A Brisa Sentinela escrita por Tyler


Capítulo 1
A Brisa Sentinela




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/679173/chapter/1

O Sol brilhava acima de nossas cabeças e observávamos o mar com medo. No distante horizonte se movia três montanhas em direção a praia, todos os augures de nosso reino haviam alertado a chegada delas. Todo o reino cairá de joelhos sob os altares implorando pela vinda das Sentinelas, mas até agora não havíamos recebido resposta dos deuses e tudo que podíamos fazer era esperar nossa destruição inevitável.

A praia era castigada por ondas gigantescas provenientes do movimento dos dois Elementais Colossais e do Gigante Aturnamon, que fora despertado de seu sono. Os pobres Acidianos haviam construído sua cidade sobre as costas do Gigante e esse quando despertou se levantou em fúria por tamanho desrespeito de meros insetos. Aturnamon era o menos inteligente dos gigantes primordiais, mas, mesmo sendo burro, sabia que era uma ofensa que insetos como nós fizéssemos nossa morada sobre as costas de um deus, porém os Acidianos não sabiam do Gigante até que foi tarde demais. Aturnamon se ergue derrubando toda a cidade de cima de si e esmagou com seus pés cada cidade vizinha à dos Acidianos e agora vinha em direção a nós. É claro que nosso pequeno reino não era aonde queria ir, Aturnamon iria apenas passar por nós em direção as Terras Velhas para, enfim, se vingar dos Titãs por terem colocado-o sob encanto por tanto tempo.

Mil e duzentos anos de sono profundo era inaceitável para uma criatura com tamanho poder. Ainda mais quando fora enganado para derrotar os inimigos dos Titãs e conquistar a Era Dourada para eles, enquanto ele padeceu sob a magia dos Titãs ao fim do combate.

Aturnamon e seus Elementais se aproximavam e agora já se podia mensurar o tamanho deles. Os elementais eram do tamanho da montanha mais alta que eu jamais poderia imaginar, eles carregavam sobre si um oasis tropical completo com árvores, animais e até rios. Andavam como gorilas e cada membro era da largura de mais de cem metros, e seu comprimento era incalculável, posto que, mesmo caminhando por água profundas, eles não estavam submersos. Aturnamon era duas vezes mais mais largo e mais alto que os elementais e isso fazia-o parecer um homem caminhando com um cão de cada lado. Ele caminhava sobre duas pernas de tamanho imensurável, sua pele era de um tom suave de laranja lembrando a areia do deserto. Trajava uma placa de peito feita com um metal da cor do bronze, ela estava velha e trazia inúmeras marcas de lutas anteriores. Carregava apoiado sobre o ombro direito o maior machado de batalha do mundo. Era uma arma cruel, o material do cabo era negro e havia faixas enroladas nele, a lamina de corte era do mesmo metal da placa de peito e parecia tão potente que poderia partir o continente ao meio de um só golpe. Fora isso usava uma saia de batalha feita de vigas de metal que tilintavam como trovões.

Quanto mais se aproximavam mais perdíamos a esperança, não poderíamos enfrentá-los, apenas os deuses e seus sentinelas seriam páreo para tamanho poder. Nossa única opção era rezar e esperar para sermos esmagados.

As ondas se agitavam cada vez mais forte e agora era possível sentir a respiração do gigante, o ar era puxado em sua direção como um furacão e depois voltava quente levantando a areia em nossos olhos. Nossa esperança de ver o próximo dia era cada vez menor.

E então algo aconteceu. Um furacão pouco menor que Aturnamon surgiu a sua frente girando desafiadoramente e ao seu lado a água ferveu com um brilho incandescente. De dentro do furacão surgiu a ponta de uma espada colossal, feita em metal tão prateado e polido que poderia ser usada de espelho. O furacão foi diminuindo aos poucos e conseguimos ver Minar, o sentinela protetor do norte. Carregava sua espada em uma mão e na outra seu escudo tão prateado quanto a espada. Trajava armadura completa de mesmo metal divino e prateado. De seu elmo saia um cabelo branco azulado como uma geada que batia-lhe no meio das costas. Logo ao lado de Minar ergueu-se Krita, o sentinela do leste, o senhor do sol nascente. A água evaporava em seu corpo e toda sua armadura de ouro celestial estava incandescente. Segurava um escudo redondo e uma espada de dois gumes com guarda. Era uma espada ao estilo de nosso reino, Krita foi o maior herói que tivemos em toda a nossa história e por isso os deuses lhe concederam a imortalidade e o posto de sentinela do leste. Ele olhou para nós e vi que seus olhos eram como fornalhas laranjas dentro do elmo, então se voltou novamente para o inimigo. Minar falou em sua voz retumbante:

—Aturnamon, busque sua vingança em outro lugar. Este reino de homens é protegido dos deuses e se continuar por este caminho teremos de enfrentá-lo!

Aturnamon parou de andar e observou os sentinelas por um momento e então disse numa voz que soava como montanhas explodindo:

—Não existe deus mais forte do que eu. E vocês não poderão me deter mesmo que chamassem todos os sentinelas que já viveram. Eu pisarei aonde quero pisar e esmagarei a quem desejo esmagar! -E bateu no peito três vezes e soltou um rugido de guerra. O som se propagou como trovões pelo ar fazendo tudo tremer.

