A cabana da praia escrita por Patpinha


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, precisava desse capítulo pra poder chegar no próximo que é o mais esperado por vocês, então esse é mais dramático, espero que entendam que preciso mostrar o conflito interior delas, boa leitura.



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"Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. (...) Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca." (Antoine de Saint-Exupéry, in "Cidadela")

Enquanto as coisas aceleravam lá dentro da cabana, lá fora a chuva se tornava mais tranqüila e aos poucos o dia começou a chegar ao momento em que a lua encontra o sol, Loira e morena, como dia e noite que se encontra, se cumprimentam todos os dias antes de novamente se separarem, mas só existem em função uma da outra.

Desejos, sonhos, fantasias, seus corações estavam cheios da vontade de amar de verdade, mais também cheios de medo, arrependimento, dúvidas, tabus, medo do próprio preconceito de uma regra imposta pela sociedade e pela religiosidade.

POV Regina

Regina acordou e sentiu seu corpo preso na cama, abriu os olhos reconhecendo a cabana e só então se lembrou do que aconteceu e de quem eram os braços e pernas que a prendiam na cama.

“Emma o que a gente fez.” Pensei.

Flashback Regina.

Quando Emma disse que o que não a deixava dormir era porque sentia coisas que nunca havia sentido e isso a assustava, meu corpo se virou para ela, sem mesmo eu querer, eu sentia o mesmo, foi automático, o clima, o tom da voz dela, foi um imã para mim, até agora não entendi direito o que aconteceu, quando ela se aproximou eu a beijei, era tudo o que mais queria naquele momento, a vontade era imensa de tocá-la, mas não conseguia me mexer, minhas mãos não acompanhavam, aconteceu um bloqueio e só pude sentir com toda minha alma os carinhos, os toques dela em meu corpo, sua boca na minha, no pescoço, orelha, foi uma sensação que nunca senti, parece ter ligado algo em mim que eu não conhecia e então tive medo de continuar, e ela me ganhou ainda mais quando parou e me abraçou, como uma garota podia ser tão doce, ao mesmo tempo tão forte e corajosa.

 Não posso me mexer porque não quero que isso acabe, mas sei que quando saímos dessa cama as coisas tem que voltar ao normal, não tem como passar disso, vou precisar ser forte agora ou então...

Flashbach off

 

Emma acordou e encontrou a mão de Regina e acariciou com os dedos de leve:

— Bom dia!

—Emma...Precisamos conversar! — Regina se sentou e encostou na cabeceira.

— Ta, eu sei que dormiu comigo, mas podia dizer bom dia primeiro. —Emma olhou para o teto e esperou o que ela ia dizer.

—Bom dia...Desculpa, eu to nervosa, to confusa.

— Regina, olha... —Emma se sentou ao lado dela só que ao contrário ficando de frente pra ela e a olhou nos olhos. — Eu não planejei isso, eu não sei o que aconteceu, me deixa assustada também eu não sei o que tem acontecido comigo em relação a você, mas também não posso negar que eu ...eu amei o que aconteceu, me desculpa.

— Não se desculpe, afinal... eu que te beijei e me sinto uma idiota agora.

— Idiota por quê?

— Porque não sei lidar com isso, porque eu também amei... Porque tem sido um martírio pra mim me aproximar de você, mas não podemos continuar.

Emma escutou aquilo e simplesmente olhou para Regina sem dizer sequer uma palavra.

Regina sentiu seu rosto queimar, e não soube como reagir, então a voz da loira desfez o silêncio:

— Você é tão linda!

Regina se ajeitou na cama, como se quisesse se afastar daquele olhar, Emma percebeu seu desconforto arqueou as sobrancelhas e perguntou:

— O que foi? Ninguém nunca disse que você é linda. — A loira ficou vermelha.

— Não desse jeito. — A morena disse devolvendo o olhar sem graça.

— Impossível ninguém nunca ter olhado para você assim.

