Angelina & Lúcifer escrita por brunna


Capítulo 4
Maldição III


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos e sobre o atraso:
Um obrigada especial ao comentário maravilhoso da Cristal Cipriano Black que simplesmente me deixou sem palavras. Estou a ponto de emoldurar o comentário dessa linda e pendurar na parede da minha sala ♡
Obrigada a Jú Boxer, pelos 3 maravilhosos comentários que desde sempre me estimulam a evolução e a conhecer seu mundo ideista. Idealismo esse que achei nos comentários da Malu e da Robbie também. Obrigada a você também, Malu. E obrigada a Robbie.
Obrigada também a Little Isa pelos elogios. Eu amei seu comentário, lindaa.
Bem, obrigada por favoritarem também, quase chorei de emoção quando vi as favs.
Beijão a todos. Vcs são demais.


E... meu atraso se deve a uma combinação de coisas... Faz um tempinho, eu caí no banheiro... foi uma queda feia, ganhei seis pontos na cara e até acho que minha cicatriz me fez durona. Distribuo imagens das minhas amiguinhas cicatrizes de quiserem (lembrando que já estou bem).
E atrasei ainda mais por causa da semana de provas que tive ( já estou em outra agora). Mas vou tentar postar outro capítulo este mês pra compensar.

Xauzimm.



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Angelina tinha sentimentos contrários juntos. Um paralelos de emoções que a bagunçavam negativamente. Nessa mistura de ideias e desejos, a fraqueza se destacou e ela se viu ligando para o garoto.
Pronunciar seu nome doeu profundamente e ânsias gritaram presença. Sua voz não era mais controlada e tudo o que ela fez foi parar e escutar a voz masculina que correspondia ao telefone. Era ele.
Lúcifer.
— Eu subestimei você. Achei que você não fosse me ligar. Mas agora que me ligou, quero que saiba que eu não sou o que meus pais são... não faço o que eles fazem.
— Eu não sei porque está me dizendo isso — disse Angelina. — Você não me deve nada, eu que te devo.
— Então por isso está ligando? Por uma questão de dívida?
— Eu não sei — disse Angelina. — Não é algo que estou fazendo só por você. É também por mim.
— Então por quê? — provocou Lúcifer.
— Para devolver o moletom — mentiu Angelina. — Então quero que me encontre amanhã às cinco horas da manhã e não reclame. No mesmo lugar onde me achou.
— Isso parece um tipo de interesse ou deveria ignorar esse fato explícito? — disse Lúcifer.
— Experimente dizer mais alguma gracinha e terá consequências!
— Não te submestimo mais — falou Lúcifer. — Como por exemplo, você parece gostar de rosa, mas aposto que sua cor favorita é...
— Azul — disse Angelina com um ar sonhador.
— Eu diria branco ou verde, mas azul é uma boa cor, ótima cor. Infelizmente prefiro cinza. Principalmente de dia nublado. — Lúcifer escutou a risada abafada de Lina ao telefone.
— Que tipo de pessoa gosta de cinza? — perguntou a garota.
— O tipo de pessoa que não sabe o porquê de haver tanta vontade em te ver novamente levando em conta que só sei que você gosta de azul e gosta de surpreender — respondeu Lúcifer.
O silêncio dominou a ligação por três sistemáticos segundos.
— Ainda está aí?
— Estou. É que... você fala coisas legais para mim.
— Espero não estar te bajulando demais, me disseram que essas coisas só funcionam com leoninos.
— Leoninos? — perguntou Lina. — Eu não acredito nisso… de horóscopo.
— Acreditamos e desacreditamos em muitas coisas. Como por exemplo, eu desacreditei que você me ligaria.
— Então você não viu tudo como algo do destino ou algum outro absurdo?
— Absurdo... Angelina, essa não é a palavra certa.
— Então do que você chamaria? — perguntou para o menino.
— Pensarei em um bom nome — disse Lúcifer.— Mas agora preciso dormir, vou acordar cedo amanhã. E você também.