Krita ficou ainda mais incandescente, agora ele brilhava como o Sol e sua espada também, ele se posicionou para o ataque ao lado de Minar. Os dois Elementais Colossais avançaram produzindo tsunamis e tremores de terra a cada passo. Krita e Minar ergueram os escudos até a altura dos olhos e então os elementais saltaram sobre eles. Krita desviou para o lado e acertou o elemental no ar atravessando-o com sua espada, o elemental quebrou em pedaços menores se transformando em um arquipélago de ilhas. Minar recebeu o ataque em seu escudo e quase fora derrubado, então bateu com o escudo no elemental que se desequilibrou e foi atingido pela espada de Minar que a cravou até a guarda no corpo do elemental. Minar tirou a espada e desferiu o ultimo golpe decapitando o monstro.

Aturnamon não esperou os sentinelas se prepararem e avançou com seu machado de guerra em mãos desferindo um golpe mortal contra Krita que conseguiu defender-se com o escudo por pouco. O som do golpe ecou pelo ar como um terremoto e uma lasca do escudo de Krita do tamanho de uma trirreme caíra na praia. Aquele pedaço de ouro celestial valia por toda a riqueza do reino.

Minar atacou enquanto Aturnamon segurava Krita com o machado. Aturnamon desviou do golpe e acertou Minar na barriga com o cabo do machado. Minar cambaleou, mas Krita desferiu um golpe antes de Aturnamon poder atacar novamente. Aturnamon segurou a espada incandescente de Krita com o machado. Então Krita começou a empurrá-lo para se aproximar e tentar queimá-lo com sua armadura. Porém Aturnamon era mais forte e forçando os braços empurrou Krita tão forte que ergueram-se ondas colossais quando o fundo do mar foi arrastado sob seus pés.

Minar avançou e dessa vez estava preparado para o golpe de Aturnamon. Segurou o machado de guerra com o escudo e tentou golpear com a espada, mas Aturnamon deslizou o machado pelo escudo e parou o golpe antes. O braço de Minar foi jogado para o chão com a violência do golpe e agora ele só se protegia com o escudo. Aturnamon ergueu o machado até as nuvens e ia aniquilar Minar.

Krita agora brilhava num calor impossível e correu em direção Aturnamon com a espada pronta para o golpe. O machado de Aturnamon desceu, mas ele o desviou para Krita que tentou amparar o golpe o melhor que pode com a espada, mas ainda assim a lamina do machado chegou ao seu ombro.

Minar se ergue e investiu novamente com a espada contra Aturnamon que se curvava contra Krita. Aturnamon desviou para o lado e a espada de Minar passou assobiando no ar e então Aturnamon acertou as costelas de Minar com o machado. Do ferimento saiu um liquido como se perolas tivessem sido derretidas para fazê-lo. Minar se virou tentando erguer o escudo de qualquer forma, mas Aturnamon deu um giro se virando com toda a potencia contra Krita que avançava. Krita tentou segurar o golpe com o escudo, mas o machado de Aturnamon atravessou o metal e arrancou o escudo do braço de Krita e o lançou no meio do mar que começou a borbulhar quando entrou em contato com o metal. Minar tentava se erguer com muita dificuldade por causa do ferimento, então Krita viu que só restava ele para proteger nosso reino. Ergueu a espada com as duas mão e soltou um grito de guerra, saltou contra Aturnamon que segurou o golpe com a lamina do machado, mas ele caiu de costas no mar e Krita estava por cima forçando a espada com ambos os braços.

Aturnamon empurrou com toda a força para cima, mas Krita voltou com a espada novamente e dessa vez com ainda mais força. Aturnamon estava com a espada de Krita próxima de seu peito. Então Aturnamon jogou Krita para o lado e colou o machado sobre ele. Após tentar força o machado contra Krita por algum tempo, Aturnamon se levantou subitamente e Krita tentou atacar, mas recebeu uma joelha nas costelas e perdeu o folego Aturnamon jogou todo o peso no golpe e Krita, que já ferido no ombro, recebeu o golpe com dificuldade. A ponta da lamina do machado havia entrado na armadura de Krita e ele sentiu a dor quando o machado começou a afundar na carne. Aturnamon sabia que vencera e agora empurrava com mais e mais força apenas olhando Krita nos olhos e sorrindo.

Então Krita soltou a espada, o machado de Aturnamon desceu com toda força sobre seu peito. Mas Aturnamon não havia ganhado ainda, a espada de Minar penetrou sua carne enquanto ele derrotava Krita. Minar penetrara o peito de Aturnamon com a espada, mas Aturamon chutou Minar com força e rugiu. O sangue surgia numa cor de ouro fundido na armadura de Artunamon enquanto ele ainda estava com a espada de Minar transpassada em seu peito. Minar agarrou a espada de Krita quando rolou com o chute de Arturnamon. O gigante ergueu seu machado no alto com os olhos cheios de fúria e desceu-o contra Minar que corria em sua direção.

O machado cravou-se profundamente no peito de Minar, mas mesmo assim ele conseguiu cravar a espada de Krita na barriga de Aturnamon e agora se apoiava nele como num abraço. Os dois caíram de joelhos e depois de costas um para cada lado do mar e assim terminara essa luta titânica as margens do Reino de Mekor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Brisa Sentinela" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.