entender a matéria bem melhor assim.

Quatro troca um olhar comigo e se levanta da cadeira, indo até a frente da sala. O Sr. Poynter era conhecido por ferrar os alunos que chegavam atrasados. Eu já estava me preparando. Vejo Quatro ainda tentando argumentar com o professor.

— Anda Quatro, faz um strip sensual pra nós, seu gostoso — Zeke grita e geral dá risada. A única coisa que eu consigo pensar é nas minhas unhas agarrando as costas dele e deixando marcas.

Quatro dá de ombros, tira a camiseta e a joga em cima de Amah, que fazia dupla com Zeke. O professor pede para que ele vire de costas para a turma. As costas dele está inteira arranhada e as marcas ainda estão muito vermelhas.

— MEU DEUS — Shauna grita e Quatro vira de frente para a turma, deixando seu abdômen sarado a vista de todos — Quem que deixou essas marcas no meu homem? — A turma toda começa a gargalhar. Quatro dá de ombros, rindo.

— Seu fim de semana foi BEM produtivo, né gato? — Zeke provoca — Imagina só o tanto que o negócio tava pegando fogo, pra ter te marcado dessa forma.

Vejo Christina, Lynn e Marlene me encarando e desvio o olhar.

— Quem era a gata que foi com você pra casa sábado, Quatro?  — Cara pergunta  — Vocês estavam bêbados mesmo ou destruíram a sala da sua casa porque estavam transando louca e desesperadamente?

— Chega  — O professor interfere, me parecendo totalmente sem graça. Quatro estava dando um sorriso e zoando com os amigos  — Vamos voltar para a aula, que é o que importa agora. Vocês podem voltar a discutir a vida sexual de Quatro no intervalo. Se ele gosta de fazer de uma maneira mais brutal, não é de nosso interesse.

A sala dá uma risada. Quatro está rindo. Até eu estou rindo. Esse era ao lado bom de levar tudo numa boa e de estudar com os amigos. A zoeira sempre era bem vinda e todo mundo achava graça.

— Beatrice, venha até aqui  — O Sr. Poynter diz, me fazendo revirar os olhos  — Você… Bem, eu ia pedir pra você marcar com uma caneta todas as partes da coluna que eu já citei hoje, mas parece que isso não vai ser possível devido ao…  — Ele faz uma pausa  — Você aponta as partes da coluna e explica para a turma os danos que um trauma mais sério pode causar. Vai ser bom para a revisão, porque como eu disse, isso vai cair na prova. Cuidado para não arranhá-lo mais ainda  — Ele acrescenta, depois de ver o tamanho das minhas unhas.

Era de praxe o senhor Poynter escolher dois alunos e fazer uma chamada oral, para revisar matéria, e geralmente, ele pegava pesado com quem chegava atrasado ou atrapalhava a aula dele.

 — Nós podíamos fazer uma encenação sexual  — Amah diz  — A Tris até já veio com as unhas prontas para deixar mais algumas marcas no Quatro.

— Totalmente de acordo  — Zeke diz, rindo.

— Vamos deixar a encenação para a aula de educação sexual, que é daqui a dois meses  — O professor diz  — Me lembrem de quem vão ser nossos atores  pornô — Ele diz, apontando pra nós. Eu faço uma nota mental para faltar nas aulas de educação sexual. Zeke e Amah nunca esqueceriam isso, já que era uma chance de eles zoarem Quatro. E eu entrava na conta.

— Me lembrem de vir bêbada para a aula  — Eu digo, dando de ombros  — E com uma lingerie bem sexy  — Eu acrescento, arrancando risada da turma.

— Vou procurar deixar as costas intactas para você arranhá-las na aula  — Quatro acrescenta, piscando pra mim  — A galera merece um ao vivo feito com qualidade  — Ele fala e eu dou gargalhada, assim como o resto da turma.

O resto da aula passa rápido, embora eu sinta vontade de tocar muito mais do que alguns pontos das costas de Quatro. Faço um resumo para a turma do que a aula tinha se tratado, apontando os locais e os danos que poderiam ser causados. Agradeço pela minha memória que não me abandona.

Nós temos que ouvir a galera zoando e fazendo insinuações sexuais até o fim da aula. Bem, eu tinha certeza que seria muito pior se eles soubesse que eu era a autora dos arranhados nas costas dele.

— Podia ter sido pior — Quatro sussurra pra mim assim que a aula termina e eu concorda com a cabeça. Ele se despede e segue para a próxima aula. Eu olho meu horário e sigo para a aula de Matemática Aplicada com Lynn e Christina.

— Tris — Lynn diz, rindo — Você fez um estrago nas costas do Quatro, hein? O negócio pegou fogo de verdade. Vocês dois são um perigo.

— O que eu fiz não foi nada comparado ao que ele fez — Eu olho para elas — Vocês não viram o resto do meu corpo — Eu digo, fazendo as duas me olharem surpresas e caírem na risada depois — Tem marcas de chupão pra tudo quanto é lado.

— Você, minha querida, é totalmente louca — Christina diz, rindo — Vocês quebraram mesmo móveis na casa dele?

— Digamos que alguns — Eu respondo — Mas nós estávamos só nos beijando nessa hora — Eu informo — E bem bêbados.


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Notas finais do capítulo

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