A rua despertava cedo. Pelo menos na parte em que Angelina morava. A vida era maior para aquelas pessoas, elas utilizavam cada segundo.
Lúcifer havia desperdiçado algumas horas, admitia. Preferia deixar tudo sossegado, parado, enquanto ele deliciava de sonhos.
Porém, agora, ele esperava Angelina, abraçado pelo frio matutino e acariciado pela neblina que caminhava lentamente.
Foi assim até ela chegar. Relativamente atrasada. E ele percebeu que suas palavras seguiram a neblina e se foram, lentamente, mas inalcansáveis.
Ele bocejou enquanto percebia o cabelo da negra atado e as maçãs simétricas do seu rosto se destacarem.
— Aqui está o moletom — disse Angelina.
Ele estendeu o braço para pegá-lo e propositalmente tocou a mão da garota qual ele sentiu tremer.
— Eu não estou mervosa — disse a menina percebendo a situação.
— Então o que é?— Lúcifer se aproximou.
Ela virou o rosto.
— Está com medo de mim?— sugeriu o menino.— Acha que eu faria algo de mal para você igual seu namoradinho?
— Ele não faz nada de mal para mim.
— Então o murro é algo que você considera bom?— perguntou Lúcifer.
Angelina o olhou, mas ele não a deixou falar.
— Eu só quero que você tenha certeza de que eu não sou o vilão nessa história.
— Então… quem você é?— perguntou Angelina.
Essa pergunta foi fácil responder. Estava demorando para uma conversa amistosa se iniciar e transformar em palavras um pouco da essência de cada um.
E Lúcifer foi o primeiro.
De família rica; ascendência européia. Lúcifer foi criado praticamente em uma bolha, inevitavelmente dentro de um ambiente de crença satânica, qual demorou pouco odiar. Ele, mesmo pequeno, sempre associou o ódio que as pessoas tinham dele à religião qual fazia parte.
Mas o que ele realmente era?
— Eu sou só mais um garoto que gosta de chocolate — disse Lúcifer. — Bastante vago, não?
Angelina sorriu.
— Sou também do tipo que confia na ciência, mas não é positivista. Acredito em igualdade, mas não sou esquerdista. Acho que sou alternativo. E eu gosto de dias nublados porque eles esvaziam a rua… e trazem paz para a bagunça que é minha cabeça.
— Isso foi ensaiado? — perguntou Angelina.
— Bem, sendo ou não é a sua vez— disse Lúcifer.
— Eu confio em Deus. Ele nunca me decepcionou. Eu acredito na paz e no amor que ele prega e não nesses sistemas do mundo. E eu… também gosto de dias nublados, mas não tanto. Eles deixam meu cabelo enorme.
— Lina — disse Lúcifer.
— O quê?
— Lina. Você tem um apelido e eu não. — Ele sorriu. — Vou me arrepender depois, mas acho que você pode me dar um.
— Vou pensar nisso — falou Angelina.
— Sim, eu também.
E era ruim para ambos saber que o tempo marcava um fim para esse tempo juntos.

— Sua avó quer falar com você, Angelina — disse Pedro.
— Sabe me dizer onde ela está? — Angelina desviou o olhar.
— Já está lá dentro se preparando para o discurso.
— Sem mim?
— Você chegou tarde hoje — comentou Pedro. — Posso saber o porquê?
— Dormi tarde preparando meus discursos. Acontece.
— Estranho. — Pedro se aproximou. — Pensei ter visto você sair de casa antes das cinco...
— Deve ter confundido — arriscou Angelina.
— Ah, sim. Confundido talvez com os cachorros nojentos da rua. Eles se parecem com você.
Angelina limpou a garganta.
— Eu sinto seu medo, Lina — continuou Pedro. — Eu estou de olho em você.
Viu-se então apenas a menina se distânciar do garoto. Ela só queria se aconchegar no abraço da avó que, infelizmente, demorou um pouco para achar.

Lúcifer também tinha vontades. Sobretudo, fome, qual era tanta que compareceu ao café da manhã em família às sete, assim que chegou em casa.
— Acordou cedo, querido — disse sua mãe.
— Sim — concordou o garoto.
Ele gostava daquele cenário. Sua família unida sem assuntos religiosos sendo discutidos ou abordados. Apenas um silêncio qual ele podia facilmente se adaptar.
— Vai conosco hoje? — Sua mãe olhava esperançosa para o filho.
— Hoje tenho aula de Italiano e Espanhol — mentiu Lúcifer.
— O acho suficientemente bom em ambas as línguas — questinou o pai.
— Sou tão amador de Italiano como sou de Filosofia.
— Não é para tanto, querido. — Sua mãe forçou uma risada. — Filosofia é uma das poucas coisas que sabe como é ser odiado por você.
— Ódio é uma palavra muito forte — disse Lúcifer.
— Palavras devem ser utilizadas — rebateu seu pai. — E hoje você irá conosco. Está decidido.
— Você não pode falar assim com ele. E as aulas de Helena?
O pai respondeu com uma careta raivosa. Lúcifer suspirou aliviado. Tinha escapado de mais uma… E ele falava italiano muito bem.

Sentimentos opostos, qualidades e defeitos paralelos. Angelina e Lúcifer. tinham medos, tinham desejos. Angelina queria paz, queria distância do Pedro. Lúcifer queria paz, queria distância do ódio.
No fim, eles podiam alcançar isso juntos.

— Quer me encontrar amanhã de novo? — quis saber Lúcifer por telefone.
— Quero.
Silêncio.
— Isso é estranho —notou Angelina.
— É, muito estranho… Você me faz acordar cedo — disse Lúcifer.
Ela sorriu tempo suficiente para ser interrompida. Mas não foi por Lúcifer… não, ele amava aquele sorriso. Havia sido por sua avó que estava espiando logo atrás.
— Posso saber com quem está falando, mocinha?
Angelina devolveu o telefone ao gancho.
Talvez Pedro tenha razão, talvez ela seja mesmo amaldiçoada. Ela fechou os olhos e se preparou para o pior.
Ela sentia o pior.


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Notas finais do capítulo

Gente, vou deixar meu número de WhatsApp aqui: 73 988329003
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Até loogo!