Velho

“Saudades das velhas amizades, dos velhos sorrisos, saudades dos velhos motivos... Saudade das coisas que se foram, e não voltarão.” Autor Desconhecido

Hoje um de meus alunos me perguntou o por que eu ter saído de uma das melhores unidades de elite do FBI. Confesso que a pergunta foi tão simples, mas a resposta seria complicada, como eu explicaria a jovens cadetes que eu simplesmente cansei de ver tudo o que eles são treinados para ver? Então eu respondi simplesmente que eu escolhi minha família ao invés do trabalho, o que de fato não é mentira. Acredito que ele tenha ficado satisfeito com minha resposta.

Agora indo em direção a minha sala, eu sorrio, nunca imaginei que seria professora, mas se bem que eu nunca imaginei que seria mãe, mas tem sido um incrível trabalho e aparentemente os alunos gostam de mim, o que foi? Eu posso estar fora da UAC, mas ainda sou uma perfiladora.

Quando abro a porta da minha sala me surpreendo ao ver uma mulher loira bem conhecida sentada em uma cadeira enfrente a minha mesa. “JJ!?” minha amiga sorriu “Oi Emily, eu queria falar com você, mas você não atendia seu telefone então vim aqui, mas você estava dando aulas e o agente Stevens disse que você não se importaria que eu esperasse aqui” ela disse depois de nós abraçarmos “Claro que não JJ, você é minha amiga e quantas vezes eu não te esperei em seu escritório para conversarmos?” ela sorriu, por mais que eu adorasse a visita dela, eu sabia que algo estava errado, eles deveriam estar em um caso. “JJ por mais que eu tenha amado sua visita, o que aconteceu?” a minha amiga sorriu “Como você sabe a equipe está em um caso de sequestro e eu tenho a impressão de não ter sido o único” eu a encarei “Você acha que isso está acontecendo há quanto tempo?” eu perguntei “A pelo menos sete anos. Uma mãe vem a mim sempre que uma criança é sequestrada, mas dessa vez a distração foi a mesma que usaram quando o menino desapareceu” eu fiz que sim com a cabeça, eu não me lembrava desse caso, devido a data foi quando eu estava morta, mas eu sei que se a suspeita dela estiver certa muda todo o perfil “Você precisa que alguém concorde com você, para que a equipe mude o perfil” ela deu um sorriso tímido “Eu posso dar uma olhada no caso mais a fundo, para só assim tentar persuadir Hotch” ela sorriu e me abraçou “É por isso que eu te amo Emily Hotchner” eu retribui o abraço “Aqui é Prentiss JJ”.

Depois de encarar alguns olhares curiosos, finalmente cheguei a sala de reuniões. Às vezes eu presto consultoria para casos do FBI, mas na maioria das vezes é quando tem algo envolvido com terrorismo. “Olá Emily” Garcia me deu um grande abraço. Eu olhei os arquivos e ainda falei com a mãe do garoto desaparecido há sete anos. Meu instinto dizia fortemente que esses casos estavam ligados, então como prometido eu iria ajudar JJ a persuadir Hotch, mas antes eu combinei com ela, para ela tentar sozinha, eu não queria aparecer do nada e indicar que eles poderiam estar errados.

Quando eles chegaram, estavam tensos, provavelmente devido ao fato de já ter passado as primeiras vinte e quatro horas do sequestro, o que indicava que a UAC se retiraria do caso. Quando me avistaram fui cumprimentada e recebi abraços de todos os três: Dave, Morgan e Reid. Hotch apenas me olhou curioso e eu retribui com um sorriso. Reid me perguntou o que eu estava fazendo ali, eu apenas disse que estava visitando, o que gerou mais um olhar curioso do Hotch para mim, ele sabia que eu não iria ali apenas para visitar, não enquanto eles estavam em um caso tão delicado quanto esse.