O coração da morena quase parou e continuou a encará-la sem conseguir para de pensar nos beijos que trocaram, seu rosto queimava e ela sentia o cheiro da loira ali tão perto, seu lábio esboçou um sorriso tímido, e Emma tocou seu rosto com as costas da mão. Emma continuou:

— Eu me lembrei de um texto do Brasileiro Luiz Fernando Veríssimo, que diz que nem sempre precisamos das coisas certas que às vezes a pessoa errada te faz perder a cabeça, fazer loucuras, perder a hora, morrer de amor...Regina eu sempre me achei essa pessoa errada e você está certa  não podemos continuar porque é melhor não me ter por perto, não sou boa em criar laços e você merece a pessoa certa.

 Emma se levantou e entrou no banheiro, Regina não segurou as lágrimas, estava sendo muito difícil lutar contra o que sentia, Emma era a pessoa certa que ela precisava, mais de um jeito tão errado.

 Dentro do banheiro a loira também chorou, mas nunca ia demonstrar isso e ela. “Que idiota eu sou, porque estou assim, essa não sou eu, essa mais parece a Belle.” Emma pensou.

É melhor eu sair dessa cabana o quanto antes, não posso bagunçar mais a vida dela.

Quando Emma saiu do banheiro, encontrou Regina na cozinha:

— Melhor eu ir né?

— Não vou deixar você sair na chuva, mesmo que tenha diminuído, as suas coisas estão todas desarrumadas, devem estar molhadas. Vem senta aqui! —Regina disse mostrando a cadeira.

— Você tem certeza? Me perdoe por bagunçar sua vida certinha. —Emma disse se sentando.

— Minhas coisas são certinhas, arrumadas, organizadas... Mas minha vida nunca foi.

— Regina disse a olhando, se sentia mais calma, não parecia mais desesperada com a presença dela. — Ainda tem chocolate quente, prove.

Emma tomou um cole e fechou os olhos. — Você precisa me dar essa receita...Olha eu vou ficar aqui até parar de chover, mas quero que fique tudo bem entre nós, quer dizer, quero que não fique um clima ruim.

— Eu também não quero clima ruim! Vamos fingir que nada aconteceu então!

— Ta bom, eu vou precisar ir lá fora, tenho que ver como estão os ninhos, e você acho que precisa escrever.

— Verdade... Vou tentar. Tem um guarda chuva ali atrás da porta, pode pegar. —Regina disse.

 Emma saiu e Regina abriu o notebook, como imaginou não seria fácil escrever, mesmo que tinha toda a inspiração do beijo, do calor do corpo da loira, mas faltava algo, parece que faltava tudo até o ar.

Pegou o celular, queria se distrair, mas não conseguiu conexão, já era ruim sem chuva, com chuva então esquece.

Colocou sua seleção de músicas, os fones de ouvido e deitou na cama, precisava encontrar forças e inspiração em outro lugar para escrever e musicas sempre foram inspiração para mim.

 Regina fechou os olhos, sentia as músicas algum, tempo depois sentiu a presença de Emma parada ao lado da cama então abriu os olhos, ela sorriu e perguntou:

— Ta tudo bem?

— Sim...Mas não consegui escrever e como música sempre me inspirou, resolvi tentar. Regina colocou os pés para fora da cama e se levantou temendo que Emma se sentasse ao seu lado.

— Posso ver o que gosta de ouvir? — Emma impediu que ela saísse.

Regina tirou o fone e entregou a ela, que colocou no ouvido.

— Eu gosto de todo tipo de música. — Regina disse.

— Posso te mostrar uma que eu amoo, só que ela é Brasileira.

— E você conhece a tradução?

— Sim eu trabalhei lá por quase 2 anos, tem um lindo projeto lá com tartarugas. Aprendi a falar e amar as músicas de lá.

— Quero ouvir.

— Ta espera, vou pegar meu celular.


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Notas finais do capítulo

Tive que parar aqui porque ficou muito grande já...no outro vem o que esperam...beijos comentem...



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