Quando JJ terminou de falar Morgan a questionou, se ela não estava ligando os casos devido ao fato de ser mãe e querer uma solução, foi ai que eu entrei. “Eu conversei com as duas mulheres Morgan, todos tiveram a mesma distração e em segundos os filhos desapareceram, é muita coincidência” aparentemente convencer Morgan seria mais difícil do que o Hotch. “Mas você também é mãe Emily, você não está levando para o lado pessoal?” ó Deus, desde quando Derek Morgan, se tornou tão cético? “Morgan há uma chance de encontrar a garota, vocês deveriam tentar” eu disse enfatizando o vocês, quis deixar bem claro que a decisão era deles, eu só estava ali para orienta-los.

“Podemos tentar” essa foi a voz de Hotch, quando ele disse isso eu fiquei feliz, eu sabia que Hotch sempre faria o possível e impossível para trazer uma criança para casa. “Garcia procure crianças que desapareceram de modo semelhante nos últimos dez anos e Reid monte um perfil geográfico. JJ vá falar com a mãe do garoto, Morgan e Rossi vão a casa da garota e peguem uma peça de roupa. E Prentiss você vem comigo” eu o olhei séria, mas ele já tinha saído então só restou a mim segui-lo.

Fomos ao local do sequestro da garota, chegamos à conclusão que pelo menos três elementos participaram do sequestro. No caminho de volta eu perguntei a ele “Por que você me trouxe?” ele continuou olhando a estrada “Você começou com isso, achei que gostaria de terminar. Além do mais estamos sem um agente” e de fato era verdade, Kate estava de licença maternidade.

Quando chegamos lá, divulgamos nossa descoberta com os demais, JJ nós disse que a mãe havia visto o garoto há três anos atrás e pediu para que ela fizesse um retrato falado. “Então se o garoto está vivo a menina provavelmente está” eu disse “Mas o que eles estão fazendo com eles?” Esse foi Rossi, mas nenhum de nós se atreveu a dar um palpite, todos pareciam terríveis.

Reid montou um perfil geográfico e descobriu mais algumas vítimas semelhantes, chamamos os pais, Hotch pediu a Garcia para procurar residências com queixas de violência doméstica e que ficasse isolada Infelizmente Garcia achou muitas “Como vamos fazer bater de porta em porta?” Morgan perguntou. Hotch falou que sim, e pediu para trazerem os cachorros.

No final quem descobriu os elementos foi eu e Morgan, mas a mulher tinha conseguido escapar com as crianças. Garcia descobriu que ela tinha uma funerária, eu, Morgan e mais alguns policias fomos lá. Quando chegamos o garoto mais velho, aquele cujo a mãe ainda o procurava tinha atirado na mulher para poder salvar a garotinha. O marido da mulher se enforcou. Levamos o garoto, a garotinha e outra garota para a delegacia, infelizmente não chegamos mais cedo para impedir a morte de um outro garoto cativo.

Acabei ficando para ajudar JJ e Garcia a guardarem as fotos e registros, enquanto os outros faziam seus relatórios, eu teria que fazer um, mas isso seria mais tarde ou até mesmo amanhã. Quando tínhamos praticamente acabado a mãe do garoto veio até nós e nos agradeceu por ter encontrado o garoto e ainda nós perguntou como conseguíamos fazer isso, JJ e Garcia não responderam, sobrando pra mim, o que era irônico, já que eu praticamente não fazia isso mais, “Por isso” eu disse olhando lá embaixo onde os pais das outras duas garotas se encontravam.

E era verdade, o que nós fazemos é por isso, é para manter as pessoas seguras, para manter nossa família segura e dar um lugar melhor para nossos filhos viverem. Eu tinha me esquecido da sensação de fechar um caso onde as coisas acabam bem, prestando consultoria eu não participo tão ativamente das investigações como nesse caso.

Fui até o escritório do Aaron, ver se ele já havia terminado para me levar para casa, pois eu estava sem carro, já que JJ foi quem me trouxe. Quando cheguei lá ele estava conversando no telefone, mas desligou imediatamente quando me viu entrar “Algo errado?” eu perguntei “Não, apenas os chefes. Vamos?” ele chegou perto de mim e me deu um beijo “Claro” eu sorri.